A minha maior vontade era conseguir fazer o tempo parar. Mas, logicamente minhas habilidades estavam muito fora de alcance desse nível de habilidade. Segunda havia chegado. Droga. Escola. Eu mal tinha conseguido dormir direito, tive pesadelos horríveis, fiquei horas acordado esperando o sono chegar. Mas ele não viria não enquanto não soubesse o porquê de tudo aquilo estar acontecendo.

Minha mãe me deixará de carro e dissera para que me cuidasse e ficasse atento. Típico de mãe quando seu filho participa de um assalto ao banco não é? Porém por mais de não querer estar ali naquela manhã de segunda tinha um contraponto do qual eu também queria estar. O nome deste contraponto? Luciana. Mais conhecida pelos meus pensamentos e nos meus sonhos como Lu. E lá estava ela entrando pela grande porta da escola, divamente com uma calça jeans clara skinny e tênis all star vermelho vivo. A blusa preta do colégio solta como se tivesse colocado de qualquer jeito e cabelos lisos soltos, que nunca. NUNCA. Pareciam estar rebeldes.

- Que estranho... Diz Guiu quebrando toda a minha admiração.

- O que foi? Pergunto olhando para o lado, percebo que algumas duas garotas de braços cruzados, e olha são gêmeas! Elas me encaram como se eu estivesse louco, ou simplesmente vindo sem calça e cueca para escola. Certo. Olhei para baixo e me certifiquei de não ter esquecido de colocar as calças. Tudo o-k-a-y. Estou de calça Que estranho...

- Você sabe que elas, podem ouvir e ver você né? Falou Guiu na tentativa de ser sarcástico.

- Olha... Olhei para frente e fui avante colégio adentro. Tente não se comunicar comigo enquanto eu estiver aqui. Okay?

- Tudo bem.

Começaram as aulas. Sentei no lugar de sempre primeira carteira da esquerda última fileira, começamos com a aula de matemática. Já disse que odeio matemática? Sim, acho desinteressante. Entendo que é essencial. Mas, tem algumas coisas que eles parecem querer sei lá entupir a gente de informação desnecessária. Quem quer saber quantas pessoas tem dentro de uma sala? Eu quero saber o que tem essas pessoas. Números não possuem histórias, sonhos, medos e entre outras coisas. Por isso como SEMPRE. Dormi.

Acordei com o sinal da terceira aula, olha que legal. Aula de geografia. Gosto? Não, não gosto. Você deve estar se perguntando, nossa Tori você é um pé no saco. Vagabundo. Preguiçoso! Eu não me importo! Nas segundas feiras só me importo com as duas últimas aulas que são: Artes e História.

Me ajeitei na mesa, para copiar o texto que o professor começa a passar nesse instante na lousa. Abri o caderno, mas paro para observar Lu passar por mim. Ela fez o que nunca tinha feito há tempos. Olhou-me dentro dos olhos.

- Que estranho... Disse Guiu com curiosidade. Meus olhos desviaram dos seus e ela voltou a andar um tanto que atrapalhada, ela não podia ver mais eu sim. Guiu a circulava parecendo procurar algo. Até que por um momento algo de estranho acontece. Ela se vira para trás e olha para Guiu que está a centímetros perto dos seus seios.

Sortudo.

Ela o encara como se soubesse que ele estivesse ali. Ele olha para mim e vem em minha direção, ela me olha com sua expressão séria e volta para a sua mesa.

- O que está fazendo? Pergunto em cochicho.

- Ela pode me ver.

O quê? Como assim Luciana pode te ver? Ela também é uma Shikai? Como assim? Não Deus. Deuses. Vida. Destino. Não faça isso comigo. Olho para ela e ela parece saber que faço isso. Tira seus olhos dos livros e me encara, desvio o olhar e volto a olhar para a lousa.

- E ela não tem um protetor.

- Ela não tem um shinigami?

- Sim...

Mas como isso é possível?

- Como assim?

- Eu também não sei.