A Aposta escrita por Tia Vênus


Capítulo 1
A Aposta - Blind


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem =P



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A aposta

Blind

Todo mundo sabe que nós, os sonserinos, somos nojentos. As mulheres são maliciosas, sedutoras e perigosas. Os homens também – bem... com exceção de Crabbe e Goyle que só estavam lá porque... não sei. O que raios Crabbe e Goyle estão fazendo na Sonserina além de me paparicar?

Mas ok, o ponto não é esse.

Sexto ano. Eu estava lá, me desesperando para consertar o armário sumidouro e matar Dumbledore... Mas a verdade era que o ano só estava começando e eu não estava com muita pressa.

Foi quando Blair entrou com o maior sorriso da face da terra no Salão Comunal. Eu e Damian Burke estávamos jogando xadrez de bruxo – e eu estava perdendo miseravelmente – quando Blair nos chamou.

- Vocês não vão acreditar!

- Eu não acredito mesmo. Estou perdendo essa merda. – resmunguei vendo meu cavalo ser despedaçado por um bispo.

- Não. É sobre Potter. – riu Blair.

E eu e Damian olhamos para ele com interesse.

- O que tem Potter? – perguntou Damian.

- Ele está gostando de uma menina. – riu Blair – E vocês não vão adivinhar quem é.

- Granger? Patil? Brown? – arrisquei – Não! É aquela chorona do último ano... a apanhadora da Corvinal... como é mesmo o nome dela?

- Cho Chang! – disse Damian.

- Isso! Ela mesma! – disse sorrindo.

- Não. Nenhuma delas.

- Sobrou mais alguém na Grifinória? – perguntou Greg, que estava escutando do sofá.

- Potter está gostando da irmã do Weasley. – riu Blair se jogando no sofá – Você tinha que ver a cara de pastel dele quando ela entrou na sala, na reunião do Slug. Ele está completamente fisgado.

- Oh. O mundo dá voltas. – eu disse sorrindo. Acho que foi a maior verdade que eu já disse na vida...

- Fiquei sabendo que ela e o namorado dela brigaram de novo. – murmurou Damian.

- Ginevra Weasley é bonita. – disse Vince, que estava folheando uma revistinha em quadrinhos de Merlin, o Mago.

Olhamos para ele com censura.

- Vince. Estamos falando de uma Weasley! – ralhei.

- Ela é bonita e gostosa. Nunca disse que o sobrenome dela era legal, mas... – ele olhou para nós dando de ombros – Traidores de sangue ou não, os Weasley estão no Diretório Puro Sangue, não é?

Sim, eles estavam entre as Sagradas Vinte e Oito, as famílias mais puro sangue da Grã Bretanha.

- Ele tem um ponto. – riu Damian. Ele estalou os dedos com um sorrisinho – Aposto que Potter ficaria super chateado se visse seu amorzinho se pegando com um Sonserino.

- Oh... ele se mataria. Faria um favor a todos nós. – eu disse rindo desistindo do meu cavalo e colocando minha torre para lutar contra aquele bispo assassino.

- Eu aposto que eu conseguiria entrar debaixo das saias dela. – riu Damian. – O que acha, Blair?

- Eu nunca tocaria em um fio de cabelo daquela sangue ruim, por mais delicinha que ela seja. – resmungou Blair assistindo minha torre pular em cima do bispo de Damian.

- Vamos, Blair. Pela aventura. Só imagine a cara do Potter. E você, Draco?

- Eu e uma Weasley? – perguntei fazendo uma careta – Prefiro me jogar da Torre de Astronomia.

- Bem que eu escutei que ela é bem difícil de qualquer maneira. – murmurou uma voz feminina. Era Daphne Greengrass que acabara escutando o que a gente conversava – Eu duvido que qualquer um de vocês tenha chances com ela.

Eu e Blair olhamos levemente ofendidos.

- Desculpe, como é que é? – perguntei estreitando os olhos.

- Fala sério. Ela é monitora, artilheira do time, conquistou a Taça de Quadribol praticamente sozinha no ano passado. Sem falar que é inteligente, habilidosa e gostosa. – riu Daphne – E ao contrário das garotinhas com corpão e olhinhos doces, ela cresceu numa casa com seis irmãos e tem uma personalidade forte. Ela sabe lidar com meninos. E certamente nem todo o charme dos três vai fazer a Gina querer qualquer um de vocês.

