Quando a noite cai o pai de Wendy chega a sua casa, ele é um contador e trabalha em grande banco localizado no centro de Londres, ele poderia chegar mais cedo, pois o banco é próximo de sua casa, mas ele sempre fica depois do expediente, fazendo todo o tipo de coisa na esperança de ser notado ou quem sabe até promovido pelo seu chefe que é o gerente e também filho do dono do banco.

A mãe de Wendy sempre fica na sala pronta esperando o marido enquanto Liza apronta a mesa para o jantar.

– Oi querido como foi seu dia? - Ela se levanta pega seu casaco e chapéu.

– Foi duro, mas um bom dia de trabalho acredita que hoje o meu chefe falou comigo pela primeira vez.

– Querido, será que finalmente eles perceberam o seu grande esforço.

– É o que eu espero e seu dia como foi querida? E onde estão as crianças?

– No quarto brincando elas estão aproveitando bem as férias.

– É maravilhoso esse tempo, sem preocupações ou trabalho, apenas diversão, pois bem vamos jantar estou morrendo de fome.

Todos já estão sentados a mesa e Liza serve a todos, em meio ao jantar Mary mãe de Wendy comenta e conta sobre o jovem que conheceram no parque.

– E ele quer presentear a Wendy por isso um simples acidente? - Pergunta George pai de Wendy intrigado.

– Bem acredito que ele ficou encantado com a Wendy.

– E o que você acha desse rapaz Mary?

– Acho que ele é uma boa pessoa, ele pareceu ser bem educado e de bons costumes certamente é de uma boa família.

Wendy é inocente como qualquer menina sonhadora, mas também é esperta e percebe que os pais estão não só falando do fato em si, mas ponderando entre eles sobre um possível pretendente a vista para ela.

– Eu não pedi nada Papai e pedi desculpas, mas ele ficou insistindo em saber meu nome e me dar um presente que eu acho ser desnecessário.

– Mas agora a sua mãe já acertou aceita-lo e devemos como família de boa educação aceitar o presente do jovem, qual é o nome dele Mary?

– Senhor Chapman, William Chapman.

– Terceiro...hum. - Completa Wendy chateada.

O Pai de Wendy se engasga com a comida Liza e Mary tentam fazê-lo por o que comeu para fora e Wendy e Jonh ficam soprando para que ele não fique sem ar, fica um confusão generalizada na mesa até que finalmente ele põe para fora um pedaço de carne e faz Michael cair na gargalhada.

– Você disse Chapman, William Chapman III.

– É? Por que querido?

– Tudo bem, não é nada.

O Pai de Wendy não responde e desconversa, após o jantar a família toda está na sala às crianças brincam com a mãe Mary e George o pai está sentado em sua grande cadeira que fica em frente à lareira pensando sobre o que ouviu no jantar.

– Liza! - George chama a empregada.

Ela vem da cozinha e responde. - Estou aqui senhor Darling.

– Pode levar as crianças ao quarto? Já está tarde e eu quero conversar com Mary.

Wendy e Jonh tentam argumentar.

– Poxa papai só mais uns dez minutos. - Pede Wendy.

– É papai só dez minutos. - Suplica Jonh também.

– Podem ficar um pouco mais de tempo acordados, mas brinquem no quarto agora, pois eu quero conversar um pouco com sua mãe, depois iremos lhes dar um beijo de boa noite antes de dormirem.

– Vão crianças e obedeçam a seu pai. - Completa Mary.

Todos cabisbaixos os três vão para os seus quartos acompanhados por Liza, Mary está sentada no sofá e George sai de sua cadeira e se senta ao lado dela, ele pega a sua mão e ela estranha o comportamento dele e pergunta.

– O que foi querido?

– O senhor Chapman, eu o conheço.

– De onde?

– Do banco ele é o meu chefe e filho do dono do banco.

Mary olha para o marido e percebe o motivo da reação dele no jantar.

– Há algum problema dele ser seu chefe.

– Sinceramente eu não sei o que pensar agora querida.

Sem que eles percebam Wendy, Jonh, Michel e Liza ficam escondidos na escada ouvindo a conversa deles.

– George me diga o que o preocupa.

– Fiquei pensando que o senhor Chapman já deve saber que a Wendy é minha filha e por isso ele falou comigo hoje.

– E isso o preocupa por quê?

– Bem eu não sei o que ele está pensando de nós agora e estou com medo de perder o meu emprego.

