Alice tentava ignorar o barulho do despertador. Seus fios loiros estavam esparramados pelo travesseiro e os primeiros raios do amanhecer invadiam seu quarto. Ficou encarando o teto por alguns segundos até que finalmente se levantou.Ela sempre fazia o mesmo ritual matinal antes de ir pra escola e depois saia andando apressadamente pelas ruas de Londres até chegar a sua escola. Mas aquele dia foi diferente.

Há uma coisa que você precisa saber sobre Alice, ela gosta muito de azul. Enquanto ela caminhava olhando as lojas que começavam a abrir, e a cidade que começava a acordar uma pessoa passou correndo ao seu lado, Alice sequer teria notado, mas foi uma garota com aproximadamente a mesma idade que a sua, além disso, a garota possuía cabelos brancos algo totalmente fora do comum para uma pessoa tão nova, estava sem uniforme escolar, ao invés disso usava um sobretudo de cor amarelo e em sua mãos havia um relógio.

Alice não costumava desviar seu caminho para a escola, mas ela se sentiu tentada a ir atrás daquela figura curiosa e foi isso que fez. Pequenas gotas de suor se formavam pelo rosto enquanto tentava acompanhar a menina que constantemente falava com si mesma alegando estar atrasada, foi então que ela se deparou com um beco sem saída, e a menina havia sumido. Ela foi chegando cada vez mais perto da parede até que repentinamente caiu em um buraco no chão que ela aparentemente não havia notado.

Durante a queda ela gritou, gritou por aproximadamente um minuto inteiro quando ela notou que o buraco aparentava não ter fim, ela ficou um tempo pensando como poderia haver um buraco tão longo e que não era daquela maneira que ela queria morrer. De repente sua queda foi amaciada por dúzias de colchões que se encontravam ali. Alice olhou para o alto, mas não havia nenhum sinal de como subir aquele buraco, um tempo depois de se recuperar do choque da queda ela resolveu que a melhor coisa a fazer era sair daquela pilha de colchões e tentar achar alguém.

Enquanto mais ela caminhava mais estranho aquele lugar ficava, ela passava por um corredor que tinha diversas portas mas nenhuma delas tinha fechadura ou maçaneta, pareciam portas pintadas até que ela finalmente ela se deparou com uma porta extremamente pequena, do tamanho de uma toca de coelho, mas diferente de todas as outras aquela porta possuía uma fechadura, ao olhar por ela do outro lado viu o jardim mais belo que já vira em toda sua vida e desejou com todo seu coração que pudesse passar por ali. em cima dela havia um pequeno bolo e uma chave. O bolo continha uma etiqueta com as palavras ‘’me coma’’ escritas, já a chave era do tamanho perfeito da fechadura. Ela já havia passado por tantos eventos estranhos que não se importou de comer aquilo, ela pegou a chave e deu uma mordida no bolo quando repentinamente ela começou a diminuir até ficar do tamanho perfeito para passar pela porta, ela encaixou a chave e conseguiu avistar o lindo jardim e foi correndo até chegar à grama verde e se jogou nas flores, o ar daquele jardim parecia hipnotizante e sua beleza infinita.

Quando finalmente se levantou ela avistou uma árvore e enquanto mais se aproximava via a silhueta de uma pessoa, parecia a hora perfeita de arrumar algumas respostas.