- Pois eu faria a ruivinha cair aos meus pés. – disse Blair, que era de longe, o maior mulherengo da escola.

- Com seu currículo? Duvido. – riu Daphne – Ela vai saber que você só vai querer coisa de uma noite. Ela não vai nem cogitar. Já disse que ela é difícil.

- Pois eu conseguiria. – disse Damian, que também era bem popular com as garotas, apesar de não ser tão mulherengo.

- Já disse que duvido. – riu Daphne – Ela sabe que você é um safado também.

- Aposto que Draco fazia ela ficar gamadinha! – disse Greg em minha defesa. Fiz uma careta.

- É... se eu estivesse interessado.

- Admita que sabe que não tem chances contra eu e Blair, Draco Malfoy. – riu Damian.

- Achei que um Malfoy nunca fugia de uma aposta. – concordou Blair.

Os olhei ofendido.

- Ok. Quais os termos da aposta?

- Quem beija primeiro? – perguntou Damian.

- Não. Seria só roubar um beijo dela e pronto. – disse Blair – Tem que fazer a ruivinha ficar apaixonada. Feito?

- Feito. – riu Damian. Os dois olharam pra mim.

- Ok. Feito.

Eu e meu orgulho grande demais...

---

- Então você e Dino... tipo assim... já era? – perguntou Luna.

- Basicamente. – resmunguei terminando de retocar minha maquiagem. Luna dançava pelo banheiro, sonhadoramente.

- Que coisa, não? – perguntou ela como se eu estivesse comentando que tivesse derrubado o último sapo de chocolate no chão sem querer. – Mas agora você pode tentar investir no Harry, não é?

- Ah... cansei de investir em Harry. – disse me afastando para comparar a maquiagem de um olho com o outro. – Agora estou investindo em mim...

- É uma boa ideia. Vai que ele resolve fazer o mesmo, não é? – perguntou Luna, sabiamente. Sorri para ela e lhe lancei uma piscadela.

- Adivinhação?

- Sim! – suspirou ela daquele jeito sonhador.

Caminhamos juntas, para irmos para o Salão Principal, para a aula com Firenze, quando vi um garoto da Sonserina vir na nossa direção. Fui indo para mais perto da parede, para dar passagem, mas ele ficou na minha frente. Pisquei olhando para ele.

- Prazer. Damian Burke. – disse ele com um sorriso charmoso.

O que dizer sobre Damian Burke?

Ele era alto, forte, cabelos negros, levemente ondulados, um queixo quadrado, um sorriso fácil, a barba por todo o maxilar, como se ele tivesse esquecido de fazer naquele dia e os olhos muito azuis, cintilantes.

- Hum... Prazer, Luna Lovegood. – disse Luna – Você é o cara que vende ovos de quimera?

Olhei para Luna, sorrindo. Ninguém vende ovos de quimera...

- Depende, quer comprar algum? – perguntou ele com aquele sorriso travesso – Não posso trazer para escola, mas posso te entregar em Hogsmeade. Mas custa caro.

- Ah não... meu pai desistiu de fazer uma pedra filosofal... mas ele tem certeza que precisa de gema de ovo de quimera.

- Mesmo? – perguntou ele parecendo levemente interessado. Revirei os olhos. Se ele desse corda, Luna falaria pelo resto da tarde sobre as experiências do pai.

- Ah, sim. Você sabe, está relacionado com o pelo dourado da quimera. E também devemos levar em conta que o sangue de quimera trás vitalidade e força...

- Sim, e é afrodisíaco. – concordou ele olhando pra mim e piscando. Sorri achando aquilo ridículo. – Você sabia que ovos de quimera aumentam a potência sexual?

- Sim. E os ovários aumentam a fertilidade. – garantiu Luna.

- Sim, mas podem ter efeitos indesejáveis.

- Sim. Os filhos podem nascer com juba. – disse Luna. Olhei para o tal Burke, esperando ele concordar, mas ele franziu a testa, parecendo achar aquilo estranho.

- Até onde eu sei... Pode causar o nascimento de trigêmeos ou mais... – disse ele – Mas essa da juba é nova...

