Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 38
Estou sozinha e a culpa é minha


Notas iniciais do capítulo

Eu morri com todos aqueles comentários cheiroso *O*
E meu Deus!!!!
Estamos com quase 30 favoritos e temos 300 reviews! Eu nunca poderia estar mais feliz!

Colocando as notas finais aqui porque o Nyah não me deixa colocar lá >:(

O Nuno não é o maior cutie pie ♥
Eu ia postar só amanhã, mas eu não sou tão má assim :D
Gente, pelo o que eu to escrevendo, a fic deve ir até o 45, então... Já sabem né. Menos de dez capítulos :3



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Aquilo era um pesadelo, só podia ser. Os dois me olhavam confusos e aterrorizados ao mesmo tempo, eu queria tanto sumir naquele exato instante. Sara deu dois passos para frente e eu recuei automaticamente me aproximando ainda mais de Nicolas. Ela franziu a testa e alternou olhares entre mim e ele.

Eu solucei fortemente e com a razão que ainda me restava, me soltei dos braços dele. Achei que fosse cair, mas minhas pernas já estavam bem mais firmes. Eu passei o antebraço nos olhos para ver se eu conseguia secar as lágrimas que não paravam nunca de cair. Dei dois passos para trás e teria começado a correr, até que Sara falou.

– Rexy... O que isso significa? – Ela me olhou e eu queria morrer com aquele olhar.

Se eu dissesse que não significava nada, Nicolas iria ficar magoado pra caramba, não ia? Afinal, o que tinha para ser ali na verdade? Ele estava apenas me apoiando, não era?

Eu estava tão confusa, mas tão confusa que nada o que passava na minha mente fazia sentido.

– O que está acontecendo? – Ele falou meus olhos se voltaram para ele. – Sara, por que ela está chorando desse jeito?

– Não deveria ser da sua conta. – Ela disse desacreditada. – Por que você liga?

– Por que... – Ele não completou a frase, mas Sara tinha entendido e o sorrisinho que surgiu no rosto dela foi horrível.

– Você sabia disso, Rexy? – Ela apontou para ele. – Você sabia que ele gosta de você?! - Eu soltei um gritinho abafado e ela riu. – Ah, que ótimo! Agora não basta o bosta do clube de artes, você tem meu irmão também?! Meu próprio irmão! – ela gritou.

– Sara. – Ele a chamou em um tom repreensivo.

– Cala a sua boca Nicolas! – Ela não desviou seu olhar de mim e eu me encolhi. – Você sabia que eu te amava este tempo todo e, poxa, eu achei que você me amasse de volta!

– Eu amo! – Eu gritei e me arrependi logo em seguida.

– O que...? – Nicolas olhou para mim e eu baixei o olhar. – Você a ama?

Eu realmente não sei para quem ele estava dizendo isso. Queria tanto que a descrença dele estivesse voltada pelo fato de que Sara me amava, mas ao mesmo tempo eu sabia que estava direcionada a mim. Tudo estava uma bagunça! Meus pensamentos, meus sentimentos e meus atos tudo misturados e sem sentido algum.

– Isso não é justo! – Sua voz estava estridente e parecia quebrar tudo a sua volta. – Eu te amo desde o momento em que eu te olhei e agora eu passo por isso?! Fala alguma coisa, Roxy!

Só o fato de ouvir uma única letra ser troca no meu apelido, a palavra saindo da boca dela soava desconhecida para mim. Meu coração parecia estar se rasgando em pedaços. Quando só para piorar eu vejo Nuno se aproximando lentamente da nossa confusão. Ele não disse nada, apenas observou de longe. Finalmente fiz um amigo fora da porra da minha zona de conforto e eu já estava o perdendo.

– Roxy! – Ela gritou e se aproximou mais de mim.

– Sara! – Nicolas a chamou e eu não consegui retirar meus olhos do chão. – Pare com isso!

– Para com o que?! Querer respostas?! Eu amo esta garota desde que me entendo por gente e agora ela está me enganando... – Sua voz estava tão, mas tão magoada e sua última frase saiu mais como uma pergunta do que como uma afirmação.

