Third Judmet escrita por Sawatari


Capítulo 1
Prólogo




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Se você acha que isso é só mais uma história fictícia, continue, mas não espere que eu conte a vida feliz de um garoto comum, ou as aventuras de um poderoso herói. Não sou nenhuma das duas coisas. Pra ser bem sincero, não sei o que sou. Não estou do lado do bem, tão pouco do lado do mal. Apenas tento sobreviver.
Eu não escolhi ser assim.

     Meu nome é Dean Lockhart, e tenho 16 anos. Minha mãe, Alexa Lockhart, era uma mulher normal. E isso é tudo o que sei sobre ela. Cresci mudando de orfanatos e mais tarde de internatos de ano em ano. Meu histórico neles não é dos melhores, apesar de metade dos acontecimentos não ter sido minha culpa.
     Eu sou um Meio-Sangue. Meio humano, meio deus. Não estou falando de Deus, mas de um dos doze deuses olímpianos. Tenho certeza de que já os conhece de alguma aula de história. Acredite em mim ou não, eles ainda existem. E ainda tem filhos com mortais. Esses caras deviam arrumar um hobby melhor na minha opinião.
     Meu pai é Hades, Deus dos Mortos. Não acharia estranho se me conhecesse melhor. Na verdade, acho que devo ser parecido com ele, mesmo nunca tendo visto ele. Hades e meus tios, Zeus e Poseidon, são os Três Grandes filhos de Kronos, senhor dos Titãs. Isso quer dizer que seus filhos são mais fortes e imprevisíveis do que outros Semi-deuses. Isso é uma coisa boa?

     Não. É um saco.
     Os monstros da mitologia, os inimigos dos heróis, também existem. Na verdade, eles não morrem. Só são combatidos. Os filhos dos Três Grandes tem um cheiro mais forte para monstros. Mas vocês, humanos comuns, não podem vê-los, pois uma força chamada Névoa faz a nossa realidade se encaixar na sua realidade. Heróis quase sempre são enganados, por algum tempo, pela Névoa. Eu não.
     E, pra piorar (sim, piora), meus pais e meus tios juraram nunca mais ter filhos há uns... sei lá, setenta anos?, um tempão. Isso porque meu meio irmão, Adolfinho, quis causar uma guerra. Sim, Adolf Hitler, esse mesmo.

     Bem, agora que já deixamos o geral claro, vou falar um pouco de mim. Não acho que vá ter tempo para isso depois. Sabe, monstros acham que você se distrai enquanto fala e tentam arrancar sua cabeça.
     Meu nome vocês já sabem, e para outros que já o conhecem, é um sinônimo de "problemas". Como todo Meio-Sangue, tenho dislexia, na verdade isso é minha "afinidade"com grego antigo que nem sei pra que preciso disso, e transtorno déficit de atenção. Mas isso não é tudo. Como eu disse antes, a Névoa não me afeta, e por isso levei alguns anos para aprender que para pessoas normais, os monstros só existem na minha cabeça.
     Isso aí, eles acham que eu sou louco. O que foi ajudado pelo fato de metade dos professores e médicos serem os monstros.

     Boa parte das pessoas me considera psicótico, sanguinário e cruel. Devo admitir que elas estão certas. Mas costumo ser assim só com os monstros, e gente que me enche o saco. Tá bom, com todo mundo. Só que essas pessoas me julgam assim só de me verem. Deixe-me descrever-me para você tem uma idéia melhor.

     Eu sou alto, mesmo para os padrões adolescentes, o que é bom considerando quantas árvores já tive que escalar pra fugir. Costumava ser magro, mas comecei a me preocupar com a força física aos 13 anos, de modo que posso dizer que sou um pouco musculoso. Tenho cabelos loiros escuros, às vezes parecem até mesmo pretos. Meus olhos são pretos, e todo mundo diz que dão mais medo do que tudo em mim. Minha pele é branca,(já que só consigo sair da sala de aula, dos psiquiatra ou do meu quarto quando tem alguma coisa me perseguindo) e tenho mais cicatrizes do que posso contar. Gosto de usar roupas escuras, com as minhas botas de combate e jaqueta de couro da mesma cor.
     Um dos psicólogos disse que isso é uma manifestação de sentimentos ruins, ou algo assim. Ele era um monstro.

     Como eu descobri o que eu era?
     Bem, na verdade eu sempre soube que não era normal, mas foi no dia que eu fiz 16 anos. Era dezembro, um dia especialmente frio, mas por sorte a neve não caía. Eu tentei fugir do último internato, porque meu professor de educação física era um lestrigão sanguinário.

     Enfim, o treinador Lennox tentou me matar de noite, mas eu o ouvi chegando antes de entrar no meu quarto. Pulei pela janela e corri para a cidade, onde seria mais difícil me achar. Mas lestrigões são rápidos e tem um bom olfato. E são bem barulhentos. O episódio acabou com o treinador com metade do rosto seriamente queimado (se você é um lestrigão, nunca persiga um cara que tem um isqueiro em um posto de gasolina), e eu sendo preso. Meu melhor aniversário.

     Mas uma das guardas era um monstro. Uma mulher velha, cujas mãos eram garras e asas de couro brotavam das costas, tipo uma avó-morcego. Se acha que como descrevi a Fúria já é ruim, imagine ter aquilo na sua frente.
     Só que a Fúria não queria me matar, como me ela me disse (me pareceu meio aborrecida com isso, mas ignorei). Me contou tudo o que eu acabei de contar sobre deuses. Confesso que não duvidei dela, pois tudo fazia sentido. E mandou um presente do meu pai. Uma espada. É, depois de dezesseis anos largado, ele me dá uma espada pra compensar tudo. Belo pai eu fui arrumar. Depois disso me mandaram para um internato no fim de mundo chamado Westover Hall.
     Esse foi começo da minha história... E dos meus problemas.

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