Picks of a Heart escrita por Vingadora


Capítulo 22
Happy b-day, Lilly!


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Bom, eu realmente sei que deixei alguns comentários sem resposta, mas é tudo por conta de minha falta de tempo.
Vou tentar responder alguns agora, mas não posso prometer responder a todos hoje (mil desculpas).
Fiquei contente com a receptividade da nova Lilly :D
Enfim, deixo vocês com um novo capítulo de POAH!



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Aproximei-me em curtos passos e fitando Loki em busca de algo que se assemelhasse com uma de suas trapaças.

─ E o que você irá querer em troca? Vai querer que eu te liberte? ─ indaguei enquanto o olhava de cenho franzido.

─ A única coisa que peço é que acredite em mim. Que confie em mim novamente. ─ eu quase senti um tipo de súplica vindo dele, mas decidi pensar que era mais uma de suas tramoias.

─ Em toda a minha vida, nunca confiei em você. ─ semicerrei os olhos para ele.

─ Não digo nessa vida, Ellizabeth. Digo em outra. Digo em sua primeira vida. ─ ele quase deixou escapar o que parecia ser um sorriso.

─ Eu sou ela? ─ não precisei especificar minha pergunta para que ele compreendesse o que eu queria dizer.

─ Sim. ─ ele assentiu com a cabeça, concordando ─ Você é a deusa Phoenix chamada Ignis.

─ Uma deusa? ─ acabei segurando o ar em surpresa e choque e senti tudo a minha volta rodar por um curto segundo ─ Como isso é possível? Por que eu não me lembro de nada? ─ voltei a me aproximar dele em curtos passos até que chegasse a menos de dois metros de distância de sua cela.

No fundo, eu já imaginava isso. Mas mesmo assim, me iludia, escondia-me dessa possibilidade recusando-me a acreditar e fechando os olhos a cada investida de Loki ao me revelar a verdade.

─ Porque o pai de todos confiscou sua memória assim que decidiu abdicar de sua imortalidade para ficar comigo. ─ precisei de alguns segundos para assimilar o que ele estava falando.

─ Quem é o pai de todos? ─ foi a primeira pergunta que me veio em mente.

─ Odin, pai de todos, rei dos reis, líder dos líderes, dono de Asgard, pai de Thor...

─ Seu pai. ─ o cortei instintivamente, mas ele logo me corrigiu:

─ Sou adotado. ─ lembrou de forma breve.

─ Por que eu abdicaria da minha imortalidade para ficar com você? ─ cruzei meus braços e entrei em seu jogo.

A pergunta pareceu o afetar um pouco, porque ele me olhou rapidamente indignado, mas logo suas feições tornaram-se suaves quando seus olhos encontraram os meus confusos.

─ Isso você terá que descobrir sozinha. ─ ele lançou-me um forçado sorriso, parecendo um pouco tenso.

─ Então você também não sabe? ─ fuzilei-o com os olhos, agora irritada por ter sido feito de boba.

─ Porque nos amávamos. ─ ele acabou soltando, finalmene ─ Você era uma das deusas mais importantes de um mundo que vivia em guerra contra Asgard. Meu pai venceu a guerra e em troca da libertação do povo deste mundo seu pai ofereceu-lhe em casamento com Thor. Você foi enviada a Asgard com sua família e treinada para se tornar a futura sucessora da rainha. No meio disso nos apaixonamos e... você decidiu lutar contra o casamento com Thor. Odin ficou furioso e ameaçou retirar sua imortalidade caso você continuasse com a ideia. O que foi exatamente que você fez e ele, na tentativa de nos separar e não romper com o noivado, a enviou para a Terra por intermédio de sua mãe e a deixou aqui exilada durante todos estes anos.

Minha cabeça não parou de girar depois disso. Eu acabei perdendo o controle por um curto segundo e precisei me apoiar na parede para não escorregar e cair. Minha visão ficou turva e não consegui mais me controlar depois disso.

