As cinco vezes que Makoto e Haru quase se beijaram escrita por oneslasher


Capítulo 1
Oneshot




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Cinco vezes Makoto e Haru quase se beijaram e Uma vez Nagisa resolveu a situação
por oneslasher

1.

Era ainda o fim do outono, mas o inverno já se valia valer. As atividades do clube seriam suspensas por longos quatro meses gelados e nenhum dos garotos de Iwatobi estava contente com essa abstinência. Antes de a piscina ser oficialmente fechada para a estação Gou organizou um dia de limpeza na piscina e dependências do clube de natação.

Foi assim que tanto ela quanto Rei, Nagisa, Haru e Makoto terminavam um dia exaustivo de trabalho e organização. Ventava gelado, folhas velhas de outono circulavam por todo canto. Makoto e Rei protegeram a piscina com uma grande lona, Nagisa e Gou limpavam o vestiário enquanto Haru juntava folhas secas com um rastelo bem ao lado da piscina.

A ponta do nariz de Haru estava tão vermelho de frio que não foi surpresa para Makoto quando ouviu o amigo espirrar. O sol já tinha se posto, os postes de luz acesos, o grupo já deixava a escola sem pressa. Mas ainda demoraria bastante para chegar ao conforto de casa para se aquecer apropriadamente.

Makoto lembrou-se que tinha um cachecol na sua mochila e perguntou a Haru se ele não o queria emprestado para enganar um pouquinho do frio. Antes que Haru respondesse – e Makoto sabia qual seria a resposta, ou a falta dela – ele soltou uma alça da mochila para abrir o zíper e tirar de lá o cachecol.

Tinham ficado para trás, os amigos já iam a bons passos de distância à frente, mas não importava. Makoto enrolou o cachecol no pescoço de Haru prendendo um nó fácil quando ele aproximou-se mais inclinando o corpo no seu.

Talvez fosse só cansaço, mas Makoto conhecia o amigo para saber que ele não faria isso de tão boa vontade. Preocupou-se que pudesse ser uma gripe, mas quando encostou as costas da mão na testa do amigo ele não estava febril.

Sussurrou sem nome baixinho perguntando o que ele tinha e sua resposta foi os braços de Haru em volta da sua cintura. Eles estavam tão próximos um do outro, a respiração de ambos esfumaçava ao redor e era quente, convidativa.

Os lábios de Haru secos contra o frio da noite. As mãos frias de Makoto no rosto do amigo. E Haru tremia levemente quando indicou com a cabeça os amigos à frente fazendo Makoto entender que ele queria que continuassem andando. Makoto contornou os ombros de Haru para que o abraço não interrompesse enquanto andavam e ambos pudessem se aquecer com o contato.

Durante a caminhada até a escada de suas casas Makoto sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao se despedir de Haru. Sem o abraço o corpo sentiu o frio da noite tão logo se separaram e desejou que aquele contato voltasse a acontecer tão logo ele acabou.

2.

O bom do inverno é que, mesmo sem poder usar a piscina todos os dias, o tempo das atividades do clube era usado para outras coisas. Banhos quentes no ofurô, deliciosos chás quentes e futon, uma preguiça gostosa que parecia nunca querer ir embora.

E também convites para passar as tardes na casa dos amigos. Como sempre, cabia a Makoto tirar Haru de dentro de casa nessas ocasiões, mas ele fazia isso sem reclamar. Entendia o quanto Haru detestava essa estação longe da piscina, mas não podia deixar o amigo passar o dia inteiro dentro da banheira como bem sabia que ele faria.

Rei tinha mandado uma mensagem no celular convidando os dois para um lanche na sua casa e, se Haru não se apressasse chegariam atrasados.

Rin estava lá, assim como Gou e Nagisa, obviamente. Vinha um delicioso aroma da cozinha que parecia muito com pãezinhos doces. Agruparam-se todos no futon quando uma leve neve começou a cair e Rei sugeriu que assistissem a um filme.

O filme era bom, mas a quentura dos doces e a conversa dispersa logo dispersaram a atenção de Haru que não muito depois deitava a cabeça no ombro de Makoto e ressonava baixinho. Rei o cobriu com uma manta e sugeriu que ele deitasse um pouco se quisesse, mas Haru apenas deslizou um pouco mais no futon para que deitasse a cabeça nas pernas de Makoto e não levou mais que dois minutos para adormecer outra vez.

