Torneio meio-bruxo: jogo ou profecia?-interativa escrita por Time Lady


Capítulo 15
A Nova Jogada


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM POR TERMOS FEITO VOCÊS PERDEREM AS FÉRIAS

Quando estamos de férias é de se esperar que você tenha tempo para tudo, inclusive para postar no mínimo cinco capítulos, PORÉM, CONTUDO, ENTRETANTO adivinha quantos capítulos foram postados?
0
Sim, 0, esse "lindo", "maravilhoso", "incrível" número de capítulos.
Bem, realmente não tem nenhuma justificativa plausível para o que fizemos, nem mesmo um bloqueio criativo.
Não poderemos prometer quando vamos postar certinho, mas sempre que possível postaremos, afinal, a fic não foi apagada, então para nós ela não foi abandonada, desculpe se por um momento pareceu.
Isso mesmo, NUNCA, NUNCA, NEVER vamos abandonar essa fanfic, então se ela ainda está de pé, mesmo que tenha demorado um tempo (muito tempo, convenhamos) para postar, ela ainda está viva. Nós não desistimos dela.

Outro assunto que nos deixou bastante chateadas foi a falta de comentários no capítulo anterior, e gostaríamos de saber o que aconteceu, se foi por causa da demora, desculpem mesmo, mas não abandonamos a fanfic, se ela ainda existe, não foi apagada, é porque a ideia está de pé. Se foi por causa do tamanho da capítulo, faremos o máximo para deixá-los nem tão grandes, nem tão pequenos. Se foi pela dose de ação não acertada, desculpem, faremos o máximo para melhorar. Enfim, gostaríamos muito de saber para poder melhorar.

Mais uma vez pedimos nossas sinceras desculpas.
Esperamos que aproveitem o capítulo, já temos o outro semipronto.
Ashley Bradley é uma personagem nova



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** Flashback***

POV Ashley Bradley

Estava numa floresta, andando para leste, a caminho do meu novo lar, se é que pode ser chamado assim. Mas afinal, quem sou eu para dizer isso? Acho que nunca cheguei a conhecer o verdadeiro significado de lar. Enfim, uma pequena brisa fazia meus cabelos claros voarem levemente enquanto sentia um forte aroma de morangos. Tudo indicava que estava chegando ao tal Acampamento Meio-Sangue. Logo avisto um vulto em cima de uma pequena colina.

– Olá, criança. Você deve ser a Ashley. Fui avisado de sua chegada. Sou Louis, o diretor do Acampamento. – Apresenta-se o homem que acredito não ter mais de 52 anos, mas as aparências enganam.

– Sou a Ashley mesmo, mas não pense que estou feliz em vir para cá.

– Acho que então temos algo em comum. – Replica ele com um sorriso meio torto. – E então, vamos indo? Você tem muita coisa para fazer e conhecer aqui.

– E eu tenho escolha? – Pergunto em um tom de desânimo, mas ele parece ignorar minha fala e assim nos adentramos no Acampamento Meio-Sangue, ele me leva para fazer uma excursão geral bem rápida, o que foi bom, em minha opinião. Por fim o diretor, que usava uma blusa estampada em seu corpo, me deixa no antepenúltimo chalé, depois de termos passado por todos os outros.

– Espero que tenha gostado, etc., etc., seja bem vinda, etc. e etc.– Diz ele como palavra final. Aparentemente estava cansado, provavelmente rezando por umas férias no Havaí. Não critico ele, se pudesse, também não estaria lá.

O chalé onde iria morar de agora em diante tinha mais ou menos dez campistas. Nenhum pareceu perceber minha chegada e se percebeu, não deu importância alguma. A estrutura era constituída de um mármore negro e tinha uma leve névoa que encobria cerca de um centímetro do chão.

Após deixar minhas coisas em um beliche vazio decido procurar algum lugar onde pudesse ficar sozinha ou que pelo menos tivesse menos barulho. Encontro um toco de uma árvore cortada em frente à pequena prainha e fico por lá pensando.

– Hey, campista nova? Reclamada ou indeterminada? – Pergunta um garoto de cabelos castanhos cacheados com um sorriso travesso que aparece de repente, interrompendo meu transe.

