Song of my Heart
– Toc toc - Tadase fingiu bater enquanto entrava entrava no quarto.
– Hey - Amu gritou com o amigo, corando instantaneamente - Eu poderia estar trocando de roupa!
Ao entender oque a rosada tinha acabado de dizer o loiro ficou extremamente vermelho. Principalmente porque desejou que pudesse vê-la se trocando.
– D-desculpa Alteza - Ele gaguejou um pouco ainda vermelho.
– Com licença - A empregada fez uma reverencia e saiu.
– Eu acabei de acordar e estou com fome, - A falsa princesa disse se sentando - Então conte-me logo, conseguiu os vestidos de Madame Bourlet?
– Na verdade não - Ele falou um pouco incomodado - Mas consegui falar com a Rima.
– E então? - Ela indagou.
– Primeiro ela achou que era uma brincadeira e começou a rir. Custou para Rima acreditar em mim - Ele disse se lembrando da conversa - Mas depois que a convenci ela topou vir.
– Então cadê ela? - A rosada perguntou.
– Não se preocupe, ela disse que vai pegar oque puder antes de vir para cá - Ele disse sorrindo - No final da semana ela falou que vem.
– Então agora é só espera-la, - Amu se levantou e prendeu os cabelos de lado -Vou tomar o meu desjejum.
....
– Bom dia Amu - Utal disse ao ver a convidada entrando na sala de jantar do primeiro andar - Dormiu bem?
– Algo assim - Amu respondeu e olhou para Tadase lembrando-o de fazer uma reverencia - Alteza - Completou rapidamente ao notar que o mesmo homem, que ontem conversava com Ikuto na sacada, agora estava na sala ao lado de Utal observando-os.
– Estou honrado em conhece-la Alteza - Ele veio até a rosada e fez uma reverencia beijando a mão da mesma - Meu nome é Kukkai Soma, segundo na sucessão da Guarda Real.
– Tão novo? - Ela se assustou mas rapidamente recobrou a postura.
– Quantos anos acha que tenho? Alteza... - Kukkai deu a deixa para que a rosada completasse.
– Acredito que 16. Prazer sou Amu Hinamori Princesa do Reino de Tristan e primeira na sucessão ao trono - Amu acabou se empolgando e adicionou mais essa.
– Errado Alteza, tenho 20.
– Não sabia que era a primeira na sucessão Amu, isso deve significar que tem irmãos - Utal disse enquanto uma empregada rapidamente servia-lhe um pouco de uma bebida escura e voltava para o lugar.
Ella nunca tinha visto uma bebida assim antes, era negra como a noite, soltava vapor devido a temperatura e exalava um cheiro diferente.
– Não conhece? - Utal disse apontando para a xícara e adoçando - Chama-se Café. Soube dele em um baile e decidi encomendar. Chegou hoje.
– Parece... diferente - Amu definiu enquanto se sentava em frente a princesa.
Amu agradeceu aos céus por Tadase ter sido inteligente o suficiente para ficar de pé um pouco atrás dela enquanto que Kukkai sentou-se ao lado de Utal.
– Amanda - Utal chamou e a empregada chegou perto outra vez - Sirva a Princesa Amu, e ao Kukkai também.
Assim que a princesa terminou a frase as portas da sala se abriram e o Príncipe Ikuto entrou com cara de sono.
– Precisava da entrada dramática? - Kukkai o provocou e foi completamente ignorado pelo Príncipe.
– Bom dia Ikuto - Utal disse.
– Que seja - Ele resmungou sentando se na ponta. A sua direita estava Utal e Kukkai enquanto que a sua esquerda estava um espaço vazio e então Amu.
– Bom dia Alteza - Amu disse levantando a xícara. O príncipe sentiu uma pontada irritação ao olhar para a rosada pois lembrou-o que havia perdido a cabeça e a assustado.
– Bom dia - Ele resmungou.
Amu então provou o chamado Café. O gosto amargo rapidamente invadiu a boca de Amu, fazendo-a ficar com uma careta extremamente engraçada ao engolir. Os outros ao verem a reação da suposta princesa caíram na gargalhada, incluindo Ikuto.
– Você...esqueceu...o...açúcar - Utal disse ainda gargalhando.
– Lerda - Ikuto disse gargalhando.
Até mesmo as empregadas e Tadase tiveram que disfarçar a risada.
...
