Steampunk’s Adventures escrita por Eye Steampunk


Capítulo 1
1° Um Pé direito


Notas iniciais do capítulo

Olá! Caros leitores, esta é a obra que vou desenvolver e escrever mais este ano. Antes de mais nada, você pode parar aqui mesmo nesta nota ou continuar a ler e adivinhar a se somente, o local e o tempo ocorrido na história.Mas se sua mente é curiosa, a historia se passa em "lugar nenhum" e em "tempo algum". Mas como assim Eye Steampunk? Deve esta se perguntando. Bom, a dimensão que acontece essa, como posso chamar, crônica, é em um universo alternativo, não é em nosso mundo... que será explicado no decorrer da história. O local onde se passa a primeira trama é na Vila Spunk e o tempo é medido pela luz do sol, o que faz deles, "poucos desenvolvidos" de tecnologia... Bem, é isso jovens leitores, espero que se divirtam com essa emocionante história, viva o steampunk e boa leitura...



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Acordo de um pesadelo.

As batidas na porta feita de mogno, na residência 133 da Rua dos Sonhos, esquina com a Travessa da Razão. Ecoavam pela casa como frequência de rádio, espalhando suas ondas em todo o ambiente, mais rápido que um coelho, mais lento que a luz.

– Iure! Acorde, levante esse traseiro magricelo da cama! – gritou eufórico, o som abafado pela composição da madeira que era um ótimo isolante acústico.

Olhei para o vão da porta, nenhuma luz, nenhum barulho vindo do quarto à frente. O Sr. Nervedj ainda dormia. O Sr. Nervedj odiava ser desperto antes do canto do galo, que por ocasião, ainda não observei pronunciar sua melodia ao surgir dos primeiros raios de sol.

– Vamos! Hoje é o “Grande Dia”! – ouço a voz do meu amigo desaparecendo aos poucos.

Contorci no beliche, as cortinas da janela estavam fechadas, a batida da porta cessou, talvez fosse embora, ou talvez o Sr. Nervedj jogou um balde de água fria do andar de cima, ou apenas se confundiu de residência. Estava absolutamente errado. Relaxei por 17 segundo, antes que o barulho voltasse a entoar, mais alto e mais grave, vindo agora das janelas de vidro do meu quarto, que ficava no andar de baixo.

– Eu disse acorde! – gritava mais alto.

– Já estou indo! – digo sussurrando de volta, retirando o cobertor sobre mim e esfregando as persianas dos olhos.

Olhei para o medidor do sol na parede, o ponteiro que projetava sua sombra vinda da luz que atravessava a cortina, projetava sobre 1/7, significava que um sétimo de luz do dia já se passou. Bocejei, sentei no colchão, fiz alguns exercícios, enquanto ele continuava batendo com mais intensidade na janela; calcei as pantufas, estendi o pé direito ao chão e o de metal em seguida, andei sonolentamente em direção à janela. Afastei mais as cortinas e abri a portinhola de vidro.

Michael, melhor amigo seguido de Spencer, mas quem eu gostava de passar mais tempo. Estava de camisa de botão branca, calça caqui com suspensórios, cabelos loiros desarrumados e sorrindo como um idiota.

– Michael, sabe que passo as noites acordado de patrulha e preciso dormir, mais que o necessário que o restante da Vila Spunk! – reclamei.

– Cara, hoje à noite você não trabalha, é dia de festa na cidade! – ele estampava um sorriso do canto de uma bochecha a outra – eu vou me casar, cara, eu vou me casar amanhã! E os rapazes dessa cidade vão festejar a madrugada inteira, então se arrume e me encontre na taverna ante do pico do Sol!

– É... – digo esfregando as mãos ao rosto, a luz do dia me castigava – mas da próxima vez, não faça exaltação, não sou o único que morar nessa casa – Referir ao Sr. Nervedj.

– Convide o velhote também! – diz ele.

Ele se despede me abraçando entusiasmado pela janela, bate em meu ombro amigavelmente e se afasta em direção ao incômodo de outras residências.

