Heart Memories escrita por Kuroashi Boy


Capítulo 1
One shot


Notas iniciais do capítulo

Feito especialmente para o concurso do Nyah do mês de Abril, mês do yaoi! Espero que gostem ^-^



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"Era uma tarde calorosa de verão. As folhas das árvores dançavam junto com o vento que batia entre elas e os pássaros cantavam uma canção qualquer. Tudo isso era o bastante para me fazer perder a paciência, já que eu não aguentara tais coisas alegres e cheias de vida.

Eu tinha seis anos e estava jogado em um orfanato onde vivia, já que meus pais foram presos e eu não tinha para onde ir. Odiava aquele lugar, as pessoas e tudo ao meu redor. Graças a isso, eu tinha um esconderijo secreto onde ficava sozinho. Eu gostava de ficar sozinho.

Gostava mesmo. Não queria ter meu esconderijo invadido tão bruscamente como nesse dia, mas parece que o universo gosta de conspirar contra mim.

– Socorro, você precisa me ajudar! Por favor, me esconda aqui!

Não lembro o nome, não lembro a idade, não lembro nada. Tudo o que eu sei é que um garoto um pouco mais velho que eu, morando no mesmo orfanato, achara meu local secreto. Odiei ele com todas as minhas forças. Mandei-o embora, mas nada adiantou.

No fundo eu tinha inveja. Inveja desses olhos azuis como o céu, desses fios de cabelos dourados e daquela voz angelical. Ele seria adotado muito mais fácil que eu, um garoto de olhos cinzentos e de pais criminosos. Eu não tinha esperanças em sair daquele inferno."

[Sons de despertador]

– Foi um sonho...? Argh, claro que sim idiota, isso foi há anos atrás.

Acordei graças ao aparelho digital cuja única função no mundo era a de me irritar todas as manhãs e me lembrar de como a minha vida é vazia. Cocei os olhos, tomei forças para sair da cama e fui tomar uma ducha gelada para acordar de vez.

Meu nome é Trafalgar Law e eu não tenho pais, família ou amigos. Fui obrigado a deixar o orfanato onde vivia quando completei a maior idade e, por uma sorte tremenda, não acabei na rua. Tive a oportunidade única e exclusiva de entrar numa boa faculdade por ter me dedicado aos estudos desde sempre.

Não tenho do que reclamar, atuo em um dos hospitais mais bem conceituados da Inglaterra como neurocirurgião. Pode ter sido sorte ou puro esforço, isso não cabe a mim decidir, o importante é viver do presente que nos é oferecido.

E é isso que eu estava fazendo neste exato momento, trabalhando. Nos corredores do hospital eu analisava algumas planilhas enquanto não tinha nenhum paciente para atender. Minha calma e tranquilidade foram interrompidas no mesmo segundo quando eu ouvi alguns gritos adentrando o corredor onde eu estava.

– SAIAM DA FRENTE, SAIAM DA FRENTE!

Típico de um hospital. Uma equipe médica inteira levava um homem inconsciente às pressas para a sala de cirurgia, provavelmente em estado de emergência. Uma das médicas que estavam com ele se dirigiu até mim.

– Doutor Trafalgar, temos uma emergência e precisamos de você agora.

– Estou indo. - Deixei todos os papéis em um canto qualquer e corri para a sala de cirurgia, junto a ela. No caminho, a médica fora me dando os detalhes do caso.

– Ele tem em média trinta anos de idade e não sabemos qual é a sua família. Algumas pessoas o encontraram quando caiu de uma árvore e chamaram a ambulância imediatamente.

– Um homem adulto caiu de uma árvore...?

– Não sabemos o motivo, parece que estava tentando salvar um gatinho preso. Ele sofreu um traumatismo craniano.

– Que idiota... - Não sei porquê, só sei que precisei comentar isso.

Era só o que me faltava, um adulto quase perde a vida tentando salvar um reles animal abandonado preso em uma árvore. Típico de filmes, não passava de um idiota. Mesmo assim, era meu dever como médico realizar sua cirurgia, e foi isso que eu fiz.

A cirurgia durou algumas horas e foi um sucesso. O homem foi levado até o quarto dos pacientes onde ficou em estado de repouso, dormindo, cheio de máquinas, fios e uma máscara de oxigênio cuidando para que ele não morresse.

Depois disso, era o horário do meu almoço e também minha hora preferida do dia. Por ser médico e atuar principalmente em casos emergenciais, como esse último, não tinha tempo para uma grande refeição, tendo que me satisfazer apenas com meu sanduíche de atum. E eu posso usufruir dele livremente? É claro que não, tinham que me interromper, como sempre.

