Novamente Você escrita por Letícia Castanheiras


Capítulo 18
Capítulo 18




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Capítulo 18

A viagem duraria três dias, então Teresa começou a nos distribuir. Ela colocou Brenda no quarto da Vanessa, pra que essa pudesse a ajudar devido à cegueira. E eu e Gally nos instalamos em outro quarto. Não me importei com isso no começo, até Gally começar a me encher a paciência com perguntas que eu não saberia responder.

— Então cara, como vai ser? Você e a Teresa vão ou não ter esse bebê? Você sabe que as nossas vidas depende nisso.

—Eu sei, mas no momento não vai rolar. A Teresa me viu beijando a Brenda, ou melhor, a Brenda me beijando.

— Você é um tremendo mértila mesmo, Thomas. Como faz isso? Eu pensei que você estava certo de que amava Teresa, mas pelo jeito ainda não escolheu quem é o grande amor de sua vida.

— É a Teresa, eu não tenho dúvida nenhuma. Fui pego desprevenido, Brenda praticamente me atacou quando me aproximei dela, ai Teresa viu e tirou conclusões precipitadas.

— Então o que vai fazer agora? Tentar reconquistar a senhorita coração de gelo ou voltar pra braços da ‘doce’ Brenda? – Eu ia responder, mas ele me cortou – Não querendo te pressionar, e nem querendo interferir na sua decisão, mas cara, eu não to a fim de morrer por causa desse vírus maldito. – Isso porque ele não estava querendo me pressionar.

— Eu não vou desistir de Teresa, é com ela que quero ficar pro resto da minha vida. Se dependesse só de mim, nós já estaríamos encomendando esse bebê o mais rápido possível. Mas eu tenho que respeitar o tempo de Teresa, tenho que esperar ela entender que não há outra maneira, não só por causa do mundo, mas também porque nos amamos.

— Eu acho que o filho de vocês vai ser bonitinho, claro, se puxar a mãe – Disse ele zombando da minha cara – Se eu fosse você acabaria logo com esse sofrimento e iria bater lá na porta do quarto dela.

— Ela vai me expulsar aos gritos dessa vez.

— Não deixe tempo pra isso. Faz assim: bate na porta e se esconde, quando ela abrir você a agarra, lhe tasca um beijão desentupidor de pia, a leva pra cama e fala assim, ‘Teresa, eu quero, eu sei que você também quer. Então que se foda o resto, vem cá neguinha, vamos fazer amor’. E pá, pronto, você engravida ela. – Gally disse isso com tanto entusiasmo, que eu me assustei.

— Agora eu entendo o porquê de nunca ter te visto com uma mulher até hoje. Elas devem fugir de você que nem gato foge da água – Disse realmente surpreso pela falta de bom senso dele.

— Qual é, as mulheres gostam disso, de ter um macho Alfa na cama – Ele me olhou cínico, então sabia lá vinha mais merda – Tenho certeza que o Andrew deve ser assim com ela na cama, afinal, o cara a engravidou duas vezes em seis meses. Eu tiro meu chapéu pra ele.

Ok, e mais uma vez o senhor perfeição levando os créditos por algo que ele não fez realmente.

 - Foi inseminação artificial seu plog. Andrew nunca tocou nela dessa maneira. Teresa ainda é vir... – Me toquei de que se falasse isso ele iria fazer um carnaval, parei no meio da frase, mas infelizmente Gally já tinha entendido.

— MENTIRA!!!  Eu pensei que você já tivesse resolvido esse problema já na época em que estavam na CRUEL, mas não? Você era virgem até pouco tempo então? Foi com a Brenda, não foi? Ela que tirou a sua virgindade – Ele ria da minha cara, como se isso fosse a coisa mais engraçado do mundo.

Nesse momento me arrependi de não ter pedido um quarto só pra mim. Agora eu que teria que aguentar Gally me zoando a viagem inteira.

Já era de madrugada, o Berg estava em total silencio, meu companheiro de quarto dormia profundamente e o sono pra mim não vinha. Cansado de ficar deitado decidi ir até a cozinha tomar um copo d’água, fui apenas de bermuda já que provavelmente as únicas pessoas que estavam acordadas era o pessoal da cabine do piloto.

