Próximo à Morte escrita por MarcusEPriscila, pri_crepusculo, Marcus


Capítulo 1
Conhecendo a morte




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Meu nome era Sammuel... Era, pois eu morri há muito tempo... Para o mundo... E para mim.
Era noite em minha cidade e eu já dormia... Havia discutido novamente com minha irmã mais nova e meu pai me mandara mais cedo para o quarto.
Revirava-me na cama tentando dormir, mas, como sempre, estava com dificuldades para dormir. Foi quando eu ouvi gritos vindos da janela do meu quarto e levantei. Corri para ela, curioso e preocupado com o motivo. Várias pessoas estavam jogadas no chão, com roupas ensangüentadas. Havia seis pessoas num dos cantos da rua, próximas umas das outras. Três delas estavam agachadas sobre as outras três que gritavam enquanto sangue escorria de seus pescoços para os ombros e caia ao chão.
Tentei ver os rostos deles, mas não consegui. A escuridão predominava na fraca luz dos postes e os vultos agachados estavam de costas para mim.
O vulto que estava do lado esquerdo deixou a mulher em seus braços cair no chão e virou-se para mim, me olhando fixamente.
Era outra mulher.
Não, não qualquer outra mulher.
Era a mais bela que eu já havia visto... Seu rosto anguloso, sua pele pálida, seus cachos dourados que pendiam à altura de seus ombros... Ela era, sem dúvida, perfeita.
A perfeição era tamanha que eu havia ficado paralisado admirando-a...
Os outros dois vultos se voltaram para mim, também deixando as pessoas que estavam em seus braços caírem. Eu os olhei rapidamente.
Eram um homem e uma mulher ambos de cabelos negros e igualmente belos.
Foi quando vi o sangue que escorria de seus lábios, manchando-lhes os pescoços. As pessoas que estavam em seus braços jaziam mortas a seus pés. Toda minha admiração se transformara em outra coisa: terror.
Os dois vultos que haviam se levantado juntos correram em minha direção, mas se separaram quando estavam próximos à minha casa.
Eles iam pegar meu pai, minha mãe... Minha irmã.
Eu tinha que pará-los, mas não havia como. Eles tinham matado tantos... Até guardas armados estavam mortos e eles não haviam sofrido nenhum arranhão aparente. Minha família e eu seríamos mortos e aquelas criaturas continuariam a viver para matar mais pessoas.
Mas eu não podia simplesmente deixar minha família morrer sem nem ao menos tentar salvá-los.
Tentei ir até a porta, mas minhas pernas não me obedeciam. Com muito esforço comecei a caminhar em direção a porta. Não adiantou muito.
Pouco mais de um segundo e a mulher estava a minha frente...  Percebi então algo que não havia notado antes. Seus olhos eram vermelho sangue e tinham uma expressão de desejo e fome.
Em menos de um segundo nós estávamos no chão. Senti uma forte dor nas minhas costelas, como se estivessem quebradas e em meu pescoço, mas não gritei, a dor era tanta que eu não conseguia emitir um som. Ela levantou e olhou para mim, os olhos agora mais calmos e com uma expressão de quem se desculpava, mas ainda famintos.
Novamente ela abaixou o rosto e senti outra pontada em meu pescoço, um pouco mais abaixo da primeira. Dessa vez não agüentei e comecei a gritar. A dor de ambas as mordidas mais a fratura nas costelas eram grandes demais e a da primeira mordida só aumentava, parecendo queimar minha pele.
Então, ela levantou novamente a cabeça, mas, dessa vez se esquecera de abrir a boca e arrancou um pequeno pedaço da minha pele. A dor só aumentava e se espalhava por todo meu corpo, já não conseguia ao menos mover meu pescoço que parecia arder em chamas. Levei minha mãe até a ferida, mas não havia fogo algum.
Olhava para a mulher, sua beleza, mesmo após ter me atacado, ainda me paralisava. Mas, agora sua expressão não era de desejo ou de perdão. Era uma expressão de medo, como se algo a ameaçasse e isso era algo que eu não queria conhecer. Percebi uma pequena mudança no lugar. Nós não estávamos mais sozinhos.
Havia três outras pessoas em meu quarto.


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