Nem as risadas de Nagisa ou a conversa de Rei e Rin distraíram Haru de seu sono. Nem a mão de Makoto que de vez em quando acariciavam os cabelos dele. Ele conversava com Gou distraidamente sem mesmo notar que fazia.

Uma nova fornada de lanches, dessa vez salgado, fez Haru acordar com o cheiro do que parecia ser um delicioso patê de cavalinha. Faminto, abriu os olhos para encontrar Makoto, que sem surpresa, já tinha um dos lanches separado para ele.

Na maioria das vezes os dois agiam com tanta sincronia que nem mesmo se preocupavam em tentar analisar a situação. Era automático, consequência de anos de amizade. Nagisa vivia dizendo como os dois pareciam um casal com muitos anos de casamento. Rei olhava com interesse, enquanto Rin abria um sorriso como quem só ele sabia a verdade, mas não se importava em elaborar.

Às vezes, Haru queria perguntar o que era aquele sorriso, mas não sabia direito como perguntar. Makoto ficava com as orelhas rosadas nesses momentos, mas também nada dizia. E se Makoto nada dizia, não seria Haru que puxaria o assunto. Afinal, era trabalhoso demais.

Mas isso não importava no momento. O lanche estava uma delícia, o chá verde no ponto certo, Haru sentia-se confortável e satisfeito. Não pensou muito em enroscar seu calcanhar no calcanhar de Makoto por baixo do futon. Não ligou de dividirem mais um lanche juntos. Não se importou de roçar os dedos na bochecha de Makoto quando farelos de pão sujaram seu rosto. Ou que os rostos dos dois estavam tão próximos um do outro quando Makoto virou o rosto para olhar o que o amigo pretendia fazer, suas bochechas roçando uma na outra.

E não ligou muito para a vermelhidão nas orelhas de Makoto que ganharam um tom mais quente do que antes.

Se Haru olhasse para cada um dos seus amigos nesse minuto veria uma repetição das expressões que sabia que cada um faria. Se Haru desviasse o olhar sabia que Makoto se afastaria, mas como não queria isso não se moveu. Em vez disso, seu olhar desceu para os lábios do amigo, pois sabia que Makoto olhava para os dele da mesma maneira.

Ele não se lembrava como nem porque se afastou, mas soube que fez a coisa certa quando notou o nervosismo de Makoto diante dos amigos. Devagar, serviu mais chá como nada tivesse acontecido, e Makoto agradeceu silenciosamente pondo a mão em suas costas que ele recebeu com carinho.

3.

A questão era que, por mais que o assunto estivesse sempre pairando entre os dois, ele não conseguia se desenvolver naturalmente. O que, em se tratando dos dois, era algo inédito. Tudo era natural entre Makoto e Haruka. Como expressar em palavras que Haru estava sério sobre isso se a base de toda a amizade dos dois era justamente a falta de palavras?

Eles se comunicavam com olhares.

Mais do que o mau jeito de Haru com as palavras ou Makoto entender o que Haru nunca dizia. Eles se compreendiam sem esforço. Havia aquele calor nos olhos verdes e os sorrisos tímidos de Haru toda vez que eles estavam perto um do outro. Era o suficiente.

No fim daquela noite na casa de Rei, Rin havia convidado todos para treinarem na piscina coberta da Samezuka. Ele, Sousuke, Nitori e Momotarou estariam presentes e seria divertido se o time da Iwatobi juntasse-se a eles.

Lá fora o frio castigava. Na piscina, o barulho das braçadas na água era reforçado pelo eco do ginásio. Makoto enchia as garrafas de água no bebedouro coletivo. Sousuke e Rei trocavam dicas de braçadas no seu estilo borboleta e Nagisa e Nitori nadavam juntos, mas não competiam entre si. Com os braços carregados de garrafas de água Makoto as depositou no chão sentando-se ao lado de Rin e Haru que sentavam na beira da piscina com as pernas na água.

Nenhum deles viu Momotarou se aproximando. Depois do susto, Rin ficaria orgulhoso do modo como seu kouhai agiu tão furtivamente, como um grande tubarão branco. Agora, momento antes, Rin estava distraído bebendo sua água que não viu o momento que Momo pulou sobre eles, um grito estridente ecoando nas paredes altas do ginásio, e surgindo do nada de dentro da piscina puxou uma perna de Makoto e uma pena de Haru levando os dois para dentro de água em questão de segundos.