– Não devo satisfações a você.

– Hum... de fato não, mas de qualquer forma vou acabar descobrindo por bem ou por mal. Aliás, sou Nicolas, filho de Hermes, embora também não deva satisfações para você – Ele faz uma pequena pausa e olha sério para mim. - Ashley. – Assim que fala meu nome eu olho para ele com uma cara de como você descobriu? e o filho de Hermes tira de trás das suas costas um livro que eu trouxe que tinha meu nome escrito na contracapa.

– Tudo bem, senhor filho do deus dos ladrões, agora por obséquio – Digo esta última palavra em tom de ironia. - devolva meu livro.

– Vamos fazer um acordo, eu devolvo seu livro, que eu peguei emprestado se você responder minhas perguntas e me acompanhar numa pegadinha. – Oferece ele se levantando e gesticulando com as mãos até colocar uma na minha frente esperando minha resposta.

– Não que eu precise. – Digo, mostrando o meu livro que agora estava em minhas mãos.

– Como você...

– Mas, por sorte, eu gosto de pegadinhas. – Interrompo com um sorriso bastante travesso e ele retribui juntamente com o olhar.

– Tudo bem, mas antes de iniciarmos a pegadinha, quero que conheça meus amigos.

*** Flashback Off***

POV Alfred Tames

Eu estava vagando pelos corredores de Hogwarts, mas não havia ninguém. O castelo todo parecia estar deserto. Meus passos ecoavam enquanto eu seguia para a Night Curse. Eu tinha que contar para eles. Eles precisavam saber antes que fosse tarde.

Subir todas as escadas necessárias para chegar lá pareceu levar um milênio. Irrompi pela porta o mais rápido possível quando cheguei, esperando encontrar todos reunidos na sala, mas só havia uma pessoa lá. Cabelos grisalhos, um terno que parecia caro e uma expressão que aparentava serenidade. Como se estivesse... sonhando.

– Morfeu - digo, surpreso. Isso explicava a ausência de todos; estava sonhando, como eu odeio dormir e sonhar com coisas assim, já não bastava meu pai, agora, os deuses. Mas isso não importava agora. Eu estava com raiva demais. - Como vocês podem sequer planejar fazer uma coisa dessas? Não entendem como isso vai afetá-los?

– Alfred, tenha calma. Vim aqui justamente falar sobre isso. - ele diz. Sua voz nem parecia a de uma pessoa. Parecia que falava dentro da minha cabeça, mas eu podia ver sua boca mexendo.

– Bem, então acho melhor ter vindo falar que não vai acontecer. - digo, e palavras começam a jorrar da minha boca. - Isso é desumano! Não pode mexer com o psicológico deles assim! Pode trazer consequências terríveis! Eu vi o que vai acontecer! Isso só vai separá-los! Formarão rivalidades! É assim que planejam ganhar essa guerra? Com rivalidades entre seus próprios aliados?

– É isso que queremos ver, criança. Será que eles são tão orgulhosos que por causa de uma coisinha de nada irão se separar? - ele começa, indiferente, como se meu discurso não o tivesse afetado. - Queremos testá-los para ver se são dignos de uma batalha. A primeira prova os testou fisicamente, mas precisamos de algo para testá-los psicologicamente. Eles não estão preparados.

– COISINHA DE NADA? - gritei, gesticulando. - AQUILO NÃO É UMA COISINHA DE NADA! PASSA DOS LIMITES! ELES SÓ VÃO FICAR AINDA MAIS INSTÁVEIS E DESPREPARADOS DEPOIS DISSO!

– Apenas os que não forem bons o suficiente farão isso. Os verdadeiros guerreiros não irão se deixar abalar, irão continuar a luta. - a resposta me fez ficar ainda mais bravo.

– Não pode fazer isso! O que vocês deuses vão fazer com os outros, os que não forem "bons o suficiente"? Vão descartá-los?

Ele suspira, impaciente, e olha diretamente para mim pela primeira vez desde que a conversa começou.

– O que vai acontecer na segunda prova não é nada que não possa acontecer numa batalha real, o que é inevitável agora.

