Why? escrita por ChopperChan


Capítulo 1
Capítulo Único: Um sonho de bêbado


Notas iniciais do capítulo

Yo Minna! ChopperChan falando!!Bom, é aquela mesma história: Esse não é meu OTP mas eu shippo, senti falta de fanfics deles pela internet e resolvi escrever!Espero que gostem!Enjoy!



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O som alto e grave de um motor de caminhão ecoou por todo o salão.

Makino baixou o copo que limpava e, por reflexo, se virou para o canto do balcão onde Luffy costumava dormir. Ele não estava lá, óbvio. Afinal, nenhuma criança (nem mesmo aquele ser estranho de quatro anos) estaria em um bar à meia noite.

Ela soltou um leve suspiro, voltando a olhar para frente, focalizando a visão no canto vagamente iluminado aos fundos. Se não fora Luffy (e muito menos ela) só poderia ter sido o último ser vivo com cérebro (embora a mulher duvidasse que ele realmente o usasse) restante naquele lugar.

Uma massa vermelha jazia espalhada na mesa do fundo. Daquela distância poderia facilmente ser deduzida como um bloco de corais: dura, emaranhada e espigada, escondendo a real natureza bem menos romântica da cabelereira ruiva já bem castigada pela maresia e falta de cuidados. Não que fosse incomum a cena de algum bêbado dormindo ali. Aquilo ainda era um bar, afinal de contas. Mas, o fato desse alguém ser logo Shanks o ruivo não era algo que acontecia todo dia.

Makino não conseguiu conter a leve bufada de irritação ao levantar a tábua que dava entrada à área restrita do balcão. Não era comum ver a doce e calma jovem irritada com algo mas aquele homem simplesmente lhe dava nos nervos. Ela não sabia o porquê. Talvez fosse por culpa da personalidade madura e ao mesmo tempo divertida. As vezes pelos comentários que a deixavam constrangida. Possivelmente a cara de pau. Ou era o simples fato de ela não saber o porquê dele a deixar irritada.

Ela recolheu a velha coberta e a almofada já bem murcha que mantinha no canto-da-soneca que Luffy adotara e a bandeja que usava para servir as bebidas, coroando com um copo de água. Era o kit básico para a situação, nada além do necessário. Sendo yonkou ou não, ali todos seriam tratados da mesma forma: um cliente qualquer. Pelo menos enquanto ela dirigisse aquele bar.

E aquele pirata não merecia nenhum tratamento especial. Só aparecera quatro vezes pelo lugar.

Na primeira vez aparecera em um dia e fora embora no outro. Dizia que vinha da ilha vizinha (obviamente uma mentira!) e que decidira ir procurar companheiros mar afora. Ele se despedira (ela lembrava) com um aperto de mão.

Na segunda vez, algumas semanas depois, voltara com metade da cara sangrando e soltando palavrões contra alguma coisa inteligível, caindo desmaiado logo em seguida. Ficara um mês sob cuidados médicos e hospedado ali, na casa que servia de bar e lar (olha, rima!) para Makino. Era burrice abrigar alguém que ela mal sabia o nome, mas ela o fizera. Esse era outro porquê que ela não sabia. Ela se lembrava de ter dito thau com um abraço e algumas poucas lágrimas.

Na terceira vez, demorou meio ano pra voltar. Ficara uma semana e trouxera um outro homem esquisito, chamado Yassop, o dito atirador do bando ainda em formação. Dissera que, naquele momento, sua viagem para a Grand Line estava começando. Que voltara para dizer adeus.

E lhe dera um beijo no rosto como despedida.

E foi por esse mesmo beijo que ela se recusou a aceitar o adeus.

E continuou esperando.

E agora, depois de mais quatro anos de espera, lá estava ela. Desviando com habilidade das mesas e cadeiras, na direção do mesmo ruivo, agora já um capitão respeitado, temido e com uma tripulação que fazia jus a sua força

Shanks roncava alto. MUITO alto. Mais alto que... Não havia comparação. Qualquer coisa que ela conseguisse pensar parecia absurdamente baixa em comparação aos roncos daquele homem.

Delicadamente, ela pousou a coberta sobre os ombros largos e puxou a garrafa vazia na qual ele apoiava a cabeça, deslizando a almofada no lugar.

