Miles Apart escrita por rutepim


Capítulo 12
My Stupid Mouth


Notas iniciais do capítulo

Não me matam no fim do capitulo :P



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(Pim / Algures no meio do Oceano Atlântico / 26 de Junho de 2006 / Quarta-feira / 13:21H)

Estou tão morta! – Disse num tom cansado, enquanto me atirava para o chão coberto de folhas de arvores e musgo, fazendo-o rir-se de mim.
Ou estás completamente morta, ou não estás. – Sentou-se a meu lado, esticando as pernas logo de seguida.
Não dá para estar só um bocadinho morta? – Perguntei, não fazendo a mínima ideia do que dizia. Falava por falar. Falava só para que ele pudesse responder e, aí eu pudesse ouvir a sua voz.
Não dá muito jeito Pim. – Respondeu-me, soltando uma gargalha sonora.

Ficamos por ali parados a apreciar a grande imensidão de árvores à nossa frente. A nossa manhã tinha passado muito depressa, mas a caça a alimentos não tinha corrido nada mal. Tínhamos conseguido bastante fruta e, numa tentativa de pesca pela parte do Bill, dois peixes. Até se tinha ajeitado na pesca, não fosse os enormes arranhões com que ficou por estar sempre a cair.

O lado mau dessa grande aventura foi a parte em que os meus pés haviam ficado em ferida, por não estar habituada a andar com estas botas e, também ao piso bastante desnivelado da grande selva. Tinha caído pelo menos cinco vezes, o Bill lá tentava esconder as gargalhadas, mas a partir da segunda queda foi lhe impossível não rir.

Tinha sido sem dúvida uma boa manha e, agora estamos só a descansar um pouco para que o Bill me levasse a ver aquilo que tinha feito.

Vamos? – Perguntou-me o Bill, começando-se a levantar.
Claro, mas onde é? – Tentei saber, enquanto recebia de bom agrado a mão do Bill para me ajudara levantar-me.
Depois vês. – Respondeu o Bill.

Começou então a correr pela selva sem nunca parar. Os peixes balançavam de um lado para o outro sobre as costas do Bill, dando a impressão que a qualquer momento podiam cair. Eu ia agarrada à sua mão a tentar não tropeçar em nenhuma pedra que se pusesse no meu caminho. Só depois de algum tempo a correr, com algumas paragens para eu gritar de dor por causa dos meus pés, chegamos a um penhasco. Não era muito alto, mas era o suficiente para ver toda a praia e, uma parte mais alta ao pé da praia tinha lá qualquer coisa escrita. Esfreguei freneticamente os olhos para escurecer melhor a imagem e, aí sim consegui ver o que dizia.

Help? – Perguntei-lhe, mostrando um rosto confuso e irritado – Esperas que com isto consigamos sair daqui?
Desculpa? Está perfeito. – Sorriu convencido.
Não, não está! – Gritei enfurecida.

Como é que ele podia estar tão calmo? Credo, estávamos perdidos no meio do Oceano Atlântico sem comida, sem água, sem ninguém, sem nada, completamente sem nada. E não era apenas com um monte de pedras juntas a formar a palavra “help” que iríamos sair daqui.

Não compreendo por que é que estás assim. – Disse o Bill, bastante confuso enquanto se aproximava de mim. Quando estava a meu lado colocou as suas mãos no meu rosto. O meu coração voltou a acelerar e, aquela sensação voltou – Eu gosto tanto disto como tu Madalena. – Deu-me um suave beijo no canto dos lábios e, de seguida, abraçou-me.

Com as mãos afastei-o de mim, isto não poderia acontecer mais. Ele era o Bill Kaulitz, o meu ídolo e, agora estava apaixonada por ele. Não podia, pois no meio disto tudo ainda havia o Pedro. Não, eu não podia. Olhei para ele com as lágrimas a quererem brotar dos meus olhos e vi que a sua expressão estava confusa e preocupada.

Pim? – Inquiriu, agora também com a preocupação patente na sua voz – Não apertes mais as mãos. – Disse aflito.