– Mas vocês estão manipulando isso! Eu... eu vou contar pra eles! - digo, tomando coragem.

A expressão do deus passou de serenidade para raiva em uma fração de segundo tão rápida que mal dava para perceber que ele tinha parecido indiferente sobre esse assunto.

– Não, você não vai. Você precisa cumprir a sua parte nesse acordo. Não deve contar nada a ninguém, ou então perderá esse presente que recebeu dos deuses. - a voz na minha cabeça agora parecia a que ouvimos em pesadelos. Rouca. Ameaçadora. Misteriosa, sempre te guiando para mais e mais monstros. Ele apontou um dedo para mim, pronunciou algumas palavras em grego antigo.

E eu acordei, suando, porém não estava na minha cama, e sim num pufe na sala das relíquias, o que era estranho, podia jurar que havia ido dormir na minha cama no quarto de Atena. Mas isso não vinha ao caso agora, eu tinha apenas um pensamento: preciso contar pra eles. Rapidamente me levanto do móvel e começo a descer as escadas. Antes que pudesse por o pé no quinto, surgem três pessoas subindo a escada, chamando meu nome. Para alguém que odeia chamar atenção como eu, aquilo era desnecessariamente indevido. Mas enfim, o fato era que em frente a mim estavam Cristal, Dean e William.

– Alfred, é você! – Diz Cristal em um tom de alegria me abraçando. Se não estivesse tão preocupado, ficaria um pouco envergonhado. – Ah, graças aos deuses! Onde é que você estava? Fiquei preocupada, já tínhamos vasculhado todos os outros andares te procurando.

– Já estava começando a achar que teve mais uma infestação de Diabretes da Cornualha na Torre... – Diz Dean se encostando em uma parede tentando conseguir fôlego.

– Ah... bem, eu acabei dormindo aqui na sala de artefatos, não sei exatamente por que também, mas isso não vem ao caso. Eu preciso contar uma coisa para vocês... – Quando eu ia começar a contar toda a verdade, começo a tossir disparadamente, como se estivesse engasgado com minhas palavras, ou algo assim.

– Contar o que? – Pergunta William curioso. Ainda não entendo porque ele veio, pelo que saiba ele não gosta muito de sonserinos, o que é até um pouco compreensível, já que uma grande parte de sonserinos são vistos como maus, mas nem todos são assim. Contudo, isso é irrelevante num momento.

– Contar sobre... – Tento dizer mais uma vez, mas novamente começo a tossir. Se tem uma coisa que é pior do que ser pressionado é tossir quando se vai dizer algo importante.

– Não quer beber um pouco dágua? – Oferece Cristal descendo alguns degraus, provavelmente em busca de algum dos bebedouros que tinha em cada quarto e depois subindo com um copo de água. Agradeço e bebo um pouco.

– Como eu disse, eu tenho que contar uma coisa muito... – Retomo minha fala sem sucesso algum. Começo a engasgar novamente, e todos me olham com expressões de estranhamento.

– Alfred, posso não ser filha de Apolo, mas acho que você pegou um resfriado. Vamos à enfermaria. – Sugere Cristal um pouco preocupada.

– Não precisa, eu só quero avisar... – Insisto, mas volto a tossir. Aquilo já estava começando a ficar irritante.

– Não vai dar trabalho, vamos logo. Depois você conta sobre... o que tiver que contar. – Dean disse abrindo a porta e como não adiantaria de nada eu persistir, desisto e vou logo à enfermaria.

Eu sabia que aquilo não era um simples resfriado ou uma gripe, é claro que era alguma espécie de encantamento que Morfeu me lançou para impedir que eu contasse a verdade sobre a segunda prova do Torneio. O fato de saber algo que poderia evitar o sofrimento de muita gente e não poder contar mesmo querendo me corroía por dentro.

– Senhor Tames, não vejo indícios de algo grave, deve ser somente um resfriado passageiro. Por via das dúvidas, quero que fique aqui hoje, sob observação. – Conclui a enfermeira escrevendo algo numa prancheta e a colocando na cama em que eu estava.

