O Melhor Amigo escrita por kamia din


Capítulo 5
Capítulo 5 – Apenas uma Aula


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo Abel terá novas sensações perto de uma possível pessoa especial, enquanto que em sua casa as coisas que ele não esperava irão acontecer.



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Capítulo 5 – Apenas uma Aula

Viver do acaso, era assim que me sentia até um dia atrás, simplesmente encontrei um motivo grandioso pra ficar feliz e satisfeito por está aqui. Viveria em qualquer lugar, vagaria sem rumo, desde que ela estivesse comigo, achei minha pessoa especial a pessoa que meu pai nunca conseguiu encontrar, finalmente serei mais que um amigo.

Dormir hoje torcendo para que a noite sumisse, tive um dia muito animador ontem, me senti um herói por recuperar a caneta do meu melhor e único amigo nesse lugar, ele ficou tão feliz, porém eu estava mais feliz, não por ter recuperado a caneta e sim por ter conhecido a pessoa que pode ser a minha pessoa especial.

Levanto cedo arrumo minha cama, apesar de ter extrema preguiça de fazer isso, prefiro proceder com minhas tarefas aqui para não ser cobrado, detestaria ver minha mãe agindo como mãe.

Quando vou ao banheiro me arrumar para ir à escola, encontro com uma das gêmeas no corredor, como sempre não consigo distinguir quem é quem, aceno com a cabeça e antes que algo mais aconteça vejo minha mãe saindo do quarto das meninas com a outra irmã segurando-a pelas mãos.

– Oi filho bom dia. Vou levar a Sol no médico ela ta tossindo muito – Disse minha mãe parecendo de fato está preocupado com Solene que era carinhosamente apelidada de Sol.

Não dou muita bola, simplesmente continuo andando em direção ao banheiro, não me interessa nem um pouco se Solene está doente.

– ABEL! – Grita minha mãe me dando um olhar de reprovação. Isso me assusta um pouco, ela nunca havia gritado comigo desde que cheguei aqui.

– Sim... Eu ouvi você vai levar ela no médico – resolvo da atenção a minha mãe. Ainda estou um pouco assustado com a reação que ela teve.

– Olha o café está pronto, você e a Mel comam e vão pra escola, não vou pode fica esperando vocês comerem – agora com um tom menos firme, mas ainda com um olhar de reprovação.

Após falar comigo minha mãe pega Solene pela mão e desce com ela seguidamente saindo de casa. Isso foi bem estranho, me senti meio intimidado, desde que cheguei aqui que faço as coisas como quero sempre ignorei o resto da família e nunca achei que seria repreendido por alguma coisa, mesmo porque sempre faço tudo que me mandam sem reclamar. Não gostei de ela ter gritado comigo assim, quem ela pensa que é?

Alguns minutos depois da manhã atormentada que tive encontro-me na cozinha tomando café da manhã junto de Mellíssa. Foi de longe o café da manhã mais estranho que já tive, silencioso, melancólico mal dava pra sentir que tinha mais alguém na mesa comigo.

Finalmente hora de ir pra escola, espero que nada mais de estranho aconteça, já tive minha dose de esquisitices por um dia. Assim que o ônibus chega subimos juntos eu e Mellíssa, ela senta sozinha em um banco e eu logicamente me sento sozinho em outro.

Gosto muito desse trajeto até a escola, adoro ficar olhando para a rua enquanto o ônibus transita pela cidade. Olhando pela janela vejo na rua uma menina loira e na hora lembro-me de Lorena, ela é tão linda, fico satisfeito só de pensar que vou revê-la.

Parando para pensar bem o que me garante que ela vai querer falar comigo? Só porque ela foi simpática se abstendo de me denunciar não quer dizer exatamente que ela vai me dar alguma atenção. Isso me dá um pouco de medo, como poderei chamar a atenção dela? Sou tão pequeno e magro, não sou bom em esportes e nem popular com as meninas, geralmente sou ignorado pela grande maioria da escola, começo a imaginar que isso foi um sonho, ter alguém tão linda como minha pessoa especial. Acho que é pedir muito.

