Remember Everything escrita por Vengeance


Capítulo 1
Capítulo Único - One shot


Notas iniciais do capítulo

Fiz essa fic depois de ir na categoria de divergente (só as terminadas), procurei alguma one shot sobre a relação da Tris e Caleb, e por não tão incrível que pareça não encontrei nenhuma. Então eu mesma decidi escrever a minha.
Eu coloquei nos avisos, mas não vale nada avisar de novo: contem spoiler. Mas se você ai do outro lado da telinha ainda não leu todos os livros e quiser ler mesmo assim porque é teimosa(o), sintam se a vontade, mas será por sua própria conta e risco :)
Se encontrar qualquer erro, pode me avisar, que eu corrigirei.
Imagem achada na internet.
Boa leitura.



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Querida irmã, por favor, não me culpe

Só fiz que eu pensei que estava realmente certo

(Five Finger Death Punch - Remember Everything)

Capitulo Único

— Caleb, amo você.

Foram suas últimas palavras dirigidas a mim. E todo dia esse é meu primeiro pensamento, e as primeiras palavras que vem na minha mente.

— Caleb, amo você.

+++

A vida na abnegação é leve e agradável, na medida do possível. Mesmo com todo o altruísmo, e simplicidade ainda assim não é algo que eu me veja fazendo durante toda minha vida. Esse pensamento é egoísta, mas ninguém pode me julgar por pensar, nem que seja só um pouco em mim. Ninguém pode me julgar é claro, se ninguém ouvir.

— Vamos. – fala Beatrice, andando na minha frente. – Rápido.

Aperto o passo e a alcanço.

Na abnegação não é permitido esse tipo de lazer. Na abnegação não é permitido nenhum tipo de lazer. No entanto mesmo assim o faço. Tudo para vê-la sorrir nem que seja por um momento.

Andamos por calçadas rachadas e construções caindo aos pedaços. Ajeitando a mochila em meus ombros novamente, olhando de um lado para o outro. É tudo muito inocente, – mesmo que seja contra as regras – mas mesmo assim continuo me certificando de que ninguém presta atenção em nós. Agir de maneira suspeita só levanta suspeitas. Volto a olhar para frente.

Quando chegamos ao Millenium nós abrigamos debaixo de uma das estruturas de metal nos escondendo da melhor forma que podemos. Se nos virem aqui, isso traria problemas. Estamos quebrando regras.

— Você está tão preocupado assim?

— Não é isso... – coço a cabeça. – Deixa pra lá.

Eu tiro a mochila das costas e a abro no espaço que tem entre nossos corpos. Um pequeno piquenique. Simples como a nossa facção exige, mesmo que isso seja egoísmo.

Eu ofereço um sanduiche para Beatrice, ela o pega da minha mão, enquanto observa distraidamente o horizonte.

— O que você acha dos testes de aptidão?

Franzo a testa para aquela pergunta, ela sabe que não é permitido falar sobre os testes, mesmo faltando apenas uma semana para tal. Mas mesmo assim a respondo, porque sei que ela vai insistir na pergunta, até que eu a responda:

— Acho que são necessários. – Digo apenas.

— Só isso?

— Sim. E não vamos falar sobre isso. – Digo a reprendendo. - Agora coma.

— Certo.

Pego uma pequena garrafa de água e ofereço a ela, aceitando, pergunta:

— Não vai comer também?

— Vou, claro.

— Vai começa e alguns minutos.

Beatrice fala animada e atenta olhando para o horizonte. Logo o sol começará a se por.

Eu não escolhi o Millenium à toa. A verdade é que mesmo que ainda não tenhamos feito os testes, sei o que quero. Com certeza não é o mesmo que Beatrice, ou mesmo meus pais.

Provavelmente meus pais vão me odiar por querer outra coisa que não seja abnegação. Me odiar mais ainda por ter tanta sede de conhecimento que acabe por escolher a facção inimiga.

Erudição.

Mas não a nada que eu queira mais do que conhecimento. Desde que decidi o que queria esperei pelo dia da Cerimônia de Escolha. E em poucas semanas esse dia vai chegar e eu vou finalmente mostrar aos meus pais o que quero.

Mas isso significa que eu preciso renunciar minha família. Não vou ter mais permissão para ver meus pais ou Beatrice. A não ser que ela escolha erudição. No entanto tenho certeza de que ela não pertence a essa facção. Não da mesma forma que eu pertenço.

