Afire Love - Cobrina escrita por Mandy


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

E olha quem ressurgiu das cinzas?!
Mil desculpas pessoal, nunca pretendi passar mais do que 45 dias sem que houvesse sequer uma publicação. Contudo, não se preocupem, talvez eu demore, mas finalizarei essa fic. Estou passando por uns problemas pessoais e está difícil conciliar o tempo, ainda assim, vou tentar nunca mais passar tanto tempo sem postar.
Enfim, espero que gostem e aguardo comentários. Vocês não tem ideia de como eles me ajudam e me incentivam a escrever (sei que parece clichê, mas é a pura realidade).
=)



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P.O.V. Karina

Cheguei em casa e fui direto ao meu quarto, queria e precisava ficar sozinha mais do que nunca. Por sorte a casa estava vazia e assim pude me jogar na cama sem que ninguém viesse ao meu "resgate" com preocupação. Como as coisas tinham chego a esse nível na minha relação com o Cobra eu não sabia. Em um dia éramos melhores amigos e agora, bom, eu nem sei o que somos agora.

É estranho o fato de termos dito tantas coisas um ao outro e ainda assim parecer que o que realmente importa não foi dito. Eu definitivamente não tinha dito nada do que realmente queria dizer, eu nem sabia ao certo o que, ou melhor, quem, eu queria.

Apertei o travesseiro contra minha cabeça e gritei o mais alto que conseguia, tentando aliviar aquela frustração de mim contra mim.

Nem sei quanto tempo eu fiquei ali, no silencio e escuro do quarto, apenas com meus pensamentos me assombrando, até ouvir um grito irado de fúria vir da rua. Vencida pela curiosidade caminhei rápido até a porta balcão e espiei o que ocorria lá fora. Jade. Ou que aparentava ser a Jade, pelo menos. Eu nunca havia visto a garota tão descompassada daquela forma. Cabelo todo desarrumado, maquiagem escorrendo pelo rosto que tinha uma mistura de lágrimas e catarro. Eca.

Ela batia no vidro do QG e gritava com o que transparecia ser raiva na voz, demandando que Cobra a deixasse entrar e dizendo que ele pagaria por tudo o que estava fazendo com ela.

Eu não deveria, mas senti uma súbita felicidade por aquela cena. E ao pensar nisso me senti culpada. Não poderia me sentir feliz com a desgraça alheia, mas achei "bem feito" pra aquela bailarina, quem sabe agora ela aprenderia que o Cobra não era um bichinho de estimação que ela podia mandar e carregar pra onde ela quisesse.

Voltei a cama e tentei dormir. Demorou um tempo e várias trocas de posição até que o sono voltasse a me encontrar.

Acordei com o barulho da voz de meu pai, que estava em um tom mais alto e preocupado que o normal. Olhei para o relógio que marcava 2:37. Levantei imediatamente incomodada com o que poderia ter acontecido. Chegando a sala me deparei com meu pai em pé ao telefone, despedindo-se já.

– O que aconteceu? - questionei-o com os braços cruzados, aguardando pelo pior.

– O Cobra - meus olhos se arregalaram e não consegui esconder o desespero que se formava dentro de mim - Não filha, calma! Ele tá bem. Bom, na medida do possível.

– Pelo amor de Deus, pai! O que aconteceu? - eu tentava me controlar para não sacudir meu pai e chorar. Aquela hora, coisa boa é que não deveria ser.

– Ele tá indo embora Karina, o avó dele faleceu. Ele me ligou pra avisar que amanhã as 7 horas vem deixar a chave do QG aqui e que não sabe se vai voltar. - meu próprio pai me olhava com dó estampado em sua face, o que me fez questionar como a minha poderia estar.

Eu só senti um vazio, não consegui nem entender de que. Pela dor do Cobra? Por saber que não veria mais ele? Por ele ir embora desse jeito? Talvez, por ter de vê-lo abandonar seu sonho de ser lutador para cuidar da família? Não sei, nada disso e tudo ao mesmo tempo.