Alguns dias se passaram, para se exato 3. Amu conseguiu manter a farsa, assim como Tadase que conseguiu imitar um servo pessoal. Os reis quase não apareceram muito para a Rosada, apenas nos jantares. Utal e Kukkai se aproximaram mais de Amu, ao ponto de demonstrarem como se tratam quando não tem serviçais por perto. Até a convivência entre Ikuto e Amu se tornou mais agradável, não que fosse possível dizer que eram amigos, mas não havia mais brigas como a que tiveram no quarto de Amu.
– Boa noite Alteza - A serviçal disse colocando o robe em cima do sofá e apagando as velas antes de sair.
Amu então prendeu os cabelos em uma "maria-chiquinha" saiu da cama e foi direto para a mini varanda vestindo apenas um fino traje de dormir e fico atenta.
Ikuto esperou até que a luz da lua estivesse em seu ponto máximo para então sair de seu quarto com o objeto de maneira na mão. Caminhou tranquilamente pelos corredores, como sempre, mas dessa vez se assustou ao ver uma luz no final do corredor e entrou na primeira porta que encontrou aberta, a de um dos armários de limpeza.
– Não era para ter ninguém acordado essa hora - O moreno sussurrou para si mesmo espiando o corredor por uma pequena abertura - Esse loiro...
Tadase passou carregando o candelabro e parou em frente a porta de Ikuto olhando para os lados.
– Droga, me perdi - Tadase disse para si, perdido no corredor e enfim começando a andar - ah, que seja.
Ao ter certeza que a passagem estava livre, Ikuto decidiu então sair do armário de limpeza e seguir seu caminho até o primeiro andar, onde saiu por uma janela.
– Esse é o meu próprio lar e ainda tenho que sair escondido - Ele disse limpando a sujeira da calça.
Ikuto então seguiu o seu caminho usual até o jardim leste.
Enquanto isso +
Na espera acabei cochilando em pé na varanda , mas assim que a musica chegou aos meus ouvidos despertei.
– É agora - Falei para mim mesma pegando a teresa¹ que tinha escondido de baixo da cama, amarrando na varandinha e a jogando - Será que e mesmo uma boa ideia?
Infelizmente não tinha cobertor suficiente então faltava mais ou menos um metro até o chão. Peguei o robe que tinha pedido para a empregada achar para mim e o vesti, aproveitei também para pegar um leque pois a noite estava quente.
– Que vergonha - eu disse para mim mesma me encarando no espelho - Pelo menos ninguém vai ver. O robe que ela conseguiu era bem transparente, por mais que tivesse muitos detalhes: Era rosa claro cheio de rendados, tinha mangas abertas nas pontas e algumas camadas.
Criei coragem e decidi descer pelos cobertores da teresa.Não foi uma tarefa fácil, mas me senti extremamente alegre ao sentir minhas botas tocarem o chão do jardim.
Só tinha um problema, eu não sabia de onde vinha a musica. Então decidi ficar parada e atenta, apenas ouvir a melodia. E assim comecei a caminha de olhos fechados.
Logicamente essa foi uma ideia extremamente idiota, é claro que vários galhos batiam em mim , até bati com a cabeça em uma arvore. Mas apesar de sentir um arranhão no rosto, e a roupa rasgando nos braços decidi continuar de olhos fechados, já que assim eu ficava mais atenta.
Quando senti que estava no alto de uma elevação do terreno , e que a musica estava suficientemente alta, encostei-me na primeira arvore que meus dedos tocaram e abri meus olhos ao sentir a primeira brisa gelada.
Príncipe Ikuto,
Isso mesmo, Príncipe Ikuto estava em uma campina nessa elevação, que logo reconheci que estava no jardim Leste. No alto dessa elevação havia uma capina onde um solitário banco de madeira estava para o norte e a luz da lua iluminava sem interferência. Apoiado nesse banco estava Ikuto ,absorto em seus próprios pensamentos, tocava um pequeno porém detalhado instrumento de madeira.
Não sei oque dizer, Ikuto parecia diferente tocando. Não sei se era só a lua ou se era algo com a melodia, mas o rosto dele parecia mais iluminado, deixando-o mais bonito. Só que o me deixou estática foi o sorriso que ele deu, não foi um sorriso sarcástico nem uma gargalhada zombeira, foi um sorriso de pura felicidade. E foi uma imagem bem encantadora tanto que acabei dando um passo involuntário.
E como a sorte não anda muito ao meu favor acabei tropeçando no robe e caindo de cara grama.
– Ai ai - Tratei de sentar na grama e tentar limpar o rosto com o vestido. Enquanto ainda limpava o rosto me senti sendo erguida até ficar de pé, mas por incrível que pareca não foi de forma brusca.
– Adoraria ouvir a explicação do porque de estar aqui? - Ikuto perguntou quando abri meus olhos.