–-Você só me dá trabalho!- Ela soltara enquanto recolhia as outras garrafas espalhadas ao redor do adormecido, apoiando na bandeja. Fora baixo, não mais que um sussurro, mas ele parecia ter ouvido.

–-Mnhhhhh- Ele começou a murmurar.

“Ora ora, ele tem sono leve!”- Makino soltou um leve sorrisinho com o pensamento, observando o homem franzir a testa e enrugar o nariz.

Mas ela deveria manter os olhos em outra coisa naquele momento.

E ela não viu a última garrafa ainda no chão.

E involuntariamente decidiu fazer companhia a ela.

O som do corpo batendo no chão já fora forte. Somado a mais cinco garrafas e uma bandeja de metal com quase meio quilo de alumínio fora o suficiente para acordar metade da vila.

Pelo menos agora ela tinha algo alto o suficiente para comparar com o ronco do Akagami.

–-OE???- Shanks levantava a cabeça de uma vez, com um som de “crec”- Ai *&%# torcicolo...

Enquanto ele esfregava o pescoço, Makino tentava desesperadamente se esconder embaixo da mesa. Falhando miseravelmente ao perceber que tentava engatinhar em cacos de vidro.

–-AI!- Ela soltou sem pensar.

–-Ein? Quem tá ai?- Ele olhou pro chão, diretamente onde uma mulher com os olhos arregalados o encarava.

–-Volta a dormir!

–- Makino?

–-Não.

–-O que você está fazendo aí?

–-Ehhhh.... Limpando o chão.

–-Com o seu sangue?- Ele pulou da cadeira, puxando o lenço dos cabelos esverdeados da mulher- Deixa eu ver isso.

–-Isso é só um sonho, volta a dormir.

–-Se for mesmo é um pesadelo.- Ele a ergueu pela cintura, sem a menor dificuldade em coloca-la sentada na mesa em que estivera dormindo - O que aconteceu?

–- E-e-eu, eu... Caí?- Aquela frase soara mais como uma pergunta do que como uma resposta

–-Uhun... –Ele pegou a garrafa que estivera bebendo, ainda pela metade, molhando um pouco a beirada do lenço que pegara- Vai arder um pouco...

O contato do álcool com a ferida exposta ardia mesmo. E muito.

–-Gnnn...- Ela tentava segurar o arquejo de dor

–-Calma, já foi.- Ele amarrou o tecido no lugar- Quer que eu peça pro médico do navio dar uma olhada?

–-Não precisa.- Ela pulou de volta pro chão.- Bom... É melhor eu varrer isso...

–-Deixa pra fazer isso amanhã.- Ele se espreguiçou- ‘Tá tarde já.

–-Verdade...

Ele arregalou os olhos.

–-Você concordou comigo? Sério?

Ela deu um sorriso de leve.

–-Já tenho 24 anos agora, não sou mais tão cabeça dura.

–-Tá, e eu sou o Shirohige.

–-Pode ser mesmo ué, eu já disse que isso é um sonho. Além disso, você está bêbado.

–-Então nesse caso...

E ele a puxou pela cintura, quebrando a distância entre os dois com um beijo calmo, doce e leve. Do jeito que devia ser.

–-... Nesse caso eu posso fazer isso sem levar um chute.- Ele riu, colando a testa na dela- E... posso passar a noite aqui.

Ela sorriu, enroscando os braços no pescoço do mais alto.

–-Não abuse. Você tem que voltar pra sua tripulação, capitão.

Ele soltou um sorrisinho. Sabia que não seria fácil daquele jeito.

–- Nós já vamos amanhã. Vai me esperar?

–-Depende... Você vai voltar?

Mas ela não precisava de uma resposta.

Porque no fundo, ela sabia que o mais irritante em Akagami no Shanks era que ele sempre, SEMPRE conseguiria fazê-la esperar.


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Notas finais do capítulo

Alguém ai sabe o nome do médico do navio do ruivo? Eu fiquei em dúvida entre o Rockstar e o Ben alguma-coisa então... resolvi botar o genérico. Não ficou exatamente do jeito que eu queria mas foi! Tava bem melhor na minha cabeça... Bom, é isso! Até a próxima! o/P.S.: perdoem qualquer erro.



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