Assim que chego à escola, procuro por Wesley, seria bom me distrair um pouco e tirar esses pensamentos torturantes de minha cabeça, por sinal não o vejo o que é estranho. Sempre nos encontramos no portão, acho que ele deve ter faltado desde que viramos amigos que nunca entro na escola sem ele. Logo avisto uma sombra e repentinamente sinto um abraço por trás.

– Oi baixinho – uma doce e alegre voz. Mal podia acreditar, mesmo que se passassem anos eu reconheceria essa voz, não acredito que ela está me abraçando.

Viro-me pra confirmar o que pensava e quando bato o olho nela meu coração acelera. Lorena veio falar comigo e ainda me abraçou, não acredito só pode ser um sonho, acho que isso é a prova de que ela é minha pessoa especial.

– Oi tu... Tudo bem? – Respondo um pouco atrapalhando. Sinto-me envergonhado perto dela não sei o motivo.

– Sim estou bem e você baixinho? – Ainda mantendo a doce voz e exibindo um lindo sorriso. Agora só não sei por que insiste em me chamar de baixinho, ela é só um pouco mais alta que eu.

Fico parado por alguns instantes imaginando o que dizer, é crucial não parecer um idiota na frente dela, acima de tudo tenho que impressioná-la.

– Então o que vai fazer agora? – Me pergunta olhando diretamente em meus olhos. Nossa como ela é linda, acho que eu coração vai sair pela boca.

– Bem eu vou pra sala de aula – respondo com um tom sério. Nossa não tinha nada pior pra dizer senhor óbvio? Tenho que me soltar, falar coisas mais alegres, mas esta tão difícil me expressar, minha voz quase não sai.

– Ah! Que tal matarmos o primeiro tempo? – Ainda olhando diretamente em meus olhos. Isso foi estranho, nunca matei aula na vida, não faço o tipo delinquente, mas ela deve ser acostumada a viver na adrenalina, se eu disser que não ela vai me achar um covarde.

Após alguns minutos, a maioria das crianças já tinham ido para suas salas, apenas algumas poucas que estavam de tempo vago ainda permaneceram no pátio e eu mesmo não muito confortável matei o primeiro o fiquei aqui com Lorena.

– Está tudo bem? – Me pergunta Lorena parecendo está preocupada.

– Sim eu estou – não estou confortável com a situação, mas o fato de está aqui do lado dela vale muito apena.

– Você é uma gracinha sabia? Tem quantos anos doze?

Ela disse que eu sou uma gracinha, simplesmente me tornei a felicidade em pessoa, mal da pra acreditar, uma menina tão linda como ela me acha uma gracinha. E agora respondo minha idade ou minto dizendo que tenho doze anos?

– Eu tenho onze – não sou muito bom em mentiras ia acabar me enrolado, é mais fácil dizer a verdade.

– Há... Que fofo. Eu tenho dezesseis, mas pareço ser mais velha que isso – diz dando algumas meigas gargalhadas. Ela tem um sorriso tão lindo, nem da pra acreditar que ela tem dezesseis, achei que fosse mais nova.

– O que vamos fazer agora? – Pergunto na extrema curiosidade, não me importando muito com a resposta, desde que seja com ela qualquer coisa pra mim está bom.

– Vem comigo. Vou te mostrar umas coisas – diz isso e logo em seguida me pega pela mão e começa a andar comigo pela escola.

Passei praticamente uma hora com ela e foi magnífico, ela me mostrou o clube de judô, salas que eu nunca havia entrado, até a cozinha da escola eu visitei, foi tão mágico passar esse tempo com ela, sinceramente estou muito feliz.

