- Pronto. - Cora disse,soltando os cabelos da menina à sua frente e pousando as mãos em seus ombros - Parece uma Rainha.

- Obrigada. - ela se limitou a responder.Nem um lampejo de sorriso em sua face

A garota se levantou da penteadeira e andou com pesar até um espelho maior,que ficava próximo a uma sacada,no outro canto do quarto.Os ombros curvados para frente,os passos lentos.Ela parou em frente ao espelho e o mesmo refletiu as roupas pretas e o coque que usava,coisas que nada tinham a ver com sua idade.

Ela fitou a paisagem que a sacada lhe proporcionava.Suspirou e seus ombros tremeram.Aquilo tudo era demais.Não podia simplesmente mais andar por aí com isso.Não que tivesse suportado durante todos esses anos a vida miserável que levara,apesar de tudo.Aguentar era algo que ela não conseguia mais fazer.Estava fazendo 18 anos naquele dia e a agonia a consumia.

O evento lá fora a aguardava e todos já deviam estar à sua espera no salão.Alguns flashes de sua infância,até os 4 anos,passaram em sua cabeça como um filme.Os risos,as brincadeiras,as corridas apostadas mesmo que não fosse ela quem estivesse conduzindo o cavalo.

Cora observava tudo de longe,calada.Sabia que momentos como aquele chegariam,principalmente neste dia,e preferiu não intervir a não ser que ela se pronunciasse.Ela suspirou na mesma hora em que a garota o fez mais uma vez e fechou seus olhos,o coração apertado.

- Por que? - foi tudo o que ouviu e sua respiração cessou por um segundo.Sabia exatamente ao que ela se referia.

- Agora não é hora para isso. - respondeu,suspirando pesadamente

- AGORA É EXATAMENTE A HORA PARA ISSO! - a garota esbravejou e o espelho à sua frente fez um barulho como se estivesse se rachando.Cora sentiu o coração acelerar - EU - mais um barulho - QUERO - sua voz entre dentes fez o ambiente pesar - SABER - a rachadura agora se mostrava firme no grande espelho oval - O QUE ACONTECEU - mais um craque e a rachadura já estava quase no final do mesmo - COM - ela tremia,isso não era bom.Estava ficando vermelha e Cora nunca a tinha visto assim.Tinha os ombros ainda mais curvados para frente e as mãos pareciam garras - A MINHA MÃE! - a garota gritou,abrindo os olhos e o espelho se partiu com um estrondo,assim como alguns vidros em cima da penteadeira e os estilhaços que voaram,pairaram à sua volta

- CORALINE! - Cora esbravejou

A garota abriu os olhos desesperada,sem sair da posição que estava,e os estilhaços caíram no chão,assustando-a.Ela arfava e olhava ao redor.Olhou para si mesma e desabou no chão de joelhos,soluçando e olhando para as próprias mãos.
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- Está melhor? - Cora sussurrou abraçada à menina que ainda soluçava

- Sabe que não... - ela respondeu evasiva - Por favor,eu preciso saber o que aconteceu naquele tempo.Por que?...

- Agora não,Coraline,você sabe disso.Estragaria tudo.Você não pode estragar tudo e... - Cora,que havia voltado a sua postura austera de sempre parou no meio da frase ao olhar nos olhos de Coraline.Reconhecia aquela mesma expressão,lembrava-se dela em um par de olhos diferente.Um par de olhos que se fora.Um par de olhos que a encaravam com desgosto e tristeza.Como ela pudera dar aquela resposta,sabia que não era mais assim e antes Deus lhe matasse do que a menina descobrir que um dia seu passado fora negro como carvão. - Coraline,eu...

- Foi por minha causa,não foi? - a pergunta a tirou de seus devaneios

- O que?Não,não.Eu só...