 Abri a geladeira e me servi. Enquanto matava minha sede, sentei na bancada da cozinha e comecei a observar o local. Se não estivéssemos voando, qualquer um diria que aquilo era uma casa e a das mais bem confortáveis e aconchegantes. Imediatamente meus pensamentos foram pra longe, onde eu e Teresa pudéssemos ter uma casa como essa e sermos muito felizes juntos. Nós e nossos filhos. Num mundo que não fosse mais tão ruim assim, onde não houvesse mais perigo iminente, onde eu pudesse ter como vizinhos o Gally, a Thaís, Minho, Vanessa e todos da comunidade. Onde eu me sentisse plenamente feliz e realizado ao lado das pessoas que amo.

 Algo, ou melhor, alguém me tirou de meus pensamentos. Alguém que estava usando a meu ver, uma camisola de seda muito provocante e que nem ao menos percebeu que eu a observava. Ela abriu a geladeira, procurando a garrafa de água que estava comigo.

— Está procurando isso, senhorita Agnes? – Disse levantando a garrafa.

 Ela soltou um gritinho de susto e depois me fitou, tentando aparentar estar brava.

 - Thomas, nunca mais faça isso, você me assustou. – Ela disse não conseguindo tirar os olhos de meu peito desnudo.

—Você também está uma gracinha com essa camisola – Falei malicioso. Ela corou e depois fechou ainda mais a cara – Desculpa, eu só queria fazer seu susto passar.

 Pensei que ela mais uma vez me deixaria falando sozinho, mas não, ela simplesmente tomou a garrafa da minha mão, pegou o copo em que eu estava bebendo e tomou água nele.

 - Pensei que você sentisse nojo de mim. Mas pelo jeito tivemos um grande progresso com você bebendo no mesmo copo que eu – Disse meio pra descontrair, mas parece que ela levou a sério.

— Se eu sentisse nojo de você, não teria te beijado há algumas horas atrás – Ela disse seca.

Conhecendo Teresa Agnes como eu conhecia, sabia que isso era um ponto de partida pra iniciarmos uma conversa, só que claro, ela não iria dar o braço a torcer, então eu, humildemente por fora, mas muito feliz por dentro, comecei:

— Ok, sem nojo, sem arrependimentos, sem negar que nos beijamos. Vejo que eu ainda tenho alguma chance com você – Coloquei vagarosamente minhas mãos encima das dela, que estavam na bancada, e ela por um milagre não as moveu.

— Nós vamos ter esse bebê Thomas – Disse olhando pra vazio – O mundo não pode se acabar apenas por uma birra minha. Quando chegarmos à CRUEL vou começar a me preparar tomando os remédios, as vitaminas necessárias, assim como fiz antes e quando tudo estiver certo, nós fazemos a inseminação.

Eu não iria discordar dela em nada, mas como disse antes, eu ainda iria convencer Teresa Agnes de ter esse bebê da forma convencional, com amor.

—Só que tem uma coisa que você precisa fazer antes – Ela me tirou de minha ideias – Você vai ter que falar com Brenda, explicar o que vai acontecer. Então se ela aceitar vai estar tudo bem.

 - Mas por que quer que fale com Brenda? O que ela tem haver com isso? – Ela me olhou como se afirmasse que eu soubesse a resposta – Nós não temos nada. Naquela hora ela me beijou sem eu saber que isso aconteceria. Fui pego desprevenido.

 - Mas pra ela, vocês ainda estão namorando. – Teresa disse tentando controlar a voz.

— Se esse é o problema, eu resolvo isso rápido – Disse já me levantando – Vou lá agora fazê-la entender que não há nada entre nós dois.

Teresa segurou meus braços, me impedindo de prosseguir.

— Thomas, no momento eu não quero saber de nada disso, mas eu te proíbo de ir lá e falar isso pra ela. Brenda não pode sofrer fortes emoções enquanto não fizer a operação. Já está sendo muito difícil conseguir controlar a coagulação com ela tranquila, imagina se você fala uma coisa dessas pra ela? Você quer que ela fique cega de vez?

