Promise escrita por Thalita Moraes


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, gostaria de agradecer aos lindos comentários de incentivo. Lari, Nena Thrush Merry e Lily Hime. Sintam-se abraçadas.
Agora, para o capítulo o/



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Sete Meses Atrás

—Feche os olhos. — Natsu ouviu uma voz dizer ao fundo de sua mente. A memória parecia que tinha criado vida e agora estava fazendo-o reviver aqueles dias. — Sinta a energia que está ao seu redor. Sinta o ar bater em sua pele, sinta a magia que o ar carrega. Sinta o gosto, o cheiro.

E Natsu tentou se concentrar. Mas, nada lhe vinha à mente. Aquele silêncio eterno o fazia cair no sono. Ele fechava os olhos e acabava por dormir, roncando mais alto do que tudo, seu treinamento acabando por ali.

Ao invés de sentir o gosto e o cheiro do vento, Natsu podia sentir algo atingindo-o com uma grande velocidade, fazendo-o voar alguns metros.

—Como você pode dormir no meio da meditação? Você não está levando isso a sério, Natsu! — Então, Natsu abriu os olhos, resmungando de dor, enquanto esfregava suas costas. Tinha um enorme dragão branco na sua frente. E ela estava irritada. — O que você fará quando chegar a hora e não conseguir se concentrar? E então, o que? A humanidade acabará?

Natsu pensou em dizer alguma coisa, mas outro dragão apareceu para tentar acalmá-la.

—Eu estou calma. Eu estou calma. — Ela disse, quase como um mantra. E então, ela subiu voo e se escondeu atrás da montanha.

Isso acontecera em algum momento entre os onze meses que Natsu estivera fora. Durante quase todo aquele tempo, Natsu ficara praticamente sem nenhum meio de comunicação. Ele nem sabia que mês era. Ele não se importava com aquilo naquele momento.

Ele precisava treinar.

—Precisava realmente me bater? — Natsu perguntou, ainda um pouco incomodado com a dor de ter voado com a "rabada" que levara.

—Você está indo muito bem, Natsu. — Natsu ouvira a voz de outro dragão ressoar atrás de si. Ele ficou animado por virar-se e ver Igneel. A quanto tempo ele estava esperando para vê-lo novamente.

—Obrigado. — Natsu respondeu com um pouco de mal jeito. Ele ainda não tinha conseguido se acostumar.

—Eu estava observando você treinar. Você poderia melhorar sua habilidade de distinguir a aura dos outros.

—Eu não vejo objetivo nisso. — Ele reclamou novamente. — Pra que isso serve mesmo?

—Em geral, para tudo. É uma das habilidades que eu deveria ter te mostrado há tempos. — Ele disse enquanto se ajeitava ao redor de Natsu, deitando e abaixando suas asas. — Ela não somente te ajuda a ouvir melhor o que a magia tem a dizer, mas faz você perceber o que está acontecendo dentro de si também. — Natsu fez uma careta de quem não estava entendendo muito. Igneel conhecia aquele olhar. Ele suspirou. — Tente novamente.

—Okei... — Natsu disse e voltou-se a sentar de pernas cruzadas, fechando os olhos, tentando se concentrar.

—Concentre-se na minha voz. — Igneel disse e Natsu pôde sentir ao seu redor desaparecer. Naquele momento, só existia ele e Igneel. Nada mais importava. — Sinta a chama que há dentro de você. — E Natsu podia ver o fogo dançando à sua frente. Como o fogo de uma vela dançando com o vento. — Ouça o que ela tem a dizer.

E foi aí que tudo desabou. Porque, no momento em que Natsu abriu sua mente, seu coração para ouvir o que a chama tinha a dizer, várias imagens passaram na frente dos olhos dele. Imagens que ele jamais esqueceria.

Rostos, sorrisos, lágrimas. Naquele instante, Natsu revivera tudo o que acontecera naqueles dias antes de encontrar Igneel. Lucy sumira. Ele, então, lembrara como ficara preocupado e, como, magicamente, seus pensamentos mudavam.

Lembrara de quando Lucy chegou na guilda, nos braços de Gajeel, toda machucada. O rosnado de Gajeel em direção à ele. As lágrimas de Lucy.

Desde aquele dia em que vira as lágrimas no rosto dela, Natsu nunca mais vira um sorriso no rosto dela. E, agora, ele sentia um peso em seu coração.

Ele voltou a enxergar a chama em sua frente. Agora, ela estava fraca. Triste.

E Natsu precisou de outro tapa para sair daquele estado de meditação.

—O que você viu? — Igneel perguntou. Natsu agora estava pensativo. Não tinha certeza se deveria dizer.

—Nada. — Ele se resumiu a dizer. Igneel sabia que ele estava mentindo, mas ficou quieto. — Eu não vi nada.

Aquela foi a primeira vez que Natsu mentira para Igneel.


***


Agora, Natsu estava sentado com Erza e Gray, olhando intensamente para Lucy, desviando seu olhar de vez em quando. Erza mantinha apenas um lado da conversa, Gray estava quieto observando Natsu, e Natsu estava quieto observando Lucy. Apenas pensando em como faria para conversar com Lucy.