- FOI POR MINHA CULPA,EU SEI! - mais uma vez ela se alterou e o ar do ambiente parecia que estava sendo sugado por alguma força - Minha mãe morreu por minha culpa,eu sei disso,todos sabem.Como vou usar uma coroa em minha cabeça,que era para ser dela,quando eu fui a responsável por seus últimos anos de miséria? - ela chorava compulsivamente e de repente um vento começou a entrar pela sacada.Cora fez menção de falar e a menina a interrompeu - Chega!Não quero ouvir mais nada,seu silêncio é suficiente.O silêncio de todos é suficiente.Ela me considerava sua felicidade e o que eu trouxe foi só tristeza...

- Coraline,você não sabe o que está dizendo! - Cora se exaltou,levantando-se lugar onde estava sentada na cama - Sua mãe morreu porque estava doente,todos sabemos disso!Poderia ter sido eu,o rei ou qualquer um dessa corte.Uma doença não escolhe a que vem vai acometer!

- Mas ela estava comigo quando teve os primeiros sinais!Sempre que eu estava perto ela piorava,até que se foi. - as duas discutiam não percebendo que o vento ganhava intensidade e trazia consigo um frescor e algumas folhas,vindas da macieira que ficava bem embaixo da sacada - Vocês mesmos disseram que ela teve dificuldades durante a gravidez e na hora do parto...ela me olhava docemente sempre mas... eu sei que aquilo era para esconder sua tristeza.

- Eu não admito que você continue falando esse tipo de coisa! - Cora esbravejou - De todas as pessoas,a única que Regina nunca desprezou e nunca desprezaria,é você.De toda a escuridão e tristeza em sua vida,se havia um ponto brilhante,era você. - ela se segurava para não chorar - Quando descobriu que estava grávida,ela só faltou correu por todo o castelo,gritando de felicidade.Você devolveu luz à vida dela,devolveu carinho,amor e tudo mais que ela achava que havia perdido. - algumas lágrimas escorriam por seu rosto sem que notasse - Ninguém culpa ninguém por nada,muito menos a você.Se tem alguém que precisa ser culpada de todo o sofrimento dela,esse alguém sou eu... - disse abaixando a cabeça

Coraline olhava a avó e pela primeira vez em 14 anos,baixou as paredes que mantinha à sua volta e enxergou o sofrimento alheio.Ah,se ela soubesse como aquilo às vezes a fazia igual à mãe.Ela se aproximou mas Cora logo levantou a cabeça.

- Por favor,eu já disse que agora não. - ela encarou a neta,suplicando para que a mesma cessasse todas as perguntas e esta entendeu.Cora então enxugou algumas lágrimas que estavam prestes a cair,ajeitou seu longo vestido encrustrado de pedras e segurou o rosto da neta - Vou descer e esperar lá embaixo.Por favor,não demore. - sorriu fracamente e se retirou do quarto
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A menina observou a porta se fechar e suspirou,fechando os olhos.De repente,a brisa que antes circundava o quarto se tornou um vento forte e as folhas da macieira voaram,fazendo uma bagunça no quarto."Ótimo!Agora meu vestido vai ficar arruinado e cheio de folhas!",ela pensou alto e se arrependeu,pois no momento em que o fez,uma nuvem roxa invadiu o quarto,no minuto em que o vento cessou.

- Avó,eu já estava indo trocar o vestido,é só mais um minuto! - ela respondeu,virando de costas rapidamente e indo em direção ao armário para escolher uma nova roupa,pensando ser Cora a quem a nuvem havia trazido

- Coraline?... - a voz suave a fez parar no meio do caminho.Não podia ser,ela devia estar sonhando

Coraline se virou devagar,os olhos cheios de lágrimas e a boca aberta,apenas para confirmar suas suspeitas.À sua frente estava sua mãe,bonita como sempre,trajando o mesmo penteado e vestido do dia em que falecera.A menina arquejou e as duas se encararam durante alguns segundos.

A princesa fez menção de se mexer mas sentiu uma dor em seu peito que a fez ver estrelas.Arquejou,respirando com dificuldade mas logo a expressão de dor foi substituída por um sorriso brilhante,ao ver que seu coração reluzia dentro do peito,assim como o de sua mãe.Ela correu e abraçou Regina,apertando-a o máximo que pode.