- Sim. É verdade. Por isso que os gigantes sempre comem ovários de quimera. Assim geram filhos com jubas, que são mais respeitados entre eles. – disse Luna.

Damian abriu a boca, mas a fechou. Depois olhou para mim.

- Você sabia disso?

- Eu não sei de metade das coisas que Luna sabe. – disse sorrindo, me perguntando se ele tinha realmente acreditado naquilo.

Damian fez um ar concentrado e então me olhou novamente.

- Então... Eu queria trocar uma palavrinha com você, um minuto... se importa? – perguntou ele.

- Oh... comigo? – perguntei surpresa.

- Sim. – riu ele – Você sabe. Minha família é dona da Borgin&Burke. – explicou ele enquanto eu tentava não rir, sem saber o que esperar daquilo – E uma garota bonita como você, vaidosa... – ele colocou um dedo no meu queixo para fazer com que eu olhasse para ele – Dona dos olhos castanhos mais bonitos que eu já vi, diga-se de passagem... – ele me lançou um sorriso e eu arqueei as sobrancelhas, achando divertido. Ele estava flertando comigo... Um garoto bonitão, mais velho e da Sonserina. Isso era novidade – Poderia se interessar por alguns dos meus artigos... – ele sorriu de novo, aproximando o rosto – Gostaria de dar uma olhada no que eu tenho a oferecer, senhorita Ginevra?

- Hum... por que não? Mas depois, ok? Agora eu tenho aula.

- Só me diz um lugar e horário. – disse ele com um sorriso vitorioso.

- Hoje a noite, na torre de astronomia... umas nove e meia, pode ser?

- Claro.

Ele saiu andando pomposo e eu olhei para Luna.

- Interessante. – murmurou ela.

- Muito... Desde quando um Sonserino fala comigo?

Mas quando estávamos quase nas escadas, senti uma mão me puxar com firmeza. Pisquei e vi Daphne Greengrass. Eu era amiga da irmã dela, Astoria, apesar de termos nos afastado um pouco no último ano, já que ela adorava Umbridge.

- Olá, Gina. Preciso te contar um segredo. – disse ela.

Pisquei surpresa.

- Sou toda ouvidos.

- Damian, Blair e Draco fizeram uma aposta, sobre quem consegue conquistar você primeiro. – disse ela com um sorriso.

- Como é? – perguntei zangada. Malfoy? Draco Malfoy – Draco Malfoy? Digo. Damian e Blair, tudo bem… mas Malfoy?

- Ok. Deixe-me reformular isso. – riu Greengrass – Blair e Damian apostaram. Eles queriam que Draco entrasse na aposta, mas ele não quis. Disse que era um comportamento ridículo e que nenhum deles teria chance com você, pois você tinha cérebro, ao contrário da maioria dos Grifinória.

- Draco Malfoy? Ele disse isso? – olhei para o lado e vi Malfoy caminhar com Crabbe e Goyle tranquilamente – Aquele Draco Malfoy?

- Você conhece outro? – perguntou Daphne – Bem... eu só estou te contando isso porque eu apostei que você não ficaria com nenhum deles, por mais que eles tentassem... então... essa conversa nunca existiu.

Daphne saiu sorrindo satisfeita consigo mesma, enquanto eu olhava indignada para Luna.

- Eu não acredito nisso. Esses sonserinos... nojentos!

- Por que não tira vantagem disso?

- Que? – perguntei.

- É... você sabe sobre a aposta e eles não... poderia fazer algo... do tipo... – ela sorriu sonhadoramente – Colocar um bicórnio da Tasmânia no dormitório deles... só precisamos achar um... eles são realmente raros... – adicionou ela concentrada.

- Luna... ideia brilhante. – disse sorrindo – Já que os sonserinos querem brincar comigo... vamos brincar então.

---

Estava na Torre de Astronomia, esperando pela ruivinha, encantado com o quanto tinha sido fácil. Ela caíra a seus pés.

Olhou o relógio. Nove e meia.

Ela chegaria a qualquer momento...

Ouviu os passos e se aprumou. A porta abriu e Gina entrou. Ela era mesmo um pitelzinho. O quadril largo e arredondado, com a cintura fininha, os seios médios, proporcionais, e os longos cabelos vermelhos... Ela o olhou com um sorrisinho maroto.

