Quarto meninas 7:30

Maria Joaquina:

Eu espero que a Valentina venha mesmo, se ela não vier eu a trago arrastada, meu plano tem que dar certo, pois eu saio feliz e o Cirilo mais ainda, espero que ela seja o tipo dele, ela não é tão bonita como eu, mas acho que talvez ele possa a vir gostar dela.

Eu e as meninas estávamos quase terminando de nos arrumar, aposto que os meninos já devem estar prontos e famintos principalmente o Jaime, que apesar de emagrecer continua o mesmo comilão de sempre, afinal algumas coisas nunca mudam, né.

Só estamos no primeiro dia de nossa viagem, temos mais dezenove dias pela frente, sinto que muita coisa vai acontecer e tudo vai mudar.

Eu já estou pronta falta só o retoque final da minha maquiagem, a cor escolhida da maquiagem de hoje a noite é rosa claro.

Peguei minha paleta de sombras e escolhi a que era rosa mais claro e a passei em frente ao espelho da penteadeira do quarto.

Gostei muito do meu look noite, estou usando um vestido rosa floral, uma bota cano curto preta com tachas em rosa e os meus acessórios básicos, como por exemplo a minha tiara cor creme.

– Já estou pronta. – Eu, anunciei, para as meninas.

– Eu também. – Disse, Laura.

– Quase. – Falou, Vale, terminando de colocar os seus brincos.

As outras meninas já estavam prontas, então quando Vale terminou de colocar seus brincos, nós fomos em direção a sala de jantar e vimos os meninos na sala, mas eu não via a Valentina, então ouvi a campainha, com certeza era ela.

– Vão indo para a sala de jantar, que eu vou receber a minha convidada. – Eu, falei, a todos.

– Quem é essa convidada? – Perguntou Cirilo. – Ele nem imagina o que o aguarda.

– Somente uma amiga. – Eu, disse, num meio sorriso.

Todos fizeram uma cara assim tipo quem será? Afinal estamos numa ilha quase deserta, eles nem imaginam que é a Val.

Quando eles se retiraram fui abrir a porta, lá estava ela usando um vestido bege e uma sapatilha rosa chá.

– Adorei o look e seja muito bem-vinda. – Eu, falei, a cumprimentando.

– Obrigada, o seu também é um arraso, mas eu tenho que te avisar que não vou poder demorar muito, pois meu pai só deixou que eu ficasse por pouco tempo, quase que ele não deixa eu vir. – Ela, disse e foi ficando com uma tristeza no olhar.

– Porque seu pai não queria que você viesse? – Eu, indaguei, curiosa.

– Ele não gosta muito que eu ande com os patrões. – Ela, me respondeu, meio constrangida.

O seu Fernando mudou muito neste tempo em que não venho nesta ilha, pois eu lembro que quando eu vinha Valentina e eu sempre ficávamos juntas e ele ainda morava com sua esposa, o que será que aconteceu com a mãe da Val?

– Entendo, depois do jantar você pode ir para casa se quiser.

– Tudo bem. – Ela, disse.

– Entre e fique à vontade. – Eu, falei, abrindo passagem para que ela entrasse na casa.

Ela entrou na casa e nós fomos para a sala de jantar.

– Essa é Valentina. – Eu a apresentei para os meus amigos, mas o Cirilo nem prestou atenção direito, em compensação o Jorge não tirava os olhos dela, se eu o amasse de verdade eu sentiria ciúmes, certo? E a única coisa que eu consigo sentir com essa cena é vergonha de alguém perceber ele olhado e eu ficar de boba.

– Sente ali. – Eu a mostrei o lugar do lado do Cirilo.

Quando ela se sentou do lado de Cirilo e finalmente ele a olhou, os olhos dele brilharam, estava começando a dar certo, eu sabia que ia funcionar.

Eu falei o nome de cada um de meus amigos a Valentina e ela os cumprimentou.

Eu me sentei do lado do falso do Jorge, eu não estou com ciúmes, ok, ele deve ter achado ela bonita, só isso, pois ele me ama, né.

Eu mandei servir o jantar e quando os pratos chegaram à mesa:

– Temos vários tipos de peixes, mas quem não foi pescar, não pode comer, ok. – Eu, disse, claro que brincando e piscando para a Vale.