- Como eu senti sua falta,boneca... - Regina disse,afagando a cabeça da filha e inalando o suave perfume de lírios

- E eu da senhora,mãe.Eu esperei por esse momento desde que a senhora partiu,não consigo ser feliz,minha vida é só escuridão desde aquele dia... - a princesa soluçava com a cabeça enterrada no pescoço da morena;de repente,ela se soltou e olhou a mãe nos olhos - Por que,mãe?Por que a senhora se foi?Por que me deixou?Ninguém aqui parece gostar de mim.No aniversário da sua morte,no meu aniversário,olha o que estão fazendo comigo...vão me proclamar rainha para que eu me case com o rei das terras do sul

Regina sentiu seu coração se dilacerar.Por onde começaria a explicar tudo o que acontecera?Sabia que não tinha muito tempo ali.

- Querida,venha. - disse segurando a mão da filha e a puxando para a cama - Sente-se aqui.Está na hora de você saber a verdade.
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"Você nunca vai ser feliz,Regina,você não sabe como.Mas você entende o poder e está prestes a perdê-lo".

Cora cuspia aquelas palavras em cima da filha,a tão temida Rainha Regina.

"Seu povo quer Branca de Neve como rainha e a não ser que você comece a construir uma dinastia logo,ela tomar o reino de volta e você vai perder tudo"

Regina sentia o sangue ferver com aquele discurso.Branca de Neve?Rainha?"Só por cima do meu cadáver!",ela pensava

"E quando eu morrer,de uma doença misteriosa,a senhora será o poder por trás do meu filho,não é mesmo?",ela riu sarcasticamente,começando a entender os planos da mãe "Mas veja bem,mãe",continuo,levantando uma taça que continha um líquido cor de mel "E encontrei uma maneira de evitar que isso aconteça."

"O que é isso?",Cora perguntou,nunca quebrando o contato visual com a filha

"Uma poção." Regina respondeu com um sorriso triunfante "Para tirar a possibilidade da senhora fazer parte da linhagem real."

"Mas você não está grávida",Cora não entendia onde Regina queria chegar

"E agora eu nunca vou ficar!",a morena respondeu com um sorriso irônico "Eu não serei a sua oportunidade mais uma vez,mãe"

"Você nunca faria isso!Está blefando." Cora sorriu nervosamente

"Estou?!" a rainha riu "A senhora deixou bem claro que acha que ninguém nunca irá me amar,então por que não tornar isso oficial?Afinal,amor é fraqueza." Regina completou em tom de deboche

"Nós duas sabemos que você não vai beber isso,então coloque a taça na mesa para que possamos consertar as coisas",Cora disse calmamente,e até com um sorriso no rosto,tentando fazer a filha desistir daquela idéia

"A senhora acha que eu não sou forte o suficiente para fazer isso?" a morena perguntou incrédula,os olhos começando a marejar,demonstrando fraqueza

"Garota boba!Acha que vai ficar mais forte depois que machucar a si mesma?"

"Vai deixar se machucar a senhora bem mais!" Regina cuspiu as palavras e virou o líquido da poção em seguida,deixando Cora atônita e olhou para a mãe sorrindo e mostrando a taça vazia

Mas o sorriso não durou muito.Regina sentiu o líquido descendo,queimando suas entranhas e ao chegar em seu ventre,ela sentiu uma dor lacinante,que a fez largar o a taça e cair sentada no pequeno sofá,ofegante e segurando seu ventre.

"Não...Regina!" Cora gritou,se aproximando da filha mas logo foi repelida "Você é mais burra do que eu pensei!" a mulher mais velha não sabia o que fazer.Só havia uma razão pra Regina estar sentindo aquela dor e era possibilidade de ela estar realmente grávida.

Regina berrava,rasgando o casaco e o corselete que apertava a barriga.Ela caiu no chão,se contorcendo,os espasmos cada vez mais fortes.Cora saiu pelos corredores do castelo gritando por ajuda,esbarrou em Henry e o agarrou,pela primeira vez em anos,chorando desesperada.

