(Pim / Lisboa / 21 de Junho de 2006 / Sexta-Feira / 14:53H)

“OMG, Bill Kaulitz? À minha frente? Não posso! – levei as mãos à cara, pois não era todos os dias que podia ter o Mr. Kaulitz mais novo à minha frente. Era realmente emocionante. – Eu chamo-me Maria Madalena, mas como não gosto do meu nome podes-me tratar por Pim. – Dizia atrapalhadamente tentado não me engasgar nas minhas próprias palavras.
Sim sou o Bill Kaulitz, prazer … Pim? – Perguntou ao mesmo tempo que esboçava o seu lindo sorriso com que eu já muitas vezes sonhara.
Sim, Pim! Mas o que é que estás a fazer aqui no meu quarto? NO MEU QUARTO????”

Menina Madalena acorde. – Disse uma voz muito perto de mim e, sem dúvida que não era a voz do Bill, pois daquilo que eu me agora recordava ele não tinha voz de mulher.

Levantei-me de repente e aí percebi que tinha sido um sonho. Apenas mais um sonho com o Bill Kaulitz, de facto não era nada mau sonhar com ele, mas todos os dias, cansava um pouco.

Maria é de madrugada! – Protestei, enquanto me enfiava de novo debaixo dos lençóis. – E já sabes que eu odeio que me chames Madalena. É Pim.
Sim menina … Pim. Mas você sabe que a sua mãe não gosta que a menina acorde muito tarde, por isso é que vim chamá-la. – Dizia ao mesmo tempo que abria os estores das janelas, deixando que o sol invadisse todos os cantos do quarto. – Além disso, um passarinho contou-me que alguém tinha de se ir encontrar com os seus amigos. Já são 15 horas menina.
O QUÊ? – Interroguei enquanto me voltava a levantar da cama e começava a andar as voltas pelo quarto a tentar achar algo que pudesse vestir. – Que porcaria já estou atrasada.
Menina olhe as maneiras! – Exclamou num tom autoritário que me fez lembrar o meu pai.
Desculpa Maria. – Beijei a sua bochecha e comecei-me a dirigir a um passo acelerado para a casa-de-banho. – Arranja-me qualquer coisa rápida para comer. – Gritei já dentro da casa-de-banho.

(15:36H)

Depois de já estar vestida, penteada e arrumada corri para a cozinha tentando não escorregar em algum tapete ou não partir alguma obra de arte da Sra. minha mãe.

Menina Mada… – começou a dizer, sendo rapidamente interrompida pelos meus olhos ameaçadores. – Pim. – Apressou-se a corrigir. – Está aqui uma tosta-mista e um sumo. Mas lá no Vasco da Gama veja se come mais alguma coisa.
Natürlisch. – Peguei no lanche e na minha mala que estava para ali perdida e fui-me dirigindo para a porta, acabando por me lembrar de uma coisa e tento que voltar para trás. – Maria, se o meu pai ligar diz-lhe que vou hoje à noite ter com ele lá a Berlim. Ah e, se a minha mãe também ligar, avisa-a que de Berlim vou para Nova Iorque, para os anos da R. Mais… – tentei me lembrar de algo também importante, enquanto me voltava a dirigir para a rua. Só quando já estava do outro lado da porta da rua, pronta a fechar a porta é que me lembrei. – MARIA FAZ-ME AS MALAS! – Gritei e de seguida fechei a porta atrás de mim.

Com a maior rapidez que conseguia lá me dirigi ao Vasco da Gama, onde já deviam estar quatro pessoas à minha espera pelo menos à uma hora, de certeza que o seu bom humor não deveria estar bem em cima. Esse pensamento fez-me soltar uma gargalhada, levando dois homens que por ali passavam a olharem para mim. Não liguei e continuei a minha caminha.
Ao fim de cinco minutos cheguei ao sítio desejado e lá estavam eles, os meus melhores amigos, a minha prima e o meu namorado. O meu grupo, a minha família. Lancei-lhes um breve aceno com a mão e aquilo que apenas me foi retribuído foi um largo sorriso pela parte da minha prima. Há já muito tempo que estava habituada com os meus atrasos.

Olá meus amores. – Sorri para todos.
Até que enfim Pim. – Pronunciou o Gonçalo ao mesmo tempo que dava um suspiro.

Não respondi ao comentário e dirigi-me a ele para lhe dar dois beijinhos, fazendo o mesmo à M e à R. Por fim, sentei-me ao colo do meu namorado e beijei-o nos lábios.
Aqueles lábios pelos quais eu suspirava noite e dia, dia e noite. Eram meus, já me havia habituado a eles desde os meus 14 anos de idade.
Quando dei por mim já estava demasiado embrenhada nos seus labios e nos meus pensamentos e, foi preciso um breve tossir para que eu voltasse de novo à realidade.

Bem nós viemos aqui para falar dos meus anos…-começou a R a falar, acabando por ser interrompida por um murmúrio da M.
hm, os teus anos.
Acho que já estava na hora de arranjares um namorado ó M. – disse-lhe, soltando uma gargalhada logo de seguida.
Ya, para não teres de ir arranjar rapazes para Nova Iorque. – Completou o Gonçalo, fazendo todos se rirem.
In your dreams baby. – a M disse para o Gonçalo, mostrando-lhe a língua
Blá blá blá, podem me ouvir ? - disse a R muito alto, para que todos nós a pudessemos ouvir. - Pim, no domingo os Tokio Hotel vão lá dar um concerto...
Não vão começar com esses paneleirões pois não? - perguntou o Pedro para mim e para a R.
Eu digo-te quem é o paneleirão... - disse-lhe em tom de desdém, ao mesmo tempo que le mostrava a lingua.

O resto da tarde foi passada ali mesmo, a planear tudo para os anos da R. Iríamos todos festejar os seus 16 anos numa discoteca a Nova Iorque e, no dia seguinte iriamos torrar os cartoes de credito dos nossos pais em compras e mais compras. Muito superficial ? Parecia, mas foi um hábito que haviamos ganho com o passar do tempo.
Quando me apercebi já eram 20horas e, decidi ir para casa. Pois se ainda queria apanhar o voo hoje para Berlim, tinha de me despachar.