– Ainda bem. Como já está tudo resolvido, eu já tenho que ir, sabe... eu vou tentar convidar uma certa filha de Íris para o Baile. Melhoras amigão, e bem, me lembra de nunca voar de vassoura com você... sabe, acho que você tem um carma meio pesado, segunda vez na enfermaria em menos de um mês... – Fala Dean saindo pela porta da Enfermaria com um sorriso. William já tinha ido há um tempo para avisar aos outros que me encontraram vivo.

– Viu? Foi tão ruim assim? – Pergunta Cristal se sentando na beira da cama. – Mas enfim, o que você queria dizer? - Minha vontade era contar tudo para ela naquele momento: Morfeu, Apolo, sonhos, torneio... mas nada poderia falar sem ter um belíssimo ataque de tosse, então mais uma vez, fui forçado a mentir.

– Bem... nada de importante.

– Certeza mesmo? Porque naquele momento era como se você fosse dizer as palavras mais importantes da sua vida.

– Certeza, era só sobre... um lindo voo de três corujas. – Digo depois de hesitar um pouco. Ao perceber que ela fica um pouco desconfiada, tento mudar de assunto. Cristal era uma das poucas pessoas com quem me relacionava além do Dean e do Samuel, que, aliás, também estava na enfermaria, dormindo. – ahã... e então... o que vocês ficaram fazendo enquanto eu estava dormindo na sala das relíquias?

– Bem, o Dumbledore e o Louis nos deram ambrosia e suco de abóbora, feitos sob medida para nos recuperarmos da primeira prova. – Responde ela, mas dava para perceber que ela ainda não estava convencida da minha história de corujas.

– Ah não, não, não pode ser...– Resmungo baixinho e começo a tossir novamente, até que ela nota e digo – Que bom.

– Alfred, você está agindo mais estranho que o normal. Tem algo que você precisa me dizer? Pode falar, eu não mordo, quer dizer, se você não for um chocolate.

Ela dá um sorriso fraco ao terminar de falar. Eu tinha que contar para ela. Mas como? Rapidamente tive uma ideia, pego a prancheta com o papel que a enfermeira havia deixado na cama junto com a caneta, que estava amarrada junto. Tento escrever nela toda a verdade sobre os sonhos, os deuses... tudo. Porém, mal consigo escrever a primeira palavra sem a caneta saltar magicamente da minha mão levando a prancheta e o papel sem nada escrito além das recomendações da enfermeira. Cristal ainda me olhava com estranhamento, acredito que estava pensando seriamente em me levar para o hospício ou coisa parecida. Respiro fundo e fecho os olhos por alguns segundos, tentando pensar em como dizer para a filha de Atena, que num momento parecia não estar entendendo mais nada.

– Alfred, não é melhor você descansar um pouco?

Se tinha uma coisa que eu não queria fazer naquele momento era descansar. Já não bastava as vezes quando dormia e tinha aqueles pesadelos horríveis com meu pai, agora tinha deuses entrando nos meus sonhos me dizendo o que eu deveria fazer.

– NÃO – Respondo e ela me olha um pouco assustada pelo tom da minha voz. – Quer dizer, não.

– ENTÃO O QUE VOCÊ QUER? Já faz uma hora que eu estou aqui esperando você contar seja lá o que você quer, mas você não conta, simplesmente inventa uma mentira esfarrapada! – Diz ela um pouco nervosa. Eu também ficaria, no lugar dela, mas não era minha culpa se os deuses me lançaram uma maldição. Não sabia exatamente o que dizer para ela naquele momento.

– Ah... desculpa Cristal, desculpa mesmo... – Dou um leve suspiro. – Se você soubesse o quanto eu quero contar para você, para o Dean, o Sam, para todo mundo.

– E por que não conta? O que te impede?

– Você não iria acreditar se eu contar, isso é, se você entendesse o que eu falasse.

– O que você está querendo dizer? – Pergunta ela se sentindo um pouco ofendida com o que eu disse. – Olha, eu posso até ser um pouco disléxica como a maioria dos semideuses, mas isso não significa que...

– Não... não, não é isso que eu estou querendo dizer... é só que... ah! – Digo passando a mão na cara respirando fundo. – Cristal.

