O amor, ele e ela. escrita por Senhorita Bela


Capítulo 1
Precisamos conversar.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! É o seguinte, este é o meu primeiro drama e gostaria de saber o que vocês acharam dele, por isso, agradeceria se comentassem, mas se não quiserem, respeito a escolha.
Aproveitem:)



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Ás vezes, o mundo é um lugar estranho. Simplesmente estranho, não é bizarro, não é louco, é simplesmente estranho. Coisas que acontecem em horas erradas, pensamentos inconsequentes que deveriam ser apenas pensamentos acabam se tornando realidade. É estranho. Apesar de ser assim, o amor ainda existe e, existem seres que ainda conseguem viver aqui.

-----*-----

Eles acabaram de voltar da casa de uma amiga, o caminho silencioso. Ele, preocupado com o que se passava na cabeça da esposa. Ela, preocupada com o que ele pensaria sobre o que ela estava pensando. Está tarde, estão cansados. Vão para o quarto e se arrumam para dormir.

Agora ela se encontra sentada na cama. Juntando coragem para começar a falar. Ele sai do banheiro, os cabelos molhados, vestido com uma camiseta e uma calça de moletom, a noite estava fresca.

-Precisamos conversar. - ela diz num tom um pouco ansioso.

-Claro. Sobre o que quer falar? - ele pergunta tranquilo.

-Eu quero tentar de novo. Sabe, ter filhos.

-O que faz você pensar nisso. - seu tom é um pouco mais sério agora.

-Ver o filho da Ana. Me senti tão bem. - ela suspira.

-Você tem certeza que está pronta? Depois daquilo... Não acha que seria melhor esperar?

-Esperar o que? Não é como se tivesse acontecido ontem.

-Não foi isso que eu quis dizer.

-Foi sim. Você acha que eu sofro o tempo todo por causa disso.

-Não, eu não acho.

-Acha sim! Todos acham isso!

-Não grite. - ele se mantém calmo.

-Como não gritar? Você acha que eu vivo dentro de uma bolha de melancolia!

-Você sabe muito bem que eu não penso isso. - ele eleva o tom.

-Então me diga o porquê. Por que eu tive que fazer terapia? Por que eu tive que falar dos meus problemas com um estranho? Por que não conversamos?

-Acha que eu não tentei? - ele eleva mais o tom. - Eu tentava conversar com você, mas no momento em que eu começava a falar sobre o que aconteceu, você dizia que estava cansada e que não queria falar daquilo agora. Eu juro que eu tentei, mas você nunca queria conversar. Depois de um tempo nós mal nos falávamos! Sabe o que foi isso para mim? Você vivia no modo automático. Acordava, trabalhava, voltava, dormia. Você precisou fazer terapia porque eu não aguentava mais você tão longe de mim! Sim, você criou uma bolha de melancolia. É verdade. Teve que falar com um estranho porque não falou com nenhum conhecido. Todos que te amavam queriam ver você feliz novamente, mas parecia impossível. A terapia salvou nosso casamento. No momento em que você voltou a me dar bom dia eu sabia que, aos poucos, você sairia dessa bolha.

Lágrimas escorrem do rosto de ambos.

- E tem mais. - ele diz com a voz embargada - Acha que você foi a única que sofreu? Eu também era pai da criança. No momento em que me disse que estava grávida eu quis fugir, mas também quis gritar de alegria. A primeira vez foi um acidente, mas foi o melhor acidente da minha vida. Eu também era pai da criança. Acha que eu não sofri quando o perdemos? Acha que não chorei? Acha que eu também não fiz terapia? Passei horas sentado naquela poltrona do consultório falando sobre as mesmas coisas, tentando descobrir um jeito de não sofrer, de não me enfiar em uma maldita bolha. - ele se senta na borda da cama, onde ela estava sentada antes. - Além de perder o bebê, eu quase perdi você. O terapeuta dizia que se você não tivesse começado a lidar com isso, você estaria indo em direção ao suicídio. Acha que eu não chorei quando ele me disse isso? Eu também quero um filho. Mas eu não sei se estou pronto para lidar com os problemas se isso der errado de novo.

Ela, com os olhos inchados com as lágrimas, se aproxima dele e se ajoelha ao seu lado.

-Me perdoa? - ela diz entre soluços. - Eu te abandonei quando mais precisávamos um do outro. Eu nunca tinha pensado que você também sofreu. Você estava sempre tão calmo, tão paciente, eu achei que era normal aquilo que eu estava sentindo. Não vai acontecer de novo. Eu não vou te abandonar de novo. Eu lhe prometo. Eu te amo e quero ter um filho com você. Mas quero que nós dois estejamos prontos e, se não estiver pronto agora, tem mais nove meses para se preparar. - ele riu e a puxou para ela se levantar. Deu-lhe um beijo e a abraçou. - Me perdoa.

-Eu sempre te perdoarei. Eu te amo. - ele disse abraçando-a com mais força.

-----*-----

Nove meses depois.

Depois de um longo parto, lá estava ela, chorava alto, mas aquilo era melodia para os ouvidos do pai. Tudo havia dado certo e agora, finalmente veria o resultado da conciliação daquela briga. Ana, a madrinha estava lá também, andando para lá e para cá, contente com a notícia. Quando o chamaram para ir ver as duas, seu coração começou a bater forte.

Tinha seus olhos azuis, as mãos da tia, finas e delicadas, fazia beicinho e olhava para todos os lados, curiosa e delicada. Era uma princesa aos olhos de todos ao redor.

-Conseguimos. - ela disse ao homem que ela amava.

-Sim. - ele sorriu. - Conseguimos.

-----*-----

Ás vezes, o mundo é um lugar estranho. Simplesmente estranho, não é bizarro, não é louco, é simplesmente estranho. Coisas que acontecem em horas erradas, pensamentos inconsequentes que deveriam ser apenas pensamentos acabam se tornando realidade. É estranho. Apesar de ser assim, o amor ainda existe e, existem seres que ainda conseguem viver aqui.


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Notas finais do capítulo

E a? O que acharam?
Beijos.
Senhorita Bela