Steampunk’s Adventures escrita por Eye Steampunk


Capítulo 6
6° “O Óculos”


Notas iniciais do capítulo

Urie se recuperar da recém-morte de seu tio, mas não sem deixar de exercer seus fados. Neste capítulo, descrevo sobre a cerca que rodeia a Vila Spunk, e como é a vida profissional dos jovens. Boa Leitura!



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Mesmo Spencer ter ido busca as roupas em minha agora solitária residência, ele esqueceu o mais importante: o óleo de máquina. Como poderia trabalhar com o meu pé rangendo, isso além do fato que dificultava minha caminhada, não gostaria de andar mancando em cima da cerca.

– Obrigado por deixa viver com você, eu não queria viver naquele local sozinho – disse, enquanto o mesmo me acompanhava em direção a residência da minha família.

– Agradeça a minha avó que, aliás, esta amando sua companhia! – disse, eu notei um tom de irritação em sua voz.

– Ei cara, não fique com ciúmes de sua avó! – agarro-o pelo pescoço com uma chave de braço e esfrego um punho em seu cabelo.

– Para, seu perna de pau desprezível, esta amassando meu uniforme! – gritou ele tentando soltar da chave de braço, enquanto sorrio.

– E desde quando você liga para o uniforme? – pergunto ironicamente, enquanto solto ele.

Ele me socou “amigavelmente” irritado em meu braço.

– Acho que trocamos os papéis, eu sou aquele amigo que importunar você! – ele diz massageando seu pescoço – para alguém que não tem um pé, você é bem fortinho.

– Ah cala a boca, seu bebê chorão!

Continuamos a rir e a nos bater até chegamos a casa do Sr. Nervedj. Spencer esperou do lado de fora, como se o espirito do meu tio ainda habitasse na casa, ele ainda respeitava o espaço.

Enquanto eu não tive essa sensação, era como se estivesse em uma casa desconhecida, sem o barulho matinal vindo do escritório do meu tio, sem o barulho do bule de café ao fogo a lenha, sem o ranger da madeira, era estranho e vazio.

Queria passar menos tempo naquele local, olhei para Spencer pela janela que me olhava assustado, talvez por ficar um bom tempo parado observando o local, então ele sorri e levanta o polegar positivamente. Caminhei em direção ao armário da cozinha e retirei o óleo, guardei no bolso do jaleco, fiz mimica de volta para Spencer e apontei para meu quarto, como sinal que me aguardasse, precisava pegar mais algumas coisas.

Adentrei meu quarto, abri a última gaveta do armário e retirei a caixa de madeira com os pertences de meus pais. Não queria deixar algumas coisas nesta casa que mofaria aos poucos, então retirei o par de óculos, uma foto de meus pais e o caderno de anotações, guardei nos bolsos da minha calça e a foto no bolso do uniforme.

– Vamos! – disse a Spencer que me aguardava.

– Por que demorou tanto? O que você estava pegando além do seu óleo, menino de lata? – perguntou curioso.

– Explico quando chegarmos à cerca! – digo

Uma visão minha sobre a cerca, uma grande gaiola que dava abrigo e conforto a um passarinho. Como realmente é: a “Cerca” é uma grande estruturada que norteia todo o perímetro da cidade, criada pelos sucessores dos primeiros humanos da Vila Spunk, estimasse aproximadamente que foi a 3000 anos solares atrás.

A parte mais antiga da cerca é localizada no bosque, não há muitos vigias deste lado da cerca desde um acidente envolvendo um desmoronamento das cabines de pedra, apenas alguns vigias experientes são renomeados para vigiar este canto. A parte mais recente recobre todo o restante do perímetro da cidade, e era feita de um material mais resistente e impenetrável.

Do que protegíamos a cidade? Bem, de nada. Na verdade o intuito de proteção vem dos nossos ancestrais que sofreram ataque de além cerca, mas a além-cerca não parece me assustar, em qualquer direção você observa uma extensa planície desértica, somos um oásis no meio do nada.

– Como é entediante ficar preso nesta torre! – reclamou Spencer, subindo as escadas que levavam a uma das cabines da cerca.

Eu e Spencer patrulhávamos o setor-B. A patrulha era o primeiro serviço de todo jovem que cursava o último ano escolar, se desejasse seguir outra vida, ele deixava a patrulha e faria algum teste para o outro trabalho, se quisesse ser um gênio, teria que fazer o inventário e apresentar aos outros gênios. Gostaria de seguir a carreira na música, passe pelo teste musical do Sr. Beckend, um senhor que ensinou Finnik, deseja ser açougueiro... Bem, apenas mate algumas cabeça de gado do Sr. Pertson.

– Spencer? – chamei sua atenção, enquanto observava a lua que subia o céu.

– Sim? – ele perguntou.

– Eu tenho algumas perguntas sobre ontem! – disse – Sabe... O que aconteceu com Michael depois do “Não”?

– Bom, o casamento não continuou porque ninguém soube do paradeiro da noiva depois do “não” que ela disse no altar, ela fugiu em direção as minas de carvão junto com seu primo Aberlado! – ele olhou para mim, e balancei a cabeça positivamente, entendeu a situação.

– E sobre o crime? Eles têm algo haver com... A morte do meu tio?