– Sim, Alfred?

– O que eu estava tentando dizer, era... – Ameaço tossir por um segundo enquanto Cristal me olhava implorando para eu dizer logo. Eu sei que não poderia falar a verdade, mesmo que quisesse muito e nem contar uma mentira. Mas... e se eu fizesse uma pergunta convenientemente sincera? – Cristal...você... você quer... – Dou um suspiro e tomo coragem- ir ao Baile comigo?

Quando digo isso, as bochechas da filha de Atena que até o momento estava irritada, ficam coradas, seus olhos azuis acinzentados brilham mais que dois diamantes, como os cristais mais valiosos do mundo e ela dá um leve sorriso, tentando não transparecer a alegria. Por alguns segundos, eu consegui esquecer tudo que me cercava, só éramos eu e a Cristal.

– Você esse tempo inteiro estava só tentando me convidar para o Baile? – Eu não sabia como responder essa pergunta, se dissesse não ela iria ficar chateada e fazer mais perguntas que eu não poderia responder. Se dissesse sim, estaria mentindo e a Cristal saberia. Felizmente, não precisei responder. – Que fofo... É claro que eu vou ao Baile com você.

Dou involuntariamente um sorriso torto e ela retribui. Logo depois sai pela grande porta antiga da enfermaria que fazia um rangido toda vez que era aberta, indo em direção a Night Curse. Fico olhando para a porta divagando nos meus pensamentos não era isso que eu queria dizer, mas valeu a pena, como eu vou contar a verdade para todos antes que seja tarde demais, sendo que não posso nem dizer Morfeu ou sonho sem tossir mais que um fumante tendo um ataque cardíaco?. Porém logo sou tirado do meu transe por uma voz familiar.

– Alfred, merece meu respeito amigo. – Era Samuel Winchester, que estava deitado duas camas vazias depois da minha.

– Isso não significa nada... nada de mais... Espera, há quanto tempo você está acordado?

– Tempo o suficiente para saber que você tosse horrivelmente. – Nesse momento dou um olhar da morte para ele. – Pois bem, não precisa ficar nervoso, ainda mais porque eu também vou ao Baile, recebo alta amanhã. Graças à ambrosia que o Louis trouxe para mim hoje de manhã. Eu até vou poder participar da segunda prova.

– O QUE?! NÃO PERCEBE O QUE ISSO SIGNIFICA CARA?! AH, ISSO... – Logo começo a tossir disparadamente o que acaba chamando a atenção da enfermeira. Parece que cada vez que eu tentava contar minha tosse ficava pior. Como se meus pulmões estivessem ficando lotados de palavras.

– Calma, sonserino. Nossa, não sabia que eu era um amigo tão importante assim... – Tecnicamente eu estava tentando dizer que ele está condenado a participar da prova mais horrível da vida dele. – Mas agora acho bom você descansar a voz por hoje se quiser ir com a sua namorada no Baile de Outono.

– Ela é só minha amiga. – Respondo depois que tomo um copo de água trazido pela enfermeira.

POV Malu Calmon

Sinceramente não entendo essa magia toda do Baile Outono. O que tem de mais em fazer uma festa só para meninos convidarem meninas para dançar ao som de uma música lenta? Quer dizer, a magia e trabalho gastos para fazer uma festa seriam muito mais bem utilizados para várias outras coisas.

Neste momento estava eu na cobertura da Torre observando Hogsmeade com um telescópio. Era possível ver de tudo: desde pequenas lanchonetes até grandes lojas que vendiam alguns produtos bruxos como caldeirões, livros de feitiços, vassouras... essas coisas estranhamente mágicas. Mas logo sou interrompida do meu tour visual por Nicolas, que aparentemente subiu as escadas correndo, já que estava bufando mais que um javali prestes a ter um ataque cardíaco.

– Que surpresa mais agradavelmente desagradável, filho de Hermes.

– É muito bom vê-la também filha de Poseidon. – Diz ele dando uma risada sarcástica e revirando os olhos. – Vamos logo ao assunto, que como deu para perceber, subir esse tanto de escadas é realmente desgastante. – Ele faz uma pequena pausa tentando ganhar fôlego. – Mas enfim, já que somos amigos...

