CAPITULO 04

Encarei meu pai com olhos arregalados.

– Então quer dizer que Will sabia que ia morrer e te ligou pedindo para reforçar a segurança da gente?- Perguntei frustrada.

– Sim Lou. – Disse por fim meu pai saindo desolado do escritório.

– Pai eu sinto tanto – Abracei-o com todo meu amor. - Eu sinto tanto meu pai, ele era uma pessoa maravilhosa... E – Comecei a chora. Pobre Will, pobre Ana o Deus que dor.

Ficamos em silencio, por um momento permiti minha mente vagar em todos os nossos momentos bons. Quando Mia e Will souberam que iam ser pais, quando fomos a Las Vegas e nos perdemos na noite.

– Ufa – Suspirei olhando para papai.

– È melhor agente descer antes que venham atrás!

– Sim vamos.

Já faz um mês que ele se foi, fizemos uma missa em sua memória, todos os seus familiares e amigos estavam reunidos em nossa casa para um almoço organizado por mamãe.

Quando cheguei à sala vi que uma pessoa conhecida estava na janela olhando para o lago, ele estava abatido e triste.

Fui me aproximando e toquei-lhe as costas, ele se virou tão rápido que me assustei.

– Ai meu Deus – Só disse isso.

– Desculpe-me Senhorita Clark! – Grey.

– Eu vi que você estava ai sozinho, precisa de algo? – Oh por um momento queria lhe dar um abraço.

– Eu não paro de pensar em como alguém pode matar ele!

– Eu tambem não. Você era o que dele?

– Amigo, um grande amigo! – disse num tom duro.

– Ele foi uma ótima pessoa, sabe um ótimo pai! – Me juntei a ele na janela.

Ele deu um pequeno sorriso.

– Então Mia é a mãe da filha dele, acredita que ele nunca me disse! – Mudou seu tom de voz.

– Serio?

– Ele sempre foi muito reservado, quando eu perguntava dizia que o nome era Daher não tinha como eu saber.

– Sr. Grey, sabe se Will se meteu em alguma coisa errada? – Antes de ele responder fiquei olhando para suas expressões. Seus olhos, sua boca, o modo como ele agia. Tão tudo.

– Não senhorita Clark, eu não falava com ele por um tempo, mas, Will nunca foi disso! – È nunca mesmo.

– Você esta bem? – Perguntou ele com um olhar de amor.

– Sim! – Respondi por fim.

– Ótimo vamos para a sala de jantar – Com um tom duro virou-se pegando minha mão.

Porra meu corpo ficou totalmente em choque, mas eu não podia puxar ela, oh tão macia.

– Ta... Ok! – Mesmo num momento daqueles, eu por um momento só queria ficar com ele.

MAS QUE DIABOS o que esta acontecendo, ele pegou minha mão? Mas que droga.

Todos olharam quando chegamos de mãos dadas. Mamãe deu um sorrisinho e eu estranhei, soltei minha mão e fui sentar-me do lado de Ana e Mia, que estavam quietinhas.

– Mia, eu amo você! – Com todo o meu coração.

– Oh minha linda, você sabe que é tudo pra mim, tambem te amo!

– E eu? – Ana perguntou nos fazendo rir.

– Nossa. Você é nossa jóia rara - Beijei seu topo da cabeça.

– E o papai? Ta no céu? – Oh meu Deus.

– Sim minha filha, seu pai esta lá, cuidando de você! – Disse Mia segurando sua mão.

– Eu sabia, ele sempre disse que estava cuidando de mim, não importa onde eu esteja ou ele.

E assim continuamos a conversar. O almoço foi uma delicia, todos nós nos por um momento relaxamos, todos conversavam, riam.

E ele não parava de olhar pra mim, quando nossos olhares se encontravam meus lábios se retorciam, querendo ele.

– Por que ele não para de olhar pra mim? – Mia escutou.

– Por que você é linda, sexy, rica, você é tudo que um homem quer!