Natsu não podia simplesmente ir até ela e conversar. Tinha muito entre eles. Muito tinha sido deixado para trás. E Natsu não sabia se Gajeel estava bravo com ele ou não. Provavelmente sim. E, sinceramente, ele não gostaria de saber. Ele não queria causar uma cena no meio da guilda, em frente à todo mundo, para saber.

Se tinha alguma coisa que ele tinha aprendido depois de passar tanto tempo fora, era como ser discreto.

—Se você quer conversar com ela, é bom ir logo. — Gray disse, praticamente interrompendo o monólogo de Erza. — É melhor do que ficar mandando olhares indiscretos.

Ou assim Natsu pensava.

Gray já estava irritado com os olhares perdidos que ele mandava para Lucy. Natsu e Gray sempre estiveram nessa situação, de não conseguir lidar um com o outro. Mas, agora, parecia impossível.

Não havia motivo para evitar de conversar com ela, não havia porquê fugir, evitar. Se tinha tanto que ele queria dizer para ela, então, que dissesse logo. Era assim que Gray pensava.

Natsu desviou o olhar de Lucy e encarou suas mãos em cima da mesa. Ele suspirou fundo. Ele não queria. Existia algum tipo de medo preso em seu peito. E ele não sabia como agir.

Isso nunca tinha acontecido antes.

Isso era algo novo para Natsu.

—Eu não posso. — Ele se resumiu a dizer.

—Como não pode? — Gray não conseguiu esconder sua irritação diante da declaração de seu amigo. — Ela está logo ali!

—Gray, se acalme. — Erza tentou acalmar os nervos do amigo. Gray não se irritava daquela forma. Aquilo era sério. As pessoas pararam suas conversas para observar o caos que Gray já estava fazendo.

—Não me peça para me acalmar! — Gray gritou, levantando-se da cadeira, exaltado. Ele já estava estressado demais para que simples entonações, ainda mais vindo de Erza, pudesse acalmá-lo. De repente, a raiva que ele sentia era maior que o medo que ele sentia de Erza. — Primeiro ele some, sem avisar, sem dar notícias, sem dizer para onde vai, e então, quando ele finalmente resolve aparecer, ele volta todo amassado e não quer dizer uma palavra do que aconteceu?

Erza ficou quieta. Ele tinha um bom argumento.

—Então não me peça para ficar quieto. — Gray resumiu, seu tom diminuindo um pouco. Ele então, dirigiu sua voz à Natsu. — Quando você decidir contar para mim o que aconteceu, você sabe onde me encontrar.

Gray dirigiu-se à porta da guilda, voltando para seu dormitório. Ele estava muito incomodado para continuar ali. Acabaria matando alguém se não se acalmasse.

—O que aconteceu com ele? — Natsu perguntou assim que Gray bateu as portas da guilda. Erza olhou para baixo, entristecida. Ela suspirou. — O quê?

—Quando você sumiu, onze meses atrás, você não tinha dito nada para ninguém. Simplesmente levantou e partiu. Depois de um tempo sem você dar notícias, ele foi atrás de você. Ele te procurou por semanas. E sempre quando voltava, ele estava cada vez mais irritado com você. Até que, dois meses atrás, ele desistiu.

Então Gray tinha, sim, um motivo para ficar bravo com Natsu. Um bom motivo.

—E a Lucy? — Natsu não conseguiu resistir à pergunta. — O que ela fez durante o tempo que eu estive fora?

—Você realmente quer a resposta dessa pergunta? — Erza perguntou. Natsu não soube o que responder. — Natsu, você ficou fora por um bom tempo. Coisas acontecem. A guilda teve que aprender a viver sem você.

Natsu tinha percebido isso. Ele sentia como se tivesse viajado no tempo. Aqueles onze meses pareciam agora onze anos. Tanto tinha mudado... Natsu não tinha nem certeza no que ele tinha se transformado.

—Se ela sentiu sua falta, ela não deixou parecer. — Erza resumiu. Ela apoiou seu cotovelo na mesa. — Ela e Gajeel praticamente estão morando juntos. Nunca mais vi eles longe um do outro.

Após ouvir a resposta, Natsu percebeu que não precisava de ter ouvido aquilo. Ele não queria. Preferia não acreditar.

Ele fechou os olhos e tentou negar o que tinha acabado de ouvir. Natsu levantou-se da cadeira e se dirigiu às portas da guilda. Lucy apenas o observou de longe enquanto ele caminhava de cabeça abaixada.

Ela estava triste com aquilo. Lucy não queria acreditar que ele tinha feito aquilo.

Natsu tinha voltado, finalmente, depois de tanto tempo e, ele não tinha conversado com ela. Justamente quando ela realmente queria conversar com ele. Ele tinha feito a mesma coisa que fizera onze meses atrás.

Saíra sem avisar, sem falar com ela. Por mais que eles tenham passado de amizade à raiva, tinha passado onze meses. Aquilo era tempo suficiente para curar as feridas do coração dela. Agora, Lucy apenas queria conversar com seu amigo querido.

Mas ele tinha a deixado para trás.

De novo.

Pela terceira vez.


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Notas finais do capítulo

Eae?
Vou experimentar uma outra tática para receber seus comentários. O que vocês acham que poderia dar errado?



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