– Com licença, meu nome é Donquxite Doflamingo. O senhor é o doutor Trafalgar?

– Sim, posso ajudar? - O homem que me interrompeu era um sujeito alto, loiro e bem apessoado. Nunca o vira antes na minha vida, tudo o que sei é que ele portava um óculos estranho, que não me permitia deslumbrar de teu olhar.

– Oh, você foi responsável pela cirurgia do meu irmão, eu vim lhe agradecer. Ele é o idiota que caiu de uma árvore tentando salvar um gatinho.

– Seu irmão está no quarto descansando e não mais corre risco de vida, pode ficar tranquilo. - Não sei quem diabos era, só sei que ele compartilhava da minha indignação. Pelo menos eu não era o único a achar o sujeito um idiota.

– Infelizmente eu tenho uma reunião em outro país e não poderei tomar conta dele, por isso estou confiando a vida do meu querido irmão a vocês.

E assim, o loiro saiu do hospital e deixou o irmão sozinho. Como cirurgião eu não tinha a obrigação de visitar meus pacientes, mas eu gostava de fazê-lo. Acho que eu gostava da sensação de ser responsável por salvar a vida de alguém, de ter as outras pessoas dependendo de mim, já que eu sempre fui muito sozinho e nunca tive alguém ao meu lado de fato.

E foi isso que eu fiz. Após o expediente, antes de ir para casa, eu fui visitar o Salvador de Gatinhos, apelido que eu usara para defini-lo, já que não sabia seu nome. Adentrei o quarto onde o paciente estava e lá tinha uma prancheta com alguns dados do mesmo.

"Donquixote Rosinante, 32 anos."

– Então é esse o seu nome, salvador de gatinhos?

Sentei-me na cabeceira da cama onde ele descansava. Não dava para ver o rosto graças a todos os aparelhos que ali estavam, só pude perceber que ele portava cabelos loiros realmente lindos.

– Tanto trabalho assim por causa de um bicho qualquer... que idiota.

Talvez seja infantil deixar um comentário desses a um homem que acabou de passar por uma cirurgia de riscos e agora encontrava-se em uma espécie de coma induzido. Mesmo assim eu disse, pensando que ele não estava ouvindo, mas estava.

– Idiota...? É, talvez eu seja...

Seus olhos não abriram. Ele continuou dormindo do mesmo jeito, mas deixou um leve sorriso transparecer de seu rosto. Me assustei ao perceber que meu paciente era sonâmbulo e ouviu meu comentário desagradável, então fui embora antes que fizesse uma bobagem novamente.

(...)

"Depois que meu esconderijo secreto fora invadido por um desconhecido, ele, não sei por que motivos, decidiu que seria meu amigo, mesmo eu tendo recusado diversas vezes.

– Aliás, você ainda não me disse, como é seu nome?

– Law.

– Legal, eu me chamo ___!

– É um nome muito difícil pra uma criança, posso te dar um apelido?

– Se você me der um apelido então seremos amigos de verdade?

Que seja. Você gosta de usar esse chapéu de coração, então seu apelido de agora em diante será..."

[Sons de despertador]

– Que saco, esse maldito sonho de novo. Por que eu estou sonhando tanto com o orfanato esses dias?

Ao ouvir o aparelho tocar, levantei-me da cama e tratei do que tinha que fazer todos os dias. A única coisa que eu gostaria de entender realmente era o porquê desses sonhos, já que eu nunca fui muito de ficar relembrando o passado, mas agora eu só pensava nisso.

Dois dias já haviam se passado desde que o paciente loiro estava dormindo, ainda em recuperação. Sempre que eu acabava meu expediente do hospital eu ia lá visitá-lo, e era onde eu estava neste exato momento, sentado em sua cama, observando seu rosto adormecido.

– Boa noite, salvador de gatinhos.

Desta vez já tinham tirado a maioria dos fios e também a máscara de oxigênio que cobria seu rosto. E foi aí que eu pude perceber, foi aí que eu pude olhar bem de perto para suas feições. Foi aí que eu pude perceber que seu rosto é incrivelmente lindo.

Não resisti em tocá-lo, precisava confirmar se sua maciez era verídica ou fruto da minha imaginação. Fui tocando seu rosto gentilmente para não perturbá-lo e senti bem de perto seus traços delicados e sua pele quente. Passei meus dedos também entre suas madeixas douradas, levemente enroladas.

– Com uma pele tão delicada, como você pode ter coragem de subir em uma árvore tão alta? O que você faria se perdesse esse encanto natural?

Eu gostava de conversar com ele, mesmo sabendo que ele não iria responder. Ele nunca mais disse nada depois daquele dia e eu nunca mais ouvi sua voz.