Ela pode ser esperta. Mas sempre quebra regras.

A erudição faz regras.

Não a como nós irmos para a mesma facção, e mesmo que fossemos ainda sim nossa família estaria separada.

Se camuflar debaixo de uma das construções do Millenium e apreciar o pôr do sol foi a forma que eu encontrei para me despedir, mesmo que agora ela não perceba o significado desse momento. Talvez um dia ela se lembre dessa tarde, e finalmente intenda o significado.

No entanto mesmo assim não a uma forma de me despedir de meus pais, qualquer coisa que eu tente fazer, mesmo que minimamente vai levantar suspeitas.

Não posso me despedir deles, só dela. E talvez eu queira me despedir somente dela porque todas as lembranças que eu tenho incluem ela mesmo as boas e as ruins.

Como quando mamãe quebrou o pulso e ela ficou desesperadoramente assustada e eu tive de consola-la durante o tempo em que ela ficou no hospital e durante todo o ocorrido.

Sempre a reprendendo quando ela ignorava algumas das muitas regras, e por vezes nem ao menos percebia. Meus olhares pesando sobre ela, eram mais do que o suficiente para faze-la parar e talvez refletir.

Exceto na vez em que ela tinha quatro anos e tive de dar uma bronca por não querer ceder a corda a uma garota que não tinha com o que brincar. No entanto foram poucas as vezes em que precisei interferir tanto.

Sei que ela não gosta de ser repreendida, principalmente por mim, percebo isso pelo modo como ela abaixa o olhar e seu rosto assume um tom escarlate.

Mas mesmo assim o faço para disfarçar minha escolha, e talvez disfarçar a sua escolha também. O modo como ignora tantas regras da abnegação me mostra que assim como eu, ela também não está disposta a viver essa vida por muito mais tempo do que o imposto.

Ela se apoia em mim, ainda observando os últimos resquícios desse pôr do sol, talvez ela nem tenha consciência desse movimento e a única coisa que eu consigo fazer, é levantar o braço e o apoiar nos seus ombros.

Saboreio um dos últimos momentos entre irmãos que nós vamos ter, – mesmo que tenhamos tido realmente poucos, dada as regras da abnegação – porque daqui a uma semana nós não pertenceremos mais a mesma facção e a mesma família.

Talvez eu nunca mais a veja, e esse pensamento me deixa aflito e angustiado.

Quando já não tem mais nada a observar no horizonte, a não ser a noite sem estrelas, fecho a mochila e a jogo de volta as minhas costas, nós levantamos e caminhamos de volta ao setor da abnegação, nossos pais pensam que fomos distribuir comida aos sem-facção.

Eles nunca iriam desconfiar, sinto a culpa pesar no meu peito, mas eu a escondo bem, e Beatrice faz o mesmo. Não tive de avisar a ela, mas mesmo assim, ela sabe que essa tarde vai ficar apenas entre nós dois.

+++

Assim como são meus últimos pensamentos antes de adormecer.

— Caleb, amo você.

— Eu também amo você, Beatrice. – Sussurro.


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Notas finais do capítulo

Bem, como eu disse lá em cima, não vi nenhuma fanfic com o Caleb como personagem principal, aqui no nyah. Eu escrevi essa one shot com o intuito de demonstrar que durante toda a infância da Tris o irmão mais velho dela sempre esteve presente, lá do lado dela.
E só depois da cerimonia de escolha que cada um seguiu seu caminho, e só aí que ela conheceu o namorido dela, Tobias a parte haha.
Mesmo que essa lembrança nunca tenha de fato existido, eu acho que o Caleb é sempre muito injustiçado pelos fãs de divergente.
Ele era um traidor ? Okay.
Ele era também meio covarde ? Okay.
Mas acho melhor entender que tem gente que no lugar dele faria muito pior.
E depois de ler aquela cena em Convergente, da Tris dizendo com todas as letras que ama ele, e ele também correspondendo, percebi que ele realmente se arrependeu dos seus atos.
E se a própria Tris, que foi a traída perdoou ele, quem sou eu para não perdoa-lo também ?
Eu acho que não é legal ficar guardando rancor, e eu acho que vocês concordam comigo, ou será que não ?!
Além do que o próprio Tobias descreve ele no final do livro com: o cabelo sujo, os olhos vermelhos e os lábios tremendo, depois da morte dela.
Bem se eu alcancei ou não meu objetivo, vocês é que vão me responder.



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