─ Você está fazendo isso? ─ consegui perguntar.

Ele deu um passo a frente e me olhou confuso.

─ Isso o que?

Estava tudo ficando turvo e embasado, eu não conseguia mais distinguir o que era sombra, luz... flashes vermelhos surgiam do nada e tudo tornou-se um simples apagão.

⊱❋⊰

─ Deixa ela dormir, Clint. Parece que ela não descansa a muito tempo. ─ ouvi uma voz conhecida soar não muito longe de mim.

─ Eu sei Nat, mas ela já está dormindo há muito tempo. Já são quase três horas da tarde. Lembre-se do que o Steve disse sobre...

─ Olha só, ela já está acordando. ─ Natasha proferiu as palavras no momento em que comecei a abrir as pálpebras para encarar os meus visitantes.

─ Onde eu estou? ─ tive de olhar em volta para checar o lugar em que estava. O quarto do hospital da S.H.I.E.L.D..

─ Você está no além. ─ Clint riu zombeteiro, mas percebendo minha frustração se corrigiu ─ Brincadeira. Está no hospital. Tá tudo bem, Lilly?

Se está tudo bem? Se está tudo bem? Como você tem coragem de me perguntar isso?! O que aconteceu comigo? Quem eu sou? E que merda de sonho estranho com o Loki foi esse?

─ É. Eu acho que vou me sentir melhor quando voltar para casa. ─ suspirei e forcei meu melhor sorriso.

─ Ótimo. ─ Clint sorriu de volta ─ Porque eu e a Nat viemos te levar de volta para casa.

─ Ok... Não sabia que precisava de babá. ─ eu sentei-me na cama e percebi que uma mochila me esperava na beirada dela ─ Isso é para mim? ─ apontei para a mochila marrom.

─ Tudo o que você irá precisar nos próximos... ─ Nat olhou para seu relógio de pulso ─ vinte e três minutos.

Franzi o cenho, mas estava tão exausta que se quer decidi perguntar do que se tratava toda aquela pontualidade.

Levantei-me, puxei a mochila e fui em direção a meu banheiro.

Tomei um banho rápido, utilizando os utensílios que possivelmente a Natasha ou Maria selecionaram para mim. A água do chuveiro estava fervendo, mesmo depois que eu resolvera ligar a água quente e permitir somente que a água gelada caísse.

─ Acho que esse chuveiro está com problemas. ─ gritei depois de finalizar o banho.

Sequei-me rapidamente, evitando ao máximo olhar para meu corpo que sofrera um clareamento surpreendente, vesti minha peça íntima preta de renda antes de me preparar para que peça de roupas eles haviam colocado na mochila. Mas lá estava um vestido rosa chiclete com o corpete de renda e a saia franzida, minha jaqueta de couro favorita, uma bota de cano curto, salto e cadarço e, para finalizar, o colar que Clint havia me dado de natal com um pingente de âncora. Vesti tudo às pressas e se quer desfiz o nó no cabelo que eu fizera antes de tomar meu banho.

Assim que saí do banheiro, percebi de cara que Natasha e Clint finalizavam uma conversa muito intensa sobre algum tipo de bebida.

─ Está pronta? ─ Clint me olhou de cima a baixo, conferindo meu visual ─ Posso te elogiar, ou você prefere que esperar até voltar ao normal? ─ percebi o som zombeteiro em seu comentário então fuzilei Natasha com o olhar.

─ Por que, exatamente, vocês resolveram me buscar? Eu já estou bem, sério. ─ segui-os até fora do quarto e começamos a caminhar em direção ao elevador.

De súbito, lembrei-me de algumas cenas do meu sonho com Loki.

─ O que fizeram com Loki? ─ resolvi perguntar assim que entramos no elevador.

─ Hãn... ─ Barton olhou de soslaio para Natasha antes de responder ─ Está preso em uma cela especial até Thor voltar com ele para Asgard.

