POV. Draco
Para uma garota, Granger conseguira me atingir um bom soco no queixo. Ainda doía quando me dirigia para o salão comunal da Sonserina. Crabbe me seguia de perto e sabe Merlin o de Goyle se metera.
Parei em frente ao quadro da velha bruxa e resmunguei:
- Sonserinos são superiores
- Sempre serão - disse ela e deu passagem para que entrássemos.
Me joguei na primeira poltrona que apareceu na minha frente e fiquei massageando meu queixo que latejava. Eu iria precisar de gelo para que não ficasse a marca.
- Crabbe, traga uma bolsa de gelo pra mim - por ser um tremendo palerma, ele ficou me observando como se estivesse processando a ordem que eu dei - pra ontem! Anda logo! - ele pareceu despertar de um transe e sumiu de vista.
Não sei o que mais me incomodava naquele momento, o fato de que eu levara um soco de uma garota, ou o fato de que essa garota era a Hermione Granger, a amiguinha sangue ruim do Potter e do Weasley. Eu estava me segurando para não ir atrás deles naquele exato momento e lançar qualquer feitiço irreversível naquela garota. "Naquela garota" eu já nem a chamava mais pelo sobrenome. Ela passara de insignificante para algo desprezível para mim. Mas então por que eu não parava de pensar nela? Em como eu gostava de vê-la furiosa comigo. Admito que nos últimos dias ela tem se tornado mais elegante, seu corpo ganhou uma silhueta escultural, e o cabelo já não era aquela bagunça catastrófica que assustaria até um trasgo, e... Droga Draco! Você está pensando nela de novo! Eu preciso urgentemente ir na enfermaria, ou eu deveria ir direto a um hospício? Onde já se viu, um sangue puro como eu estar pensando naquela sangue ruim.
Pelo o fato de que muitos primeiro anistias me encarando no salão comunal, subi as escadas para os dormitórios e me joguei na minha cama para tentar dormir e esquecer o ocorrido.
Como eu tenho uma tremenda sorte, sonhei com ela:
"... - Vamos Draco! Corre! - ela falava entusiasmada enquanto corria para os jardins.
Era o primeiro dia de primavera e o tempo estava perfeito para descansar sob a sombra de algum grande carvalho enquanto se ouvia o som da brisa suave e morna fazendo as verdes folhas das árvores chocarem-se umas com as outras.
- Mione, você sabe que é difícil acompanhar seu ritmo enquanto carrego nossos livros.
Ela parou debaixo de um imenso álamo e se sentou ali mesmo. Seu sorriso era radiante e seus olhos castanhos brilhavam de ansiedade enquanto eu me aproximava. Seu cabelo estava preso em uma trança unilateral e ela usava roupas de trouxa que valorizavam em demasiado suas curvas, melhor não comentar para onde eu estava olhando. Deixei os livros na grama e me sentei ao seu lado. O cheiro de seu perfume invadiu minhas narinas e atingiu minha alma como um tiro. Ela cheirava a baunilha e a roupa limpa. A simples presença dela ali era quase afrodisíaca.
Ela apoiou a mão na grama no espaço entre nós dois, eu por instinto, coloquei minha mão por cima da dela. Granger me encarou e falou com sua voz doce:
- Draco... - disse ela observando-me.
- Sim? - perguntei me aproximando de seu rosto.
-Draco...? - sua voz soará um pouco mais urgente, quase como se me chamasse mais para perto.
- MALFOY ACORDE!!!"
Acordei sobressaltado quase gritando. Não era A voz de Mione que me acordara. Era Crabbe trazendo o maldito saco de gelo. Ele me encarou com aquela expressão super exagerada de surpresa que eu tanto odiava.
- Você estava murmurando enquanto dormia.
Gelei instantaneamente. E se eu tivesse murmurado o nome de Hermione enquanto dormia? O que Crabbe poderia pensar? O que ele iria falar para os Sonserinos? A melhor coisa que eu poderia fazer era não confiar este sonho a ninguém.
- Quem se importa se eu murmurava ou não? - me levantei com um impulso da cama e arranquei o saco de gelo de sua mão - Aquela maldita garota ainda me paga. - falei, porém a única coisa que me vinha na cabeça era o que poderia ter acontecido no sonho caso Crabbe não tivesse me acordado.

Pov. Hermione

Harry e Rony ainda me parabenizavam pelo incidente ocorrido com Malfoy quando chegamos ao salão comunal da Grifinória. Minha mão ainda latejava um pouco, mas eu não estava nem um pouco satisfeita com isso. Às vezes Malfoy me irritava tanto que parecia que ele o fazia de propósito, como se quisesse que eu revidasse ou ficasse brava com ele, se eu não soubesse o quanto ele me odeia por ter nascido em família trouxa, diria que ele está agindo igual a um pirralho apaixonado, infantil, tolo e irritante.
Eu precisava de um pouco de descanso então me dirigi para meu dormitório e deitei na cama com um livro que eu havia recentemente pego na biblioteca apenas por não ter nada melhor para ler. Era um romance bem tosco, porém envolvente, falava sobre uma rainha que, durante uma guerra em seu reino, ela foi aos campos de batalha sozinha para liderar as tropas numa armadura escarlate. Lá ela fora capturada por um soldado que, quando descobriu que na verdade o grande cavaleiro escarlate era na verdade uma dama nobre, ficou totalmente desconcertado e, apesar de te lá mantido como refém, acabou se apaixonando.
Típico romance improvável. Parece que os romances com casais que não davam certo, eram os mais cobiçados e queridos, a exemplo Romeu e Julieta.
Não sei em que momento acabei adormecendo. Mas lembro-me de ter tido um pesadelo no qual eu tinha que escolher entre salvar o Rony e o Malfoy (sabe Merlin porque essa fuinha estava no meu pesadelo).
Havia dias que eu vinha tendo pesadelos, acho que isso se deve ao cansaço, desde o começo do ano, eu vinha tendo os horários muito cheios. Sinceramente eu vinha pensando em devolver o vira-tempo para voltar a ter a carga horária normal de aulas e não todas de uma vez, talvez eu tenha realmente exagerado nos estudos dessa vez.