Caminhos. escrita por GoNina


Capítulo 3
Capítulo 3: Sugar


Notas iniciais do capítulo

É isso ai gente. Demorei um pouco mais nesse, mas, pelo menos esta um pouco maior.
Obrigado por todos os comentários, seus lindos.
Espero que gostem do capitulo, qualquer dúvida que tiverem podem tirar, ou se quiserem dar ideia.
(OBS: Sou nova e descobri agora que dava p responder comentarios, foi mal gente, daqui pra frente respondo diretamente a vocês



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“Nada na vida é completamente errado. Até um relógio quebrado, duas vezes ao dia marca a hora certa”

...

Por mais surpresa que eu esteja com isso, o dia no hospital foi bom, uma média de pacientes nada exagerada, realizei apenas uma cirurgia, a qual foi um sucesso, o paciente acordou poucas horas depois. Era um senhor de Suna por volta de 65 anos, que teve de realizar a cirurgia devida uma inflamação no apêndice. A reação de sua família ao acordar fez valer meu dia. Realmente não há nada como exercer o trabalho que se ama. Posso não ser a kunoichi mais delicada, mas eu realmente amo ajudar os outros, saber que o que estou fazendo, faz diferença na vida das pessoas. Acho que depois de tanto tempo me sentindo uma ninja fraca e um fardo, me tornei um pouco necessitada disto.

Era por volta das 19h00min quando eu retornava para casa, mais cedo do que de costume, hoje era minha folga do plantão, não que eu goste, prefiro estar lá para caso algo aconteça, mas Ino me obrigou a voltar para casa, argumentando que eu merecia um descanso.

Imaginei se Temari e Gaara já haviam chegado, pensar nisso me perturbava, Temari não era o problema, ela parecia humilde, sempre conversava com ela em suas visitas a Konoha, já a considerava uma amiga. Todavia, dormir sobre o mesmo teto que o Kazekage me parecia uma tarefa intimidadora, sem falar que minha casa não deve nem se comparar aos padrões a qual estaria acostumado.

Desisti de pensar nisso, não deveria ser difícil, era minha casa afinal.

Parei em um dos meus restaurantes preferidos, se chamava Arabella, ja estava acostumada aos funcionários, sempre que voltava para casa a tempo de jantar, comprava ali minha comida. Acenei para os garçons e fui em direção a pequena bancada onde se encontrava o gerente, Akoi.

Ohayo Sakura-chan! – Akoi sorriu ao me ver, tinha seus 23 anos, alguns traço parecidos com Sai, cabelo preto, um pouco maior e espetado, pela alva, quase albina, roupas sempre claras e compridas, usava sempre um colar negro com um símbolo estranho que me lembrava arroz, mas o mais notável era seu sorriso incrivelmente contagiante, e ele estava sempre sorrindo.

Ohayo Akoi – Sorri involuntariamente, não pensem besteira, mas era impossível não sorrir perante uma presença como Akoi. – Hoje eu vou jantar em casa, poderia preparar o bento de sempre para mim?

Ele sorriu e acenou para que o garçom viesse repassar o pedido para a cozinha. Lembrei-me de Temari e Gaara, não sabia se eles já haviam chegado, ou se haviam planos para comer fora, de qualquer forma achei que seria uma boa ideia levar bentos para eles, ninguém recusa a comida do Arabella.

Acrescente mais dois bentos, por favor – falei gentilmente antes que o garçom fosse embora. Akoi parecia querer indagar, mas não o fez.

...

Gaara POV’s

O sol estava se pondo atrás das montanhas quando carregamos a ultima caixa para dentro da casa. Não sabíamos onde iriamos dormir, por isso deixamos todas na sala, único cômodo da casa a qual conheci até agora, me perguntava se estava tudo bem em chegar sem a dona estar em casa, mal conhecia Sakura, e aquilo realmente me pareceu invadir sua privacidade. Temari parecia não se preocupar com os mesmos devaneios que eu, entrando logo atrás de mim e indo em direção ao sofá. Entrei e sentei encostado a parede ao lado da porta, arfei, queria uma cama agora, minha cama, minha sala, minhas coisas. Sentia falta de casa.

