Miles Apart escrita por rutepim


Capítulo 10
Thank You


Notas iniciais do capítulo

Ooooh, obrigada a quem comentou



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/61411/chapter/10

(Pim / Algures no meio do Oceano Atlântico / 25 de Junho de 2006 / Terça-Feira / 20:32H)

Fui abrindo lentamente os olhos. Ao princípio vi apenas sombras, mas depois de abrir e fechar os olhos várias vezes, consegui ver realmente onde estava. E era agora claro para mim que não estava no mesmo local onde tinha perdido os sentidos. O local de antes estava exposto ao sol e rodeado de grandes árvores, agora encontrava-me num sítio embrenhado pela escuridão, o solo antes cheio de folhas, era agora duro e frio.

Deduzi que estivesse numa caverna, mas algo me impediu de continuara a raciocinar: Como vim aqui parar? Tentei procurar a saída com a fraca luz que provinha de uma fogueira que se encontrava ali à minha frente, mas apenas vi grandes paredes de pedra escura. Reparei que num canto estavam as minhas malas e, ao seu lado estavam outras que não reconheci. Depois de olhar para todos os cantos daquela caverna, um barulho vindo de lá de fora chamou-me a atenção: era o embater das ondas na areia. Devia estar perto da praia.

De repente um pequeno suspiro fez-me ficar assustada e, automaticamente olhei para todos os lados na esperança de ver quem era.

BUH! – Gritou alguém atrás de mim. Eu apenas tive a reacção de gritar e me virar para ver quem era.
Mas tu és estúpido? – Perguntei ao Bill, vendo-o entrar na caverna com algumas coisas debaixo do braço.
Nem por isso. – Respondeu sorrindo e, não me prestando qualquer atenção.
A sério Bill, já pensaste ir ao médico. – Fiz uma pausa – Eu acho realmente que tens um problema nessa tua cabeça de espanador. – Disse-lhe, voltando a sentar-me novamente na pedra fria.
É não é? – Pousou aquilo, que eu pensei ser fruta, no chão, um pouco mais afastado da fogueira. – Devo mesmo de ter. – Afirmou, voltando-se para mim. – Para te carregar até aqui ao colo. .– Parou e, fez um falso ar pensativo – Sim, tenho mesmo uma doença. – E sorriu para mim. Não o seu sorriso falso, mas aquele seu sorriso que eu adorava. Com tal gesto fui incapaz de não sorrir também para ele.
Bill… – quebrei o silêncio que se havia instalado entre nós.
Sim? – Ele olhou-me e sorriu abertamente.
Eu queria te… – fiz uma pausa para tentar engolir o orgulho, pois aquilo que eu iria dizer não era fácil.
Então. – Disse já bastante curioso.
Obrigado! – Disse-lhe depois de muito reflectir. – Por me teres trazido para aqui. – Conclui, sorrindo.
Oh, na boa. Eu sei que farias o mesmo por mim. – Falou num tom calmo, enquanto se sentava a minha frente.
Faria? – Inquiri maliciosamente.
Não farias? – Voltou-me ele a perguntar meio chocado.
Eu… – parei, pensando em tudo o que se tinha passado até agora e por fim respondi sinceramente. – Sim, eu faria.
Eu sei. – Disse, mostrando um ar convencido que me fez rir. Pegou nas frutas ali postas antes – Queres? – Perguntou, mostrando-me uma fruta que eu não conheci. Fiz uma careta – Papaia, não gostas?
Não conheço. – Ele riu-se e passou-me para as mãos a metade que tinha cortado com uma faca, que eu deduzi ter sido tirada do jacto meio desfeito que se encontrava na praia –Obrigado. – Agradeci e, tirei-lhe a pequena faca para poder descascar aquela metade da papaia.
Amanhã vais tu a procura de comida. – Disse, enquanto me roubava a faca das mãos.
Eu? – Perguntei meio chocada. – E se me perco?
Estava a brincar contigo Pim. – Ele parou para me olhar a meter um pedaço de papaia na boca – Então, gostas? – Perguntou ainda a olhar para mim.
Hum… – saboreie mais um pouco daquele pedacinho de fruta suculenta. – Adoro! – Disse num tom de voz que ao ouvir-me, eu própria me ri. Fazendo o Bill rir-se também.
Ainda bem. - Respondeu quando as nossas gargalhadas cessaram.
Bill…
Diz Pim.

Vamos passar os dias a comer fruta… – parei por um segundo para poder alcançar a outra metade da papaia, que se encontrava a meu lado – … até nos descobrirem?
Se é que algum dia iremos ser descobertos. – Murmurou muito baixo para que eu não o pudesse ouvir. Azar, eu ouvi perfeitamente.
BILL. – Gritei e ele assustou-se, ficando a olhar para mim confuso – Não sejas tão pessimista BillyBoy. – Ele fez uma careta e eu ri-me dele – Que horas são? – Perguntei ainda a rir.
Achas que eu sei? – Perguntou retoricamente.
A minha mala. – Disse, fazendo-se luz na minha cabeça.
O que é que tem a tua mala?

Perguntou mas eu não lhe respondi, levantando-me e correndo até as minhas malas que se encontravam num canto. Abri umas das malas e procurei no meio das calças de ganga aquilo que tencionava encontrar.

Mas do que é que estás a procura? - Voltou a perguntou, um pouco mais alto.
Espera. – Pedi-lhe, ainda mexendo em todas as peças de roupa que a mala continha. Um objecto duro passou me pelas mãos e eu agarrei-o fortemente. – ACHEI! – Gritei para o Bill, ele apenas se riu. – São agora 16:21 em Portugal, provavelmente serão aqui 20 ou 21 horas. Até porque já anoiteceu. – Disse-lhe.
Como sabes? – Perguntou-me confuso.
O meu relógio. – Mostrei-o – Ofereceram-me à algum tempo atrás. – Sorri para o relógio de prata que estava nas minhas mãos. Tinha sido o Pedro a dar-mo e, adorei-o logo no mesmo instante que o recebi.
Que te deu? – Perguntou o Bill curioso.
O meu namorado. – Respondi, ainda olhando para o relógio.
Ah, tu tens namorado? – Perguntou um tanto ou quanto incrédulo. Eu apenas assenti. – Eu não tenho namorada. Vocês dão trabalho a um homem.
Homem? – Perguntei, fazendo – me soltar uma gargalhada e, ele também acabou por se rir.

Continuamos ali para ali a rir enquanto comíamos fruta, mas ao fim de alguma tempo a fruta acabou e o riso cessou. Ele olhou-me nos olhos e esboçou um pequeno sorriso, o seu sorriso.

Desculpa. – Pediu e, eu fiquei ligeiramente confusa por não perceber o porque daquele “Desculpa”. – Pelos beijos.

Senti as minhas bochechas ruborizarem violentamente e, para disfarçar sorri timidamente. Ele apercebeu-se e sorriu para mim, enquanto se aproximava lentamente, acabando por se sentar a meu lado.

Estávamos agora os dois a olhar para a fogueira à nossa frente, vendo os pequenos paus de madeira serem engolidos pelas chamas. Senti ele aproximar-se de mim e, corei ainda mais. Sem dar por isso ele colocou a sua mão no meu queixo para fazer-me olhá-lo nos olhos. Estava simplesmente lindo, os seus cabelos pretos esvoaçavam, devido à brisa da noite que insistia entrar pela caverna, o seu rosto, sem maquilhagem, estava iluminado pela luz proveniente da fogueira. Eu não podia negar: ele parecia perfeito.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

reviews?...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Miles Apart" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.