– O Oficial Caesar prendeu Mary e...

– Mary? – virei-me a ele para saber se tinha ouvido certo.

– Se me interromper de novo, te jogo pela janela. Enfim, Mary e uma garota estranha, que nunca a vi antes, talvez ela seja das residências que fica perto do cemitério, foram presas como principais suspeitas, mas Mary foi liberada quando descobriram que foi apenas uma discussão de rua. Mary tentará impedir a outra garota, de matar seu tio e...

– Ela apenas tentou...

– Cala boca que ainda não terminei! – agora que tinha notado, mas enquanto ele falava, ele andava de um lado a outro da cabana, como um detetive. – O mais estranho nessa história, que Tyna, Alice, Finnik e eu notamos...

– Espera um momento, vocês se reuniram em... – confesso que senti uma ponta de ciúmes por não participar desta reunião.

– Você vai me deixar terminar a história ou não?

– Continue!

– Bom, as garotas me contaram que nunca viu aquela mulher antes na vila, e você sabe, praticamente Tyna conhece todo mundo desta cidade!

Fiquei em silêncio.

– Então, o que você acha?

– Já posso interromper?

– Claro, seus miolos também são de minhoca?

– Confesso que também nunca vi aquela garota. Talvez ela vivesse sempre em casa, como algumas garotas que somente se privam a liberdade, quando alguém pede sua mão em casamento, mas gostaria de saber os motivos de ela querer matar o meu tio?

– Tyna não escutou a conversa toda, - notei que ele recebeu as informações a partir de Tyna, que era filha do Oficial Caesar. – mas a boatos que ela, bem, como poderia explicar isto...

– Fale! – gritei

– Cremos que ela possivelmente teve um caso com seu tio!

Depois daquelas palavras, não sabia mais o que pensar. Era fato que meu tio não ficasse os fins de semana em casa, mas sempre acreditava que fosse para reunião, etc. Mas um caso, e mesmo se ele tivesse, porque ele não me contaria. Vergonha de se relacionar com alguém mais novo que ele? Talvez.

A noite passou em silêncio, além da cerca continuava o mesmo, as luzes da cidade se apagavam. Apenas as torres da cerca mantinham suas cabines com luzes acesas, então mexi em meus bolsos e tirei o par de óculos, experimentei mais uma vez e olhei pela janela o além. Nada.

– Como isso funciona? – sussurrei.

– O que? – perguntou Spencer não deixando o seu posto.

– Isto! – caminhei em sua direção e entreguei o par de óculos a ele – é uma das heranças que tenho do meu pai, mas eu não sei o que é, ou se é apenas um par de óculos bizarro, meu pai não faria algo tão estranho!

Olhei o entusiasmo de Spencer como o objeto em mão.

– Nossa que legal! – ele disse.

– Legal?

– Sim, nunca vi algo tão extraordinário. O que isso aqui faz?

Ele mexeu em uma roda-manivela que estava ao lado, nunca tinha notado, após ele ter dado uma volta o objeto acendeu. Quando disse acendeu, digo que luzes verdes surgiram de suas lentes.

– Acredito que isso foi o inventario do seu pai! – Spencer disse

– Você acha? – pergunto.

– Uau!

Ele não respondeu nada, porque simplesmente colocou o par de óculos no rosto e olhou tudo ao seu redor. Achei que fosse brincadeira dele, mas parecia que aquilo estava funcionando mesmo.

– O que você esta vendo? – pergunto agora curioso.

– Seu corpo esta brilhando! – ele diz me olhando.

– O que? Passe isso para cá! – digo tomando do rosto e experimentando o objeto.

Olhei ao meu redor, e todo o cenário ganhou um tom de sépia, mas havia algumas diferenças, em fonte de calor, o sépia tornava mais claro, os óculos detectava calor. Olhei para Spencer, seu corpo brilhava assim como as tochas que estavam mantendo luz na cabine.

Spencer me seguia, enquanto eu olhava pela cidade, observei o espectro de calor dos guardas e oficiais que trabalhavam de noite, um casal que estava de mãos dadas na varanda de sua casa, todos emitindo calor.

Então olhei em direção ao bosque, havia os quatro guardas e suas cabines, mas estavam sem nitidez pela distância. Girei a roda-manivela e a imagem ampliou-se, os óculos também ampliava a visão, como isso era possível, os guardas estavam patrulhando normalmente.

Procurei mas uma fonte de calor pelo bosque e encontrei duas, uma parecia estar de costas e ajoelhados em frente a uma árvore, como se tivesse colhendo frutos; a outra estava a alguns metros com o que parecia ser uma grande navalha nas duas mãos.

– Mas quem...

Então o cara com as navalhas a mão perfurou o que estava de joelhos pela costa e depois decapitou sua cabeça fora como faca deslizando sobre manteiga. Cai no chão de assustado, senti um toque no ombro, me assustei.

– Calma cara, parece que viu um fantasma – tinha me esquecido completamente que Spencer estivesse ali junto comigo.

Arfei, retirei os óculos do rosto e olhei para meu amigo.

– Acabei de presenciar um assassinato de um desconhecido!


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Notas finais do capítulo

EI, VOCÊ! Chamei sua atenção, ok, então se leu este capítulo, deixe seu comentário do que achou *-* Agradecido.



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