– Idiota! – disse.

Michael se casaria na noite do dia seguinte, o problema é que todos conheciam a sua mulher, Lindsay. Ouvi um dia desses, das bocas das senhoras que tricotavam em frente à casa dos Gerades que a mesma Lindsay, era uma vadia e todos sabiam dos casos que ela tinha com o próprio primo.

Voltei a atenção ao meu quarto, enquanto sentava na beirada da janela. Pequeno, com um armário de quatro gavetas para roupas, um cabide de jaleco, um beliche, onde apenas eu dormia e debaixo havia malas vazias, uma estante com poucos livros, e uma mesa de trabalho com um caderno e uma caneta tinteiro, além do próprio tinteiro.

Caminhei em passos ainda sonolentos ao armário, retirei o meu uniforme azul e preto de patrulha, um crachá com identificação. “Iure Schumer, 18 anos, patrulha de fronteira. Setor B”. Como Michael disse: hoje eu não ficaria nos muros de vigilância, então guardei o uniforme de volta a gaveta. Desloquei-me ao corredor e ao banheiro ao lado; silêncio, a porta do quarto do Sr. Nervedj estava trancada, será que ele poderia esta no escritório? Perguntei-me. Segui o meu caminho.

Fiz minhas necessidades diárias, mas uma vez a encanação fazia barulho ao ligar o chuveiro, girei a válvula três vezes, fui atingido por uma rajada de água fria, quase escorreguei em uma pedra de sabão; a água tinha gosto salobro, o que fez ter nojo. Ao fim do banho olhei para o espelho embaçado, não do vapor, mas de calor, enxuguei com a toalha de rosto sua superfície. Jovem, caucasiano, com cabelos negros como a asa dos Reis dos Corvos, pendendo aos olhos; corpo nem musculoso, nem gorducho, apenas magrelo; olhos castanhos e os primeiros sinais de pelos faciais.

Depois de ter retirados os pelos que tanto me incomodavam e enxugado o meu pé metálico para que não enferruje o aço, voltei ao meu quarto com a toalha em cintura; ouvi algumas risadas, olhei em direção a janela que ainda estava aberta, um grupo de jovens senhoritas estavam rindo.

– Droga, perdão senhoritas! – digo correndo e fechando a cortina, expondo apenas o rosto envergonhado.

– Não há o que perdoar Sr. Iure! – disse Mary entre risos – Eu costumava dar banho em meu irmão mais novo todos os dias! – ela e suas amigas riram.

Afastara-se com um grupo de donzelas com seus longos vestidos, seus cabelos trançados e suas sombrinhas protegendo do calor do verão. Mary era dois anos mais velho que eu, tinha um rosto lindo, com a pele em cheiro de pêssego e alva como a neve. Todos os dias pelas manhãs, ela se reunia com o restante das garotas da vila para as caminhadas matinais, por ser também a mais velha das meninas, todos os garotos queriam corteja-la, e todas as garotas queriam ser como ela.

Abri o armário, vesti calça de lã marrom, camisa branca, um colete de couro e luvas de couro. Na última gaveta, me abaixei para pegar uma caixa de madeira, que possuía lembranças dos meus pais. Como conta minha Vó antes de morrer, eles eram os maiores cientistas da Vila Spunk, fazia quase dezesseis anos que eles iniciaram uma jornada junto com meu tio, o Dr. Nervedj, para fora da vila, me deixando com a minha avó. Partindo do pressuposto que não havia nada de errado ou perigoso depois da cerca. Em meio caminho, meu tio voltou, disse esta com medo, meu pai entendeu a situação e pediu que ele ficasse e cuidasse de mim. Um erro, um pensamento egoísta, mas preferia que meus pais ficassem e meu tio fosse nessa aventura sem volta.

Abri a caixa de madeira e observei os pertences. Um objeto metálico redondo, com o que parece ser um tampo, quando aberto, revela um recipiente de vidro que protege o que parecem ser ponteiros, e aponta a números romanos; na sua borda tinha uma corrente. Meu tio disse ser chamado de “relógio”, mas o seu uso é desconhecido, o objeto não funciona, coloquei no bolso do jaleco.

