Miles Apart escrita por rutepim


Capítulo 21
Final Day


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.... mas testes e trabalhos :| Obrigado a quem tem comentado



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(Pim / Num navio, algures no meio do Oceano Atlântico / 10 de Agosto de 2009 / segunda-feira / 22:01)



Finalmente um espaço sossegado, onde tínhamos a nossa privacidade. Um espaço, pelo qual tinha ansiado a tarde toda. Um espaço onde, finalmente, poderia estar a sós com o rapaz que eu amava… o Bill.
Era uma pequena e apertada cabine, com espaço apenas para uma estreita cama encostada à parede. Na outra parede, em frente à cama, via-se um espelho muito grande. E, em frente à porta, na parede oposta, existia uma minúscula janela redonda. Podia ser a mais pequena cabine, mas se fosse a única em eu poderia estar sozinha com o Bill, então sim, eu aceitava sem pensar duas vezes.
Quando entramos pela cabine, o Bill dirigiu-se para a cama, sentando-se logo de seguida sem emoções ou palavras. Ele mantivera-se calado em todo o percurso, desde a central de controlo até aqui.
Olhei-o enquanto fechava a porta e, prestei atenção a cada traço existente no seu rosto. Estava com uma expressão vazia, estava a pensar na despedida, de certeza. Conseguia perceber os momentos em que ele mudava os pensamentos para a despedida ou para a altura em que iria voltar a estar com o irmão. Quando pensava no Tom, podia estar triste mas no seu rosto ainda se via esperança. E nas alturas em que se lembrava da despedida o seu rosto mostrava-se vazio e, não mostrava qualquer emoção.
Comecei também a pensar na despedida e, a dor e tristeza começaram também a apoderar-se de mim, uma vez mais. Mas, com uma força que eu própria não reconheci, obriguei-me a bloquear todas os assuntos que não interessavam para agora.
Afastei-me silenciosamente da porta e, fui me sentar ao lado do Bill. Ele olhou-me por instantes e esboçou um pequeno sorriso. Um sorriso que me levou a esquecer tudo, por agora.

Bill… – Comecei a dizer, olhando-o através do espelho. Ele impediu-me de continuar com um beijo de suster a respiração.

Foi um beijo que fez com que o meu coração começasse a bater muito rapidamente. Um beijo que eu esperara receber durante as ultimas horas.
Aos poucos e poucos fui me levantando, fazendo-o levantar-se também, mas nunca quebrando o beijo.
Agarrei fortemente nas suas costas, tentando-o puxar o máximo que podia para junto de mim. Ele passou as mão pelo meu cabelo e, virou-me, deitando-se logo de seguida por cima de mim na cama. Aí quebrei o beijo e rolei na cama, ficando por cima dele. Beijei-o novamente e, pude reparar que o meu coração não abrandava, chegando a bater ainda mais rápido. Sorri com tal sensação e, o Bill percebendo que me ria moveu-se lentamente ficando lado a lado comigo.

Diz-me no que é que estás a pensar. – Pediu-me num tom débil, enquanto me roçava suavemente os seus lábios pela minha mão.
Em ti. – Respondi sorrindo, fazendo-o sorrir também. Oh, como eu iria ter saudades do seu sorriso.

Senti o meu coração a bater, ainda muito rápido e puxei a mão do Bill para junto do meu peito, fazendo-o sorrir ainda mais quando sentiu na sua mão aquilo que eu sentia dentro de mim.
Puxou-me suavemente para cima de si e, recomeçamos onde havíamos parado. Beijou-me fugazmente enquanto a sua mão, ainda pousada sobre o meu peito, acariciava essa parte do corpo.
Sem aviso prévio virou-me e, meteu-se sobre mim, ficando de joelho na cama. Sorri com certa perversidade nos lábios, fazendo-o soltar uma gargalhada sonora, que eu me deliciei em ouvir. Este é que era o meu Bill. Alegre e solto.
Passei as minhas mãos para o colarinho da sua camisola e, puxei-o para baixo, voltando a deliciar-me com os seus doces lábios. Com as mãos ainda na sua camisola, comecei a tirá-la, para que depois a mandasse para algures na cabine e perder-me algures na sua barriga.
Virei-o e, desta vez fiquei por cima. Baixei-me para o poder voltar a beijar, ao mesmo tempo que despia também a minha camisola.
Quando dei por mim, estava a beijar todos os pedaços do corpo do Bill, fazendo-o soltar por vezes breves suspiros.

Tudo o que se sucedeu a seguir foi a demonstração do amor que ambos sentíamos um pelo outro. Uma demonstração de amor, que eu adorava fazer com o Bill. Uma demonstração que dentro de dias não poderíamos voltar a fazê-la.
Não era apenas sexo, era amor. No nosso acto existia acima de tudo amor. Entregava-me de corpo e alma e, recebia o mesmo pela parte dele, era amor. Amor verdadeiro. Um amor que se demorava a conquistar e, sendo muito difícil a esquecer. Um amor que me fazia acordar de manhã com um sorriso na cara, por saber que iria estar com ele. Um amor que me fazia doer o peito, por saber que iria acabar. Este não era com certeza um amor que se podia encontrar por aí todos os dias e, eu sabia-o muito bem.
Eu estava certa de algumas coisas. Primeiro eu estava completamente apaixonada pelo Bill; segundo, amanha iria ficar sem ele; e da última coisa eu estava ainda mais certa, eu não conseguiria passar os próximos dias sem ele.
Dei por mim a fazer aquilo que prometera a mim mesma não fazer hoje: pensar na despedida. Por isso, voltei a bloquear todos os meus pensamentos há cerca desse assunto e, aproveitei o resto da felicidade que dispunha por hoje.
Olhei para o lado e, pude ver o Bill a dormir serenamente. Com suavidade depositei um breve beijo nos seus lábios e, por momentos, podia jurar que o tinha visto sorris, mas tinha sido apenas mais uma das minhas imaginações.
Deitei-me de frente para ele e, coloquei o seu braço por cima de mim, deixando me ficar a apreciar o seu toque delicado e a sua pele suave.
Não queria fechar os olhos, pois se o fizesse iria certamente adormecer. E isso era a ultima coisa que queria que acontecesse agora. Queria o sentir pelo resto da noite a dentro. Queria poder aproveitar o seu toque pelo máximo de tempo que pudesse e, não desperdiçar o tempo a dormir.
Quando o céu já começava a clarear, não pude mais resistir. E momentos depois do sol começar a nascer, adormeci nos braços do Bill. Os braços de onde nunca deveria sair
.



“I just can’t believe the day has come.
When all the clocks stand still
The horizon seems to disappear
And all our dreams are unfulfilled
I can feel the end is near
It all has come, as we had feared.

And if our final day has come
Let’s pretend to carry on
And if the end has now begun
Live on Live on”


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Notas finais do capítulo

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