– Sério? – Perguntou, Marce.

– Claro que não, estou só brincando, nunca faria uma maldade dessas, ainda mais com vocês. – Eu, falei, sendo sincera.

– Agora, né. – Alfinetou Marg. – lembrando da época em que eu era egoísta e preconceituosa, Mas como esse tempo já passou e ficou para trás, resolvi não ligar e fingir que eu não ouvi esse comentário ridículo dela.

– Bom apetite. – Eu, disse, sorrindo e quebrando o clima tenso que havia se instalado na sala de jantar.

Nós jantamos e depois fomos para a sala.

– Então Val, conte um pouco sobre você.

– Hun... deixa eu ver, me chamo Valentina, tenho 13 anos, moro aqui nessa ilha só com meu pai desde que ele se separou da minha mãe há um ano e pouco atrás, acho que é só isso. – Ela, respondeu.

– E sua mãe, você não a vê mais? – Perguntou, Laura.

– Não, ela mora em São Paulo. – Ela, disse.

Porque a Val não vê mais a mãe? Parece que essa ilha esconde mais segredos do que eu pensava.

– Ah.... É onde fica a nossa escola. – Comentou, Cirilo.

Algum tempo depois:

– Eu já vou indo. – Disse, Valentina e deu tchau com as mãos somente para o Cirilo, isso.... ela tinha gostado dele.

– Tudo bem, eu te levo até a porta. – Eu, falei, já a levando até a porta.

– Tchau e boa noite. – Valentina, disse, a mim já na porta.

– Eu vi o clima entre você e o meu amigo Cirilo, hein....

– Imagina, eu só achei ele muito gentil. – Ela, falou e foi embora.

– Sei... – Eu, disse, alto o suficiente para ela ouvir, já que eu a tinha quase perdido de vista.

Eu voltei a sala para me juntar aos meus amigos.

Que tal jogarmos algo? – Eu, falei, me sentando na roda no chão em que todos estavam já sentados.

– Que tal o jogo do eu gosto? – Propôs, Marce.

– Ótimo.

– Eu não conheço esse jogo, como funciona? – Perguntou, Carmem.

– Eu vou explicar para quem não conhece, é assim, alguém escolhe um tema como por exemplo o animal que você mais gosta, aí cada um da roda responde qual o animal que mais gosta e quando chega na sua vez você faz o mesmo, entenderam?

– Sim. – Todos, falaram.

– Eu posso escolher o tema? – Perguntou, Vale.

– Com certeza, qual tema você pensou?

– Doce. – Vale, falou.

– Ok, eu começo, gosto de mousse de morango.

– Eu gosto de brigadeiro. – Disse, Vale.

– E eu de bolo de caramelo. – Falou, Davi.

– I like cupcake de banana. – Disse, Bibi.

– Eu gosto de cupcake de chocolate. – Falou, Laura.

– E eu gosto de brownie. – Respondeu, Mário.

E todos foram respondendo e nós rimos e nos divertimos bastante, pois apesar de ser uma brincadeira boba de criança serve para nós nos conhecermos melhor [ como se nós não nos conhecêssemos, né] e adolescente é um pouco criança ainda.

Ficou tarde e todos fomos para os nossos respectivos quartos dormir.

Quarto meninas 00:30

– Então meninas se divertiram hoje?

– Muito. – Todas falaram, menos a Margarida, óbvio.

– Que bom, boa noite meninas.

– Boa noite, Majo. – Todas disseram, menos Margarida novamente.

Uma hora depois:

Eu estava com uma insônia terrível, então decidi vestir o meu roupão de seda por cima de minha camisola e ir na sacada do quarto para tomar um ar.

Eu saí e imediatamente olhei o céu, A lua estava tão linda, eu me senti como julieta em romeu e julieta na cena da sacada.

De repente eu olhei para a piscina e vi o Daniel lendo um livro com uma lanterna em uma das espreguiçadeiras da piscina, parece que não sou só que que ando com insônia, né.

Resolvi entrar antes que ele me visse, entrei e me deitei na cama tentando dormir, alguns minutos depois eu finalmente consegui dormir pensando nele.

Maria Joaquina off