– Cala essa boca Mia, eu não gosto nada disso. Você viu o modo como ele pegou minha mão!

– Acho que ele gosta de você Lou! – Mia era tão chata às vezes. Droga ela falava coisas que não tinham nada haver.

– Ele é muito mandão, controlador, arrogante, realmente assustador, mas muito carismático. Eu posso entender o seu fascínio, — ela diz como se já o conhecesse.

– Obrigada! – Finalmente.

– E se eu estiver afim? Eu não posso deixar isso criar raízes entendeu.

Meu primeiro amor acabou comigo. Encontrei-o transando com sua melhor amiga, foi horrível. Acho que por isso me tornei fria para o amor.

– Lou. Você esta cega? Acha que a vida vai esperar pra você encontrar alguém? Abra os olhos meu amor, curta cada momento, se você esta afim se joga! – Ela disso pensando em Will concerteza

Ela para por uns minutos me encarando.

– Você, fascinada por um homem? Está é a primeira vez, — ela bufa.

– Por que você quis saber se ele era gay? Alias, está foi uma pergunta muito embaraçosa. Eu fiquei mortificada, e ele ficou puto ao ser questionado também. — Eu franzo a testa com a memória. – Foi muito foda.

– Sempre que ele está nas páginas da sociedade, ele nunca está acompanhado.

– Você é louca sabia! – Ela riu.

— Oh, Ana, não pode ter sido tão ruim. Eu penso que ele parece estar bastante interessado em você.

– Você não vai acreditar, eu disse a ele que você queria algumas fotos e ele aceitou.

– Ta brincando? – Ela abriu a boca num belo sorriso.

– Só não marcamos o dia, pediu para eu ligar antes!

– Ótimo!- Me olhou com gratidão. Era bom ver um pouco de felicidade em seu olhar depois de tantos dias escuros.

– Lou você lemb... – Fomos interrompidas pelo Grey.

– Perdão por atrapalhar estou de saída – Oh não vá. – Senhoritas. Foi bom revelas mesmo num momento não tão importuno.

– Sr. Grey igualmente, como você mesmo sabe o Will sempre me falava do Sr, e da amizade de vocês, tenho certeza que feliz ele esta onde estiver por você honrar isso – Disse Mia com um sorriso lindo no rosto.

Mia me olhou com uma safadeza.

– Certo. Adeus! – Se virou e se foi.

– Tchau – Dissemos juntas.

– Você vê, ele esta te querendo – Sai fora.

– Mia. Ele é um bilionário cheio da manha, como se não pudesse ter todas as modelos aos pés dele!

– Eu odeio quando você se rebaixa, porra Lou, como se suas contas na suíça estivessem vazias, você é muito gostosa, e inteligente. Vamos parar de drama – Não respondi.

Todos os nossos amigos se despediram e ficamos so nós.

– Eu vou pra casa! – No mesmo segundo meu pai levantou a mão.

– Mas é claro que não, você vai ficar aqui agora – Mas o que?

– Amor ela não esta desprotegida, você tem que a deixar ela ir! – Disse mamãe.

– Vai ficar tudo bem pai, eu sei que você colocou uma penca de homens de preto na minha cola. – Dei-lhe um beijo na testa.

– Boa noite, amo vocês!

– Tambem amamos você - Disse mamãe me dando um abraço.

Peguei meu carro e segui para minha casa.

Não demorou muito para que eu estacionasse em minha garagem, abrisse minha porta e caísse na minha linda cama.

Esses últimos dias têm acabado comigo, e eu só preciso descansar. Só isso.

...

Pelo resto da semana, eu me dedico em meu trabalho. Mia está ocupada também, compilando sua última edição de sua revista estudantil, antes dela ter que cedê-la para o novo editor ao mesmo tempo trabalhando.

– Senhorita Clark tem um Senhor a sua espera – Disse minha secretaria.

–Quem Marie? Espero que seja importante, pois estou cheia de coisas pra fazer!

– Pelo visto é importante é da Grey Holdings Enterprise – Fudeu.

