Ele me conduziu até um corredor no segundo andar. No teto havia um quadrado, que ele abriu, e de lá saiu uma escada de madeira.

– Primeiro as damas. – disse ele, indicando para que eu subisse a escada.

Eu fui subindo, e percebi que alguns degraus estavam meio bambos, como se ninguém utilizasse aquela escada há muito, muito tempo. Para entrar no cômodo, tive que me abaixar bastante, pois o teto naquela parte era bem baixo. Olhei ao meu redor, e vi que era um sótão.

James apareceu logo atrás de mim, e acendeu umas luzes tipo de natal, que se espalhavam por todo o lugar. Pude ver que havia uma cama perto de uma única janela, uma estante com alguns livros, e outra deixa de câmeras. Câmeras!, pensei animada.

Fui até lá, para ver melhor. Haviam umas duas polaroids, três câmeras de filme, uma lente gigantesca, e umas outras três semi-profissionais.

– Como raios você sabia que eu gostava de tirar fotos? – perguntei encantada.

– Eu sei tudo sobre você. – disse ele.

Eu ri e ele também. Era óbvio que ele não sabia.

– Na verdade eu não fazia a mínima ideia. – falou, enquanto andava até onde eu estava. – Eu quero é te mostrar uma outra coisa...

Virei para ele.

– Pega uma. – disse.

– Uma câmera? – perguntei.

– É. – respondeu ele.

– Ok! – falei sorrindo.

Peguei uma polaroid, que sempre foi meu sonho de consumo. Ele segurou minha mão, e me levou até a janela. Antes que James conseguisse abri-la, já que esta meio emperrada, notei que havia um toca disco, e vários discos por perto.

– Ei! – disse ele, percebendo que eu olhava para aquilo curiosa. – Quer ouvir música?

– Quero. – respondo.

Ele vai até lá, e coloca um disco de vinil para tocar. Percebo que era dos Beatles, mas não sei qual dos discos estava tocando.

Jamie passa pela janela, e eu o sigo. Vamos para no telhado. Confesso que estava com um certo medo de cair dali, mas ele estava segurando a minha mão, e fazendo com que eu sentisse que nada de ruim poderia acontecer.

A vista era incrível. O Sol nascia atrás dos prédios gigantes de Nova York, e parecia que o céu estava começando a pegar fogo. Peguei a câmera e tirei uma foto, que ficou ótima, e saiu na mesma hora. Perguntei se podia ficar com ela, e James disse que sim, então guardei a imagem na minha bolsa, e encostei minha cabeça no seu ombro.

Ficamos observando o Sol e ouvindo música, até eu ouvir meu telefone tocar.

– Alô?

– Dianna! – respondeu a voz de papai,

– Sim?

– Você não acha que já está na hora de voltar para casa não? – pergunta ele. – Já são mais que cinco horas da manhã!

– Tudo bem, papai. – digo. – Já estou indo.

– Está bem. – fala.

– Te vejo em casa. – respondo.

– Tchau.

– Tchau.

James fica me olhando durante toda a conversa.

– O que foi? – pergunta.

– Papai quer que eu vá para casa. – falo.

– Que pena. – diz ele. – Eu adoraria saber o que acontece no aniversário do Harry.

Eu rio.

– Eu te levo em casa. – diz ele.

– Não precisa. – falo. – Eu pego um ônibus.

Ele fica me encarando.

– Sério? – pergunta.

– Sério. – respondo.

– É óbvio que eu não vou deixar você ir para casa de ônibus sozinha. – fala.

– Qual é o problema? – pergunto rindo.

– É perigoso. – responde ele.

Dessa vez eu que o encaro com expressão de “sério?”.

– Eu vou te levar em casa. – diz ele. – Sem mais discussões.

Eu o sigo pela casa até o carro. Nós ficamos conversando sobre músicas e lugares legais que já fomos. Descubro que ele já foi ao Canadá, à Italia, França, Espanha e Inglaterra. E eu, nunca tinha saído do país, mas já tinha visitado o Grand Canyon.

Chegamos em frente à minha casa, e eu fui me despedir com um beijo na bochecha, e acho que ele também, mas erramos, e saiu meio que um selinho, o que achei fofo, mas me deixou vermelha.

Saí do carro, e acenei, em despedida, e o James fez o mesmo. Abri a porta de casa, e então encontrei papai sentado no sofá assistindo algum documentário animal.

– Eu não acredito que você ficou acordado me esperando! – falei.

– Olá, querida! Como foi a festa? – pergunta ele. – Na verdade, eu até tentei dormir, mas não consegui. Estava muito preocupado com você.

Me sentei ao seu lado, e fui recebida por um abraço carinhoso.

– Foi maravilhosa! – falei sorrindo ao lembrar de tudo que tinha acontecido.