Antes de ir para seu quarto, Kate passou no quarto da Taylor para dar mais um beijo na sobrinha, viu que a menina estava acordada.

"Querida, por que você não está dormindo?"

"Não estou conseguindo, eu estava quase dormindo no vovô mas, quando cheguei na minha cama não consegui."

"Você está bem?"

"Estou com muita saudade da mamãe."

"Eu também."

Kate sentou na cama da sobrinha e a colocou em seu colo, abraçando-a forte.

"Vai ficar tudo bem, meu amor."

Taylor chorava abraçada a tia, Kate deixou que algumas lágrimas rolassem silenciosas. Alguns minutos se passaram e a menina parou de chorar.

"Tia, eu vou morar com você ou com o vovô?" Taylor perguntou sem sair do abraço de Kate.

Kate suspirou, parece que essa conversa aconteceria agora. Ela ajeitou a sobrinha em seu colo para que ficassem de frente uma para outra.

"Sua mãe deixou uma carta e um documento dizendo que você ficaria comigo caso algo acontecesse mas, se você quiser ficar com o vovô não tem problema." Kate explicou para a sobrinha.

"Eu amo muito o vovô mas, eu quero ficar com você tia. E eu posso visitar o vovô nos finais de semana, não é?"

"Claro que pode."

"Ok. A mamãe me contou que quando a vovó morreu, você que cuidava dela e que se não fosse por você ela não sabia o que teria acontecido com ela."

"Sua mãe também cuidava de mim e se não fosse por ela eu também não sei o que teria acontecido comigo."

"A mamãe te ama..." Taylor segurou as lágrimas e continuou "amava muito."

"Eu amo muito sua mãe e você também." Kate afirmou, abraçou forte e beijou a fronte da sobrinha.

"Também te amo, tia."

"Taylor, nós temos que ver onde vamos morar. Na casa que você morava com a sua mãe ou no meu apartamento." Kate falou após colocar a sobrinha novamente de frente a ela.

"Não sei se eu quero voltar pra minha casa."

"Você sabe que se morar no meu apartamento não vai poder ir para escola que estava e vai ficar longe dos seus amiguinhos."

Taylor pensou um pouco, olhou para Kate e falou:

"Eu quero ficar no seu apartamento. Eu sei que vou ficar com saudade dos meus amiguinhos, mas não quero morar na minha casa."

"Tudo bem, vamos ficar no meu apartamento."

"Tia, você ou o vovô podem me levar pra ver meus amiguinhos algum dia?"

"Claro, querida."

"E se eu ficar no seu apartamento posso ver o tio Rick mais vezes. Ele me chamou para passar um dia na casa dele com a Alexis, você me leva tia?"

"Você gosta do tio Rick, não é?"

"Gosto."

"É claro que eu te levo na casa dele, você vai adorar ficar com a Alexis."

"Quando você vai me levar?"

"Ainda não sei, amanhã eu ligo para o Castle e combino."

"Tá bom."

"Agora você precisa ir dormir, mocinha." Kate colocou a sobrinha na cama e a cobriu.

"Tia, conta uma história?"

"Ok, qual você quer?"

"Pode ser uma do seu trabalho?"

"Deixa eu ver qual posso contar." Kate começou a pensar em alguma que fosse apropriada para uma criança, seria bem difícil.

"Uma com o tio Rick, tá?"

"Já sei. Nesse dia eu estava fazendo alguns relatórios quando o Castle me ligou." Kate começou. "Ele estava no banco com a mãe dele e estava entediado, queria que eu o chamasse para me ajudar com um caso, mas não tinha. Pensei que o dia ia ser calmo, eu estava enganada. Castle ainda estava no telefone comigo quando percebeu que o banco ia ser assaltado, eu pensei que era só imaginação dele, mas não era."

"Sério, tia?" a menina perguntou assustada.

"Sim. Os bandidos mandaram todo mundo sentar no chão, um dos bandidos percebeu que o Castle estava no telefone e ficou bravo. Eu avisei o Ryan e o Espo o que estava acontecendo e eles chamaram outros policiais para irem para o banco, eu e os rapazes também fomos. Chegando lá eu falei com o chefe e passei as informações que o Castle tinha me dado. Perguntei o que poderia fazer para ajudar, mas ele disse que eu só podia esperar, eu não gostei pois meu parceiro e a mãe dele estavam dentro daquele banco, mesmo assim fiz o que ele disse."

Taylor prestava bastante atenção na história que a tia estava contando.

"Enquanto estava sentado, Castle prestava atenção em tudo que os bandidos faziam e conseguiu uma maneira de passar as informações. Um homem que era refém passou mal e alguém tinha que entrar no banco para ajudá-lo para que ele pudesse ir para o hospital, então eu fui."

"Mas, você é policial tia, não médica."

"Eu sei, mas os bandidos não sabiam e eu só tinha que tirar o homem de dentro do banco, quando entrei lá foi Castle quem me ajudou a colocar o homem na maca para eu poder tirá-lo de lá. Castle me passou um bilhete sem que os bandidos percebessem."

"O que estava escrito no bilhete, tia?"

"C 4."

"O que é C 4?"

"É um tipo de explosivo."

"Tinha uma bomba no banco?" Taylor perguntou espantada.

"Tinha."

"E o que aconteceu?"

"Eu estava conversando com o Espo pelo telefone quando escutei a explosão, eu fiquei com muito medo, pensei que tinha perdido meu parceiro. Mas, eu entrei no banco com a equipe, encontrei Castle, Martha e os outros reféns em uma sala, todos estavam bem apesar do susto. Eu fiquei feliz ao ver que todos estavam bem."

"E os bandidos?"

"Os outros policias foram pegar eles enquanto eu ajudava Castle, Martha e os outros a saírem do banco."

Kate não queria contar para a sobrinha que os que estavam no banco morreram e o único que pegaram foi o que orquestrou tudo.

"Obrigada pela história, tia."

"De nada, agora, dormir."

"Boa noite, tia Kate."

"Boa noite, baby." Kate arrumou a coberta da menina e a beijou, ia sair do quarto, mas Taylor a chamou.

"Tia, fica comigo até eu dormir?"

"Tudo bem."

Kate sentou novamente na cama da sobrinha, ficou acariciando os cabelos da menina e pensando em como a conversa com Taylor foi mais fácil do que havia imaginado que seria.