O Melhor Amigo escrita por kamia din


Capítulo 1
Capítulo 1 - A Palavra Que Machuca


Notas iniciais do capítulo

Meu primeiro Drama e Romance.
espero que gostem, comentem se possvel ^^



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Capítulo 1 – A Palavra Que Machuca

Nunca entendi bem o conceito de amizade, como uma pessoa pode ser especial sendo só uma amiga e se amigos são tão especiais porque eles se vão com o tempo? Meu Pai foi amigo de minha mãe grande parte da vida dele, e o que ele ganhou em troca? Foi trocado por outra pessoa, a amizade deles se transformou em ódio, e até os últimos dias amaldiçoou minha mãe por ter sido abandonado, levou todo esse sentimento de tristeza e ódio, consigo para o seu túmulo. Não quero terminar como ele se lamentando por ter sido apenas um amigo.

Chamo-me Abel Correia, mas detesto meu nome acho estranho me chamar Abel, a maioria das pessoas me chama de Bel, o que também não gosto por ser apelido de menina. Atualmente tenho onze anos, com a morte recente do meu pai estou indo morar com minha mãe que nunca vi na vida, sinceramente é algo que não quero fazer.

Sempre vivi bem, meu pai era muito bom, apesar de ter problemas de relacionamentos por causa da minha mãe, nas vezes que ele estava bêbado me contava de como ela nos abandonou e preferiu trocar um filho recém nascido por um cara que era amante dela, e sim eu sei o que é um amante meu pai me contou muitas coisas sobre mulheres, sobre como elas são guiadas por emoções e desejos e acabam largando as coisas que deveriam ser importantes por aventuras. Na verdade mesmo nunca entendi bem o que ele dizia mais sei de uma coisa minha mãe é má, e escolheu me trocar por outra pessoa.

Meu pai se chamava Charles, pra mim também era um nome bem estranho e engraçado parecia nome de cachorro, ele sempre fez tudo por mim nunca se casou e nem se quer namorou cuidou de mim a vida dele toda, até que teve câncer, ele fumava muito e a doença acabou levando ele para o céu. Isso tem uns três meses, depois de muitas discutições judiciais minha guarda acabou indo para minha mãe, não que minha tia gostasse muito de mim, alias pareceu bem feliz em se livrar de mim, mas eu realmente não queria ir morar com minha mãe, nem a conheço a única coisa que sei dela é o nome Larissa.

Finalmente estamos chegando, parece uma vizinhança boa, muitas casas, minha tia fica fitando o local com um pouco de desdenho, como se morasse em algum palácio. De fato ela não perece estar contente em ter que me trazer aqui, nunca gostou de minha mãe e vivia dizendo como ela estragou a vida do meu pai, também não gostava muito de mim, dizia as vezes que eu era parecido com minha mãe que tinha os olhos dela, nunca gostei dessa comparação.

– Já estamos chegando bel. É aquela casa ali – me disse minha Tia apontando para uma casa a frente.

– Aquela pintada de azul?

– Sim – me responde secamente, realmente parecia bem feliz de se livrar de mim.

Na frente da casa, vejo uma mulher não muito alta, branca com os cabelos loiros, um vestido longo e florido. Só pode ser ela... Minha mãe, nunca há vi na vida nem por foto, meu pai tinha uma foto dela guardado, mas nunca pedi para ver, realmente não tinha nenhuma intenção de conhecê-la.

Assim que o carro para, minha tia sai e eu em seguida, só depois de sair que percebo que havia um homem parado ao lado da mulher de vestido florido, ele é alto e barbudo tem cara de mau, os cabelos eram escuros, tinha um enorme nariz, e foi exatamente com ele que minha tia foi falar.

– Bom dia Marcos – dando um sorriso ao apertar as mãos dele. Em seguida se vira para a mulher de vestido florido e apenas faz uma reverência – Larissa.

– Bom dia. Vamos entrando – responde o homem barbudo.

– Ah! Desculpa, não vai dar. Tenho um compromisso com as coisas do meu irmão ainda hoje e tenho que voltar.