Observei o cômodo, era espaçoso, duas paredes paralelas pintadas de branco, uma de marrom, e outra inteiramente ocupada por um painel de madeira, onde a televisão estava acoplada, o tapete grande que ocupava o centro era de um bege quase branco, tendo em cima uma mesa de vidro retangular de extensão um pouco mais comprida que o habitual, a porta de entrada ficava paralela a grande janela que ocupava quase toda uma parede branca, as cortinas eram de um bege semelhante ao tapete, havia um pequeno lustre no centro do teto, e encostado ao painel de madeira havia uma bancada branca com alguns portas retratos em cima, e na frente portas de cor madeira. Perto a janela uma escada rodada simples e em seguida um corredor que parecia levar ao restante dos cômodos da casa.

Tinha um ar de sofisticação, apesar de a simplicidade estar estampada no cômodo.

Temari parecia bem confortável sentada ao sofá com estendidos sobre a mesa enquanto trocava os canais despreocupadamente. Notei uma pequena bagunça na sala, um dos lados da cortina estava pela metade e embolava, enquanto o outro estava completamente fechado, as almofadas que pareciam pertencer ao sofá estavam jogadas no tapete, havia uma caneca, alguns copos e pratos no canto de mesa central, uma pequena mancha amarela no tapete claro, e um par de meias jogado no chão ao lado do sofá.

Ouvi um roncar da minha barriga.

Temari– chamei fazendo-a virar para mim - Estou com fome – comentei um pouco ruborizado, decidido a não invadir a cozinha da casa.

Coma – respondeu ironicamente colocando um sorriso de lado no rosto e voltando o rosto para a televisão

Humpf – bufei me contentando a resposta da mesma, esperava uma solução melhor, mas ela não parecia estar encarando a situação toda como intimidadora – Você quer sair pra comer algo? – completei após alguns segundos

Não precisa, a cozinha fica na segunda entrada do corredor à esquerda. – me surpreendi, aparentemente ela já esteve aqui, eu estava em desvantagem – Sakura e Shikamaru são bem amigos, quando ele precisa de algum favor médico vem diretamente a ela, ele me trouxe uma vez e acabamos ficando para comer uma coisa chamada pizza com ela e Ino. É de um restaurante novo com comidas exóticas, é incrível. – completou sabendo que eu não ia perguntar sobre como ela conhecia a casa.

Temari e Shikamaru criaram uma “amizade” complicada com todas as estadias dela em Konoha, ele era seu encarregado, não que aquilo agradasse nenhum dos dois, mas se acostumaram um ao outro, e sempre me pareceram ter algum sentimento “a mais” um pelo outro. Eram teimosos demais para isso.

Lembrei-me de Kankuro que estava juntamente com um grupo Anbu em missão, ainda atrás dos responsáveis pelo ataque. Com certeza devia estar mais confortável que eu no momento.

Sinceramente, não soube por que a rosada havia oferecido sua casa, quanto mais insistido, não me recordo da ultima vez que a vi, e nem a qual lhe troquei uma palavra. Ela salvou a vida do meu irmão, e por isso serei eternamente grato, e durante o ataque ouvi dizer que salvou bastantes vidas junto aos médicos de Konoha, mas eu nunca fiz nada por ela, e agora aqui estava ela, me fazendo mais um favor, quando o máximo que eu lhe fiz, foi quase mata-la e durante o ataque do som contra a folha.

Conviver com aquilo seria mais difícil do que esperava.

Meu estômago roncou de novo.

Levantei-me com intuito de ir comprar algo para comer, quando a porta se abriu e Sakura entrou, demorando alguns segundos para notar minha presença ao seu lado, corando um pouco ao me encarar, ela carregava algumas sacolas nas duas mãos, passando os olhos pelas caixas no canto atrás da porta.

Anh... Ohayo, eu acho. – falou enquanto largava as sacolas no chão – Eu trouxe comida, achei que talvez estivessem com fome.