Também tinha papéis, cadernos de anotações dos meus pais e um par de óculos... Eu chamava de “O Óculos”, já que ele possuía uma armação diferente dos normais e lentes projetando a suas laterais, já testei varias vezes em meu rosto. Com certeza, Mary e a irmandade das garotas e o grupo de garotos, ririam da minha cara se usasse aquilo. Então devolvi a caixa à gaveta do armário.

Depois de ter dado nó na gravata borboleta, caminhei em direção ao corredor, dei meia-volta e observei a porta do quarto do Sr. Nervedj, ainda estava escuro. Olhei para o escritório, uma porta que ficava a frente à escada que ligava ao andar de baixo; o andar de cima possuía livre caminho apenas para biblioteca e o sótão, mas o escritório era permanentemente proibido a minha entrada. Uma luz vinha de cima e um barulho estranho de algo sendo queimado; como vagalume sendo atraído por uma luz, eu fiquei atraído por um campo gravitacional das minhas curiosidades.

– Sr. Nervedj? – perguntei no primeiro degrau da escada

Ninguém me respondeu, observei que a porta estava entreaberta, o som e o piscar de luz continuavam. Subi mais alguns degraus da escada lentamente, quando acidentalmente uma das tábuas que compunha o degrau rangeu. O barulho e as luzes silenciaram, refiz o meu caminho, com mais rapidez da escada de volta ao corredor, e caminhei em direção à cozinha de serviço, mas senti que alguém me observará se afastar.

Depois de um tempo, escuto os passos no corredor, felizmente em direção ao banheiro. Sentei-me em uma cadeira, peguei um pano e graxa do armário da cozinha, onde ficavam os produtos de limpeza. Passei ao meu trabalho diário antes de sair, lustras os sapatos.

Olhei para o meu pé normal e depois ao pé de metal, o meu tio me privar de saber o meu passado, diz que o importante é o futuro. Então não poderei relatar como ganhei uma “perna de metal de pirata”, como os outros garotos caçoam.

– Olá! Bom dia meu tio!– digo, quando o Sr. Nervedj entra no cômodo.

As roupas de costume vestia-se a gala, mesmo em dias de verão. Uma vez me perguntei se ele não se incomodava do calor que fazia tal vestimenta, ele me respondeu que “homens sábios” se vestem para obter respeito. É claro que usava a roupa formal, mas em geral à noite, as maiorias dos garotos da minha idade tentavam usar menos tecido. Tanto para exibir os seu corpo, quanto para não morrer de calor.

– Me diga meu caro sobrinho, você já subiu no andar de cima esta manhã? – ele perguntou, enquanto limpava o seu monóculo com um pano que tirou do bolso de seu paletó.

– Não. – respondi, mentindo parcialmente.

– Ótimo! – observou-me desconfiado – temo que eu tenha que me encontra com o bibliotecário do vilarejo, o Sr. Thommas, então não poderei ficar para o café! – disse ajeitando a cartola a cabeça.

– Esta tudo bem! – eu disse.

– Então fique e retire o pó da casa, organize alguns papéis que deixei jogados na biblioteca e... – me olhou severo.

– Não entre no seu escritório – respondi.

– Muito bem – disse caminhando em direção à saída da cozinha, com sua maleta de trabalho.

Enquanto olhava a meu pé, lembrei que tive um pesadelo.

– Espere tio! – falei

– O que foi Sr. Buck? – ele disse meu sobrenome, o nome da família do meu pai.

– Eu tive o mesmo pesadelo – falei, vendo sua expressão de preocupação se tornando visível – o “Olho Vítreo”!


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Notas finais do capítulo

Ei, você que leu o primeiro capítulo, deixe suas dicas nos comentários, compartilhe com seus amigos. Você estará ajudando no desenvolvimento desse jovem-brasileiro e escritor.



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