Logo após terminar essa frase minha tia pega em meus ombros e me empurrando levemente para frente diz – esse aqui é o Abel. Diga oi para sua mãe Bel – fazendo uma voz doce que dificilmente eu ouvia dela.

– Oi... Bom dia – fiz o que minha tia me pediu bastante sem graça, são sou muito bom em falar com estranhos.

A moça de vestido florido começou a caminhar em minha direção, com um sorriso largo no rosto se abaixou e me abraçou dizendo – bom dia filho to muito feliz em te ver.

Não sei bem como reagir nessa situação, apenas retribui o abraço e continuei sem graça esperando ela me solta. Ela me pega pela mão e começa a me induzir a entrar na casa, eu meio sem jeito a acompanho ignorando o homem barbudo e minha tia.

Minha mãe me segurava pelas mãos e me guiou pela entrada, assim que entrei vi as duas meninas exatamente iguais. Meu pai havia me contado que um ano depois que minha mãe o deixou teve duas filhas gêmeas, as quais eu nunca havia visto. As duas meninas me pareceram bem desengonçadas, estavam vestidas da mesma forma com vestidos brancos e arcos brancos com uma decoração de flor, os cabelos eram negros iguais aos meus e a pele bem branquinha. Notei logo que as duas estavam bem sem graças com minha chegada, pareciam ter sido obrigadas a ficar ali me esperando e a se vestir daquela forma.

– Meninas, conheçam o seu irmão – disse minha mãe com um sorriso no rosto.

As duas meninas se abaixam e fazem uma espécie de reverencia com o vestido. Achei aquilo tão estranho, resolvi não dizer nada, ainda estava bem deslocado com a situação, apenas abaixei a cabeça como se concordasse com algo.

– Essa aqui é a Mellíssa – diz minha mãe apontando para uma das meninas.

– E essa é a Solene – mais uma vez agora apontando para outra menina.

Eu meio sem graça senti que tinha que dizer alguma coisa, mas ainda me sentindo deslocado resolvi ficar calado, porem logo em seguida minha mãe põe as mãos sobre minhas costas e diz – se apresente para suas irmãs.

– Meu nome é Abel – disse bem baixinho. Estava com muita vergonha.

As duas não falaram nada apenas esboçaram um sorriso e quando dei por mim minha tia estava vindo em minha direção.

– Olha se comporte e obedeça a sua mãe, eu já vou indo – me dando um abraço que me pareceu um pouco forçado.

Logo que ela se foi eu senti um vazio, como se tudo que eu conheci até hoje estivesse indo com ela, queria gritar para ela não me deixar com essas pessoas que para mim eram estranhas mais a voz não saia. Por fim me conformei e fiquei fitando ao longo que o carro dela desaparecia na estrada.

Já à noite na hora de jantar estavam todos reunidos na mesa, eu havia passado a tarde toda desempacotando minhas coisas e arrumando meu quarto, às vezes minha mãe aparecia na porta para dar alguns palpites na arrumação e dizer coisas sem sentido sobre o passado dela com meu pai, algo que eu já estava cansado de ouvir dele.

O jantar foi terrível, minha mãe ficava me perguntando um monte de coisas enquanto que o homem estava calado na dele, não parecia contente com minha presença, as duas meninas mal se falavam entre si, comigo então não deram um pio, foi de longe o jantar mais perturbador e constrangedor da minha vida.

À noite já em meu quarto minha mãe bateu na porta e bem baixinho disse – está tudo bem? Você está confortável?

– Sim eu estou – mesmo não estando. Respondi que estava para tentar me livrar logo dela, o que foi em vão porque em seguida ela se sentou ao meu lado na cama.

– Sei que foi muito para você digerir, mas espero que entenda as coisas que fiz, eu sempre te amei, mas minha vida teve rumos que eu não esperava. Para não magoar mais seu pai decidi me afastar, mas sempre pensei em você, não espero que me perdoe e nem que me tenha como mãe ainda, mas espero que sejamos grandes amigos – ela parecia esta bem triste com o que estava dizendo.

Apenas acenei com a cabeça e me deitei, uma lagrima desceu pelo meu rosto, pela primeira vez essa palavra “amigo” havia me machucado.


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