– Correção: colegas de zoeira. – Interrompo.

– Quando você fala desse jeito me lembra a Ashley. – Comenta ele que aparentemente tem um pequeno flashback.

O fato de ele desviar de assunto tão rápido, só comprovava seu aparente nervosismo, além de mostrar que o que quer que ele iria falar, provavelmente era um pouco sério, o que não combinava muito com ele. Eu até falaria isso para ele, mas infelizmente ele conseguiu me distrair.

– Ah, aqueles foram bons tempos. – Digo não conseguindo segurar o riso ao lembrar das pegadinhas feitas no acampamento. – Pena que ela...

– É – Diz ele em um tom um pouco desanimado, mas ao perceber isso, decide mudar de assunto para algo... divertido. – Lembra daquela vez dos sanduíches?

Ah, aquele dia foi muito divertido. O Nico escondeu todos os sanduíches do Acampamento junto com a Ashley e quando foi a hora do lanche, todo mundo do acampamento levou um susto, inclusive o Louis, que estava esperando ansiosamente pelo dia do sanduíche... para resumir a história, depois de um interrogatório hilário eu levei o Louis para o esconderijo da comida e no caminho o Nicolas surpreendeu ele com um sanduíche na cara e de repente o Acampamento inteiro estava fazendo guerra de sandubas. Felizmente, depois as criaturas famintas da floresta se alimentaram da sujeira da guerra. Bem, eu até gostaria de comentar com o filho de Hermes esse assunto, mas queria que ele fosse direto ao ponto, tive que me fazer de séria.

– Você só pensa em comida cara? – Eu sei que comida é uma das sete maravilhas do mundo, mas eu queria fazê-lo voltar logo ao assunto principal para poder prosseguir com a minha expedição telescopial.

– Admita você também pensa. Como não poderia, é a melhor coisa no mundo.

– Vou ignorar o que você acabou de dizer. Agora diga logo o que você queria para eu poder voltar a minha exploração.

– Okay, okay, não precisa ficar nervosa... – Disse ele fazendo um sinal de calma com as mãos e seguidamente uma pequena pausa. Sinceramente, era eu que estava nervosa? - Malu Calmon...

Quando ele pronunciou meu nome completo, consegui sentir ainda mais que o assunto era realmente sério, estava esperando de tudo: missões, mortes, outra visita ao Mundo Inferior... mas nada poderia me preparar para o que ele diria naquele momento.

– Você gostaria de... fazer um sanduíche para mim? – Quer dizer, aquilo era a cara dele, mas dessa vez passou do limite, ele me enrolou esse tempo inteiro e me deixou preocupada por nada?

– OLHA AQUI CRIANÇA, VOCÊ ME INTERROMPEU POR CAUSA DE UMA DAS SUAS BRINCADEIRINHAS? Primeiro: você sabe que eu não gosto nenhum pouco de crianças e segundo: saiba que vai ter volta cara, e que essa volta não será nenhum pouco agradável.

– Admita Malu, foi engraçado.

– Ah sim, claro, foi super engraçado, olhe a minha cara de graça. – Digo apontando para a minha face que não estava nenhum pouco contente.

– Chata. – Fala ele encostando na parede e cruzando os braços.

– Chato é você. – Digo fazendo a mesma posição.

– Chata é a vovozinha.

Logo ele vai andando em direção à escada, saindo com a moral de quem deu a última palavra. Mas, não sei, tinha a leve impressão que mesmo sendo brincalhão, aquilo não era o que Nicolas realmente queria dizer.

POV Liam White

O Baile de Outono já estava chegando. Eu precisava chamar alguém e era ai que estava o problema: quem eu queria convidar. Mas sempre chega uma hora na vida em que um homem precisa decidir se chama uma certa caçadora de Ártemis para o Baile ou faz um boneco de neve gigante como acompanhante.

Eu estava quase decidindo a segunda opção, quando um lado da minha mente, que eu nem sabia que existia, me pediu para ao menos tentar convidar a Akisha para o Baile. Afinal, o que poderia dar errado? No máximo seria acertado por uma flecha de prata no pulmão. Nada de mais.

