Cartas Anônimas escrita por Massie


Capítulo 1
Capítulo 1 - Lembrando do Ramos




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“Eu me importei muito com o que as pessoas iriam pensar, deixei meu amor escapar por medo de ser criticada por quem eu tanto admirei, mas no fim eu percebi que essas pessoas não estavam nem ai pra mim, elas não eram felizes e não queriam que eu fosse… Armarão, tramarão, zombaram e com medo de tudo que viria, eu menti, e no fim deixei escapar á única pessoa que verdadeiramente me entendia e se importava comigo”.

Mais uma segunda-feira começa nessa minha vida monótoa Levantei-me da cama com aquele ar de "ahh como eu queria ficar ali para sempre", mas como isso não é possível vamos á mais um dia. Encaminhei-me até o banheiro e tomei um banho bem demorado, sai e logo me vesti, arrumei perfeitamente meus cabelos, passei uma maquiagem básica e desci. Rita minha empregada já havia posto a mesa do café, mas ela não estava por ali. É, nem mesmo ela me suporta. Tomei meu café como todas as manhãs solitariamente apenas com á companhia da cantoria dos pássaros. Suspirei e uma lágrima ligeira escorreu por minha face, mas eu rapidamente á limpei a final, a mulher gelo não chora. Terminei de tomar meu café e logo sai, o trânsito estava infernal, barulhos incessantes de buzinas podia ser ouvido por toda pista e podia-se ouvir xingamentos á quilômetros de distância. Eu pouco me importava com isso, há aproximadamente cinco anos eu ficava muito perdida em pensamentos para me importar com as coisas que se passavam á minha volta. Depois de horas eu cheguei ao meu trabalho, sai do carro e entreguei á chave ao flanelinha, logo depois entrei no grande prédio e fui para o elevador entrando no mesmo e apertando o botão para o vigésimo oitavo andar. As pessoas já trabalhavam á todo vapor, os corredores estavam lotados e era exatamente assim que eu gostava de ver minha agência. Andei pelos corredores indo em direção á minha sala, mas pelo meio do caminho ouvi as mesmas coisas de sempre.

- Tão linda, mas tão rabugenta.

- Isso é falta, com certeza é.

- Também, quem é o louco que á aturaria?

Isso era apenas uma das coisas que eu ouvia diariamente, meus funcionários falavam sobre minha vida pessoal como se ela fosse um grande espetáculo, eu poderia os demitir por falar dessa forma sobre minha vida, mas se isso eu fizesse eu não teria ninguém trabalhando para mim, eu também não os repreendia, pois não adiantaria de nada. Entrei na minha sala e encontrei Katarynne por ali, Katarynne era o meu braço direito naquele lugar, ela era um ano mais velha que eu e era á única que me entendia e… Bom, é minha única amiga.

- Bom dia Ka.

- Bom dia Katy, como estamos hoje? - Eu me sentei na minha mesa.

- Cheios de trabalhos como sempre.

- Isso é bom – eu sorri – Aquela empresa aceitou nossas condições de trabalho?

- E você acha que não? Querida você está falando com Katarynne Mendes mestre em chantagem e em conseguir o que quer.

- Vem cá, tu não dormiu com o presidente não né? Ele é casado.

- Me respeite garota – eu gargalhei – Eu não sou nenhuma vadia não.

- Olha que não seria á primeira vez que você estaria fazendo isso.

- Pelo mesmo eu fiz em quatro paredes e você, que “bateu” uma para o vice-presidente da Maxter em um canto escuro do salão de festas – Eu gargalhei alto ao lembrar daquele momento.

- Não tenho culpa se ele não soube esperar tá legal? E além do mais, ele era um gostoso.

- Mas é uma bitch mesmo – Ela balançou a cabeça negativamente.

- Vamos voltar ao que interessa – eu mexi em uma papelada que havia sobre á mesa – O que é isso?

- Ahhh é o contrato de uma nova empresa, eles ouviram falar muito bem de nós, eu os coloquei no topo, pois estão muito necessitados.

- Ahh cara não acredito que você colocou uma empresa amadora no topo – eu á olhei incrédula.

- Longe disso amiga, eles tem empresas espalhadas por todo o país, mas ainda não tinham uma na cidade, eles querem inaugura-la mês que vem, por isso estão desesperado atrás do marketing e da publicidade. Você tem uma reunião marcada com eles semana que vêm.

- Eu?!

- É, eles exigiram se reunir com á toda poderosa.

- E quem são eles para exigir alguma coisa?!

- Ka, eles vão pagar muito bem e eu fiquei sabendo que quem vai comandar a nova empresa é o filho do dono de todas elas e me disseram que ele é um gato. Com esse eu ia fácil, fácil pra cama.

- Hahaha safada.

- Nesse relatório ai está tudo o que você precisa saber deles.

- Ramo's? – Eu disse ao notar o grande nome dourado que reluzia em uma folha preta.

- Sim, é o nome da empresa – eu fiquei imóvel olhando aquele nome – Por que você está assim?

- Eu conheci alguém com esse sobrenome – esbocei um fraco sorriso – Ele foi á melhor pessoa que apareceu na minha vida, mas… Eu o deixei partir, eu fui o motivo pela partida dele.

- Você quer falar sobre? - Ela sentou-se em minha mesa e segurou em minhas mãos.

- Não sei, eu nunca conversei sobre isso com ninguém.

- você precisa se abrir. É por isso que você é assim tão durona? Você tenta ser assim para esconder tudo o que viveu?

- Digamos que tudo que eu vivi foi uma merda, uma merda construída por mim. Na adolescência eu era muito inconsequente, não media meus atos, amei loucamente o primeiro cara que me tratou como uma rainha e quando ele mais precisou de mim eu dei para trás com medo do julgamento dos filhas da puta que só queriam ver á minha derrota.

- Eu acho mesmo que você precisa desabafar - Katarynne secou as primeiras lágrimas que começaram á escorrer por minha face.

- Você está disposta á me ouvir? – Katarynne levantou-se e pegou o telefone.

- Nanda, anote todas as ligações e transfere todos os compromissos para á próxima semana… Ahh e não deixe ninguém nos perturbar – Katarynne desligou o telefone e me guiou até o sofá que havia ali, nós nos sentamos e eu deitei á cabeça em seu colo enquanto ela acariciava meus cabelos – Quando quiser.

Eu respirei fundo me preparando para relembrar os melhores e piores momentos da minha vida.

- Bom…


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Notas finais do capítulo

Quando "O Preço da Traição" acabar eu vou começar a postar essa; E a Katarynne é a Sophia Abrahão.



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