– Ok Marie diga que já estão indo! – Larguei meu computador na mesa e fui à recepção.

Chegando lá me deparo com ninguém menos que Christian Grey! E encontro-me presa no cinzento olhar ousado de Christian Grey, que está de pé no balcão, encarando-me atentamente.

Meu coração para.

– Senhorita Clark. Que surpresa agradável. – Mas será possível.

– Christian — Eu digo.

Ele se vira e parece surpreso.

– Eu estava na área, - Ele diz por via de explicação. - Eu preciso obter algumas coisas.

– Louise. Meu nome é Louise, - Eu murmuro. - Em que posso ajudá-lo, Grey?

Ele sorri, e novamente é como se ele conhecesse algum grande segredo. E tão desconcertante. Respirando fundo, eu coloco minha fachada de profissional de quem trabalha nesta empresa há anos.

– Há alguns itens que eu preciso. Para começar, eu gostaria de alguns projetos, — Ele murmura seus olhos cinza frios, mas divertidos.

– Certo – Sorri.

Pedi os números e começamos a estudar os projetos de suas empresas.

Por que ele está em Portland?

Por que ele está aqui no meu trabalho? E uma minúscula parte do meu cérebro que utilizo provavelmente localizada na base de minha medula onde habita meu subconsciente, diz: Ele está aqui para vê-la.

– Você está em Portland a negócios? - Eu pergunto, e minha voz é muito alta, como se eu tivesse preso meu dedo em uma porta ou algo assim.

Maldição! Tente ficar fria Lou!

– Eu estava visitando a divisão agrícola da universidade. Que está localizada em Vancouver. Eu estou atualmente financiando algumas pesquisas lá, sobre rotação de colheita e ciência do solo, - ele discute o assunto com naturalidade. Vê? Não está aqui para encontrar você afinal,

– Tudo parte de seu plano de alimentar o mundo? - Eu provoco.

– Algo assim, - ele reconhece, em um meio sorriso. Ele olha para a seleção de processos que nós temos. - Estes servirão, - ele diz.

– Certo, vou tirar copias – Digo pegando os projetos. - Vai fazer alguma reforma?

– Não, não reformando, - ele diz depressa então sorri, e eu tenho a sensação estranha que ele está rindo de mim.

Eu sou tão engraçada assim? Pareço engraçada?

– Por aqui, - eu murmuro envergonhada.

Eu olho para trás à medida que ele me segue.

– Você trabalha aqui há muito tempo? - Sua voz é baixa, e ele está olhando para mim, olhos cinza muito concentrados.

– Quatro anos, - eu murmuro quando nós alcançamos nosso objetivo. Ligo a maquina e deixo os projetos caírem sem querer das minhas mãos. Nossos dedos se tocam muito brevemente, e puta merda eu me arrepiei.

– Desculpe-me, quão desorganizada eu sou! – Bufei. Ele não fala nada, estava ficando louca até que por fim as copias acabam.

– Mais alguma coisa? - Pergunto. Seus olhos se arregalam ligeiramente.

– Você era Escoteira? - Ele pergunta divertido, franzindo seus lábios sensuais e esculpidos.

O que?

– Não, as atividades em grupo não são realmente minha praia, Grey.

Ele arqueia uma sobrancelha.

– E qual é sua pra Louise? - Ele pergunta, sua voz suave e seu sorriso secreto estão de volta. Eu olho para ele incapaz de me expressar. Transar? Ri com o pensamento pra La de insano.

– Eu não sei filmes — eu sussurro sexy, ai eu quero ele. Então ele riu.

– Que tipo de filmes? - Ele dobra sua cabeça para um lado. Por que ele está tão interessado?

– Oh, você sabe. O habitual. Os românticos, dramas, são tantos.

Ele esfrega seu queixo com seu dedo indicador e o longo dedo polegar enquanto ele contempla minha resposta.

Ou talvez ele esteja apenas muito entediado e tentando esconder isto. - Você precisa de alguma outra coisa? - Eu tenho que sair deste assunto.

