Miles Apart escrita por rutepim


Capítulo 7
I Just Wanna Live


Notas iniciais do capítulo

Ontem já nao deu para voltar a postar... Desculpem



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(Pim / Algures no meio do Oceano Atlântico / 25 de Junho de 2006 / Terça-Feira / 01:37)

Até que enfim. Ar respirável! – O Bill levantou-se para ir embora e, já estava do lado de fora daquela sala, quando pôs a cabeça para dentro e falou num tom sério – Não foi um prazer te conhecer. –Soltou uma gargalhada seca.”

Uma pequena turbulência fez-me acordar. Tinha sido mais um pesadelo, um pesadelo que correspondia à realidade.

Olhei para a frente e, ali estava ele. Dormia serenamente, por momentos deixei-me apreciar toda a sua beleza. Não podia negar que ele era de facto muito bonito. Os seus cabelos pretos davam um contraste engraçado à sua pele clara. Também poderia dizer que se nunca o tivesse visto antes, ele era uma pessoa doce e simpática, não o Bill arrogante e com a mania.

Levantei-me e aproximei-me bastante dele.

Vê-lo assim dormir fez-me pensar na noite anterior e, sem me aperceber uma pequena lágrima rolou pela minha cara, acabando por cair no rosto do Bill. Apressei-me a limpá-la, não querendo que ele pudesse acordar. Má escolha!

Ele agora olhava-me. Andei rapidamente até ao banco e, sentei-me ao mesmo tempo que limpava as restantes lágrimas que se haviam formado nos meus olhos. Quando voltei a olhá-lo, já não parecia o Bill que à momentos atrás tinha chamado de arrogante. Era um novo Bill com uma nova cara, uma cara que nunca havia visto antes. Aparentava estar calmo e o seu rosto transmitia-me conforto.

Desculpa. – Apressei-me a pedir. Ia meter os phones, mas ele ainda continuava a olhar para mim. Deixei de lado o ipod e olhei também para ele, directamente para os seus olhos.
O que é que se passa? – Perguntou ele, com uma voz doce, sem qualquer tipo de falsidade.
Não se passa nada. – Respondi-lhe.
Então porque é que estavas a chorar? – Voltou a insistir no mesmo tom de voz.
O que é que tu tens a ver com isso? – Perguntei secamente e, no momento seguinte arrependi-me logo daquilo que havia dito e da forma com o tinha dito.
Olha vai à merda! – O seu olhar antes sincero tornou-se num olhar furioso e, o seu tom de voz já não parecia o de à pouco, mas sim o de ontem. Na minha cabeça formou-se uma batalha mental, eu não deveria ter sido tão bruta e arrogante. Não devia!

E isso era o que mais me enervava, o poder que ele conseguia exercer sobre mim. Podia me tratar mal, ser o mais arrogante possível e no entanto o meu interior ansiava sempre por ele. Ansiava por cada pedaço de si. Ansiava por tê-lo perto de mim, a qualquer segundo, minuto, hora, dia. Amor? Não! Claro que não! Eu amava o Pedro, sempre amara. E não era um arrogante qualquer que me ia fazer mudar isso.

Por isso esqueci todas as ânsias que existiam dentro de mim e, tratei-o da pior forma. Da forma como ele me tratara a mim naquela noite.

Mas o que é que eu te fiz? – Perguntei furiosa e com o sangue a borbulhar-me nas veias.
Nasceste! - Disse secamente, ao mesmo tempo que se levantava.
E tu não passas de um rapaz com a mania que é alguém! – Falei num tom elevado, levantando-me e seguindo-o. Isto não iria acabar assim, ai não ia não.
E não sou? – Perguntou à porta da casa de banho.
Não! – Exclamei. Ele entrou para dentro e fechou a porta com força. – ÉS APENAS UM ANORMAL! – Gritei bastante alto para que ele pudesse ouvir.
E tu és uma pita – ouvi ele gritar lá de dentro.

Voltei ao meu lugar e, foram precisos apenas dois ou três minutos para que ele voltasse ao seu lugar, com uma expressão altiva.

Sou estúpido, mas tu adoras. – Riu-se.
Convencido. – Disse secamente, mais para mim do que para ele.
Não foi o que o teu pai me disse. – Falou descontraidamente, olhando pela janela.
O que é que o meu pai te disse? E onde é que estiveste com ele? – Perguntei confusa e furiosa. Conhecendo o meu pai como conhecia já deveria ter ido dizer-lhe coisas que não devia.
Quando ele me pediu para vires comigo. – Disse não dando muita atenção às suas palavras.
Não me respondeste a tudo anormal. – Proferi num tom impaciente.
Nada de mais. – Disse ainda indiferente a tudo aquilo – Que tu estavas apaixonada por mim desde o primeiro dia em que me “descobriste”. – Fez o gesto de aspas com as mãos e riu-se logo de seguida.
Isso é… – Ia falar, mas uma grande turbulência fez-me assustar. O jacto começou a tremer, o que me assustou ainda mais. – O que é que aconteceu? – Perguntei-lhe nervosamente.
Não me digas que ficaste com medo. Claro, estás só habituada a andar de avião com os papás e depois… - Não conseguiu acabar, pois houve ainda mais turbulência com o avião e, ele próprio se assustou. Parecia que o avião ia cair.

Sem me dizer mais nada, o Bill correu até à cabine de comando. Eu, completamente assustada, cravei as unhas ao banco e fechei os olhos.

A turbulência aumentava cada vez mais, eu apenas conseguia pensar que ia morrer. Eu não queria morrer, tinha a vida toda pela frente. Ainda era muito nova.

Não passou muito tempo até o Bill aparecer, correndo até ao local em que me encontrava.

VEM! – Gritou para mim, enquanto me pegava na mão e me levava para o lado oposto da cabine de comando. – Fecha os olhos! – voltou a gritar, ao mesmo tempo que se sentava no chão, atrás de um banco, comigo no meio das suas pernas; abraçava me também.

À muito tempo que havia sonhado com o dia em que ele me abraçaria, mas nunca neste estado, nunca num avião que parecia estar prestes a cair. E, atendendo às suas ordens fechei os olhos, sentido ele atrás de mim a abraçar me com mais forte. Ali, consegui sentir me calma. Poderia estar prestes a morrer, poderia nunca mais ver a minha família e amigos, mas morreria de uma bastante agradável, com o Bill abraçado a mim.

Até que senti o avião embater em alguma coisa e, a minha cabeça também. Não senti mais nada. Não havia dor. Não havia medo. Não havia Bill. Não havia nada. Apenas eu…e a morte.

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Notas finais do capítulo

Reviews sao sempre bem-vindas... já disse que nao mordo



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