Quando os guardas voltaram ao quarto,levando o médico da corte,o choque foi geral ao ver Regina encolhida no chão,as unhas cravadas na barriga e convulsionando.Cora sabia que quanto mais tempo demorassem menos eram as chances de salvar a criança e a própria filha.

Já na cama,Regina não sabia se chorava ou se sorria com a notícia.Ela estava realmente grávida mas por puro egoísmo e jeito de menina mimada querendo provar pra mãe que conseguia ser forte,quase tinha matado seu bebê.O médico deu uma última checada nela para averiguar se tudo estava bem e a deixou a sós com Cora.

"Você sabe que as consequências para isso que fez serão graves,não sabe?"

"Sim,eu sei..." Regina fungou e pousou a mão sobre o ventre

"Ah,Regina" Cora se sentou ao lado da filha e ajeitos os longos cabelos negros "Você ainda é tão inocente..." ela suspirou e se surpreendeu quando Regina se jogou em seus braços soluçando

"Eu só queria ser feliz..."
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Coraline chorava copiosamente.Seu coração agora brilhava dentro do peito com mais força e a dor era inexplicável.

- Você tentou me matar... - ela sussurrou

- Não diga isso... - Regina soluçou,abraçando a menina que logo a repeliu - Coraline...

- Eu não entendo,você disse que a vovó queria um neto pra ascender ao trono e que ela iria te matar assim que conseguisse.E você morreu... - a princesa abriu os olhos em choque - Então quer dizer que... - ela cobriu a boca com as mãos

- NÃO! - Regina arquejou,encarando-a - Sua avó não me matou!Eu morri porque esse foi o preço a pagar por ter feito aquilo à você - completou,abaixando a cabeça

- Espere,morreu porque machucou uma criança que você nem sabia da existência? - Coraline a olhava confusa

- Veja,minha sina foi aquela.Eu quase pus fim à sua vida e mesmo não sabendo,mesmo que você não estivesse lá,eu teria me privado da felicidade.A magia negra também tem sua honra.Quando me recuperei,fui avisada de que a gravidez não seria normal,você cresceria mais rápido,em consequência viria ao mundo em um curto período de tempo e eu ficaria sem você. - a morena tinha o olhar fixo no espelho quebrado - Quando soube disso,procurei um feiticeiro e pedi para que ele revertesse os papéis e eu morresse no seu lugar mas que pelo menos,estivesse presente até os seus 4 anos,pra te ver crescer,nem que fosse por pouco tempo. - lágrimas desciam por sua face pálida - Aos 3 anos,quando eu tive aquele desmaio enquanto nós duas colhíamos flores pelo campo,foi um aviso de que meu tempo estava se esvaindo.Eu "adoeci" e quando você completou 4 anos,naquela mesma noite,eu deixei este mundo para que você pudesse viver nele. - Coraline soluçou alto - Eu finalmente,aprendi a ser feliz e deixei de ser egoísta.Aprendi que a felicidade era te deixar viver e ter a vida que merecia... me desculpe filha... - e com isso desabou em lágrimas

- Mãe,eu não tenho a vida que quero,tudo o que quero é a senhora.Branca de Neve é má,está sempre armando coisas e tentando tomar o reino.Meus avós e os conselheiros já não sabem o que fazer.O Rei do Sul tomou essa nossa fraqueza como vantagem e quer se casar comigo,com a desculpa que isso vai salvar o reino,mas tudo o que ele quer é mais poder. - ela tomou as mãos da mãe - Minha vida é bem longe da felicidade.Vivi dentro deste castelo por anos,sempre convivendo com a minha dor,nunca mais fui a mesma.Todo ano,nessa data,eu choro até dormir,depois de explodir quase tudo no meu quarto...

- Querida... - Regina suspirou - Eu gostaria que tivesse algo que eu pudesse fazer para aliviar essa dor que eu te causei...

