Á noite havia chegado e como o combinado eu iria com Pedro ao parque. Nunca pensei que isso iria acontecer, mas ali estava eu parada de frente para um espelho terminando de me arrumar, o short claro desfiado, a blusa regata/gata azul claro e o all star branco que eu usava estava perfeito para um passeio é… Bem… Um passeio em um parque de diversões. Ouvi á campainha tocar e tinha á certeza que era Pedro. Minha mãe estava em casa então ela abriria á porta e não, eu ainda não estava falando com ela direito.

– Muito prazer – Eu pude ouvir Pedro dizer. Sai do quarto e fiquei parada no corredor perto da escada – Não, não quero nada não, não se incomode.

– Quê isso meu jovem não é incomodo nenhum, tem certeza? – Disse minha mãe.

– Tenho sim, não se preocupe. Sua casa é muito bonita.

– Ahhh muito obrigada.

– Será que a Karina já está pronta?

– Eu não sei, ela costuma demorar um pouco na hora de se arrumar, principalmente se for para uma balada…

– Não, nós não vamos para nenhuma balada, eu não curto muito isso.

– Não?

– Não, eu pretendo leva-la para um parque de diversões.

– Ahh e ela aceitou ir?

– Surpreendentemente sim.

– Ela é mesmo surpreende.

– Karina me falou sobre você.

– Falou? – Seu tom de voz beirava a espanto. Digamos que meus amigos não sabiam muito sobre á existência da minha mãe, apenas as meninas, já que crescemos juntas.

– Falou, ela me disse que a senhora trabalha muito para lhe dar tudo que precisa, disse que cuida muito bem dela e eu já admiro-te por isso, pelas simples palavras que saíram da boca de Karina.

– Que isso garoto, assim você me deixa envergonhada – pude vê-lo sorrir já que me aproximei mais da escada – Sua mãe é uma mulher de sorte por tê-lo como filho.

Ouvi aquelas palavras fez meu coração apertar e uma tristeza bater, minha mãe nunca havia me dito que eu era uma boa filha, que ela tinha orgulho de mim, e ela não tinha razão para isso, mas eu me senti magoada por ela ter elogiado Pedro e á mim não. Desci as escadas rapidamente e logo estava na sala.

– Ahh já está pronta.

– Faz tempo, vamos? – Meu tom de voz era um pouco duro e Pedro franziu o cenho.

– Hum, vamos – ele se aproximou de minha mãe e depositou um beijo em sua mãe – Foi um prazer.

– O prazer foi meu querido – Eu já estava na porta e batia o pé impaciente. Arthur se aproximou de mim – Karina que horas você volta?

– Não sei.

– Ahh eu vou deixar o… – Antes que ela pudesse terminar de falar eu bati á porta e sai.

– Karina, qual é os eu problema! – Pedro segurou em meu braço.

– O que foi?

– O que foi? Sua mãe estava falando com você.

– Eu não estava a fim de ouvir – Me soltei de seu braço.

– Mas você é uma mesquinha mesmo hein.

– Hey.

– Hey o que Karina, sua mãe estava falando com você cara! Ela não é nada daquilo que você diz, ela é uma pessoa maravilhosa e precisava de uma filha mais amorosa!

– Se ela é tão boa assim pega ela pra você então!

– Com certeza eu faria isso se não tivesse á mãe maravilhosa que tenho porque com certeza ela seria mais feliz comigo do que com uma pessoa que não dá á mínima para ela e seu valor – Pedro me deu as costas e foi em direção ao carro.

– Hey, e nossa saída?!

– Não tem saída Karina!

Pedro entrou no carro e arrancou fazendo um barulho estrondoso. Bati o pé e senti meus olhos arderem. Dei meia volta e entrei pra dentro de casa.

– Você não ia sair? – Disse minha mãe fazendo uma cara interrogativa.

– Ia, não vou mais e tudo por sua culpa, VOCÊ SEMPRE TEM QUE ESTREGAR TUDO, SEMPRE! – Subi as escadas correndo e me tranquei em meu quarto. E mais uma vez eu maltratava á pessoa que mais me amava nessa vida.

~Leiam as notas finais~