Assim, fui à procura da bela caçadora de Ártemis. Encontrei ela próxima à floresta sentada em um banco feito com o tronco de uma árvore. Aparentemente, estava distraída e pensativa admirando o arco e flecha na mão. Agora era a hora, ou eu a convidava ou viveria o resto da minha vida ao lado de duas bolas de neve empilhadas.

– Erh... Olá Akisha, como vai? – Digo tentando começar uma conversa civilizada, após respirar fundo, mas de repente ela se vira com uma flecha na mão. Coloquei a mão no peito, só para evitar um certo acidente. Não sei, mas provavelmente, ela não queria nem esperava conversar com alguém.

– Renda-se ou... – Ela começa a falar em um tom ameaçador, porém para ao perceber que é somente um filhote de deusa e não uma hidra ou um minotauro. – Ahn... é só você. Se está procurando o restante do grupo, ele está lá na Night Curse.

– Não estou. É que... eu gosto de vir aqui às vezes.

– Okay... então... já estou de saída. – Diz ela pegando o arco, pronta para voltar para a Torre. Não podia deixa-la ir assim, talvez nunca mais tivesse a chance de convidá-la, assim, em um momento de pânico, seguro a mão dela. Ao sentir a frieza da minha mão ela para de andar, se vira e olha diretamente para mim. Fiquei totalmente sem palavras, olhando para aqueles dois sóis dourados e puxa, como eram brilhantes! Aquele momento foi mágico, era como se eu e ela estivéssemos sozinhos no infinito vácuo do Universo.

– Solte a minha mão agora, seu cubo de gelo, se não quiser se transformar em água. – Ameaça ela como se eu fosse uma espécie de monstro gelado. Tudo bem que eu era filho de Quione, mas não precisava ofender.

– Tudo bem, tudo bem. – Digo soltando a mão dela e colocando as minhas para cima em sinal de rendição. – Mas então, por favor, espera um minuto, eu preciso te dizer uma coisa. – Mal espero uma resposta e retomo minha fala, afinal, ela provavelmente diria estou muito ocupada ou alguma coisa do tipo. - Akisha, eu sei que você não está muito... acostumada com garotos e tudo mais, mas... por favor, considere o pedido...

– E quem seria você para falar da minha vida? – Pergunta ela cruzando os braços.

– Eu? Ninguém. Mas... – Era agora ou nunca. - Mas esse ninguém aqui quer te convidar para o Baile.

Por um momento, a garota que sempre tinha uma palavra na ponta da língua, não diz nenhuma palavra sequer. Ela abaixa a flecha e tudo fica totalmente silencioso. Era possível ouvir a leve brisa que passava por nós, que fazia os cabelos ondulados da filha de Apolo dançarem no ar.

– Olha, eu sei que você é Caçadora de Ártemis e eu também posso não ser um herói grego, só mais um semideus, mas isso é só um baile e... – Disparo a falar, já que fico um pouco nervoso sem ter uma resposta, mas logo sou interrompido.

– Liam – Acho que só ouvi uma vez ela me chamar pelo nome. – Como esse baile é meio que... obrigatório para quem está participando do Torneio – Ela faz uma pausa, suspira bem fundo e olha para mim séria - eu vou com você. Mas isso não significa nada e eu não vou dançar. – Ao dizer isso ela sai, andando em direção a Torre contra o vento.

Não podia acreditar, foi isso mesmo que eu ouvi? Ela disse sim? Sim?

POV Ashley Bradley

O único barulho audível na caverna eram as gotas de água que caíam de estalactites no teto. Não era nossa maior reunião. Poucos estavam presentes. Eu girava uma das minhas adagas de ouro enquanto esperava o começo da discussão. Até que uma voz de propaga na caverna - uma voz feminina, etérea, que eu sabia exatamente de quem era. Só de ouvi-la um calafrio percorreu pelo meu corpo, não por medo, mas por causa de seus poderes. Guardei a adaga no cinto e escutei enquanto ela falava com minha mãe.

– Os participantes do torneio já se mostraram como alguma ameaça para nossos planos? - a deusa pergunta.

