Quando não se tem muita grana para manter um apartamento, geralmente, amigos se juntam e decidem morar juntos. Marília não tem nem amigos e tão pouco condições de manter o apartamento e no mural da faculdade um pequeno anuncio lhe despertou interesse. Um rapaz estava à procura de alguém para dividir o apartamento, ele também estudava na faculdade, e por impulso da sorte grande Marília logo tratou de anotar o número do rapaz, que atendia por Bernardo.

– Você está louca, Marília?! – Jéssica praticamente gritava com a amiga do outro lado da linha

– Não, só que ficar na casa dos meus pais não dá.

– Mas é perigoso!

– Pensa comigo: se o anuncio está no mural da FACULDADE é porque é de confiança. Jéssica eu morro em uma cidade e a faculdade e meu trabalho é em outra!

– Você está completamente pirada.

– Não, não estou.

– Onde você está agora?

– Eu aproveitei meu horário de almoço pra ir conversar e conhecer o apartamento com o rapaz.

– Vê se toma cuidado!

– Pode deixar, beijos!

O apartamento ficava numa pequena construção à cinco quadras da faculdade localizada em uma esquina, ela logo conversou com o porteiro que lhe cedeu a entrada, que já estava avisado de sua visita. A ansiedade era um tanto grande e por mais Marília subisse os dois lances de escada rapidamente lhe parecia que nunca iria chegar.

Apartamento 32, logo ao meio do corredor apertou a campainha e logo a porta se abriu para que a imagem de um moreno dos olhos azuis lhe invadissem, com um imenso sorriso lhe desejou boas vindas e com um grande sorriso, um tanto pecaminoso junto de um pensamento da mesma laia, Marília adentrou o cômodo a frente.

– Então, com fome? – riu um pouco lhe mostrando a bancada com uma pizza de micro-ondas.

– Um pouco, um tanto com cede.

– Subir essas escadas não é fácil pra quem não está acostumada.

– Apesar de ser duas, são grandes.

– Quer comer primeiro ou ver o apartamento?

E depois de uma conversa regada de simpatia junto de uma boa pizza de micro-ondas Bernardo passou a mostrar para Marília o apartamento, ela teria um quarto porém nenhum dos dois era muito grande e Bernardo lhe ofereceu o dele, que no caso seria um pouco maior, explicou o que apartamento foi um presente dos país assim que havia saído de interior e ido para o centro de da cidade mas as contas já não estão tão fáceis de se quitar.

– Então, agora também é meu esse apartamento?

– Se quiser, as portas estão abertas.

– Quando posso me mudar? – Marília sorria junto de Bernardo.

~0~

“É como fazer intercambio!” e foi com essa justificativa que Marília começou a encaixotar todos seus pertences com a ajuda de sua mãe.

– Se acalme mãe, eu vou estar aqui do lado ao invés de estar em outro país como nos reais intercâmbios.

– Tudo bem, Marília. Mas sempre me mantenha informada sobre como está! – pedia a mãe aflita.

– Okay! – dizia depositando um beijo na bochecha da mãe.

~0~

Já fazia exata uma semana que Marília havia se mudado para o apartamento e seu quarto ainda estava recheado de caixas, sem qualquer tempo para arrumar a pequena bagunça com tantas provas de final de semestre junto de suas inúmeras horas extras no emprego. Bernardo esperava a comida do restaurante que havia pedido chegar enquanto procurava as ferramentas para ajudar Marília a montar sua estante de livros, já que o pai da moça estava sem tempo para isso.

– Achou as ferramentas? – perguntou a moça ao sair do banheiro no final do corredor vestida perigosamente de um curto pijama enquanto secava os cabelos com a toalha.

– Quase, só falta uma!

– Tem certeza que a estante não vai despencar? – caçoou rindo da expressão fingida de ofendido de Bernardo.

O rapaz terminava de montar as últimas peças da estante quando a comida finalmente havia chegado, japonesa, como foi pedido por Marília. Uma rápida pausa para comerem e logo a estante estava firmemente em pé com Bernardo ganhando muitos beijinhos de Marília.