– Eu não estava enganando ninguém! – Eu finalmente consegui levantar minha cabeça e olhar para os dois que pareciam à beira do puro desespero. Sara já estava quase chorando e Nicolas parecia que estava mais do que desesperado. – Eu nunca enganei ninguém!

– Onde você estava ontem? – Seus olhos prenderam os meus e eu não consegui mentir ou falar qualquer outra coisa.

– Sara. Para – disse Nicolas tentando fazer com ela parasse, mas tudo o que Sara fez foi se tornar para ele.

– Ela estava com você, não é? Pai disse que você saiu ontem também, para algum evento de música idiota e Roxy nunca sai sem mim. Então...

Meu peito doía com a força dos meus soluços e eu não conseguia acreditar na forma como tudo estava desmoronando ao meu redor. Nicolas estava imóvel e seu rosto pálido demais para que eu acreditasse que ele fosse reagir.

– Então me diz a verdade Roxy. – Seus olhos marejaram. – O que tem entre você e o cara do clube de artes?

– Ele é meu amigo! – Minha voz estava rouca e minha garganta doía.

– Isso foi o que falou do meu irmão... Falou pra mim que ele era um amigo! – Uma lágrima desceu pela sua bochecha e a partir daí foi incontrolável. – E ontem você saiu com ele sem nem ao mesmo me dizer nada! Completamente escondido!

Imagine-se em um quarto com paredes brancas iluminado e manchas pretas começam a lentamente aparecer em vários lugares até que elas começam a tomar conta de tudo levando consigo a claridade. No completo escuro então tudo vira de cabeça para baixo e sons de estilhaços são ouvidos. Gritos, choro, raiva. Você sabe que está um inferno fora daquele quarto, mas a escuridão está de enlouquecendo e você pode jurar que o vidro quebrando está vindo lentamente em sua direção. De repente o quarto desaba e você se vê sem saída nenhuma.

Essa era a minha mente.

Por que tinha que ser assim? Não era a minha intenção! A porra do meu coração não conseguia esquecer nenhum dos dois e eu não conseguia assimilar as coisas que Sara estava falando e nem mesmo imaginar o que Nicolas estava sentindo. O quarto escuro quebrando estava passando da minha mente para o meu coração e doía tanto.

– Roxy... – Nicolas disse meu nome com uma voz tão machucada que meus joelhos que tinham voltado a ficar bambos, finalmente cederam.

Eu teria caído com tudo no chão se alguém não tivesse me segurado. Não levantei meus olhos para ver quem era já que pelo olhar enraivecido de Sara entregou na hora que era. Escutei um suspiro dele e assim que me ajudou a ficar em pé, me apoiou em seu tórax. Seu braço estava passado em meus ombros, praticamente me embalando.

– É o suficiente. – Ele disse.

– Puta merda, você mentiu?! – Eu só escutei a voz dela, mas eu conseguia sentir a quão magoada estava. Não era nada daquilo que estava dizendo. Por que Sara?

– Cala a boca, garota. – Eu olhei para ele incrédula. – Roxy é apenas a porra de uma amiga e se você fosse ao menos isso dela, se você a amasse do jeito que tanta afirma amar, acreditaria nela. – Ele deu um risinho. – Acho que a mentirosa aqui é você. As coisas que acabou de falar são tão erradas que não faz sentido na minha cabeça a suposta melhor amiga dela estar dizendo isso. – Ele me abraçou por completo e minha cabeça ficou de encontro com sua camiseta.

– Você tem noção do quanto é insuportável aguentar essa garota falando de você? - Ele continuou. - Eu consegui entender o que está acontecendo aqui e ao invés de dar um tempo para ela pensar vocês estão apenas a atacando. Como pode sequer pensar em cobrar respostas sendo que ela não consegue pronunciar nada sem gaguejar e ser interrompida pela porra de lágrimas. – Acho que então ele se virou para Nicolas. – Ela disse que te ama? Com todas as palavras?

