Miles Apart escrita por rutepim


Capítulo 29
If You Could See Me Now


Notas iniciais do capítulo

Talvez gostem da parte final do capitulo
Desculpem a demora, mas fui passar uns dias à minha casa de praia e lá nao tenho net. Prometo que posto mais um hoje... isto se houver reviews
angelDevilish, se a meio da proxima semana receberes um frasquinho, sem foi eu que mandei com o bafo do Bill xD Na sessão de autografos eu peço lhe para soprar lá para dentro xD



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[Maria Madalena / Lisboa / 18 de Dezembro de 2009 / Sexta-Feira / 00]


Mais uma noite iria passar e, com muita sorte conseguiria dormir durante umas quatro horas seguidas. Os comprimidos que o médico me tinha dado, apenas contribuíram para ter piores noites de sono. Já tinha até desistido de ir para a cama antes das 3 da manha. Já lá iam algumas semanas desde que frequentava um psicólogo e, até agora as únicas mudanças que aconteceram na minha vida, era que estava um pouco dependente de comprimidos. Ainda agora tinha tomado dois, para ver se o esquecia.
Porque motivo é que o tinha de amar tanto? Porque é que isso aconteceu logo a mim? Nunca tinha percebido. Porque é que o amor existia? Se o que fazia apenas era esmagar os nossos corações, fazendo-os ficar ainda mais fracos, do que aquilo que já eram.

FUCK! – Gritei frustrada.

Dirigi-me à secretária e comecei a mandar todos os objectos que haviam sobre ela. Com metade dos objectos já no chão, preparava-me para atirar uma caixa azul contra a parede, quando me lembrei do que lá estava dentro. Por breves momentos lembrei-me do momento em que a tinha recebido.
No mesmo dia em que o tinha perdido, tinha sido o mesmo dia em que ficara sem o meu coração. Já não fazia sentido usar aquela pulseira, por isso tinha-a largado para ali, desejando que nunca mais a encontrasse e, quiçá com o tempo pudesse acabar por ir parar ao lixo.
Mas isso não resultou e, aquela estúpida pulseira fez-me lembrar todos os momentos passados com ele, aqueles que eu queria esquecer. Fazendo-me ficar super enervada com tudo. Nunca na vida havia ficado desta forma e, isso não me agradava nada.
Peguei num estojo de lata e mandei-o contra a parede, acabando por embater em alguém que eu não reconheci, fazendo-me soltar um pequeno grito. Este foi logo abafado por umas mãos, que eu reconheci logo.
Sorri por o ver ali, pois sabia que não vinha cá para criticar nem coscuvilhar. Ele conhecia-me bem de mais e, eu amava-o por isso.

Ainda tens o hábito de me assustares, no meu próprio quarto? – Perguntei-lhe, enquanto me sentava numa ponta da cama. – Como é que entraste? – Voltei a perguntar, bastante curiosa.
Muita prática, lembras-te? – Respondeu-me com uma pergunta, descalçando-se e sentando-se a meu lado na cama.

Por instantes lembrei-me das noites em que ele entrava por minha casa a dentro, para passar a noite comigo. Ao relembrar tudo aquilo, consegui sorrir verdadeiramente em muitos dias.

O que é que fazes aqui Pedro? – Perguntei, ainda sorrindo e olhando-o nos olhos.
Não sei. Não estava com sono. – Disse, preferindo prestar atenção à caixa de comprimidos que se encontrava na mesa-de-cabeceira. – E desde que chegaste ainda não falámos…
Pedro, eu… – Interrompi-o não querendo tocar no assunto da ilha.
Hey, Pim acalma-te! – Exclamou, levantando os braços em forma de defesa. Ri-me com tal gesto. – Vamos esclarecer uma coisa, ok? – Perguntou e, eu apenas assenti, ainda relutante. – Eu não quero saber o que é que se passou naquela ilha, com o… ele. – Respirei fundo e, olhei-o fixamente. – Eu só quero passar algum tempo contigo, para ver se passas menos tempo deprimida e a dormir, cheia de comprimidos. – Mostrou-me a caixa quase vazia.
Deixa isso! – Dei-lhe um empurrão, fazendo-o desequilibrar-se e cair da cama, levando-me consigo atrás.

Fiquei em cima de si e, os nossos rostos bastante perto. Antes sequer de poder soltar a expirar, afastamo-nos um do outro e ficamos de pé a olhar nos olhos um do outro.

Ah! Para passarmos a parte constrangedora, eu faço uma declaração. – Aclarou a sua voz, fazendo-me soltar uma gargalhada. – Maria Madalena de Melo Amadeus…
Awww, há anos que não me chamavas isso. – Interrompi-o descaradamente.
Não me interrompas! – Pedi desculpa apenas com os lábios, fazendo-o recomeçar – Maria Madalena de Melo Amadeus juro fazer-te rir mais vezes, como preço por ter acabado contigo.
Porque é que és tu a acabar? – Perguntei, bastante indignada.
Porque sim! – E sorriu – Já venho. – Não me deixou dizer mais nada e, saiu.

Foram precisos uns três minutos para que ele entrasse de novo pelo meu quarto a dentro, com duas garrafas de vodka debaixo de um braço e com uma garrafa de Coca-Cola debaixo do outro. Ele conhecia-me bem e, sabia que um copo de vodka com Coca-Cola era sempre bem-vindo. Esbocei um grande sorriso, mandei-me para trás, acabando por ficar deitada na cama.

