Miles Apart escrita por rutepim


Capítulo 26
Here Without You


Notas iniciais do capítulo

Anne sabes que estou só a postar por causa de ti certo? é melhor agradeceres devidamente xD Espero que gostes. Beijinhos



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(Bill Kaulitz / Oberhausen / 27 de Novembro de 2009 / Sexta-feira / 19:43)



Estás preparado? – Perguntou me uma voz distante.

O seu rosto não me saía da cabeça. Ela protagonizava os meus sonhos de noite e, os meus pensamentos de dia. Era à volta de memórias do passado que o meu mundo girava, memórias dela, memórias dos tempos em que fui realmente feliz.

Puto, estás ai? – Voltou-me a perguntar a mesma voz, mas mantinha-se muito distante na mesma.

Era hora de dar um concerto, o primeiro concerto desde à três anos atrás. A banda nestes três meses havia recomeçado com ensaios do álbum antigo, o Schrei. Faríamos ainda dois ou três concertos e, de seguida parávamos para gravar um novo álbum.
Era altura de ser forte e esforçar-me para não chorar, pois tudo me fazia lembra-la. A música, o sol, a lua, a noite, o dia e, acima de tudo o céu. O céu azul fazia me lembrar os seus olhos. Os olhos que eu amava, na rapariga que eu amava.

BILL! – A tal voz gritou.

E como se a tivesse visto ali à minha frente, acordei. Com uma estúpida ideia, estúpida mas boa.

Vou ligar-lhe. - Declarei para as pessoas presentes naquela sala – É isso, vou ligar-lhe. – Repeti para mim mesmo, mas num tom suficientemente alto para todos ouvirem. Levantei-me rapidamente e procurei com os olhos o telemóvel, quando o encontrei pousado a um canto dirigi-me até ele.
Bill, acorda para a vida, ela é passado! – Disse-me o meu irmão em tom severo.

Aquelas palavras trespassaram-me pelo coração como facas afiadas. A dor que já sentia antes, agora tinha-se intensificado significativamente. Nada conseguiria fazer passar a dor, só ela e, mesmo assim era impossível tê-la ao pé de mim.
O meu coração começou a bater muito rapidamente e, sem forças, caí. Caí de joelhos no chão com a respiração a falhar. Era complicado com a dor que sentia, estar bem por fora e por dentro.

Respira fundo Bill. – Disse o Gustav muito preocupado, a meu lado. – Georg ajuda aí. Tom vai chamar o Jost e o Benjamin. – Pediu, num tom aflito.

Senti ser pegado por ambos os lados e, ser levado até a um dos sofás. Quando voltei a levantar a cabeça, vi o Tom a entrar pela porta com o Benjamin, o Jost e a Dunja. Fitei-o e, pude ver no seu olhar que me pedia desculpas. Tentei responder com um sorriso de quem dizia estar tudo bem, mas o que apenas consegui foi um trejeito de lábios. O Tom reparou que nem rir conseguia e, o seu olhar ficou ainda mais triste que antes.

Jost é melhor cancelares o concerto, o Bill não está em condições de nada. – Mesmo estando a prestar atenção ao meu gémeo, consegui ouvir o Gustav dizer.

Não podia aceitar isto, pois eu queria dar o concerto, tinha de dar. Os fans estavam à nossa espera e, não os podia desiludir. Tinha esperado três anos sem notícias e, mesmo assim quando voltamos ao palco eles voltaram também connosco. Eu não podia falhar, não agora.
Já haviam passados três meses e, eu já deveria estar reconstituído. Mas não, com a dor que estava, provavelmente só conseguiria voltar a seguir em frente passados alguns anos. Por isso mesmo, se a dor iria continuar cá para sempre, teria de seguir em frente, com ou sem dor.

Não! – Falei, tentando manter a voz firme – Nós vamos dar o concerto. – Por instantes voltei a ideia do telefonema – Só preciso é de ouvir a voz dela. – Finalizei, enquanto me levantava do sofá para me voltara a dirigir ao telemóvel.
Pessoal, vão ver se está a chover sim? – Pediu o Tom, dirigindo-se para a porta e abrindo-a para que todos pudessem sair.

Depois de o fazerem, o Tom veio até mim, pegando no telemóvel que eu tinha entre as mãos e guardando-o num dos bolsos largos das suas calças. Fez sinal para eu me voltara a sentar no sofá e, quando o fiz ele sentou-se também a meu lado.

Tens a certeza que queres mesmo ouvir a voz dela? – Perguntou-me num tom de voz suave.