Cada um dos amigos teve uma reação: Rin e Nagisa caíram na gargalhada. Rei e Nitori gritaram preocupados com a súbita algazarra enquanto Sousuke balançava a cabeça com os braços cruzados no peito, mas um sorriso no rosto. Momo ria e gritava e levava tapinhas de parabéns nas costas pelo susto pregado.

Haru subiu à superfície puxando Makoto pelas mãos. Makoto estava sem folego tanto pelo susto como pela quantidade de água engolida sem querer quando foi derrubado. Ao vir à tona a única coisa que conseguiu fazer foi tossir e puxar com força o ar nos pulmões.

Ele sabia que a brincadeira não era nada de mais, mas não pode evitar lembrar-se do porque a água o apavorava às vezes. Antes do medo, porém, querer dominar-se sobre si, as mãos de Haru estavam sobre ele, tocando-o firmemente, mantendo-o são.

Makoto agarrou-se nele, suas mãos firmemente presas na cintura dele e respirava rápida e profundamente antes de deitar a testa no ombro molhado de Haru e sentir-se relaxar. Foi rápido, nenhum dos outros teve muito tempo para se preocupar. Quando Makoto ergueu o rosto ele já estava rindo com os amigos. Ele fez questão de devolver a brincadeira prendendo Momo debaixo d’água por alguns segundos enquanto ele se debatia para fugir. Mas Makoto não soltou Haru tão rápido assim. Ele abraçou-o pelos ombros e encostou sua testa contra a dele, respirando devagar. Sentiu a calma aquecer, ouviu Haru murmurar “sshh” como quem diz “está tudo bem” e balançou a cabeça devagar concordando. Ao se afastar seus lábios roçaram na ponta do nariz molhado de Haru. Não foi proposital, mas significativo.

Era a primeira vez que Makoto tomava a iniciativa. Singelo, simples e convidativo. Se algum dos amigos olhasse de fora não veria muito além do que eles faziam o tempo todo quando imersos nesse mundo particular só deles. Orbitavam entre eles, atraíram-se para perto como dois imãs, não ficavam longe um do outro como que ligados por um fio invisível. Não precisa ser escancarado para todos verem bastava que ambos soubessem.

4.

De volta em casa, Ran e Ren pulavam em volta dos dois pedindo que Makoto fizesse chocolate quente para os irmãos. Haru foi tragado para dentro pelas crianças e logo se viu sentado a mesa dos Tachibana. O cheiro de chocolate invadiu a cozinha. Haru ajudou as crianças decorando as canecas com raspas de chocolate e canela ou pedacinhos de marshmallow. O frio logo foi esquecido com a bebida.

Jogavam videogame no quarto de Makoto, as crianças ora torcendo a favor de Haru ora a favor de Makoto. Internamente, Haru achava divertido como Makoto parecia mudar de personalidade com um jogo em questão. A competividade era diferente de quando em uma raia de corrida nos campeonatos que participavam pela escola. Aqui, com os sons de chutes, socos e fatalitys do Mortal Kombat ou o derrapar dos pneus em uma pista molhada do Super Mario não existia os gritos de incentivo ou um senso de equipe.

Makoto jogava para ganhar.

Para Haru, esse lado de Makoto era interessante, e claro, um tanto sensual.

Não que fosse um pensamento fácil de identificar. Talvez o arrepio que percorria sua coluna fosse vestígio do frio, afinal, voltava a nevar lá fora. Talvez não. Talvez, o incentivo que Haru precisava para devolver o sorriso com um olhar duro no qual Makoto saberia que ele também não jogaria para perder e o desafio estava aceito.

Foram horas jogando, a madrugada anunciava o tardio da noite. Eles optaram, por enquanto, deixar o jogo em espera para uma nova oportunidade. Nenhum deles desistiria fácil, afinal. Haru espreguiçou-se enquanto Makoto guardava os consoles. A ideia de subir as escadas tão tarde da noite nevando não era convidativa. Antes que pudesse se despedir Makoto recolhia do seu guarda-roupa cobertores extras para Haru.

A camiseta laranja no topo dos cobertores, uma nova escova de dente. Haru suspirou agradecido pela oferta, mas retirou-se para o banheiro antes que Makoto visse sua expressão de alívio.