Assim que o sinal do segundo tempo toca, ela me abraça forte e se despede subindo as escadas, esses minutos com voaram, aquela linda menina ainda nem sumiu do meu campo de visão e eu já estou sentindo saudade, finalmente, fiz o que meu pai nunca conseguiu, arrumei uma pessoa especial, não sou mais somente um amigo.

No corredor em meio à troca de salas avisto Wesley andando sozinho, me aproximo dele e com imensa felicidade o comprimento.

– Oi – dando um tapinha nas costas dele.

– Onde você tava cara? – Fala parecendo surpreso em me ver.

– Eu estava aqui na escola, matei o primeiro tempo – falo alegremente esboçando felicidade. Uma aula perdida não vai abalar o imenso estado de felicidade que me encontro.

– Se ta louco? A professora te deu falta – me repreende levantando aquelas sobrancelhas grossas.

– Há não importa. É só uma aula, perdi a metade do ano, uma a mais uma a menos não vai me fazer falta – ainda esboçando felicidade.

Antes que ele falasse mais alguma coisa, o segundo sinal toca indicando que já devíamos está em sala. Uma ótima deixa para fugir do assunto.

– Olha vamos pra sala, já tive minha cota de aulas perdidas por hoje.

– Você não estava dizendo que uma aula não lhe faz falta? – ainda me repreendendo.

– Depois eu explico o porquê matei aula, alias você não apareceu no portão – ainda tentando fugir do assunto.

– Eu cheguei atrasado, achei que você já estava na sala – agora falando normalmente comigo. Finalmente fiz ele falar de outra coisa, detesto quando tentam me chamar a atenção.

Finalmente em sala depois de ouvir Wesley resmungar muito sobre eu ter matado aula, nossa que chatice isso, ele acaba de fazer pela primeira vez matemática me parece muito interessante.

Após um dia emocionante na escola eu volto para casa junto com Mellíssa. Estou tão contente, infelizmente não vi Lorena no intervalo e nem na saída, mas estou muito feliz com o tempo que passamos juntos, foi algo fenomenal ao melhor estilo perfeição.

Apesar de Wesley ter ficado me torrando a paciência por ter matado um tempo, ainda assim foi muito bom passar as aulas restantes com ele, não imagino minha vida atual sem ele.

Assim que entro em casa me deparo com minha mãe na sala com cara de poucos amigos e Solene deitada em seu colo. Simplesmente ás ignoro e vou subindo para o meu quarto.

– Não vai pergunta como sua irmã está? – pergunta minha mãe com um tom agressivo. Como se eu liga-se para o estado da chata da Solene.

– Espero que esteja bem! – Respondo e continuo subindo.

– Menino sua irmã está doente ela tem asma sabia? E você não da nem um pouco de atenção ao estado dela – passando de um tom agressivo para um de repreensão. Ela parece está bem chateada, mas isso não tem nada haver comigo.

– Eu já disse que espero que ela esteja bem – agora altero um pouco o tom. Não tem motivo pra ela está falando assim comigo, está só querendo se amostrar na frente de Solene.

Minha mãe se levanta repentinamente e vem andando em minha direção com uma cara de brava, deixa transparecer sua frustração talvez pelo fato de Solene esta doente.

– Olha vai ser muito difícil se você continuar agindo assim. Já tem algum tempo que você está aqui e não tem motivo pra ficar ignorando as pessoas da sua família – diz ela ainda com um tom de repreensão. Respirei fundo após ter escutado aquilo, mas não consegui me controlar.

– Não estou aqui porque quero e sim porque sou obrigado, não ligo para o que acontece com nenhum de vocês então... ME DEIXA EM PAZ – digo isso quase chorando e em seguida subo correndo para o meu quarto. Segurando o máximo minhas lagrimas subo sem nem da atenção ao que ela falou em seguida.

Eu não quero ficar aqui, não quero falar com eles, ela brincou com o coração do meu pai me abandonou e agora tenta ser minha mãe, isso nunca vai acontecer eu nunca vou permitir.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado, se puder deixe um comentário apontando o que gostou e o que não gostou.