Assenti com a cabeça. Ouvi-la, era tudo o que eu mais queria, sem contar é claro em estar com ela. A sua voz iria com certeza magoar-me, a dor iria consumir-me por dentro, ainda mais do que aquilo que já consumira. Mas não havia mais nada que eu não quisesse tanto como poder ouvir a sua voz, neste momento.

Eu nem precisava de falar… com ela. – Disse ao Tom, tentando parecer seguro daquilo que dizia.
Ouve Bill Kaulitz. Eu vou-te por a ouvir a voz da miúda, mas se a seguir tu ficas no estado deprimente em que tens estado nestas ultimas semanas, eu juro que te ponho num psicólogo e … - O Tom começou a falar, mas eu interrompi-o.
Eu não sou nenhuma maluqinho para me pores nisso. – Gritei-lhe, enquanto tentava suster as lágrimas nos olhos.
Mas esta situação não é nada saudável. Nem para ti, nem para mim! – Levantou também o seu tom de voz, chegando mesmo a gritar. – Eu às vezes dou comigo deprimido só porque tu estás também.
ISTO NÃO TEM NADA A VER CONTIGO! – Continuei a gritar, mas logo me arrependi do que disseram. – Desculpa… – Disse baixinho, preferindo encarar o chão.
Bill…- Disse o Tom naquele seu tom de voz carinhoso, abraçando-se a mim – Eu sou teu gémeo, estamos ligados desde sempre e, eu amo-te acima de tudo e de todos. – Disse convicto – Se tu estiveres triste, eu nunca conseguirei estar feliz. Bill, desculpa dizer o que direi a seguir, mas é aquilo que eu sinto. – Fez uma pausa para se afastar e, olhar-me nos olhos – Durante estes três anos eu não consegui rir uma única vez e, quando soube que estavas vivo até chorei de alegria. Mas nestes últimos três meses que passamos juntos, parece que tudo voltou ao mesmo. Não consigo estar feliz por nada, não consigo rir pelas piadas do Georg, não consigo. – Pegou no meu rosto suavemente e beijou-me a testa – Odeio ver-te assim, por isso quero que ultrapasses tudo isto. Achas que consegues? Por mim? – Implorou docemente.
Desculpa Tom. – Pedi sinceramente.
Hey puto, os irmãos mais velhos servem para isso. – E esboçou um pequeno sorriso. – Vamos lá então.

Com apenas um movimento, ele retirou o telemóvel do seu bolso e marcou um número, colocando o telemóvel ao meu ouvido.
O meu coração, antes calmo, recomeçou a bater muito rapidamente, fazendo com que a minha respiração falhasse novamente. Foram precisos apenas mais dois toques para que a voz que eu tão bem conhecia, falasse. Abalando com toda a força que me restava e, tentando não chorar.

Estou? Quem fala? – Perguntou ela, a sua voz parecia também muito abatida.

Queria dizer-lhe que era eu e que sentia muitas saudades dela. Queria dizer-lhe que a amava e queria também pedir-lhe que viesse ter comigo, onde era o seu lugar.

Sim? – Continuo ela.

Com a garganta a arder e, já sem força para conter as lágrimas, deixei-as rolar pelo meu rosto. Virei o rosto para fitar o meu irmão e, vi que ele também chorava. Com alguma brutidão, lancei-me para os seus braços deixando todas as lágrimas rolarem.

Olha, tenho mais que fazer. – E sem dizer mais nada, desligou.

Senti-me ser abraçado fortemente e, deixei o telemóvel cair no chão. Sem qualquer vergonha, chorei. Chorei nos braços do meu irmão, como há muito tempo não fazia.
Mas naquele momento tentei esquece-la, tentei seguir em frente, por mim, pelo meu irmão… por ela. Mas sabia que nada resultaria. Eu iria amá-la para sempre, quer estivesse junto dela, quer não.

Pronto para o concerto? – Perguntou-me enquanto limpava as lágrimas ainda existentes nos seus olhos.
Eu nasci pronto para tudo mano. – Sorri para ele e, limpei as lágrimas salgadas que insistiam em cair.

Em alguns minutos já estava em palco, a fazer aquilo para que eu tinha nascido. E, pronto para tentar começar a seguir em frente.

“I'm here without you baby
But you're still on my lonely mind
I think about you baby
And I dream about you all the time
I'm here without you baby
But you're still with me in my dreams
And tonight, it's only you and me”


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Notas finais do capítulo

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