Oxford, 15 de agosto, AP do Emmett

“Bella”

Eu havia acabado de chegar ao AP do Emmett – que não estava em parte alguma – quando vi Edward jogando as suas roupas na mala, que estava sobre a cama.

- Você está indo para onde? – perguntei alarmada. Ele estava indo embora sem ao menos me dizer adeus? Ou pior, ele estava fugindo de mim?

- Bella, minha mãe ligou. Meu pai está doente!

- É grave? – questionei abraçando-o por trás.

- Não sei! Mamãe parecia realmente aflita! – separei-me dele e o ajudei a dobrar suas roupas e colocá-las na mala - Ou talvez seja algum pretexto para me fazer voltar aquele inferno! – ele se sentou na cama, e por um momento ele parecia perdido, seus olhos estavam transbordando receio e dúvidas...

Aproximei-me dele e acariciei os seus cabelos, tentando acalmá-lo. Ele me abraçou pela cintura e encostou a cabeça na minha barriga.

- Vem comigo? – pediu – Não sei se vou aguentar muito tempo sem você! Eu sei que é pedir demais, você sair da sua casa para ir a outro mundo... Mas sou egoísta o suficiente, para chegar a esse ponto! Eu te amo, e não sei viver sem você... – enterrei o meu rosto em seus cabelos e as minhas mãos deslizaram até as suas costas.

- Eu tenho certeza que não vou ser bem-vinda! Você mesmo diz que a sua mãe não me tolera, se eu for, vou criar mais problemas para você!- falei e ele suspirou – Sua mãe falou como estava à situação do seu pai? – perguntei, mudando de assunto. – Seus nervos não vão aguentar um aeroporto agora! – falei me afastando dele, e fitando os seus olhos.

- Meu pai sempre teve problemas com a sua pressão! E eu não sei se é grave... – a voz dele morreu e por míseros segundos eu pude constatar o sentimento de culpa, que logo foi substituído pela dor... As primeiras lágrimas romperam pelos olhos verdes- esmeralda, e aquilo me despedaçou - Apesar de tudo que eu passei, Genova é o meu país e Carlisle e Esme são meus pais... To preocupado – limpei suas lágrimas com a mão, afagando levemente a sua bochecha.

Devia existir um guia para essas situações.

- Ele está bem, meu amor! – menti tentando ser o mais convivente possível.

- Ele está doente por minha culpa, eu... eu... – Edward puxou seus cabelos de uma forma violenta, assustando-me um pouco.

Rapidamente retirei a mala da cama, tirei os seus sapatos e as minhas sandálias. Forcei-o a se deitar e me pus ao seu lado o abraçando, eu podia ouvi os seus soluços, e cada vez que eu ouvia me abraça mais a ele. Era horrível vê-lo assim, Edward sempre foi o mais forte e destemido, e agora ele parecia uma criança perdida. Ele precisava de mim... Ele precisava de alguém que o apoiasse – coisa que eu acho que ninguém fizesse em Genova –, de alguém para escutá-lo e entendê-lo... E eu estava disposta a fazer mesmo que eu tivesse que enfrentar a fúria da minha sogra de perto.

- Eu vou com você para Genova! – falei. – Agora se acalme! Eu não gosto que você se sinta assim, eu quero te ver feliz...

- Eu amo você! –ele falou com a voz embargada!

- Eu também! – falei e depois o beijei.

Oxford, 16 de agosto, no avião

“Edward”

Bella ressonava tranquilamente no meu ombro. Seus cabelos caiam em cascatas espalhados por todo a sua costa e meu ombro, impregnando o seu delicioso cheiro de morango.

Eu devia ter negado a sua vinda para Genova, ira causar mais problemas – tanto para mim, tanto para ela. Mas não, eu fui egoísta o suficiente para não poupá-la dos problemas que vão acontecer. Nem minha família, nem o povo de Genova iriam aprovar o meu romance com a Bells, sendo ela uma estrangeira e “normal”.

Ainda existia Rosália, o meu inferno na terra, só de pensar que ela deve está em Genova, tenho vontade de não voltar para lá nunca mais. Posso até imaginar a cena quando vir-la, à primeira coisa que ela vai fazer é reclamar das minhas roupas do século passado, e depois tentar me seduzir.