– Pai, posso ir com ele? - E pelo não automático que meu pai fez com a cabeça eu já soube a resposta antes que ele abrisse a boca, por isso levantei a mão em sinal para silenciá-lo e complementei - Só durante o velório e enterro, claro! Ele é meu melhor amigo e ficou do meu lado durante tudo o que me aconteceu. O senhor sabe que ele é uma boa pessoa e que sempre cuidou de mim. Nada mais justo que eu ajudar ele agora que ele tá precisando.

– Karina, você não sabe como é a família do Cobra, nunca nem vimos ou soubemos nada sobre eles. Eu não vou deixar a minha filhinha sair por aí pelo mundo com um moleque. Nem pensar!

– Você sabe que o Cobra iria me proteger se qualquer coisa acontecesse e ele já provou pro senhor que pode confiar nele! Por favor pai, o fato da gente não saber nada sobre a família dele só prova o quanto esse avô deveria ser importante pra ele, pra fazer ele desistir do sonho dele e voltar pra casa - não consegui controlar as lágrimas de caírem ao verbalizar meus pensamentos - A gente precisa do Cobra na academia, ele é um dos nossos melhores lutadores! Não vamos desistir dele agora, depois de todo o esforço que foi pra trazer ele pra gente, não é?

Eu iria ajoelhar e suplicar se fosse necessário, então, usei minha melhor cara de piedade e as lágrimas estavam surtindo efeito na "barreira" que meu pai criará para me impedir de ir.

– As aulas acabaram e falta um bom tempo pra faculdade começar. Pai, ele precisa da nossa ajuda agora e o Cobra é importante pra mim - hora de apelar, pensei - e é uma das poucas pessoas que eu confio depois de tudo, o senhor vai querer que eu fique aqui sozinha e sem fazer nada, logo agora que eu estou começando a me sentir bem novamente?

– Ai meu saco! Tá bom Karina! Mas só por dois dias, escutou? Depois eu quero você aqui de volta, no primeiro ônibus que sair, com ou sem Cobra!

– Obrigada pai! Vou arrumar uma mala e ir ver como o Cobra está. Você é o melhor e eu te amo!

– Tá, vai logo antes que eu mude de ideia. Mas Karina, eu tô de olho! - disse, enquanto voltava para o seu quarto.

Voltei correndo ao meu, Bianca ainda dormia, despreocupada e alheia a tudo aquilo. Imaginei o chilique que ela daria ao acordar e saber onde e com quem eu me encontrava. De todos, ela ainda era a que menos gostava do Cobra, provavelmente por causa de Pedro. Pedro! Meu Deus, o que eu iria dizer a ele? Bom, teoricamente a gente nem junto mais estava e eu pensaria no que dizer a ele quando voltasse, agora eu tinha um lutador ferido pra cuidar.

Deixei as malas na sala e escrevi um bilhete para que meu pai as levasse quando fosse pela manhã ao QG. Desci a escada pensando no que diria e imaginando como era o relacionamento do Cobra com a sua família, o que nos esperaria ao chegar na cidade dele.

Ao me aproximar do QG notei que ele estava estranhamente quieto. as luzes estavam acesas, mas não havia sinal de movimento. Bati na porta e aguardei. Nada. Fucei no bolso e peguei meu chaveiro, procurei a que abriria a porta e adentrei no local tentando não fazer barulho.

– Cobra? - estava sem jeito e minha voz passava toda essa incerteza. Admito que estava com um pouco de medo, o moreno já havia passado por um período conturbado quando chegou ao bairro e eu temia que ele pudesse ter voltado ao que era com esse choque emocional da perda.

Ouvi um barulho vindo do "quarto" dele e em segundos eu estava em seus braços, um abraço tão forte que eu não consegui nem me mexer.

– Eu estou aqui, eu vou ficar com você, nós vamos enfrentar isso junto lutador - ao ouvir minhas palavras eu pude sentir a puxada de ar próxima ao meu pescoço e seus braços afrouxarem o aperto.


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Notas finais do capítulo

Então?? Comentem! Quem sabe uma recomendaçãozinha?
Notícia: essa estória foi baseada inicialmente pra começar aqui então aguardem ;p