Promise escrita por Thalita Moraes


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Apenas quero agradecer a todos vocês que estão lendo, e um obrigada especial para quem comenta. Vocês são uns fofos. :3

Agora, indo para o capítulo!



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Antes mesmo que Lucy pudesse perceber o que aconteceu, ela já sentia um vento tocar suas bochechas e balançar seus cabelos dourados. Antes mesmo de abrir os olhos e ver onde estava, Lucy já pressentia que tinha algo errado.

Assim que seus olhos se acostumaram com a iluminação do local, Lucy pôde ver onde ela estava. Numa pradaria, rodeada por folhagens alaranjadas, caindo, como se o outono tivesse chego. Mas ainda era verão. Existia flores coloridas em cada pequeno arbusto, a grama no chão era macia.

Então, os olhos de Lucy focaram em Natsu. Ele estava encarando alguma coisa no horizonte, um olhar aterrorizado em seu rosto. Lucy virou-se para encarar o que ele estava observando.

Havia um grande fogo na distância. A fumaça preta cobria o céu somente naquele lugar, mas... estava ficando perto.

Não estava dessa forma quando eu saí. — Natsu disse, baixinho, horrorizado. O que será que estava acontecendo? Ele tinha uma ideia, mas esperava estar errado.

O que está acontecendo? — Lucy fez a pergunta que Natsu estava se fazendo. Ele não pôde responder, nem saberia o que dizer. Naquele instante um vento forte soprou perto dos dois e Lucy teve de levantar os braços para cobrir os olhos. E algo grande parou na frente deles.

Como você conseguiu voltar? — Uma voz familiar perguntou para Natsu. Lucy estava com os olhos arregalados. Era um dragão. E estava parado na frente dela.

Lucy nunca tinha visto um dragão de perto.

Suas escamas eram enormes e esverdeadas. Seus olhos amarelos. O focinho era grosso e se afinava como o bico de uma ave, mas parecia ser desenhada de forma tão delicada.

Eu fiz um trato com ele. — Natsu disse e mostrou o desenho da estrela em sua mão. Ela já estava lentamente começando a se desfazer na mão dele. Um traço por vez.

Quem é ela? — O dragão perguntou.

Essa é Lucy. Ela vai me ajudar a... — Ele não conseguiu completar a frase. Ele sentiu como se precisasse contar para ela tudo naquele instante. O dragão não precisava que ele terminasse a frase, já sabia o que ele queria dizer. Ele parou a frase porque não sabia como colocar aquilo.

Não queria ter de contar para ela que tinha mentido.

Natsu, o que está acontecendo? — Ela perguntou, espantada. Seus olhos ainda estavam levemente arregalados. — Eu vou te ajudar a fazer o que? O que você está escondendo de mim?

Lucy, acalme-se. — Natsu pediu inutilmente. Ele não deveria ter falado aquilo, mas foi a primeira coisa que lhe veio à mente.

Me acalmar? Como eu posso me acalmar se você não me diz o que está acontecendo? — Lucy disse, exaltando-se. O dragão verde, Ryuri, entendeu o motivo dele ter trazido ela naquele instante. Naquele momento, naquele grito, Lucy não conseguiu se controlar devidamente e ele pôde sentir a mesma oscilação de magia que Natsu tinha sentido nela anteriormente. Agora, Natsu tinha um aliado para explicar à Lucy o verdadeiro motivo dela estar ali.

Lucy, não é? — Ryuri perguntou. Seu corpo abaixou-se levemente, até seu olhar estar mais perto de Lucy. Ela acenou com a cabeça, sentindo-se um pouco estranha por estar tão perto de um dragão. Ela podia sentir a respiração dele bater em seu rosto. — Eu entendi porquê ele te trouxe.

Você poderia me explicar? — Ela pediu, num suspiro.

O dragão suspirou.

Você sabe porque nós nos escondemos tanto tempo atrás? — O dragão perguntou. Lucy negou com a cabeça. — Existe uma outra força que ameaça nossa existência desde a criação. Ele ressurge a cada 100 anos. No passado, criaram-se lendas sobre ele, acreditavam que somente alguém de coração puro poderia derrotá-lo.

Por isso chamaram Natsu? — Lucy perguntou. — Para derrotá-lo?

Exato.

Lucy fechou os olhos, tentando assimilar o que o dragão acabara de falar. Era muita pouca história, muitas perguntas ainda precisavam serem feitas.

Eu entendo que tenham chamado ele, porque ele é um dragon slayer. Mas e eu? Porque eu estou aqui?

Essa era uma pergunta que Natsu não queria responder.

Para ajudar Natsu a recuperar seu cachecol. — O dragão disse, simplesmente. Lucy arqueou uma sobrancelha.

Cachecol? — Ela perguntou, surpresa. — Eu estou aqui para te ajudar a recuperar o cachecol?

Meu cachecol está com a Lisanna. — Natsu disse, respirando fundo, tentando não admitir para si mesmo o que estava acontecendo. Tentando disfarçar que tudo que tinha acontecido não tinha sido culpa dele. Mas o dragão sabia. Porém, não culparia Natsu.

E onde ela está? — Lucy perguntou. Natsu voltou a olhar para o fogo e a fumaça na distância. Lucy virou-se para encarar o que ele estava observando. Então, ela entendeu. Ainda tinha muitas perguntas, mas o dragão interrompeu.