Pensei alguns segundos se teria como atacar as sacolas sem parecer rude, e decidi manter a compostura por enquanto, Temari havia se levantado e veio abraçar a menina de cabelo rosa.

Sakura! Há quanto tempo! Seu cabelo cresceu... – comentou a loira com um grande sorriso após sair do abraço e ficar a observar a menina, pegando uma mecha do cabelo rosa que batia pouco abaixo dos ombros – Obrigado por nós oferecer a casa, sério, não aguentava mais Gaara reclamando que estávamos incomodando os Uzumaki.

Fingi estar muito interessado nas almofadas no tapete, evitando encarar a rosada quando ela me deu uma rápida olhada.

Tudo bem, eu me mudei há pouco tempo, a casa tem alguns quartos extras, só esperem que não se incomodem com a bagunça! – Sorriu um pouco sem graça – mas vamos comer, vocês devem estar com fome. – falou dirigindo-se ao corredor fazendo sinal para que a seguíssemos.

A cozinha ficava no local indicado por Temari, entrava a partir da sala de jantar, onde era separada por uma bancada americana, que inclusive tinha alguns pratos e copos, juntamente com um pacote de lamén instantâneo usado. Não que eu me importasse, mas a rosada tinha cara de ser organizada.

Temari se sentou a mesa enquanto eu ofereci ajudar a rosada a carregar servir os pratos e copos, não que ela realmente precisasse, mas me pareceu o certo a fazer, e ela aceitou.

Quando por fim sentamos e começamos a comer. O jantar podia ser resumido em Sakura e Temari conversando um assunto qualquer, elas pareciam se dar bem, e agradeci a presença mentalmente a presença da minha irmã ali, não fazia o tipo social, e estava mais concentrado na comida, que por acaso era incrível, respondi alguns comentários de Temari para mim com “Sim”, “Não” e “Hm”, o que pra ela era o bastante para virar-se para a rosada e continuar a conversar. Notei que Sakura evitava direcionar qualquer comentário para exclusivamente para mim, referindo-se sempre no plural ou exclusivamente a minha irmã, além de evitar me encarar.

Terminei meu jantar pedindo licença e me direcionando a pia para lavar meu prato. Que por sinal já estava cheia. Em seguida voltei novamente para a mesa esperando que elas terminassem de conversar.

As meninas deixaram os pratos na pia, inclusive não se preocupando em lava-los, andando de volta para a sala, eu apenas as segui.

Vocês devem estar querendo descansar – a rosada falou ao parar subitamente virando-se para nós – tem um quarto sobrando aqui embaixo e outro lá em cima.

Eu fico com o de baixo – Temari falou logo em seguida, não me dando opções. Não tinha paciência para descordar dela – Não gosto de ficar subindo e descendo escadas.

Preguiçosa

Hum – falei apenas para concordar.

Tudo bem então – Temari pegou a mala perto as caixas e seguiu Sakura novamente até o corredor, era a primeira porta a direita, Sakura abriu e elas entraram, fiquei esperando ao lado da porta alguns segundos, ouvi um “Boa noite” vindo de Temari, Sakura devolveu o cumprimento e saiu fechando a porta.

Não me olhou, apenas seguiu novamente para a sala, fui atrás dela calado, ela apagou a luz e começou a subir as escadas. Elas levavam ao que parecia ser uma sacada, não prestei muita atenção, estava com sono. Andamos por outro corredor e vi uma porta aberta que levava ao banheiro, ela parou em frente a primeira porta a esquerda, abrindo-a, entrou e acendeu a lâmpada.

Entrei em seguida, era um quarto simples, uma janela grande, uma cama de casal com lençóis brancos, cortinas creme, uma parede marrom e o restante cor-de-creme, um guarda-roupa branco com portas espelhadas, uma bancada simples e um criado-mudo com um abajur bege em cima.

Este vai ser o seu. – ela falou ainda sem me encarar – Se precisar de qualquer coisa pode me chamar, meu quarto fica um pouco a frente do seu.

Hm – murmurei.

Passaram alguns segundos de um silêncio desconfortante até que a mulher resolveu sair do quarto.

Então – Ela falou da porta olhando um pouco para baixo – Boa noite.