Talvez eu gostasse de conversar com ele por eu ser muito sozinho, não ter amigos. Eu fazia amizade com alguns pacientes daqui, mas sempre que eles iam embora, eu voltava a ficar sozinho e nunca mais os via.

(...)

"– Você vai mesmo embora? Tem certeza? Não quer pensar um pouco mais?

– Desculpa Law, mas eu preciso ir. A diretora disse que achou uma família pra mim e eu fui adotado...

– Eu já sabia que você iria ser adotado algum dia, mas foi tudo muito rápido! O que eu vou fazer sem você?

– Não fica assim, por favor, eu não quero te ver triste. Eu quero me lembrar de você sorrindo!

– Como eu posso sorrir sem você, idiota?!

– Law, mesmo que nós tenhamos que nos separar agora, ainda podemos ser amigos. A nossa amizade não vai acabar nunca.

– M-Mas a família que te adotou é de outro país... a gente nunca mais vai se ver...

– Mesmo eu indo morar em outro país, algum dia eu irei voltar pra Inglaterra e irei te encontrar, Law.

– Você promete?

– Prometo. Nós vamos nos ver de novo, é uma promessa!

Mesmo tendo odiado aquele garoto no começo, depois que nós ficamos amigos de verdade eu comecei a nutrir sentimentos de afeto e carinho por ele.

Acabei esquecendo seu nome de verdade, por eu ficar o tempo todo o chamando por um apelido envolvendo corações. A única coisa que eu me lembrava era de seus cabelos loiros, seu sorriso e seus olhos azuis como o céu da manhã."

[Sons do despertador]

– Que saco, esse maldito sonho de novo! Por que eu preciso ficar sonhando com o orfanato?

Como se já era de imaginar, eu nunca mais vi aquele garoto do orfanato. Não sei onde ele está agora, não sei se ele lembra de mim, mas eu lembro dele.

É normal acreditar em uma promessa feita há vinte anos atrás? É normal ter esperanças de que, em alguma parte do mundo, ele esteja pensando em mim agora? Provavelmente eu sou só um idiota solitário por ainda lembrar disso.

Mas como eu posso me esquecer da primeira e única pessoa que eu amei?

De qualquer maneira, já era horário de almoço e eu estava no refeitório do hospital, me preparando para degustar do meu precioso sanduíche de atum como sempre. Contudo, assim que eu fui colocar o alimento na boca, fui interrompido por uma enfermeira.

– Doutor Trafalgar?

Gui éh? - Minha voz acabou falhando por eu estar de boca aberta, com o sanduíche pronto para invadi-la.

– Eu só vim lhe avisar que o paciente que você visita todos os dias acabou de acordar.

– O salvador de gatinhos acordou?!

Não sei o que deu em mim, só sei que eu joguei meu atum pra algum canto qualquer e fui correndo para o quarto onde o paciente estava alojado. Chegando lá, deparei-me com a visão dos deuses.

Ele estava sentado na cama, lendo uma revista qualquer. Ele me olhou. Eu olhei pra ele, e pude perceber pela primeira vez seus olhos de cores claras e cabelos brilhando pelo sol da tarde que entrava no quarto. Provavelmente, naquela hora, eu estava parecendo um idiota.

– Oi! - Foi a segunda vez que eu ouvi sua voz. Foi a segunda vez que eu senti anjos cantando no meu ouvido. Se eu estava agindo como uma adolescente apaixonada, era porque a voz dele era realmente linda.

– O-Oi...

– Você é o médico que salvou a minha vida, certo? Senta aqui, vamos conversar!

– Perdão, eu não quero atrapalhar a sua recuperação. Está sentindo dores? Precisa de algo?

– Preciso de companhia. Vem cá, senta aqui comigo.

Sentei ao seu lado na cama, como fizera todas as noites, mas a diferença era que agora ele estava acordado. Sempre que eu estava com a agenda livre, sem nenhum paciente, eu ia lá para o quarto dele e ficávamos conversando por horas.

(...)

[Sons do despertador]

Depois de Rosinante ter acordado do coma induzido, eu nunca mais sonhei com o orfanato. Não sei porquê, talvez a minha vida, aos poucos, estivesse voltando ao normal.

Meu maior prazer era ir pro hospital e encontrar-me com ele. Já haviam se passado seis dias que ele havia acordado e, no momento, Rosinante me contava que morava na França com os pais, mas que veio para a Inglaterra assim que eles faleceram, e agora vive junto com o irmão.

– Então você está morando aqui por pouco tempo? Não deve conhecer ninguém. - Comentei.

– Na verdade eu nasci aqui, só senti falta do país e decidi voltar. Mas não, não conheço ninguém além do meu irmão.