Precisamos treiná-la. — O dragão disse. — A magia que há em você é grande, porém muito instável. Não temos muito tempo para isso, precisamos pará-lo antes da meia noite.

Naquele instante, Lucy sentiu como se sua cabeça fosse explodir com tanta informação.

Espere um pouco. Que magia é essa que você está falando? O que aconteceu com Lisanna? O que acontece à meia noite? Quanto mais perguntas vocês respondem, mais confusa eu fico.

O dragão e Natsu se entreolharam.

Nós não temos muito tempo a perder com explicações. — Ele disse e Lucy prendeu a respiração. Estava começando a ficar cansada com a falta de informações. — Eu vou te mostrar.

Então o dragão assoprou em Lucy uma fumaça verde, cobrindo-a por inteira. Ela teve de fechar os olhos e, por um instante, sentiu-se tonta. E quando abriu os olhos, ela se viu pisando numa fumaça verde, não havia nada à sua frente. Era tudo tão escuro que ela não enxergava nada.

Ela pôde ouvir várias vozes em sua mente.

Eu não quero me lembrar disso.

Você é forte

Lucy

A vida de uma pessoa por outra

Como se eles fossem notar a minha ausência

Lucy

A cidade estava em chamas quando eu cheguei.

Fogo.

Lucy

Quanto você se lembra?

Se ele não tivesse me encontrado...

Lucy

Uma voz estava chamando-a. Lucy abriu os olhos e se viu parada no meio da escuridão. Havia uma figura à sua frente. Ele estava sorrindo. A figura a chamou outra vez e pegou em sua mão.

Naquele instante, Lucy sentiu como se tivesse sido empurrada de volta à realidade. Havia alguém segurando sua mão. Ela não podia ver seu rosto, estava enegrecido pela escuridão.

Você é forte. — Ele disse. Ela não conseguia enxergar direito, era como se sua visão estivesse embaçada, como se ela tivesse acabado de acordar. Mas ela podia notar um brilho branco ao redor do corpo dele — Você é muito mais forte do que eu achei que fosse.

Ele ainda segurava as mãos de Lucy. Ela sentia a palma de suas mãos queimarem.

E está mais forte agora.

O brilho ao redor do corpo dele parecia estar desaparecendo.

A magia que ele te deu ainda está aí. — Ele disse. E Lucy pôde notar que, na verdade, o brilho não estava desaparecendo. Mas sim, movendo-se. Transportando-se para a mão dele. Para a mão dela.

Espero que algum dia você me perdoe pelo que eu fiz.

O brilho ao redor do corpo dele sumiu. Estava tudo localizado na mão dele, transportando-se da mão dele para a dela, rapidamente.

Sei que pedir que você entenda é algo que você não pode fazer.

Ele soltou sua mão.

A escuridão voltou.

Lucy olhou para a palma de suas mãos. O brilho estava ali. Em suas mãos, em seu braço. Agora, o brilho estava nela. A magia dele era dela.

Ela pôde ver aquela figura de longe novamente.

Quem é você? — Ela perguntou. Queria desesperadamente descobrir quem fizera aquilo.

É tarde demais para se fazer essa pergunta. — A voz dele respondeu, um pouco camuflada. Como se duas vozes falassem ao mesmo tempo, em uníssono. — Você não se lembra mais. Eu também não me lembrarei.

A minha magia agora é sua. — Ele disse, uma voz masculina camuflando outra feminina. Ela voltou a encarar suas mãos. O brilho ainda estava ali. — Agora, eu sou você.

Ele, então, deu um passo à frente e, de alguma forma, no meio daquela escuridão, uma luz iluminou seu corpo e Lucy pôde ver a transformação. A figura tinha adquirido cabelos loiros, um sorriso gentil e tristes olhos castanhos. A figura tinha se transformado em uma outra versão da Lucy.

Ela sorriu gentilmente para sua origem e então ela se despedaçou em mil pedacinhos brilhosos de vidro. O brilho voou em direção à Lucy e rodeou seu corpo, como se estivessem feliz por vê-la. E lentamente, cada pedacinho penetrou a pele de Lucy, se tornando um novamente.

Lucy olhou para sua mão novamente. Era como se houvesse mais de um tipo de aura. Mais de uma magia em si mesma.

Amarelo, azul e branco.

Sua própria magia, e duas outras que ela não sabia de onde vinha.

Lucy pôde ouvir no meio da escuridão, sua própria voz ressoar. Por um segundo, ela não sabia se era si mesma quem estava falando ou se era outra pessoa.

Pergunte à Natsu porque ele quer sua ajuda. — A voz pediu, carinhosamente. — Pergunte para ele onde está Lisanna.

Lucy fechou os olhos lentamente, como se estivesse caindo num sono profundo.

Pergunte à Natsu o que aconteceu com a magia dele.




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Notas finais do capítulo

Eaí, gostaram do capítulo? Eu tenho que dizer que esse é um dos meus favoritos. Pra quem não entendeu, as frases que ficaram indo de um lado para o outro são frases que ela disse pra si mesma ou que disseram para ela na fic anterior.
Eu vou dar um doce especial para quem conseguir identificar quem é o homem misterioso que segurou a mão dela no metrô. :3



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