Minha mãe, estava usando um vestido negro longo e segurava um chicote da mesma cor que poderia facilmente partir um prédio ao meio. Seus olhos não possuíam íris, eram totalmente prateados, como a lua. Ela não pareceu feliz com a pergunta.

– Eles são uma ameaça, sempre foram. Caso contrário, não teriam sido escolhidos para a profecia. - ela responde. - Na primeira prova se mostraram extremamente poderosos, pelo menos fisicamente. Ainda teremos que esperar a segunda prova para saber se estão estáveis psicologicamente. Mas se não tomarmos providências, talvez haja alguma chance de que consigam...

– Não podemos deixá-los chegarem ao fim da terceira prova. - Apolo falou interrompendo a minha mãe. - Profecias podem ser interpretadas erradas. Eles podem tentar mudá-la, e isso faria com que perdessem totalmente as chances. Uma vez que você tenta mudar algo que já está previsto para acontecer, é provável que isso se volte contra você.

– E como faremos isso, meu caro Apolo? - a dona da voz aparece para nós. Seus cabelos negros e lisos caíam sobre seus ombros nus enquanto ela andava na direção do deus do Sol. - Alguma sugestão?

– Se conseguirmos fazer isso antes da terceira prova, nossos amigos não terão nenhum problema em se infiltrar nela, e então... eles não terão chance. –diz a deusa, pensativa. - É nosso melhor plano até agora. Esses selecionados são a única coisa que está entre nós e a derrubada do Olimpo.

– Talvez se plantássemos alguém lá dentro. - diz Hipnos. - Alguém que coloque essas ideias na cabeça deles. Que os faça pensar que podem mudar a profecia.

O olhar da Líder caiu sobre mim. Foi a primeira vez desde que as reuniões haviam começado que ela realmente tinha olhado para mim.

– E quanto à garota? - ela diz, voltando seu olhar para minha mãe.

– Minha filha?

– Pelo que eu saiba, ela tem amigos entre os selecionados. Pode facilmente manipulá-los. - a deusa diz, sorrindo. - Ela concordou em se unir à causa, agora tem que honrar a promessa.

– Eu vou. - digo, pegando meu colar. Ele poderia abrir um portal para a tal escola de magia, o que facilitaria muito. - Meus amigos serão fáceis de influenciar, e imagino que os outros também sejam. Mas o que digo para explicar minha chegada?

A Líder abre ainda mais o sorriso, revelando dentes que pareciam ser tão afiados quanto espadas.

– Diga que foi fazer uma visita. Cuidarei para que eles achem tudo excepcionalmente normal... Ah, e Ashley... cuide daquele Alfred para nós. Nosso querido amigo Apolo conseguiu dá-lo um dom muito perigoso antes que... "viesse" para nosso lado.

Abro um pequeno sorriso maléfico e assinto, enquanto me preparo para visitar meus queridos amigos.


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Notas finais do capítulo

Bem, pode-se perceber que surgiu muitos mistérios a serem solucionados. Quem tiver alguma teoria de conspiração, fique a vontade para falar, estaremos animadas para ler. ^^


TRAILER DO PRÓXIMO CAPÍTULO
(Tentaremos fazer isso sempre, são frases dos próximos capítulos)
" - Não é a hora certa? Não é a hora certa?! Desculpem senhores, mas muitas vidas estão e jogo literalmente! "
" - Meu estrogonofe é ótimo. Ele é tão bom que até faz caridade. - Liz começa."
" - O QUE?! – Grito assustada [...] Esse meu momento de desespero chamou a atenção de todas as meninas "
— Tudo bem. Saphira, vá avisar o forte 1, Kristal o forte 2, eu vou distrair a fera até vocês estarem a salvo.
- Não podemos abandoná-la assim...
- Não deixe mais difícil do que já está garotas. Agora, VÃO.
- Mas ela vai fazer picadinho de você... "

AVISO AOS LEITORES:
Bem só para constar, nas fichas, esquecemos de avisar que temos total direito sobre o que fazer com seus personagens. Ao ler isso, você está ciente da situação, sorry.

Nos vemos nos comentários
bye o/