A minha mãe e a Genéeve não te apanharam? – Perguntei, olhando para o tecto, que havia uma semana que tinha pintado de preto.
A tua mãe deve estar a dormir forrada lá no 1º andar, nós estamos no 3º por isso não deu por nada. A Genéeve viu-me, mas só se riu. – O Pedro riu-se, contando-me aquilo.

A Genéeve adorava o Pedro, desde a altura em que nos havíamos conhecido. Eu sabia que ela aprovava o nosso namoro. E, nunca se tinha importado das noites em que ele tinha passado comigo, aliás era sempre ela que o ajudava a sair de manhã, para que a minha mãe não descobrisse.
Deixei as memórias para trás e tirei-lhe uma das garrafas de vodka que tinha na mão. Sorvi um pouco de vodka para um dos copos que ele tinha trazido e, de um trago só, bebi todo o seu conteúdo.

Calma com isso! – Exclamou o Pedro, tirando o copo da minha mão. – Quantos comprimidos tomaste agora à noite? – Perguntou preocupado.
Um. E foi antes do jantar, devido à minha dor de cabeça. – Menti-lhe, pois sabia que se lhe contasse que havia tomado dois comprimidos ainda nem à meia hora, ele não me deixaria beber.

Sorveu uma grande porção de Coca-Cola para os dois copos e, ofereceu-me um dos copos. Fiz-lhe uma careta, à qual ele respondeu-me com uma gargalhada, deitando um bocado vodka em ambos os copos.

Não te vou embebedar Pim. – Disse o Pedro, num tom bastante protector.
Vai sonhando! – Murmurei, levando a boca o copo e bebendo todo o seu conteúdo.

[2:54]



Não era só a noite que ia avançada, a bebedeira com que estávamos também já ia muito avançada. Ria-me de tudo. Da minha desgraça, da desgraça do Pedro, da lua, do céu, dos passarinhos a cantarem lá em baixo, segundo o Pedro.

Vou ligar-lhe! – Gritei inesperadamente, fazendo o Pedro ganhar um rosto confuso. – É isso mesmo! – E ri-me.

O Pedro riu-se também, mas de um momento para o outro parou, olhando-me preocupadamente.

E vais lhe dizer o que? – Perguntou-me.
Não faço a mínima ideia. – E comecei-me a rir novamente, fazendo o Pedro rir-se também.

E não sabia mesmo. As únicas certezas que tinha agora era que amava o Bill e, que estava completamente bêbeda.
Agarrei no telemóvel e, procurei pelo número do Bill, não encontrando-o. No entanto lembrei-me que no dia em que nos separámos, eu tinha pedido ao Tom o seu número. Procurei pelo T e, depois por Tom.

ACHEI! – Gritei, bastante entusiasmada.
Tens a certeza? – Perguntou-me o Pedro, sentando-se a meu lado no chão.

Não lhe respondi e, pressionei logo a tecla verde do telemóvel. Foram apenas precisos dois toques para que uma voz se fizesse ouvir.

Madalena. – Foi a sua saudação.
Passa a ele! – Pedi.
Não posso fazer isso. – A sua voz saía cansada e fraca.
Porque? Eu amo-o. – Ri-me e, com a mão desocupada peguei na garrafa de vodka e bebi o resto. – Eu não consigo viver sem ele. – E ri-me outra vez.
Maria estás bêbeda? – Perguntou-me preocupado.
Ligeiramente. – Disse, soltando mais uma gargalhada.
Vai dormir. – Pediu-me suavemente.
Não. – Respondi bruscamente – Eu quero falar com ele.
Ele tem andado bem Madalena. Mas se agora receber um telefonema teu, de certeza que vai desabar uma vez mais.
– Parou por momentos e, pude ouvi-lo respirar fundo – Não lhe faças isso. Por favor. – Pediu-me, com um tom de súplica patente na sua voz.
Como é que ele tem estado? – Perguntei, assumindo um tom sério e preocupada e, deixando de lado a bebedeira.
Varia. Uns dias está bem, outros nem por isso. Mesmo assim os dias maus têm vindo a diminuir.
Isso é bom.
– Soltei um sorriso por saber que ele estava melhor que eu. – Tom, desculpa por isto. – Pedi
Na boa miúda. Como é que tu estás? – Perguntou-me, mas pude ouvir que estava hesitante.
Foi bom falar contigo Tom. – Fiz uma pausa para respirar fundo e, poder dizer o que queria – Trata bem do … nosso Bill. – Disse, sentindo a dor a começar a alastrar-se.
Fá-lo-ei Madalena, fica bem.

E desliguei, sentindo toda a dor e espalhar-se. Doía, doía muito. Mas lá bem no fundo, sabia que o Tom havia feito o mais acertado. Mas por muito que ele já estivesse a recuperar eu não estava.Olhei para o lado e, o Pedro já dormia. Levantei suavemente, para não acordar e, dirigi-me até à caixa dos comprimidos. Tirei quatro e meti-os na boca e, para engolir melhor bebi o resto da vodka que restava no copo do Pedro.Dois minutos depois… apaguei completamente.


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Notas finais do capítulo

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