Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 17
Família Morgan


Notas iniciais do capítulo

Resolvi postar por que recebi esses dias um comentário em cada capítulo pela diva da Leijon Aya que começou a ler agora! Obrigada a todos que comentam, vocês são a única força que tenho para continuar esta fic

Este capítulo não é do ponto de vista da Roxy~



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Ele observou Roxy sair batendo a porta e com um suspiro se virou para ir à cozinha. Com passos lentos, ele pegou um copo de água já que se encontrou com a garganta seca após a “conversa” que teve há instantes. Sua cabeça latejava do lado direito e perguntou-se como podia ser tão burro. Burro ao ponto de achar que ela acreditaria que estava arrependido tão fácil.

Ele, na verdade, não estava tão arrependido quanto dizia. Sabia que tinha feito merda, que Sara ainda era a sua irmã e que foi completamente idiota o que fez, mas ele era orgulhoso demais para que aceitasse em seu coração completamente que estava errado.

Entenda que ele não era uma pessoa com um bom gênio e para completar era muito orgulhoso. Nunca imaginaria que estaria dizendo tão abertamente que estava arrependido para Roxy ou para Sara – que insistia em simplesmente ignorar seus pedidos de desculpa – não entendia por que estava tentando tanto. Passou a mão nos cabelos e desfez o coque.

Tinha que cortar o cabelo, estava grande demais. Aquilo estava apenas trazendo memorias ruins. Ouviu a porta da frente e soube que era sua mãe. Esperou na cozinha, encostando o quadril na bancada e brincando com o elástico preto.

– O que foi? – sua mãe tinha um tom cansado e ele sabia que ainda estava magoada. – Está cabisbaixo – mas não deixava de ser sua mãe.

– Eu quero cortar o cabelo – disse simplesmente.

– Claro – ela pegou a carteira e deu dinheiro para ele. – Tem um salão aqui na esquina, você sabe onde fica. Estão abertos agora e não está cheio.

– Valeu – ele amarrou de novo o cabelo e pegou o dinheiro da mão dela. – Já volto.

– Ok – foi a resposta dela.

Enquanto Nicolas saía da casa em direção ao salão simples e vazio da rua, Sara estava em seu quarto com seu laptop em cima da mesa e com a música num volume baixo. Gostava daquele estilo de música mais calmo, a fazia se lembrar de como Roxy reage ao escutá-las. Um pequeno sorriso de lado e aquele olhar um pouco perdido.

Conseguia identificar logo quando ela gostava da música ou só dizia que tinha curtido apenas para agradar. O olhar dela entregava tudo. Quando gostava da música, seu olhar brilhava um pouco e ela parecia conter algo do mundo inteiro, apenas guardando em seus pensamentos, mas quando não gostava era apenas um sorriso e um “a música é bem legal” que Sara obtinha.

Ainda bem que a maioria das músicas que mostrava ela gostava. Passou a mostrar cada vez mais músicas para ela para poder descobrir o que escondia aquele olhar misterioso.

Quando se tratava de Roxy, Sara queria descobrir tudo.

O que a fazia sorrir, rir, chorar, suspirar e até mesmo gritar. Começou a ter essa necessidade a partir do momento em que deu a ela o apelido de Rexy. Sempre a considerou sua melhor amiga, mas aquilo foi algo que a atou a Roxy de tal forma que não conseguia mais passar mais de um dia sem falar com ela.

Este período brigadas a fez tão mal que não conseguia comer. Era tudo culpa dela e isso somente piorou a situação. De verdade, ela não sabia por que tinha dito tudo aquilo. Roxy sempre fez as coisas para o seu bem, para que fosse feliz. Segurou-se tantas vezes antes de partir para cima de alguém por causa do seu toque, do seu pedido e deveria entender que o que Nicolas fez foi o cúmulo de tudo.

– Toque – disse a palavra em voz alta, enquanto a música parecia murmurar.

Estava andando de um lado para o outro pensando e analisando aquela palavra até que resolveu entrar no site da escola para descobrir quantos dias aguardavam o ensino médio. Viu também que receberiam os livros no colégio e com suspiro pensou que tudo o que é bom dura pouco.

Por motivo nenhum, ela se lembrou da cena no banheiro de Roxy.

Estava morta de medo quando abriu aquela porta e ouviu o barulho do chuveiro. Tudo poderia ir por água abaixo no momento em que Roxy a visse, estaria tudo perdido e sua vida não faria sentido se tudo entre elas acabasse.

Deve ter sido isso que deu forças para seguir em frente e encostar-se ao batente da porta.

Pode ter sido milésimos de segundos, mas seu coração parou na hora em que Roxy abriu o Box completamente nua com a água escorrendo pelo cabelo agora curto e caindo no seu ombro. Sua boca se abriu para um grito e tudo o que Sara pensou quando ela gritou foi que precisava imediatamente disfarçar o que estava pensando.

Nunca ela poderia saber. Pegou a toalha rindo do espanto dela – um riso nervoso, mas Roxy não percebeu isso – e brincou com a situação, mas querendo na verdade apenas ficar olhando ela com a pele repleta de gotas de água e as bochechas vermelhas de vergonha. Por que ainda sentia vergonha?