─ Será que eu terei a chance de dar uma surra nele? ─ assim que indaguei, percebi que os ombros de Natasha travarem ─ O que foi? Não temos permissão para falar sobre Loki?

─ Não é isso... É só que... ─ o elevador pausou e mais alguns funcionários entraram, cessando o assunto.

⊱❋⊰

Clint pegou um carro da S.H.I.E.L.D. para me dar carona até meu apartamento. Ao menos era essa a ideia que se passava em minha cabeça.

O trânsito em Nova York estava infernal devido aos construtores civis que trabalhavam nas ruas, casas, prédios na tentativa de reconstruir a cidade pós-guerra.

─ Qual foi o repertório da guerra? ─ indaguei enquanto nosso carro voltou a andar após uma pausa de meia hora por conta do tráfego a frente.

─ Global. ─ Natasha revelou ─ Todo o mundo está focado no que aconteceu aqui há quatro di- ─ cortei-a por instinto.

─ Quatro dias? Quatro dias? Eu dormi durante três dias inteiros? ─ eu estava chocada com a notícia ─ Por que não me acordaram?

─ Lilly... você estava inconsciente. Não poderíamos simplesmente cutucar você e acordá-la. ─ Clint estava tentando soar brincalhão, mas percebi a tensão em sua voz.

─ Sinto muito... ─ suspirei percebendo que estava sendo exagerada ─ Imagino como deve ter sido pra vocês... tudo isso.

─ No momento, estamos nos preocupando com o que está sendo pra você. ─ Natasha virou-se para trás e me lançou um sorriso terno ─ Como está se sentindo, Lilly?

─ Eu não sei direito... Acho... que quero conversar com o Thor agora. Ele ainda quer conversar comigo, não é mesmo? ─ parecia que eu jogara uma dinamite nas mãos de Natasha, porque ela virou-se novamente e escondeu seu rosto de mim ─ Ok... ─ bufei, deixando claro que eu havia percebido a forma que ambos me tratavam desde mais cedo.

─ Precisamos fazer uma parada na torre Stark. ─ Clint informou a mudança de rota e logo entrou na rua principal.

Eu já podia visualizar o Harley com rachaduras formadas pelo raio de Thor no dia da guerra.

─ Como será que eles reconstruirão a ponta do Harley? ─ Romanoff puxou assunto.

─ Bom... Da mesma forma que construíram, acredito eu. ─ foi tudo o que eu precisei dizer para que ambos entendesse minha insatisfação ─ Eu vou precisar subir ou... posso ficar no carro?

Estou me sentindo uma criancinha que discute com os pais sobre sair ou não do carro.

─ Você não quer ver o Tony? ─ Clint indagou.

─ Ah... Não sei. Acho que ele não está muito satisfeito com meu retorno. ─ comentei.

Clint estacionou o carro em frente a torre e me encarou perplexo.

─ Tá brincando? ─ franziu o cenho ─ Tony entrou em desespero, Lilly. Não sabe como ele bateu no Loki quando pensamos que você não voltaria... que...

─ Como assim eu não voltaria? Eu não aparentava uma pessoa viva, é isso? ─ eu estava cada vez mais confusa.

─ Vamos. ─ Natasha abriu a porta ─ Tony já deve estar nos esperando.

Durante todo nosso trajeto, ficamos em silêncio e eu encarei confusa a Clint e Natasha. Minha cabeça começou a doer por toda a confusão que eu sentia. Meus olhos latejavam pela pressão que minha cabeça exercia e minha visão começou a ficar levemente turva. Por favor, não tenha um troço agora. Virei-me de costas para Natasha e Clint e percebi que meus olhos esverdeados estavam mudando de cor e tornando-se negros. Mas que merda é essa? Pisquei algumas vezes e tudo, de repente, voltou ao normal. Ai minha nossa. Eu estou me transformando em um monstro!