- Olá, Burke. Trouxe o material? – perguntou ela.

- Claro.

- Ótimo. Podem entrar meninas. – disse ela abrindo a porta.

As irmãs Patil, Brown, e mais uns oito garotas entraram animadas, batendo palmas.

- Mas o que?

- Divirta-se. Eu já tenho tudo o que preciso, mas... achei legal te recomendar para as minhas amigas. Tchauzinho.

E então ela saiu...

Mas ele não se daria por vencido.

---

Fui para a sala dos monitores, para uma reunião. Espiei Draco Malfoy, deitado e esparramado num sofá, com a cabeça no colo de Parkinson. Ela fazia carícias nos cabelos dele e ele parecia bastante relaxado.

Me sentei em outra poltrona, ao lado de Keith Cout, o outro monitor da Grifinória.

Logo o monitor chefe chegou com a monitora chefe. Os dois da Sonserina. Eles paparicaram um pouco Draco e então bateram palmas para chamar a atenção.

- Gente. O Filch enviou uma reclamação para o professor Snape sobre a conduta de alguns monitores. – David Millers olhou para Rony e Hermione com censura – Disse que vocês estão mais interessados em ficar namoricando do que de fato monitorar os corredores... Então vamos ter que fazer algumas mudanças.

- Isso mesmo. Nós vamos fazer duplas e vocês não vão ficar com seus companheiros de casa. – disse Sarah Parker, a monitora chefe.

- Isso é ridículo! – resmungou Keith.

- Ordens do professor Snape. – disse Millers – Muito bem... eu fiz aqui uma lista.

Ele começou a separar os alunos. Keith ficou com Padma Patil, o que ele não achou tão ruim. Rony ficou com um Thomas Kayne, da Lufa-Lufa. Hermione com Macmillan.

- Gina Weasley com Draco Malfoy.

- Não! – dissemos eu e Rony, juntos. Millers nos olhou com descaso.

- Sim. Quando você for o monitor chefe, Weasley, você impõe as regras. Por agora você senta e aceita. O mesmo pra sua irmã. Draco e Gina. – disse Millers e continuou nos separando.

Malfoy o olhava com descaso. Ele me olhou com desdém e soltou um muxoxo descontente.

Saímos de lá e Rony o empurrou contra a parede.

- Se encostar em um fio de cabelo da minha Irma, Malfoy... – ameaçou ele. Draco o encarou preguiçosamente.

- Acredite. A última coisa que eu quero é encostar na sua irmã. – resmungou Malfoy – Agora me solta. Quanto antes começar a ronda, mais cedo terminamos com isso.

Draco sacou a varinha e saiu andando. Soltei um muxoxo e eu o segui sacando a minha também. Separamos alguns casais, confiscamos alguns itens ilegais. Ficamos todo o tempo calados. Ele nem olhava para mim. Era até esquisito. A maior parte dos garotos ficava me encarando. Mas aparentemente eu não era boa o suficiente para Draco Malfoy.

- Você torce para as Harpias? – perguntei puxando assunto.

- É. – respondeu ele simplesmente – Você torce pro patético Chudley Cannons?

- Não. Pras Harpias também. – respondi. Ele me olhou de soslaio.

- Melhor ataque da temporada.

- Sem dúvidas.

Ficamos em silêncio mais um pouco, enquanto andávamos por um corredor vazio.

- E você e Pansy? – perguntei casualmente – Estão sempre juntos.

- Eu sou solteiro, se é o que está perguntando. – respondeu ele calmamente. A única vez que eu tinha conversado com Malfoy foi quando estava no segundo ano e ele disse que Harry não tinha gostado da minha carta. Falar com ele, quatro anos depois era simplesmente esquisito... – Você está com Thomas, não é? – perguntou ele.

- Estava. Nós terminamos. – respondi.

Então ele parou de andar e me olhou. Ele deu um sorrisinho desdenhoso e seguiu andando. Não consegui entender.

Cruzamos outro corredor e Draco espiou a janela por um momento, parecendo estar com a cabeça muito longe dali. Ele soltou um suspiro e voltou a andar.

- O que foi? – perguntei.

- Nada. – resmungou ele, cabisbaixo. – Como é mesmo o seu nome?