Sakura – chamei fazendo-a me encarar, parecia meio envergonhada – Obrigado.

Ela sorriu timidamente e voltou a tomar seu rumo, fechando a porta atrás de si.

...

Gaara! – ouvi um grito de agonia vindo de uma voz feminina.

Abri os olhos, eu não conseguia enxergar nada, estava tudo coberto por uma fumaça avermelhada. Estava calor, muito calor, me sentia suado, havia um cheiro horrível no ar, e eu não conseguia respirar.

GAARA! – Outro grito foi dado, dessa vez por uma voz diferente.

Olhei em direção ao grito, mas não pude ver nada, tentei andar em direção a ele, mas não conseguia me mover.

GAARA! – Ouvi a mistura de varias vozes, eu tossia sem parar, o cheiro horrível não me permitia respirar, a fumaça fazia meus olhos lagrimejarem.

Gaara... Gaara... GAARA! – sussurros se misturavam a gritos, e continuavam a repetir meu nome, eu estava nervoso, suado, sem respirar ou me mexer.

Algo agarrou minha perna.

...

Acordei em um susto, levantando da cama, havia dormido sem camisa, estava completamente suado. Demorei alguns segundos para notar o que havia acontecido.

Levantei-me indo até a janela, abrindo-a, respirei o ar puro da noite, estava completamente silenciosa, a lua brilhava alto no céu, devia ser lua cheia.

Precisava de um banho, estava muito suado. Fui até a mala encostada perto da porta e peguei uma muda de roupas e uma toalha, saindo em direção ao banheiro que havia visto a caminho do quarto.

Ao chegar à porta do banheiro senti a presença de alguém, olhei diretamente para a sacada ao fim do corredor, através das portas de vidro vi uma silhueta feminina, escorada na varanda de costas para mim, usava um baby-doll de seda branco que deixava boa parte das costas expostas, apenas com suas alças, o tecido voltava a aparecer na cintura e ia até um pouco abaixo da bunda, balança levemente com o vento, havia um brilho azulado por causa da lua, o cabelo rosa se misturava ao brilho azul, ficando com nuances de roxo.

Senti algo fazer pressão em minha calça de moletom, deixando-a imediatamente apertada.

Engoli em seco.

Ela pareceu ouvir, virando o rosto diretamente para mim - Gaara? – A rosada falou enquanto espreitava os olhos, usei imediatamente a toalha no ombro para cobrir o volume em minhas calças.

Ela caminhou em minha direção parando ao abrir a porta de vidro da varando, me encarando como se confirmasse que era mesmo eu, em seguida seu olhar desceu, e jurei que mesmo no escuro vi suas bochechas rosadas assumirem um tom vermelho vivo.

Notei que ainda estava sem camisa, senti meu rosto esquentar – Ahn... Eu resolvi tomar um banho – falei apontando para a porta do banheiro enquanto ainda segurava a toalha com a outra mão.

O rosto dela estava ficando realmente vermelho – Anh, É-é... Tudo bem... Eu vou... – gaguejou enquanto apontava para a porta do que devia ser seu quarto.

Eu não conseguia tirar os olhos de suas coxas, e acho que ela percebeu, olhou para baixo, em seguida para mim e ficou completamente vermelha. O pudor deixou meu rosto dando espaço para um sorriso de canto, ela tinha um corpo realmente bonito, e era engraçado vê-la envergonhada. Escorei minhas costas na parede, dando espaço para que ela passasse no corredor.

Sussurrei um “boa noite” quando ela passou por mim quase correndo, se atirando em seu quarto. O cheiro do perfume com odor leve de algo que me parecia amora e camomila entupindo minhas narinas, fazendo com que eu respirasse fundo o cheiro. Sorri ao ouvir a porta do quarto bater. Joguei novamente a toalha no ombro, grato por ela não ter notado minha “felicidade” ao vê-la. Voltei-me novamente ao banheiro para tomar meu banho.

Aquilo seria mais divertido do que eu imaginara.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo.
Eu, como sempre, postando nas madrugadas.
Até o próximo gente :3