O elevador parou na cobertura e eu já estava endireitando a postura e virando-me em direção as portas. As portas se abriram e uma pequena multidão de pessoas estava me esperando em volta de um bolo de três andares com uma vela acesa em cima. Haviam algumas bolas pretas e brancas de aniversário flutuando pela sala em torno do pequeno grupo com a letra "L" no centro delas.

─ Feliz aniversário! ─ todos que estavam ali gritaram em uníssono, assim como Clint e Natasha que juntaram-se ao grupo quando saímos de dentro do elevador.

─ Meu aniversário foi há quatro dias. ─ foi apenas o que precisei dizer para paralisar a todos que já caminhavam em minha direção para abraços e beijos. Percebendo que aquela não fora uma resposta adequada e apropriada, deixei escapar um sorriso tímido e apaguei a vela ─ Por favor, não cantem Parabéns pra você ou eu vou me jogar daquela janela.

O clima tornou-se leve depois disso e logo vieram muitos abraços. Clint, Hill, Pepper, Natasha, o doutor Banner, Fury, até Rodhes... Tony contentou-se com me dar um empurrão em direção ao bolo e exigir seu primeiro pedaço. Thor quase me abraçou, mas pareceu se sentir estranho demais, então simplesmente desejou-me muitas felicitações e anos de vida. Steve não estava lá.

─ Não sabe como deu trabalho organizar todas essas pessoas. ─ Tony falou irônico assim que me juntei a ele e aos outros em volta da mesa onde o bolo fora cortado ─ Você tem muitos amigos, sério. Foi quase impossível contatar a todos. Mas, no fim das contas, todos vieram. ─ ele sorriu orgulhoso de seu feito. Pensei em deixar escapar um Nem todos, mas não queria estragar o momento ─ Eu estava organizando uma festinha há semanas, mas não sabia quem convidar, já que você não é de espalhar por aí sua lista pessoa de amigos... Até chamei aquela sua amiga... Sophie.

Fuzilei Fury com o olhar no mesmo instante e percebi que o comentário o deixou um pouco desconcertado.

─ Sophie é uma agente da S.H.I.E.L.D. ─ acabei revelando e deixando Pepper, Rodhes e Tony perplexos.

─ Eu sabia! ─ Stark gritou ─ Aquela menina era simpática e ame a floresta demais para ser real. Sabia que tinha algum defeito. Ainda bem que ela recusou o convite.

─ Ela também estava no porta-aviões, Tony. ─ comentei ─ Sério que você não esbarrou com ela por lá?

─ Ainda não acredito que a Sophie é uma agente... ─ Pepper murmurou com a mão sobre seu coração, parecendo espantada.

Acabou que o assunto sobre a Sophie entrou em vigor e os convidados começaram a começaram a discutir e debater sobre amigos que nem sempre são amigos. Rodhes e Tony se alfinetaram na maior parte do tempo.

Enquanto eles conversavam, decidi abrir uma outra garrafa de champanhe, roubar o celular de Tony e ligar para Steve. As minhas investidas de ligação foram recusadas todas as vezes, o que me deixou muito irritada. Olhei em volta e percebi que Hill me observava atentamente.

─ Onde ele está? ─ indaguei ao aproximar-me de Maria.

─ Ele... ainda está tomando um tempo, Lilly. Seja paciente.

Bufei e revirei os olhos.

─ Claro! Ser paciente. Eu posso ser paciente. ─ assenti e fui para longe dela e em direção a taça de champanhe que já me aguardava.


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Notas finais do capítulo

Bom, como eu sou uma boa pessoa, deixo um link do polynove sobre o look da Lilly (eu quase surtei quando encontrei o colar de âncora por lá! Claro que, na verdade, a âncora não seria vermelha, mas eu adaptei a hisória pra ficar legal {risos})
Link: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=157600600


Ah, eu to me sentindo um monstro por estar sem tempo pra vocês, mas é a fatal realidade até o momento.
Prometo que no fim de semana as coisas voltam a seus eixos!
Vejo vocês no próximo capítulo (que só será postado amanhã) õ/