 - Claro que não. Mas Teresa, eu não aguento mais isso. Sempre que começamos a nos entendermos vem alguém e atrapalha. Até quando isso vai continuar? – Disse realmente inconformado.

 - Vamos dar tempo ao tempo, Thomas. Não ache que está sendo fácil pra eu ter que esconder meus sentimentos, mas não há outra alternativa no momento.

 - Então quer disser que você ainda quer ficar comigo? Que aceita a minha proposta de namoro? – Disse confiante.

— Eu acho que esse vírus deve ter comido todos os meus miolos – Olhei pra ela sem entender – Eu estou tentando dizer que sim, Thomas, eu aceito ser sua namorada.

 Senti dor na face de tão largo que foi meu sorriso. Ela disse sim, ela aceita namorar comigo. A emoção era tanta que nem cabia dentro do peito. Peguei Teresa nos braços e a beijei apaixonadamente e essa, retribuiu meu beijo de imediato.

 Eu precisava sentir cada pedaço do corpo dela junto ao meu, precisava mostrar pra meu corpo que ela estava ali, então a apertava cada vez mais.

 - Thomas, você está me esmagando – Ela disse entre nossos beijos.

 - Desculpa, mas eu não vou te soltar. Eu preciso te sentir, ter a certeza de que isso não é um sonho bom do qual daqui a pouco vou acordar.

 Sem soltá-la, prensei Teresa na parede e comecei a beija-la freneticamente, minhas mãos percorriam boa parte do seu corpo e as dela estavam tendo o mesmo trabalho com o meu. Senti o aroma de seu pescoço e comecei a distribuir beijos ali, assim que comecei, ela gemeu e isso me estimulou ainda mais e intensifiquei o que estava fazendo a ponto de ter a consciência de que ficariam marcas ali. Sem controle algum sobre meus atos, puxei suas pernas para cima, as fazendo se agarrar ao meu quadril. Tudo estava muito bom, até o momento em que senti uma fisgada no meu abdômen.

— Ai, por que me beliscou? – Disse a soltando delicadamente e olhando pra roxo que já se formava no lugar.

— Porque acho que nós estamos passando dos limites. O seu amiguinho ai em baixo se animou um pouco mais do que devia – Falou enrubescida.

 Foi quando me deparei com uma protuberância no meio das minhas pernas, realmente, alguém tinha se animado bastante. Olhei para Teresa, mas ela encarava o chão, como se algo muito interessante estivesse ali.

— Não precisa se envergonhar, isso é apenas mais uma das consequências do nosso amor – Falei levantando seu rosto pra me olhar – Mas tudo bem, você está certa, passei dos limites, é melhor pararmos por aqui antes que eu não consiga me controlar.

 Fui lhe dar um selinho, com a intenção de nos despedirmos, mas esse selinho acabou se tornando mais intenso, mas dessa vez não era eu que estava forçando a barra, mas sim ela.

 - Teresa, não me provoque senão não consigo me controlar – Disse enquanto ela me puxava pra mais perto.

 - E quem disse que quero que se controle, senhor Thomas? – Ela disse com um olhar provocante.

 - Cada a Teresa envergonhada de alguns segundos atrás?

— Eu já estou cansada de fazer sempre o certo e me dar mal. Então aproveite, me beije e me acaricie enquanto ainda podemos Thomas, eu não sei quando voltaremos a ter um momento a sós assim.

 Sem pensar duas vezes, novamente a prensei contra a parede e nos beijamos de uma forma sensual, provocadora. Claro que não teríamos nada naquela noite, por mais que ela estivesse naquele estado, sei que ainda não estava pronta para algo mais intenso. Mas apenas o fato de eu poder estar proporcionando prazer naquela forma pra ela, já me deixava plenamente satisfeito.

Enquanto tentava abaixar sua camisola, que estava muito acima da onde devia estar, ela sem querer acabou esbarrando a mão no meu membro já totalmente ereto e aquilo foi a gota d’água pra mim. Eu dei um urro de prazer que tentou ser contigo com um beijo, mas já era tarde demais, alguém havia escutado.