– Eu não sei. O que mais você recomenda?

O que eu recomendo? Eu sequer sei o que você está fazendo. Balanço a cabeça.

– Como está indo o artigo?

Ele finalmente me faz uma pergunta normal, longe de toda a insinuação e a conversa confusa de duplo sentido… uma pergunta que eu posso responder.

– Eu não estou escrevendo-o, Mia está. E está ótimo – Entrego lhe as copias, dando lhe um simpático sorriso.

– Avise-me quando decidirem, vou ficar até sábado. - Alcançando seu bolso de trás, ele retira sua carteira. - Meu cartão. Tem meu número do celular nele.

– Ok. – Talvez ele tenha esquecido que me deu outro cartão.

– Clark! - Paul se materializou do outro lado no final do corredor. Ele é o irmão mais novo do Sr.Dante.

– Ah, com licença por um momento, Sr. Grey. - Grey faz uma cara feia quando eu me afasto dele. Paul sempre foi um amigo, e neste momento estranho que eu estou tendo com o Grey, controlador, é ótimo conversar com alguém que seja normal. Paul me abraça apertado pegando-me de surpresa.

– Lou, oi, é tão bom ver você! - Ele esguicha.

– Oi Paul, como você está? Você está em casa para o aniversário de seu irmão?

– Sim. Você está parecendo bem, Lou, realmente bem. - Ele sorri enquanto ele me examina de certa distancia. Então ele me libera, mas mantém um braço possessivo caído sobre meu ombro. Eu me embaralho de um pé para outro, envergonhada. É bom ver Paul, ele sempre foi muito familiar.

Quando eu olho para Christian Grey, ele está nós observando como um falcão, seus olhos cinza encobertos e especulativos, sua boca uma dura linha impassível. Ele mudou de forma estranha, do cliente atento para outra pessoa, alguém frio e distante.

– Paul, eu estou com um cliente. Alguém que você deve conhecer, - Eu digo, tentando desarmar o antagonismo que eu vejo nos olhos de Grey.

Eu arrasto Paul acima para encontrá-lo, e eles se medem um ao outro. A atmosfera de repente é ártica.

– Ah, Paul, este é Christian Grey. Sr. Grey, este é Paul Clayton. Seu irmão é o diretor da empresa.

– Sr. Clayton. - Christian sustenta seu aperto, seu olhar ilegível.

– Sr. Grey, - Paul retorna seu aperto de mão. - Espere não. Christian Grey? Da Grey Holdings Enterprise? - Paul vai de mal humorado para impressionado em menos de um nano segundo. Grey lhe dá um sorriso cortês que não alcança seus olhos.

– Vejo você mais tarde, Lou.

– Certo Paul. - Eu assisto-o desaparecer em direção á sala.

– Mais alguma coisa, Sr. Grey?

– Só estes - Seu tom é cortante e frio.

– Você me liga se você quiser que eu faça a sessão de fotos?

– Claro! – Claro que eu vou ligar.

– Ótimo. Até amanhã talvez. - Ele vira-se para partir, depois faz uma pausa. - Ah, e Louise, eu estou feliz que a Senhorita Mia não pôde fazer a entrevista. - Ele sorri, então anda a passos largos com o propósito renovado para fora da loja, atirando a sacola plástica acima de seu ombro. Meu mundo caiu. Eu passo vários minutos olhando fixamente para a porta fechada pela qual ele acabou de sair antes de retornar ao planeta Terra. Ele gostou de eu ter ido fazer a entrevista! Poxa Por um breve momento me senti satisfeita e eu admito gosto dele.

Como não gostar, mas pra mim ele e uma causa perdida.

Subo para o meu escritório com muito trabalho a fazer e pouco tempo para ficar fantasiando.

Pego uma pilha de processos de um novo cliente para estudar.

Mas as lembranças voltam como ondas.

– Ele ficou feliz! – Balanço a cabeça rindo não acreditando no que ele disse.