Era bom estar ali no quarto de Makoto.

O sono logo veio. Makoto desejou boa noite entre bocejos e dormiu rapidamente. De repente, tudo o que Haru mais queria era o calor da presença de Makoto ao seu lado novamente. Um contato que fosse um roçar de pele. Não havia distração para se esquecer do frio agora que a casa toda dormia. O silêncio era tranquilo.

Os dedos formigavam como se Haru estivesse a poucos metros de uma piscina, mas fosse impedido de entrar. Talvez inquietude fosse uma boa palavra. Via a figura adormecida de Makoto no escuro do quarto. Quase se assustou quando ouviu Makoto chamar seu nome. Perguntou se estava tudo bem, se ainda tinha frio. Respondeu que estava bem. Afinal, era a verdade. Inquieto, sim, mas estava bem.

E então, Makoto ajeitou-se melhor na sua cama abrindo espaço. Mesmo no escuro Haru percebeu a intenção do amigo. Ele levantou-se devagar, não sabendo direito como agir. Não precisou, porém. Makoto levantou a coberta em um convite claro. Haru sentou-se ao seu lado e deitou ao lado do amigo dividindo os dois o pequeno espaço da cama.

O formigar dos dedos quase que cessou completamente. Makoto deitou o braço na cintura de Haru aproximando os dois, sua cabeça deitando no ombro de Haru. Era pesado, mas não desconfortável. Quente. A respiração dele atingia seu pescoço fazendo cócegas.

Makoto não tinha sequer pestanejado em convida-lo para dormir juntos, a dividir uma cama e dormir assim, abraçados. Makoto apenas percebera. E não levou muito tempo para adormecer novamente.

Pela primeira vez Haru teve vontade de beijá-lo. Beijá-lo pelo simples prazer de querer beijá-lo. Antes, havia uma camaradagem entre os dois que não exigia esforço. Era fácil estar ao lado de quem o entendia apenas com uma troca de olhares. Haru não precisava dizer em voz alta o que estava pensando, pois Makoto o compreendia. Antes, havia a vontade de agradecer, a vontade de confortar, a vontade de desejar algo que ele não entendia muito bem, mas ainda sim desejava.

Dessa vez, queria beijá-lo apenas por beijá-lo.

Mas não o fez. Haru moveu as pontas dos dedos sobre a mão de Makoto que abraçava pela cintura. Percorreu a extensão dos dedos dele agradecendo o conforto. Dormiu pouco tempo depois.

5.

Nagisa tinha comentando que adoraria visitar a nova pâtisserie que abriram na cidade. Combinaram de se encontrar os quatro na estação de trem. Makoto puxou do bolso o celular perguntando a Haru se ele havia lembrado de trazer os fones. Os deles estavam falhos, portanto não daria para os dois ouvirem juntos.

Nagisa e Rei estavam engajados em uma conversa sobre as possibilidades do passeio de hoje que não ligaram muito de serem deixados de lados pelos dois. Era uma viagem curta, o trem um pouco cheio, mas mesmo assim conseguiram ficar todos próximos um do outro.

A pâtisserie era o sonho de Nagisa. Todas as sobremesas possíveis, em todos os formatos e cores e sabores. Doces, bolos, tortas, pãezinhos, recheio e coberturas, uma verdadeira overdose de açúcar. Tanto que Rei alertou o amigo para não exagerar, mas nada pareceu efeito sobre Nagisa diante de tanta variedade.

Haru pediu um chá wagashi com doces sortidos. Makoto uma fatia de bolo de morango. Rei escolheu uma pequena porção de sonhos e Nagisa um pouco de cada.

Havia um parque por perto onde pessoas anônimas levavam seu animalzinho de estimação para caminhar, um pequeno playground para crianças atualmente vazio. Já era tarde, a noite chegava com rapidez não dando tempo a eles de sentarem nos balanços e gangorras por muito tempo.

Saindo do parque Rei avistou uma máquina purikura. Tiraram várias fotos instantâneas, Nagisa sugerindo poses e caretas que arrancavam risadas dos amigos. Em uma delas Nagisa forçou um sorriso de orelha a orelha em Rei, enquanto Haru e Makoto pareciam serenos um ao lado do outro.

Uma das tiras de fotografia, porém, foi mais especial. Todos se abraçaram espremidos dentro da máquina, braços por cima de ombros e rostos colados. Makoto tinha o rosto quase escondido no ombro de Haru e este não poderia dizer que estava enganado quando sentiu a boca de Makoto pressionar levemente sobre o tecido de seu casaco.