Quando tocou o queixo dela e sua mente dizia que queria fazê-la parar de falar não com palavras, mas com sua boca. Entretanto, sabia que aquilo era mais do que impossível. Ambas choraram e sentir o calor de Roxy naquele abraço a fez chorar ainda mais. Não sabia o que Roxy estava pensando, mas sabia que ela nunca poderia ter o que queria, por isso se separou dela.

Reparou no cabelo dela melhor e as coisas fluíram melhor a partir daí. Sara reparou na música em que estava escutando e seu coração tremeu, mas mesmo assim botou um sorriso na casa e foi para o quarto dela cantando.

Ela achou que colocaria tudo a perder nesse momento. Não pretendia levar as coisas além da brincadeira de duas amigas dançando no quarto, mas apesar de todo seu autocontrole, Sara não resistiu aos olhos dela. Achava-os lindos e intrigantes. Percebeu que a situação estava estranha e riu tirando sarro dela.

Achou que seria o fim até que Roxy tacou o travesseiro nela. Tinha que tomar mais cuidado com aquilo, não podia sair demonstrando o que sentia. Não aquele sentimento e não pela sua melhor amiga. Sentiu os olhos marejarem ao lembrar de novo e de novo e de novo daquela cena. Seu coração estava apertado, mas a mão de Roxy na sua era uma das melhores sensações que já tinha sentido na vida.

Lágrimas escorreram ao dizer para si mesma de que não podia fazer aquilo de novo. Não podia correr o risco de afastá-la mais do que aquela briga tinha feito. As coisas tinham praticamente voltado ao normal, mas Sara notou que cada vez mais seus sentimentos pareciam querer transbordar.

Limpou o rosto com a palma da mão e balançou a cabeça pensando que quanto menos pensasse naquilo melhor seria. Levantou da mesa do computador e abriu seu guarda-roupa tirando absolutamente tudo de lá, fazendo barulho.

– Filha está tudo bem? – sua mãe apareceu depois de um tempo. – Nossa! O que está fazendo?

– Dando uma limpa aqui mãe – Sara disse sorrindo. – Vê aquela pilha ali? – apontou para um canto no chão e sua mãe assentiu. – Pode doar, mas espera eu terminar que eu provavelmente vou separar mais roupas.

– Nossa – Flávia exclamou e sorriu. – Isso é uma coisa que não vemos todo dia! Ok! Vou te ajudar!

Sara era bem apegada com suas roupas então não as doava muito, mas sentia que estava na hora de começar algo diferente. Com ajuda da sua mãe tiraram roupas que não serviam mais, que estavam puídas ou que simplesmente estavam ocupando um espaço desnecessário.

– Só por causa desse seu trabalho todo – sua mãe sorriu ao terminarem de limpar e colocar as roupas em sacolas. – Vamos as compras neste final de semana!

As duas riram e pararam ao ver que Nicolas batia de leve na porta.

– Nicolas – Sara estava de queixo caído. – O que você fez?

– Cortei o cabelo – ele revirou os olhos. – O que vocês fizeram? Isso aqui está uma bagunça.

– Estávamos separando roupas para a doação – a mãe dele disse.

Ele tinha cortado muito e o cabelo loiro pareceu ficar alguns tons mais claros com aquele corte. Seus olhos mel eram vistos melhor dessa maneira e Sara assentiu com a cabeça sorrindo de lado.

– Ficou bom.

– Valeu – ele assentiu e franziu a testa. – Eu tenho algumas roupas que quero me livrar, vou pegar.

Tanto Flávia quanto Sara se encararam surpresas, mas não reclamaram. Era melhor aquele Nicolas de qualquer maneira. Limparam o resto do quarto e ele voltou com algumas roupas e Flávia viu naquilo a perfeita chance de melhor o clima entre todos.

– Vamos os três as compras neste fim de semana! – ela disse. – Seu pai não vai achar ruim - ela sorriu para Sara e Nicolas apenas deu de ombros. – Está combinado então!

Nicolas queria ter rejeitado aquilo imediatamente, mas também queria melhorar as coisas entre eles e por algum motivo viu que Sara estava com uma cara péssima. Imaginou o porquê daquilo e simplesmente voltou para o seu quarto desistindo de achar uma resposta.

Beto chegou pouco tempo depois e conversaram sobre as compras. Achou uma boa ideia e ficou surpreso quando Nicolas desceu para pegar sua janta, tinha gostado do cabelo e quando o elogiou Nicolas apenas o ignorou e subiu para o quarto.

– Você precisa conversar com ele – Flávia disse quando Sara subiu para seu quarto com o prato em mãos. – Não estou dizendo apenas uma conversa sobre o que ele fez a Sara agora, mas sobre tudo o que aconteceu.

– Eu sei – Beto respondeu e suspirou. – Vou falar com ele.


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Notas finais do capítulo

É o seguinte pessoal. Eu queria perguntar que tamanho de fic vocês querem?

Posso terminá-la no capítulo 30 e pouco ou posso fazer algumas coisas (que eu gostaria), mas ela acabaria se estendendo um bocado. Além do 40 capítulos.

Por favor me digam gente!!! É importante para mim ter um feedback de vocês! Importante mesmo.


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DRAMA DRAMA DRAMA DRAMA DRAMA DRAMA DRAMA DRAMA DRAMA DRAMA =D