[Pestana.22H.18 de Dezembro.Sexta-feira]


Ambos estavam envoltos de um remoinho de sentimentos, mas de todos eles havia um que se destacava, o mais importante: amor.
O amor que cada um sentia pelo o outro era enorme, quase impossível de suportar. Mas com esse amor que sentiam, os meses que haviam passado separados um do outro, agora pertenciam a um passado bastante longínquo.
Ela não podia, nem queria acreditar, pois era tudo bastante inacreditável.
Ele já se tinha dado conta que tudo era a realidade e, não um sonho mas o que sentia dentro de si era algo inexplicável.
Não foram nem precisas palavras para que ele e ele se abraçassem fortemente, tão fortemente que por muito que ela não o quisesse largar, tinha de o fazer, pois estava a ficar sem ar.

Bill…força…eu…respirar. – Falou ela bastante ofegante, enquanto se tentava afastar dele.
Desculpa. – Apressou-se ele a pedir, afastando-se rapidamente dela.

Ela respirou fundo várias vezes, tentando manter o seu fôlego e, só depois da sua respiração voltar ao normal é que se lançou de novo para os braços dele. E sem aviso prévio, beijou-o.
Beijou-o como à muito tempo ansiava fazer, tentado mostrar com esse gesto toda a saudade que havia crescido dentro dela. Ele deixou-se ser beijado. Nestes meses todos que se tinham separado, havia nascido dentro dele o desejo de voltar a beijar os suaves e carnudos lábios dela.
Esse beijo fez com que toda a saudade que ambos haviam sentido, começasse a desaparecer. E tudo isso desencadeou para que todos os momentos que tinham passado na ilha fossem relembrados, não como tristes memórias, mas sim como felizes memórias.
No entanto, por muito que desejassem voltar ao passado, com o presente, o futuro não o permitia. E ela sabia disso muito bem, pois dentro da sua mala havia um bilhete de partida para Sidney, datado para segunda-feira. Iria realmente para Sidney? Por muito que o tivesse prometido aos amigos e, aos pais, ela não conseguia largar o Bill. E ele por muito que a quisesse levar com ele para a Alemanha, sabia que iria fazer com que ela desistisses dos seus sonhos e, isso ela não permitia.

Bill… – Pediu ele, tentando separar-se dele – Nós… precisamos de… falar. – Continuo, dizendo entre beijos e carícias.
Depois meu amor. – Disse ele, aproximando-se de novo dela – Não imaginas as saudades que tinha de te poder chamar de amor. – Constatou antes de a voltar a beijar novamente.

E com isto, ambos esqueceram todos os problemas com que teriam de lidar e, começaram a aproveitar todo o tempo que haviam perdido.
Ela foi suavemente acariciada pelas delicadas mãos dele, desde o seu cabelo ruivo até à sua cintura. Por sua vez, ela encarregava-se de retirar todas as bugigangas que ele tinha pendurado pelo corpo. Até que chegou a uma fina corrente de ouro branco, que continha um pequeno pingente. Quando ele a fitou, apercebeu-se do porque dela ter parado.

Coloquei-a apenas hoje… porque doía olhar para ela. – Ele confessou envergonhado.
Eu também não tenho a minha. – Ela disse enquanto mostrava o seu pulso a ele. – Sempre que a via, parecia que facas se espetavam no meu coração. – Confessou também.

Calaram-se novamente e aos poucos e poucos, entre beijos calorosos e carícias suaves, dirigiram-se até à larga cama de casal. E quando embateram nela com as suas pernas, ele deu meia volta, deitando-se sobre ela. Como o casaco branco dela só ali estava a estorvar, ele retirou-o com a ajuda dela.
Ela queria senti-lo, queria-se entregar de corpo e alma a ele, queria amar e ser amada e, ele queria tudo isso e muito mais.
Com a ajuda dele, ela retirou toda a sua roupa e a dela, ficando ambos por fim, como haviam vindo ao mundo. Ele afastou-se ligeiramente dela e, olhou-a de alto a baixo, apercebendo-se que tinha emagrecido muito, mas continuando a ser a sua Maria Madalena. Ela no entanto, ficou ainda mais vermelha que o seu cabelo, pois já havia passado algum tempo desde a ultima vez e, tinha medo que ele já não a desejasse como antes.
Como se tivesse ouvido os seus pensamentos, ele sorriu-lhe abertamente e voltou-se a aproximar dela, fazendo um percurso de beijos desde o alto da sua cabeça até aos seus graciosos pés. Isso fez com que ela se risse sonoramente, devido às cócegas.
Viraram na cama, ficando agora ela por cima dele. Começou a imitá-lo também com os beijos, mas quando chegou à sua bacia reparou que estava ali uma coisa que não estava antes. Aquela estrela era nova e, ela tinha-a adorado. Dando por isso especial atenção com pequenos beijos, beijos esses que o faziam estremecer. Ele estava a gostar e, ela sabia disso muito bem.
Querendo ser ele a controlar a situação, voltaram a rolar na cama, ficando ele por cima dela. Sorriram um para o outro abertamente e, beijaram-se calmamente.

Quero-te agora. – Sussurrou ela ao ouvido dele.

Aquelas palavras fizeram-no ganhar uma nova energia e, sem aviso prévio entrou dentro dela, fazendo-a soltar um suspiro de prazer e de surpresa.
Entre suspiros e palavras amáveis, eles entregaram-se um ao outro. De corpo e alma, como um só. Entregaram-se com amor e desejo. Entregaram-se como o desejavam à muito tempo.
No entanto, naquele quarto havia apenas duas certezas.

Ele era dela.
Ela era dele.