- Pode chamar de Gina... mas é Ginevra. – respondeu.

- Ginevra... A rainha do rei Arthur... uma variação, não é? – perguntou ele. Concordei – Todos os seus irmãos tem nomes relacionados com a lenda dos cavaleiros de Merlin...

- Sim... meu pai era muito fã da obra. – resmunguei – Mas ele podia ter pensado num nome mais bonito pra mim...

- Ginevra é poderoso. – murmurou ele – Você é a sétima filha, não é?

- Sou. Como sabe?

- Eu sei de muitas coisas. – respondeu ele com um sorriso torto.

Revirei os olhos. Sempre arrogante, aquele garoto. Sempre metido.

Caminhamos mais um pouco e logo encontramos uns alunos do primeiro ano com alguns fogos de artifício. Draco os confiscou, mas eu vi que ele os guardou nos bolsos.

- Não deveria se livrar disso? – perguntei. Ele me olhou de maneira travessa e colocou o dedo na frente dos lábios. – Eu posso dedurar você.

- Dedure. – desafiou ele voltando a andar.

Arrogante, metido, prepotente.

Cruzamos mais um corredor e um grupo de alunas da Corvinal passou. Três garotas, que olharam para Draco como se ele fosse um prato suculento. Ri com desdém, mas a última das garotas olhou para trás, para a bunda dele, que alheio, seguia caminhando.

- Oh, eu poderia morder. – riu a garota e as três começaram a rir.

Sorri com pouco caso e olhei para a bunda de Draco. Talvez fosse porque Carlinhos tinha um bundão enorme... mas não achei nada fora de série. Ainda estava encarando a bunda dele, quando ele se virou.

- Por que está demorando? – perguntou ele.

- Nada! – respondi corando. Draco estreitou os olhos me olhando, mas deu de ombros. – Vamos terminar logo com isso.

- Vamos.

Seguimos andando lado a lado. Sempre que passava um grupo de garotas, elas lançavam olhares demorados para Draco. SEMPRE.

Espiei o loiro por um momento. Ele era bonito, apesar de frio e mal educado...

Bem no estilo badboy... mas eu sabia que ele era apenas um garoto mimado. Não entendia essas meninas que ficavam se derretendo por ele...

---

Estava andando para a aula de Poções, quando sentiu uma mão puxá-la pela cintura. Olhou surpresa e viu os olhos negros de Blair Zabini a encararem.

- Olá, Delicinha. – disse ele. Ele a puxara para um vão entre dois armários.

- Me desculpe? – perguntou ofendida. Mas Blair sorriu.

Ela já tinha visto ele sorrir para milhares de garotas. Mas só agora tinha entendido o poder daquele sorriso. E os olhos penetrantes dele eram hipnotizantes...

- No seu lugar eu faria silêncio. – disse ele olhando para o lado.

- E por que mesmo? – perguntou zangada.

Foi quando Pirraça apareceu flutuando e jogando bomba de bosta pelo corredor. Blair espiou e sorriu.

- Pronto. Desculpe assustá-la, mas é que ele está virado hoje e o Barão sumiu. Resolvendo alguns problemas na cozinhas, eu imagino. – murmurou ele olhando para os lados, vendo se Pirraça ameaçava voltar. – Droga.

Ele a puxou de volta, mas para dentro de um dos armários e colocou o dedo em seus lábios. O perfume dele era embriagante. Damian tinha sido fichinha, Draco não tinha nem tentado... mas Blair era uma tentação...

Escutou Pirraça passar novamente. O armário era apertado e ela estava colada nele.

- Mas esse Pirraça... – resmungou sentindo a mão de Blair em sua cintura.

- Inconveniente até demais. – murmurou ele – Acho que ele já foi.

- Abra a porta, por favor.

- Claro. – ele empurrou a porta uma, duas três vezes e fez uma careta – Ixi...

Mas ele sorriu completamente satisfeito. Soltou um muxoxo e sacou a varinha.

- Me poupe. Alohomora. – mas não ouviu o click na porta. Tentou abrir, mas não teve sucesso. Olhou horrorizada para ele. – E agora?

- Já brincou de sete minutos no paraíso? – perguntou ele.