– Será que devemos pedir a Wendy para ela ir com a Liza buscar o presente e pedir desculpas pessoalmente a ele outra vez.

– Não, não quero que a Wendy se exponha desse jeito, ela é uma menina doce e inocente e não quero que ela faça nada disso.

– Você é um bom pai George, um bom marido e um dos funcionários que mais trabalha naquele banco e o senhor Chapman vai logo ver o tipo de pessoa maravilhosa que você é como nossos filhos e eu sabemos.

– Gostaria de ter esse seu otimismo sobre tudo.

Eles se abraçam e Wendy observa o olhar preocupado do pai e diz.

– Vamos para o quarto meninos.

Um pouco mais tarde Wendy e os irmãos já estão prontos para dormir todos com os seus pijamas, Liza e Jonh jogam uma partida de dama enquanto Wendy conta uma história para o pequeno Michael sobre um grupo de piratas em busca de um tesouro perdido em uma ilha misteriosa.

– Wendy essa ilha é tão grande, como eles vão encontrar o tesouro?

– Eles possuem um mapa que foi deixado pelo próprio pirata Barba Negra que escondeu tudo que tinha pilhado em seus anos de pirataria para não ser roubado, mas acabou que ele morreu antes mesmo de poder usufruir do seu tesouro.

– Olá crianças hora de dormir. - Mary e George chegam juntos ao quarto dos filhos.

– Liza, obrigado por ficar com eles até tarde pode descansar e tirar um folga pela manhã.

– Obrigado senhora Mary e boa noite a todos.

– Boa noite Liza todos respondem. - E Liza sai do quarto com um sorriso.

Todos vão para as suas camas Mary e George beijam na testa de cada um dos filhos deixando Wendy por último.

– Oi querida. - Fala Mary com a filha.

– Oi Mamãe, olha antes de vocês ir eu queria pedir uma coisa a você e ao papai.

– O que filha?

– Gostaria de ir com a Liza a casa do senhor Chapman para buscar o presente que ele me ofertou e me desculpar com ele da maneira certa.

– Porque Wendy? - A mãe de Wendy pergunta surpresa.

– Acho que seria o mais correto nessa situação.

George toma a palavra e diz. - Não precisa fazer isso querida ele só está tentando ser gentil e um bom cavalheiro.

– Bem papai eu acredito que também poderia ser uma dama e ser mais gentil com ele nessa situação e Liza vai estar comigo então vai ficar tudo bem.

Mary e George se encaram e sorriem um para o outro, George beija a filha e diz.

– Eu te dou permissão querida, mas a sua mãe ira com você, está bem?

– Está certo papai.

– Tenha uma boa noite filha.

– Boa noite papai.

– Boa noite querida.

– Boa noite mamãe. - Wendy abraça a mãe e depois se deita na cama

Enquanto George e Mary saem do quarto uma sombra passa pela grande janela do quarto das crianças sem que eles percebam. Fora do quarto George e Mary cochicham entre eles.

– Você acha que ela ouviu nossa conversa? - Pergunta George.

– Tenho certeza que sim. - Responde Mary que completa. - E como eu disse querido todos nessa casa amam você.

Depois de uma semana chegou o dia em que Wendy e a mãe vão ao número quarenta e seis na casa do senhor Chapman e á uma casa que fica na parte mais nobre do centro de Londres onde todas as casas são grandes e muito bonitas.

– Essa parte da cidade é cheia de casas lindas não é filha?

– É verdade mamãe será que um dia poderemos morar em um lugar assim?

– Quem sabe filha.

As duas são recepcionadas pela governanta uma senhora elegante e que apesar de mais velha que a mãe de Wendy resguarda ainda uma grande beleza.

– Bom dia senhoras o próprio senhor Chapman está na sala as esperando, por favor me acompanhem.

Wendy e mãe ficam impressionadas com o tamanho da casa e com a quantidade de coisas e moveis espalhados por todos os cômodos que passam até que elas chegam a sala aonde o senhor Chapman as espera com um sorriso no rosto deixando Wendy um pouco envergonhada.

– Bom dia senhora Darling, - Chapman se aproxima da mãe de Wendy e a cumprimenta com um beijo na mão dela, depois ele se vira para Wendy que fica corada quando ele também beija a mão dela é a primeira vez que alguém beija a sua mão. - Bom dia senhorita Wendy.

– Bom dia senhor Chapman.