Miles Apart escrita por rutepim


Capítulo 16
I'm yours, You're mine


Notas iniciais do capítulo

Pois bem... tenho andado desaparecida não é? Desculpem, mas os testes começaram na escola e tenho andado a estudar. Prometo que hoje posto mais um ou dois.



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Qual o teu filme preferido? – Perguntou-me o Bill.

 

Mais uma vez nos encontrávamos a conhecermo-nos melhor. Era um género de passatempo. Um género de actividade que exercíamos sempre que não estávamos a explorar a ilha, a nadar, a pescar, sempre que não estávamos ocupados.

 

Esse é complicado. – Tentei me lembrar de todos os filmes que eu mais gostava e, foram cinco os meus eleitos. – Podem ser cinco? – Perguntei-lhe, sendo correspondida por um breve aceno afirmativo. – O Fantasma da Ópera, Eduardo Mãos de Tesoura, A Noiva-Cadáver, Chicago e os Harry Potter’s, que podem contar como um.

Bem Pim, tenho te a dizer que só gostas de coisas deprimentes. – Disse num tom indiferente, rindo-se logo de seguida.

Bill, tu choras a ver o Diário da Nossa Paixão. Queres falar sobre isso? – Perguntei, agora rindo-me também. – Blá blá blá, uma linda historia de amor. A sério, não gosto nada desses géneros de filmes. Um homem apaixona-se por um mulher e, são felizes para sempre.

Achas que podemos ter esse fim? – Perguntou-me seriamente, encarando o chão.

Não sei. – Respondi. – Não sei mesmo.

Então mudando de assunto. – Fez o seu melhor sorriso e, eu não pude também de deixar de sorrir. Enquanto ele me sorrisse desta forma, eu seria sempre feliz. – A tua série preferida.

Essa também é complicada. Gosto de One Tree Hill, Nip Tuck, Anatomia de Grey, House, O Sexo e a Cidade, Smallville e, a minha preferida mesmo: Mentes Criminosas. Aquele Matthew Gray Guble faz qualquer rapariga… – Vi-o fazer uma careta e, parei abruptamente. – Próxima!

Banda preferida. – Disse, num tom mimado ao mesmo tempo que fazia um beicinho, completamente adorável.

Essa é fácil. Tokio hotel conheces? – Perguntei-lhe, levando-o a desfazer-se do seu momento de amuo e sorrindo abertamente.

Claro que conheço. – Fez uma pausa – Aquele vocalista é cá um jeitoso. – Disse numa voz extremamente gay, fazendo-me soltar uma gargalhada.

Eu cá acho-o muita saloio, prefiro o seu gémeo. – Disse-lhe, mandado com areia para si.

É não é? – Perguntou desdenhosamente.

Nem por isso. – Respondi sinceramente.

Com um impulso mandei-me para cima de si e, beijei-o. Beijei-o como sempre fazia, com amor e carinho. Beijei-o e, deixei-me ser beijada. Era tudo o que eu queria neste momento. Ele. E, eu sabia que o sentimento era recíproco.

Ele era meu.

Eu era dele.

 

***

Estava uma noite bastante fria, não só dentro da gruta como também fora dela. Nada nos conseguia aquecer em ambos os nossos cantos da gruta, nem a fogueira acesa no meio de nós. Eu poderia ir deitar-me ao lado do Bill, mas à semanas atrás havíamos tido que nos separar a dormir, pois ele tentava sempre levar as coisas para o lado que eu não queria que ele levasse.

Levantei-me devagarinho, pegando na manta que tinha e, pé ante pé fui até ao seu encontro, esquecendo tudo o que me pudesse fazer voltar a trás nessa decisão.

 

Frio não é? – Perguntou-me, ao mesmo tempo que abria os seus braços para eu me deitar dentro deles.

Muito. – Disse e, aceitando o seu convite enrosquei-me nos seus braços, virada de frente para ele. Ele abraçou-me suavemente. – Não te importas de me aquecer esta noite pois não?

Achas mesmo? – Perguntou retoricamente, enquanto me depositava breves beijos sobre os lábios.