A doçura da troca de olhares era tamanha que poderia ser competida com os doces da pâtisserie.

+1.

Fazia muito frio, o inverno não dava trégua, e a neve, mesmo que pouca, aparecia quase todas as noites.

Estavam os cinco reunidos na casa de Haru. Para espantar o frio, Rei sugeriu contar histórias de terror. Isso chamou a atenção de Makoto, que detestava esse tipo de história. Não adiantou argumentar que terror era pra ser contado no verão e não no inverno, não ajudaria em nada espantar o frio, mas sim aumenta-lo.

Tão assustado estava que não percebeu a troca de olhares entre Nagisa e Rin. Haru apenas sentou-se ao seu lado quando Nagisa começou o seu conto de terror. Não demorou muito, porém, para que Makoto procurasse por Haru, assustado, querendo algum tipo de conforto, seja qual fosse. Suas mãos agarraram as do amigo, Haru notou o quão tremulas e suadas estavam. Não adiantaria dissuadi-lo de que as histórias eram insanamente impossíveis ou incabíveis de acontecer.

Haru não se abalava fácil, mas sabia que qualquer assunto meramente sobrenatural aterrorizaria Makoto. Assim, com suas mãos presas nas mãos de Makoto, ele deixou que o amigo procurasse apoio no toque.

A voz de Nagisa era sombria. A verdade é que Haru estava tão entretido na história que não percebeu Rin tentando chamar sua atenção. Ele olhou para aquele sorriso de tubarão, aberto e sincero que prometia brincadeira. Que Rin apontava pra Makoto que tinha os olhos apertados de pavor e nada enxergava ao redor. Mesmo as mãos unidas não era o suficiente para acalma-lo. Haru tentou chamar seu nome no qual Makoto apenas balançou a cabeça negando.

Rin fez um sinal, abraçou a si mesmo e aquele sorriso aberto fez Haru entender.
Antes que pudesse pensar duas vezes Haru puxou a nuca de Makoto levemente e trouxe o corpo dele para perto do seu. Sem que Makoto tivesse tempo de abrir os olhos Haru encostou seus lábios nos dele. Estavam secos, trêmulos, mas não demorou muito para Makoto inclinar-se sob o peso suave da mão de Haru contra sua nuca e aceitar o beijo.

Makoto não pensou duas vezes em enroscar suas mãos no cabelo de Haru e retribuir o gesto com a mesma suavidade da qual foi beijado. O suspiro de alívio era nítido. Um suspiro que traduzia esperança, segurança, um senso de finalidade que há muito era esperada.


Nagisa ainda continuava a contar a historia de terror, mas trocou um gesto de vitória com Rin. Finalmente, pensou ele.

Alheios a tudo, Haru e Makoto se beijaram. O inverno que prometia ser longo no começo, de repente, era a desculpa perfeita para ficarem assim, juntinhos, mãos unidas, pele com pele, boca na boca.

Era suave. Era urgente. Eram todas as sensações boas, desejáveis, que Makoto e Haru queriam para si. Queriam um para o outro, queriam entre eles e só assim.

Na pressão dos lábios de Makoto contra os de Haru, ele capturou o lábio inferior completamente e apenas sentiu. A língua macia, os dentes raspando lábio fracamente, o gosto da boca de um para sempre guardada na boca do outro. Os dois tinham tanto o que dizer naquele beijo. Os dois sabiam o que tudo aquilo significava.

Quando, enfim, abriram os olhos para o mundo, a sala estava mergulhada em silêncio. Haru pensou que Nagisa ou Rin estariam rindo, mas o que encontrou foi uma sala cheia das mesmas reações que Haru e Makoto experimentavam juntos.

Um tanto de assombro misturado com ternura. Alegria e admiração unidas. Um calor bem vindo revolvia todos eles. Rin tinha um grande sorriso aberto no rosto. Rei sorria para os dois com a face vermelha. Nagisa erguia os braços para o outro contente.

Ao voltar os olhos para Makoto, Haru foi comtemplado por nada mais do que grandes olhos verdes apaixonados.

- Você está bem? – perguntou Haru.

- Sim, agora estou. – respondeu Makoto.

~.~


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Notas finais do capítulo

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