– E vocês dois se dão bem? - Perguntei tentando puxar assunto, apesar de não querer saber muito sobre o irmão, e sim mais sobre ele. Rosinante tinha algo dentro de si que me encantava.

– Não muito, já que nós somos completamente opostos um ao outro. Provavelmente por nós não termos o mesmo sangue.

– Ah, você foi adotado?

– Fui sim. Na verdade um dos motivos pra eu voltar pra Inglaterra foi justamente esse...

Quando ele me contou que foi adotado, imediatamente me veio na cabeça a imagem do meu amigo de infância. Pensei em perguntar em qual orfanato ele morava para ver se era o mesmo, mas logo nós fomos interrompidos por uma enfermeira.

– Donquixote Rosinante?

– Sim?

– Vim lhe avisar que seu médico já liberou sua alta e agora o senhor pode retornar à sua residência.

– Sério? Que maravilha!

Meu corpo congelou. De certo, eu estava feliz por ele ter sido liberado, mas ao mesmo tempo nossa despedida seria eminente. Sempre que eu fazia amizades com algum paciente nós perdíamos esse vínculo depois da alta.

Pode me chamar de egoísta, mas eu simplesmente não queria provar do mesmo destino. Não queria me afastar da segunda pessoa que eu amei na minha vida. Queria que ele ficasse no hospital pra sempre.

Mas não aconteceu, como eu havia imaginado. Ele já estava totalmente vestido e pronto para sair pela porta, junto com todas as lembranças que nós havíamos tido juntos.

– Doutor? - Antes de sair ele me chamou e eu, é claro, fui lá.

– É aqui que nos despedimos, certo? - Falei, com medo de ouvir a resposta.

– Acho que sim.

Um pouco antes de sair, ele me deu um abraço. Um abraço bem apertado. Um abraço onde eu pude sentir o calor de seus braços e sentir o verdadeiro conforto que era tê-lo perto de mim. Tive vontade de chorar, confesso, mas não o fiz.

E assim, ele se foi. Ele foi embora do quarto, mas um pouco antes de atravessar a porta por completo, ele virou para mim e falou, com aquela mesma voz e sorriso angelicais.

– Um dia nós temos que nos ver de novo, Doutor.

Foram as últimas palavras dele para mim, antes de abandonar o quarto e me deixar lá, sozinho. Foi a segunda vez que eu amei uma pessoa. Foi a segunda vez que a pessoa que eu amei me disse uma coisa dessas.

"Prometo. Nós vamos nos ver de novo, é uma promessa!"

Não sei porque, mas essas palavras me vieram na cabeça. As palavras do garotinho loiro de olhos azuis do orfanato e a nossa promessa de nos vermos de novo. E foi aí que me toquei.

"Eles são a mesma pessoa."

E também foi aí que eu pensei: o único idiota dessa história sou eu. Eu não tinha percebido, simplesmente não havia ligado os fatos. Provavelmente porque faziam cerca de vinte anos que nós dois não nos víamos. Ele não me reconheceu. Eu não reconheci ele.

Meu corpo todo estremeceu, meu rosto ficou pálido e minhas pernas tremiam. Aquela hora o Rosinante já deveria estar fora do hospital, indo para casa, sem me dar satisfações alguma. Eu simplesmente não poderia deixar a mesma pessoa escapar de mim duas vezes.

Fui correndo para a saída do hospital, adentrando os corredores, mesmo sabendo que meu emprego corria riscos, já que eu não poderia correr em um hospital. Fui correndo que nem um louco. Meus olhos estavam embaçados com o choro.

Até que eu vi. Na porta da saída, lá estava ele. Lá estava a pessoa que eu não sabia o nome. A única informação que eu tinha daquela pessoa era seu apelido infantil de corações.

– ESPERA!!

Gritei o mais alto possível para ele ouvir. Todos me olhavam assustados. Um médico gritando em pleno hospital? Ridículo. Simplesmente ridículo. Um médico chorando em pleno hospital? Mais ridículo ainda.

– Doutor...?

O importante é que deu certo. O loiro estava lá, me olhando assustado, pensando no que diabos estava acontecendo. Pensando no que diabos ele havia feito para merecer aquilo. E eu, com uma voz trêmula só pude deixar uma pergunta no ar.

– É você... Cora-san?


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Notas finais do capítulo

Kyah, essa One Shot foi feita especialmente para o especial de abril, porém, contudo, entretanto... eu vou fazer uma LongFic dela!! É claro, não seguirá exatamente este roteiro, mas a essência é a mesma.

No meu perfil vocês podem ver os meus projetos de LongFic e lá encontrarão a Ano Hi Mita Sora, que será essa. =3

Espero que tenham gostado. Até a próxima!! S2



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