Mas Bill, eu não… – comecei a falar, mas fui logo interrompida pelas suas palavras.

Quero fazer nada precipitado. – Interrompeu-me, acabando por dizer aquilo que eu já lhe dizia há semanas. – Eu sei e, eu não me importo. Só me importo daquilo que sentimos um pelo o outro, é a única coisa que importa mesmo. E enquanto tu me quiseres a teu lado, eu nunca sairei daqui.

Obrigado Bill. – E beijei-o, pondo de seguida a minha cabeça sobre o seu peito. Onde vários minutos depois acabaria por adormecer.

 

***

Antes de caíres nesta ilha o que é que querias fazer quando fosses mais velha? Quais eram os teus objectivos de vida? – Perguntou-me o Bill.

 

Era um dia como outro qualquer, com a tão nossa conhecida rotina. Acordávamos, comíamos, ia-mos até ao mar ou até ao lago, voltávamos para comer, passeávamos, voltávamos a comer, conhecíamo-nos melhor, voltávamos a comer, dormíamos, etc. etc.

Neste momento encontrávamo-nos na praia a olhar para as estrelas que se viam muito bem dali, era sem duvida uma excelente visão.

 

Não sei, não sei mesmo. Nunca fui daquelas pessoas que queriam acabar de estudar e, depois arranjar emprego, casar e ter filhos. Não, quero casar é claro. E se for com a pessoa que amo ainda melhor. – Nesta parte não pude de deixar de olhar para ele e sorrir. – Mas antes de tudo isso queria viajar, conhecer novos costumes, pessoas. Novos ares. Quero aproveitar a vida, quero um curso de fotografia e, quero pintar. Sim, o meu sonho é mesmo andar pelo mundo a pintar as paisagens mais bonitas.

Hum… – Por momentos, observei-o e, ele apenas continuava a fitar o céu com uma expressão imperceptível. – Supúnhamos que amanha mesmo chegava um barco para nos salvar. Ias seguir o teu sonho? – Perguntou agora olhando-me nos olhos.

Onde é que queres chegar? – Perguntei, não entendendo a pergunta.

Responde-me apenas. – Disse calmamente, voltando a fitar o céu.

Provavelmente iria acabar a escola e, depois sim. Seguiria o meu sonho. – Proferi sinceramente, olhando também para o céu.

E onde é que eu me encaixava no meio disso tudo? – Perguntou, no mesmo tom calmo e vazio.

No meu coração. – Respondi. – Onde é que eu me encaixava no meio da tua carreira que ainda só agora começou? – Perguntei-lhe, entendendo onde é que ele queria chegar.

 

Voltei me de lado e, observei-o.

 

Pois é aí onde eu quero chegar. Nós temos objectivos de vida bastante diferentes. Quer dizer, não são assim tão diferentes pois ambos queremos viajar pelo mundo. – O Bill falou num tom que arrepiou. Era vazio, bastante vazio. – Mas ambos não iríamos conseguir manter esta relação. Admite. – Ordenou, num tom de voz mais elevado.

Sim, é verdade. Mas Bill porque tudo isto agora? – Perguntei, enquanto me punha de joelhos à sua frente.

Desculpa. – Disse e, pude ouvir que o seu tom de voz suavizara e, o seu rosto estava marcado pela dor. – Mas é que eu já não sei se irei conseguir passar os dias sem ti Maria Madalena. – Afirmou, levantando-se também. – Eu gosto mesmo de ti, entendes? – Perguntou, ao mesmo tempo que me segurava no rosto com ambas as mãos.

E eu de ti Bill. – Disse.

 

E ele beijou-me.

Um beijo marcado pela incerteza. A incerteza do que se poderia passar quando nos separássemos. A incerteza de que poderíamos sair magoado. A incerteza do futuro. Sim, o futuro.

Era isso o que eu mais temia neste momento. O meu maior medo. O futuro era incerto, marcado pelas mudanças. O futuro era incerto e, a menos que fossemos algum género de vidente não saberíamos o que se ia passar daqui para a frente.


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Notas finais do capítulo

...reviews?...



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