A menina pensou por alguns segundos,calada,antes de finalmente responder,decidida.

- Mas tem.
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- Onde está a princesa? - os conselheiros do reino estavam agitados - O Rei está a caminho!

- Cora,onde está nossa neta? - Henry perguntou baixo,puxando a esposa para um canto do salão - Já está tudo pronto.

- Eu a deixei no quarto,terminando de se arrumar. - Cora estava apreensiva - Ela já devia ter descido,não sei o que... - nesse momento,as trompetas soaram,indicando a entrada do Rei no salão.Cora e Henry se entreolharam - Fique aqui e os distraia,eu vou verificar o que aconteceu.

No quarto,Regina encarava a filha com uma incredulidade no olhar.

- Isso não vai dar certo! - ela remungou

- É claro que vai,mãe! - Coraline se levantou e segurou o braço de Regina,que andava de um lado para o outro - Vê como meu coração brilha e o seu peito também?Somo uma só!Confie em mim,pode ser uma idéia louca mas vai funcionar...eu prometo...

- Tem certeza de que é isso que quer? - Regina segurou o rosto da menina

- Com todo o meu coração!

E sorrindo,Coraline colocou a mão dentro do próprio peito,retirando o coração reluzente.Com um puxão mais forte,ela arquejou dolorosamente quando partiu o mesmo em dois e deu uma das metades na mão pálida e fria de Regina,que parecia ficar mais transparente a cada minuto.

- No três! - ela ordenou e as duas posicionaram as metades nos devidos lugares - Um,dois... TRÊS!

Regina arfou e sentiu uma leve tontura quando a metade do coração da filha entrou em seu peito e reluziu fortemente.Coraline a olhou incrédula e deixou um soluço escapar quando viu o tom de pele normal e a vitalidade dos cabelos de sua mãe retornarem.

- Mãe...é você... está realmente aqui agora! - as duas se abraçaram chorando,no momento em que a porta do quarto abriu num estrondo

- CORALINE MADELEINE MILLS,EU EXIJO QUE DESÇA J... Regina? - Cora parou no meio do caminho e sussurrou,os olhos marejados ao ver a filha

- Olá,mãe... - a morena sorriu e num ato inesperado,abraçou a mulher a quem um dia odiara

- Como você,quer dizer,o que aconteceu?Meu deus,Regina,é você mesma!Minha filha,minha menina... - Cora chorava e sorria mas de repente,se soltou da filha - Coraline,como fez isso?

- Meu coração,avó...estamos usando o meu por nós duas - ela sorria e abraçou Regina

As trompetas soaram mais uma vez,dessa vez mais altas.

- Ah,meu deus...o Rei! - Cora exclamou

- O que? - Regina e Coraline responderam em uníssono

- Ele já chegou.Está aqui para a coroação e vai ficar até o casamento. - ela suspirou

- Bem,a verdadeira Rainha está de volta. - disse Regina,assumindo um tom de voz baixo

- Mas mãe,ele vai querer casar com a senhora...

- Ah mas não vai mesmo! - e com isso a morena estalou os dedos,trocando seu vestido por um roxo pomposo,com uma gola alta e encrustrado de pedras.O cabelo ficou preso em um coque artístico alto

- Regina,não vai querer voltar àqueles dias. - Cora alertou a filha,segurando-a pelo braço

- Quem disse que eu vou? - ela sorriu de lado - Mas um pouco de diversão nunca é demais!Além do que,pra casar com a minha filha,precisa ter o meu aval.E algo me diz que esse reizinho medíocre,ainda não é o escolhido;nem de Coraline e muito menos,meu. - ao terminar,ela ajeitou a princesa que a encarava com um sorriso tímido - Nunca vou deixar ninguém te machucar como fizeram comigo,meu amor,fique tranquila - ela sorriu,com lágrimas nos olhos e abraçou a filha,se soltando rapidamente - Agora,se me dão licença,eu tenho uma coroação e um casamento para ir - e sumiu em uma nvem de fumaça roxa