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Intransitividade escrita por AmanditaTC
Capítulo 1
Prólogo
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- Você sabe que nós não estamos vivendo uma história de amor, não é? – Esta foi a última frase que ela disse naquela manhã.
Preparava-se para ir ao serviço, vestindo sem pressa o conjunto de saia e blusa verde musgo, a camisa palha, os sapatos do mesmo tom marrom da bolsa. Olhou mais uma vez para o espelho grande a sua frente, certificando-se de que seus cabelos estavam impecáveis no rabo-de-cavalo que insista em usar sempre que havia alguma audiência no Fórum.
Ele se espreguiçou discretamente, ainda embaixo do edredon macio e sorriu. Sim, ele sabia muito bem que não viviam uma história de amor, mesmo que não houvesse aberto a boca para responder.
A mulher, de pouco mais de 30 anos, pegou seus objetos de trabalho, sua bolsa e saiu de casa sem se despedir. Sabia que ele não estaria mais ali quando retornasse na hora do almoço e que provavelmente passariam uns dois dias sem sequer uma conversa ao telefone.
Explicar o que tinham era algo que fugia de sua capacidade, embora ela sempre tivera um jeito especial para as palavras. Conheceram-se há anos e por mais que tentasse, nenhum dos dois consiguia precisar o ponto em que deixaram de se olhar com a admiração de uma amizade sadia para enxergarem-se e, acima disso, desejarem-se como homem e mulher.
A caminho do serviço, dentro do carro, ela pensava o quanto a única idéia que nunca lhe passou pela cabeça pôde ser capaz de mudar o modo como encarava a vida. E mesmo que esta não seja uma história de amor, ela sabia que viveria quantas vezes fosse. É uma história de descobertas e libertações. É uma história sobre a intransitividade de todos os verbos da vida...
Preparava-se para ir ao serviço, vestindo sem pressa o conjunto de saia e blusa verde musgo, a camisa palha, os sapatos do mesmo tom marrom da bolsa. Olhou mais uma vez para o espelho grande a sua frente, certificando-se de que seus cabelos estavam impecáveis no rabo-de-cavalo que insista em usar sempre que havia alguma audiência no Fórum.
Ele se espreguiçou discretamente, ainda embaixo do edredon macio e sorriu. Sim, ele sabia muito bem que não viviam uma história de amor, mesmo que não houvesse aberto a boca para responder.
A mulher, de pouco mais de 30 anos, pegou seus objetos de trabalho, sua bolsa e saiu de casa sem se despedir. Sabia que ele não estaria mais ali quando retornasse na hora do almoço e que provavelmente passariam uns dois dias sem sequer uma conversa ao telefone.
Explicar o que tinham era algo que fugia de sua capacidade, embora ela sempre tivera um jeito especial para as palavras. Conheceram-se há anos e por mais que tentasse, nenhum dos dois consiguia precisar o ponto em que deixaram de se olhar com a admiração de uma amizade sadia para enxergarem-se e, acima disso, desejarem-se como homem e mulher.
A caminho do serviço, dentro do carro, ela pensava o quanto a única idéia que nunca lhe passou pela cabeça pôde ser capaz de mudar o modo como encarava a vida. E mesmo que esta não seja uma história de amor, ela sabia que viveria quantas vezes fosse. É uma história de descobertas e libertações. É uma história sobre a intransitividade de todos os verbos da vida...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Curtinho, eu sei... mas logo eu posto algo mais efetivo!