Bella se remexeu no meu colo, e murmurou o meu nome. O meu corpo encheu de felicidade, ela estava sonhando comigo... Afaguei seus cabelos, ela parecia um anjo – o meu anjo particular – dormindo...

- Senhor! – a aeromoça falou – Nós já vamos pousar! – ela me informou.

- Obrigado! – agradeci, ela se afastou indo aos demais acentos – Bella! – chamei-a –Hora de acordar, meu amor! – sussurrei em seu ouvido. Ela se mexeu ainda com os olhos fechados e se agarrou ainda mais contra mim – Bella adormecida! – chocalhei levemente o seu ombro. Vi um sorriso casto, brotar em seus lábios.

- Sempre tentando ser engraçadinho, senhor Cullen! – brincou abrindo os seus belíssimos olhos e depois sorriu.

- Estou conseguindo, senhorita Swan? – questionei divertido.

- Com certeza, não. Nunca gostei da Bela Adormecida, eu gosto da historia da Cinderela! – falou rindo, e eu depositei um beijo na sua testa.

- Nós estamos chegando! – informei. – É melhor colocar o cinto...

Gênova, 16 de agosto, Aeroporto Internacional de Genova

“Bella”

A primeira sensação em pisar nas terras de Genova, era que ao contrário do frio londrino, o sol brilhava intensamente, fazendo com que as roupas da minha bagagem parecessem pesadas demais para a região.

O aeroporto de Genova era como outro qualquer, não havia nada de mais nele. Pegamos as nossas malas e Edward nos rebocou, o mais rápido possível, para o táxi. Ele falou algo com o motorista, em uma língua diferente – o que eu supus ser o dialeto local.

- Nós vamos dá uma olhada na cidade primeiro! – explicou para mim. – Depois iremos para o Castelo! – ele acariciou o meu rosto e eu forcei um sorriso.

O táxi – vermelho e branco totalmente diferente dos amarelos de Nova York – nos deixou em vila de casa coloridas, era o centro de Genova. As casas coloridas, o parque nacional, o clima ameno fazia com que o país parecesse com uma cidade do interior do condado americano ou uma cidade de contos de fadas – mais a segunda alternativa.

- Aqui é lindo! – declarei assim que paramos na frente da praça arborizada.

-É meu amor! – Edward falou beijando o meu ombro, atraindo alguns olhares curiosos e alguns cochichos. Ótimo! Mal havíamos chegado e já éramos motivo de fofoca na região – Agora que você conheceu um pouco do meu humilde país é à hora de conhecer os meus pais! – ele falou como se fosse à coisa mais normal do mundo... Meus sogros, reis, e não gostavam de mim...

Suspirei resignada.

- Eles não vão fazer nada com você, eu não permitiria! – declarou Edward passando o braço pelo meu ombro, enquanto caminhávamos em direção do táxi.

- Eu não estou com medo do que eles vão fazer comigo, eu estou com medo da reação deles com você. Eu suponho que você nunca levou uma plebéia em casa como namorada...

- Eu também estou preocupado com isso, Bells! – ele falou abrindo a porta do táxi.

- Você não acha melhor avisar? – falei inserta.

- Eu suponho que eles já sabem sobre a nossa chegada! – ele disse assim que o taxi deu a partida. Murmurei algo concordando e me encostei-me ao banco macio.

O táxi deixou as alegres casas coloridas e as praças arborizadas, em direção a uma estrada feita de enormes pedras que cortavam a floresta. Passamos por uma ponte de madeira que cortava um rio, antes de chegarmos à estrada que dava para o Castelo, que ficava ao topo da colina.

Senti as mãos de Edward sobre as minhas só então percebi que estava prendendo a respiração, soltei o ar pesadamente e sentir Edward me abraçar.

- Vai ficar tudo bem! – ele mentiu descaradamente. Era claro que nada iria ficar bem, e ele sabia que os seus pais iriam armar o maior circo.

- Edward, eu... – eu iria começar um discurso sobre prioridades que ele tinha que ter, e eu não estava na lista das dez primeiras, porém fui interrompida pelos seus lábios sobre os meus. O seu beijo foi calmo, como se quisesse me acalmar...

- Eu amo você, Bella. E de um jeito ou de outro, nós vamos fazer isso dá certo!

- Te amo também!