 - Quem está ai? Thomas é você? – Brenda estava praticamente na nossa frente.

 No começo parecia que ela estava nos vendo, pois estava muito concentrada com o olhar a onde estávamos, mas imediatamente depois, ela esbarrou na bancada a sua frente. Ela não estava enxergando, era só uma ilusão da minha cabeça.

 - Thomas, é você? – Brenda perguntou novamente enquanto se aproximava mais ainda.

 Pensei em ficar quieto e tentar sair dali com Teresa, mas não haveria como, o corpo de Brenda bloqueava toda a passagem.

 Sem saber o que fazer olhei para Teresa, e ela me indicava que era pra eu falar alguma com Brenda que estava se aproximando de nós mais e mais.

 - Sou eu sim, Brenda.

 - Você está bem? Te ouvi gemendo, tá acontecendo alguma coisa? – Ela perguntou desconfiada. Eu precisava pensar rápido.

 - É que eu vim tomar um copo d’água e sem querer bati meu dedinho do pé em uma cadeira – Falei, chegando perto dela e a puxando pra longe da onde Teresa estava para que esta pudesse sair dali.

 - Ah, tá. – Ela não estava com uma expressão de que tinha acreditado naquilo.

— E você, por que saiu do quarto sozinha? Cadê a Thaís?

— Eu também fiquei com sede. Ia chamar a Thaís, mas ela estava dormindo tão profundamente que não tive coragem de acorda-la, então decidi vir sozinha, devagar pra não esbarra em nada. Fiquei com medo de aqui não ser a cozinha e acabar me perdendo, mas ainda bem que você teve a mesma ideia que eu. Agora me sinto segura. – Brenda disse me abraçando e tentando me beijar.

 Desviei meu rosto com a desculpa de pegar um copo pra ela. Enquanto esta bebia a água, procurei Teresa pela cozinha, mas ela já não estava mais lá.

 Levei Brenda para seu quarto, não sem antes ela me pedir para dormir comigo. Dessa vez fiquei aliviado por Gally estar no mesmo quarto que eu, e foi essa a desculpa que dei a ela.

 - Tudo bem então, mas me promete que amanhã cedo vou vem aqui me ver?

— Prometo. – Falei enquanto a colocava na cama e a cobria.

 - Hei!!! Isso aqui é um quarto de respeito, eu não quero putaria aqui dentro não, já to avisando – Thaís esbravejou com um olho aperto e o outro fechado e logo em seguida voltou a dormir de novo.

 Sai do dormitório das meninas e fui em direção ao meu, até que tive uma ideia no meio do caminho.

— O que você está fazendo aqui? – Uma Teresa sonolenta abriu a porta de seu quarto.

— Eu precisava te ver – Disse já entrando, mesmo sem ser convidado.

— Mas nós acabamos de nos ver – Ela disse com a mão na cintura, tentando aparentar estar brava.

— Não foi o suficiente, mesmo que eu pudesse ficar 24 horas do seu lado, ainda não seria o suficiente – Cheguei perto e beijei delicadamente seus lábios.

— Acho que nós já fomos longe demais por hoje. Precisamos nos controlar Thomas, pelo menos até boa parte dessa história ser resolvida.

— Eu sei. Mas a única coisa que quero agora é ficar junto com você, sem beijos maliciosos, sem carícias quentes. Eu quero apenas poder sentir seu cheiro, te colocar em meus braços – Olhei profundamente em seus olhos e fiz uma cara de cachorro pidão – Será que posso dormir aqui com você está noite?

— Promete que é apenas pra dormir, sem nenhuma tentativa mais ousada? – Ela disse começando a rir da cara que eu estava fazendo.

— Prometo.

— Então tudo bem – Teresa me puxou para cama se aninhando em meus braços.

E assim eu tive a melhor noite da minha vida, com meu grande amor dormindo abraçada a mim. Não precisava de mais nada naquele momento. Se o mundo acabasse agora, eu morreria plenamente feliz.


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