– Ela não é real, ela não será capaz de te amar como eu amei. Ela é uma estranha. Nós temos história, ou você não se lembra? - Regina olhou dentro dos olhos de Red, segurando o braço da mais alta num ato de desespero.

Red se soltou, andando furiosamente pelo quarto e empacotando duas coisas. Ela sentia-se completamente cansada. Cansada de sua - agora ex - namorada, cansada de seu destrutivo relacionamento. Sentia-se doente por tudo aquilo.

Ela podia sentir o olhar de Regina queimando suas costas do mesmo modo que poderia chorar naquele momento, mas aquilo era o que ela vinha fazendo nos últimos meses.

– Claro, ela tem tudo, mas Little Red, isso é realmente o que você quer? - Regina desistiu e sentou-se na cama, suspirando e esfregando suas mãos no colo.

A mais nova permanecei quieta por um momento, fechando sua mala.

Ela olhou para Regina:

– Sim.

Regina encolheu seus ombros e estudou a mulher na sua frente. Quando foi a última vez que o fez isso? O cabelo de Red havia crescido, assim como algumas linhas de expressão. Ela possuía marcas escuras ao redor de seus olhos, as quais não foram causadas pela fera aprisionada em seu corpo. Elas foram algo que Regina fez.

Impulsivamente, Regina levantou-se e ficou cara a cara com Red. Primeiramente, ela tocou as bochechas de sua ex, sentindo a pele macia - que tornara-se mais clara desde que o inverno chegara. Depois Regina pausou naqueles olhos verdes, pensando. Ela poderia morrer ali.

Percebendo que Red não esboçou reação, ela deixou seu dedo provar aqueles lábios quentes, que uma vez foram fonte amor e prazer.

Mas Regina não mais conseguia pensar claramente, ela fechou seus olhos e gentilmente beijou Red.

A loba colocou o rosto de Regina entre suas mãos e correspondeu antes de quebrar a conexão.

– Eu não posso, desculpe, eu não consigo – Red afastou-se – O que eu estou fazendo?

A prefeita virou-se e encarou o teto, contendo suas lágrimas.

Ela poderia dizer o quanto ela amou e ama Red, mesmo quando elas brigavam, mesmo quando a machucava. O orgulho era maior do que ela, maior do que tudo - exceto pelo seu amor - mas ela não conseguia encontrar palavras para dizê-lo, ou como expressá-lo. Ela estava em completo desespero, vendo sua vida em ruinas.

Ela começou a chorar.

– Tudo o que eu sei é que eu te amo e isso dói, você não vê o que está fazendo comigo? Você acha que eu choraria por outra pessoa? Não faça isso comigo, Ruby.

Red olhou para ela, um olhar que podia ver uma Regina nua de defesas, crua. Regina estava desarmada como nunca esteve antes, mesmo quando precisou r Red da morte.

Regina esperou ver compaixão nos olhos de Red, até entender que se ela estava sentindo-se miserável, Red estava dez vezes pior. Seu olhar estava carregado com a pior dor que Regina já vira. Naquele momento Red era feita de todos os tipos de dor.

– Eu poderia argumentar com você Regina, eu realmente poderia, mas eu não vou. Eu acho que agora você consegue sentir tudo o que você está me fazendo e toda pessoa que você já torturou sentir. Eu pensei que você mudaria, que meu amor seria suficiente e não foi. Cega por vingança, escrava da ambição. Agora você é apenas uma pessoa que eu costumava conhecer.

Red deixa o quarto, abandonando uma Regina a chorar.