Só aí é que reparei que estava a exercer uma força enorme com as unas sobre a palma das mãos, começando a ficar ferida. Gritei de dor, fazendo o Bill aproximar-se muito rapidamente de mim.

Madalenas estás bem? – Perguntou ao mesmo tempo que agarrava nas minhas mãos e as colocava atrás das suas costas, para poder-me abraçar novamente. – Estou preocupado.
Não sei porque. – Disse secamente, afastando-me de si novamente.
O que é que se passa? – A sua expressão tornou-se outra vez confusa.
Ainda perguntas? Olha para onde estamos. – Levei as mãos ate ao céu, para depois apontar para toda a ilha. – Completamente sem nada! Nós podemos morrer à fome aqui Bill. E tu parece que estás feliz, por aqui estar. Credo Bill, acorda! – Gritei e, de seguida dei-lhe um abanão nos ombros. Ele não reagiu – Reage! – Voltei a gritar – Não é com isto, - voltei a apontar para a palavra help – que vamos sair deste fim de mundo. – Ele piscou os olhos varias vezes, como se tivesse acabado de acordar.
Queres que faça o que? – Perguntou exaltado – Que pegue em ti e vá a nadar pelo oceano a fora? – Mandou as mãos para o ar e, começou a bater com o pé – Eu não sou o Super-Homem. E além do mais, se eu estivesse como tu tens estado, não aguentaríamos nem uma semana. – Parou de gritar, e fitou o chão – Estás a ser pobre e mal agradecida. – Fez uma pausa para respirar fundo. - Pim desmaias muito facilmente. Achas que por dentro estou calmo? – Perguntou retoricamente – Não estou! – Gritou – Tu é que agora estás parva.
Eu? Parva? – Ri-me ironicamente – HAHA, deves estar a gozar comigo. Tu és completamente insuportável.
Vês? Olha para isso! – Disse, apontando na minha direcção – Estás-me a tratar como um cão.
Tu também não podes falar muito pois não? – Perguntei num tom baixo e, com a irritação patente na minha voz. Lembrando-me da noite em que nos tínhamos conhecido e, pela sua cara ele também se tinha lembrado. Enfurecendo-se logo de seguida.
Eu nem te conhecia! – Gritou exaltado.
Agora pensas que conheces é? – Perguntei-lhe, deixando escapar um sorriso falso.

A tensão que antes estava instalada sobre nós, desapareceu. Olhamo-nos ambos nos olhos e, ficamos durante algum tempo assim, apenas com o barulho do mar a bater nas rochas lá em baixo e, o vento a soprar contra as nossas caras.

Sim, tinha sido completamente estúpida. Sim, estava magoada. Sim, estava a merecer tudo aquilo e se calhar merecia muito mais.

Olha… – ele finalmente falou, num tom de voz que mostrava estar a desistir de mim – vais para o teu lado e eu vou para o meu sim? Sem quaisquer complicações. Eu não consigo aguentar mais, desculpa. – Pude ver que os seus olhos estavam carregados de lágrimas.

Eu queria gritar que não, que o queria a meu lado. Quem sem ele, aqui nesta ilha e provavelmente em todo o lado, eu não iria aguentar. Queria-lhe agarrar com força e, nunca mais largar. Eu não queria nem podia me separar dele, não aqui nem agora. Não estava preparada para isto.

As lágrimas já brotavam ferozmente pelos meus olhos, escorrendo pelo meu rosto a baixo e caindo na camisola branca. As palavras, ao contrário das lágrimas, não queriam sair.

Hum hum. – Apenas consegui emitir um som estranho, que o fez virar-se para o lado contrário do qual eu estava.
Fica bem. – Disse, quase num murmúrio, sem se virar para mim. E depois de o ver a respirar fundo, ele partiu. Deixando parar trás eu e, o meu coração despedaçado.

Eu podia apenas afirmar uma coisa: nunca uma dor me atingiu tão fortemente, como a que estava agora bastante acesa dentro de mim. Tudo se estava a desfazer à minha volta. Mas a única coisa que fiz foi chorar, chorar por ele, chorar por não o ter.

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Notas finais do capítulo

reviews? ....



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