– Não. – A resposta dele foi clara e rápida, mas consegui perceber mágoa nesta única palavra.

– Entendeu garota? Roxy não te enganou em momento nenhum, até por que, pelo que eu entendi tudo o que você fez foi supor que ela te ama, não foi?

Sara não respondeu e poucos segundos depois Nuno suspirou pesadamente. Ele abriu os braços e me afastou com cuidado, olhou nos meus olhos e parecia procurar algo muito importante dentro deles. Entendi então que ele tinha feito tudo o que podia para me ajudar, que o resto dali por diante estaria por minha conta e risco.

– Vou tirá-la daqui agora. – Ele olhou para os dois. – Não se atrevam sequer pensar em falar com ela hoje. A deixem pensar.

Envolvendo novamente meus ombros com seu braço, não me deixou olhar para eles e apenas me encaminhou para o ponto de ônibus. Nem Sara e nem Nicolas pareciam estar nos seguindo, mas mesmo assim só de pensar dos olhos inquisidores e magoados deles me deixou mais desesperada do que antes. Ele tirou das costas minha mochila e me entregou.

– Eu realmente recomendo que você pense seriamente em como vai resolver isso. – Ele suspirou e eu apenas assenti. – Eu disse aquilo, mas você não pode ficar brincando de gato e rato com eles. Tem que escolher um mesmo que isso signifique magoar o outro profundamente.

Eu funguei e assenti novamente. Ele passou a mão nos meus cabelos e por um instante e pela primeira vez na vida eu senti como se ele fosse meu irmão mais velho.

– Qualquer que seja sua decisão, eu vou te apoiar. – Ele deu um pequeno sorriso e deu sinal para o meu ônibus. – Vai para casa e descansa.

Definitivamente uma das sensações mais reconfortantes que eu poderia receber naquele momento. Eu assenti novamente e apesar de querer agradecê-lo por ter me tirado de lá, nada saía da minha boca. Entrei no ônibus e controlei o choro até chegar ao apartamento. Corri até o prédio e subi pelo elevador de serviço. Não queria ver o estado da minha cara.

Abri a porta com cuidado e dei graças por nenhum dos dois estar ali. Segui direto para meu quarto e ali descarreguei tudo o que senti. Chorei tanto que não sabia da onde eu estava tirando tantas lágrimas. Minha garganta doía tanto e eu soltei um grito. Literalmente gritei.

Nicolas foi o maior filha da puta no começo de tudo, mas aos poucos se arrependeu e começou a tentar melhorar todas as merdas que tinha feito. Sofreu um puta acidente, mas mesmo assim continuou tentando se redimir. Descobrimos todas as merdas que aconteceram com ele e como ele passou todo esse tempo achando que Sara não estava nem ai para ele. Mesmo assim...

Todas as cenas de nossas conversas sobre bandas, séries e as incontáveis risadas sobre comentários idiotas sobre algo que ele fez contribuíram para meus sentimentos mudarem um pouco de rumo, não foi?

Agora, Sara era a minha melhor a amiga. A garota que confessei todos os tipos de coisas que passei, que estava passando e que tinha medo de perder. Meu coração acelerando toda vez que ela chegava mais perto entrou na minha cabeça como um pensamento culpado e também traiçoeiro.

Quando ela me beijou eu achei que nada mais no mundo importava, a sensação foi tão maravilhosa e... Parecia que enquanto nossos lábios estavam encaixados tudo na minha vida estava completo, mas assim que nos separamos e eu percebi o que tinha acabado de acontecer e percebi que aquilo estava realmente aconteceu, eu entrei em desespero.

Mas por que ela precisava ter dito todas aquelas coisas?

Não, ela precisava sim. Ela estava se sentindo traída e eu não tiro a razão dela em instante algum. Se fosse eu no lugar dela, provavelmente teria dito uma reação muito pior. Muito pior mesmo. Meu gênio provavelmente teria me levado a fazer muito mais do que gritar coisas ruins para ela.

O que mais me atormentava é que desta vez a culpa era realmente minha.

Eu estava sozinha nessa.


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