- Não... o que é isso? – mas era mentira. Dino já tinha brincado disso com ela. Foi assim que se beijaram pela primeira vez.

- Alguns armários de Hogwarts precisam de sete minutos para que possam ser abertos depois que alguém entra nele... eu não sei o porquê... – ele deu mais um daqueles sorrisos charmosos e ela precisou respirar fundo – Mas na Sonserina nós costumamos nos aproveitar disso, para ficarmos nos divertindo durante sete minutos.

- Se divertindo como? – perguntou se fazendo de inocente.

Reconheceu o mesmo sorriso vitorioso de Damian no rosto de Blair.

- Vou te mostrar...

Mas quando ele aproximou o rosto, colocou a varinha no queixo dele.

- Eu acho que não, queridinho. Tá achando que tá falando com quem? – perguntou sorrindo. Blair levantou as mãos em sinal de rendição – Você sabia que eu entrei no Clube do Slug por causa de um feitiço maravilhosamente bem executado a ponto de impressionar o professor Slughorn?

- Sim. Eu estava lá, lembra? – perguntou ele sorrindo. Ele parecia completamente calmo, como se duvidasse que ela fosse machucá-lo – Foi quando notei você, diga-se de passagem...

- É mesmo, é? – perguntou ainda com a varinha no pescoço dele – Bem... Já que temos sete minutos presos aqui... – passeou o dedo pelo peito dele e ele a olhou parecendo se divertir – eu acho que vou me divertir um pouquinho... me ajuda, Zabini? – perguntou o olhando nos olhos, arqueando uma sobrancelha e lançando a ele um olhar maroto. Ele concordou. – Ótimo. Harry me ensinou uns feitiços que eu queria praticar. – Ele piscou surpreso – Como esse. Estupefaça!

E Zabini caiu desmaiado. Sorriu satisfeita, renovou o batom e depois ficou escrevendo vários “Gina Weasley esteve aqui” com uma caneta por todo o corpo dele.

Sete minutos se passaram rápido e quando ela saiu, Zabini tinha até um bigode desenhado.

Arrumou a saia e se colocou a caminho da aula de Poções, mas se chocou com Draco Malfoy.

- Céus, olhe pra... – ele a olhou – Weasley! – ralhou ele.

- Desculpe. Não te vi. – disse sorrindo, porque ele estava tomando chocolate quente e sua roupa estava completamente suja, já que tinha derrubado tudo.

Draco abriu a camisa de uma vez, a tirando, abanando o próprio peito, que estava vermelho.

- Droga! – resmungou ele – Preciso tomar um banho agora. Estou todo sujo. Muito obrigado, ruiva. – resmungou ele.

- Gina.

- Ruiva, Gina... dá na mesma... – ele olhou para o armário e tentou abafar um sorriso – Aquele é Blair?

- É. – disse orgulhosa de sua obra de arte.

- Foi você quem fez isso?

- Vai me dar uma detenção, monitor?

- Deveria. Só pela minha camisa, monitora. – resmungou Draco.

- Oh... me poupe. – resmungou pegando a varinha e limpando a camisa dele e a barriga. Passeou a varinha pelo peito e barriga dele. Draco era bem gostosinho, quem diria... achava que ele seria simplesmente magrelo... quando ele estava completamente limpo, baixou a varinha – Pronto. Como novo.

- Que olhar foi esse, ruiva? – perguntou ele com um sorrisinho. Sentiu o rosto esquentar e olhou zangada para ele, apontando a varinha para o peito dele novamente.

- Quer acabar que nem ele? – perguntou zangada. Draco revirou os olhos e começou a abotoar a camisa.

- Está sangrando, é? Que gênio... é pior que o irmão...

- Oh! Não me compare com Rony! – ralhou. Draco riu com desdém e segurou seu pulso com firmeza, fazendo-a soltar a varinha, que ele pegou no ar.

- Não aponte a varinha pra mim. – perguntou ele sorrindo daquele jeitinho irritante e debochado. Ele pegou a varinha e a colocou em sua orelha, como Luna fazia e então saiu andando como se nunca a tivesse visto. Mas no final do corredor ele se virou – Até mais, ruiva.

- É GINA! – gritou para ele, mas ele deu de ombros e foi embora.

Peste!


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Notas finais do capítulo

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