Snow entrou no castelo ainda secando as lágrimas. Como ele podia ser tão frio? Afinal era a vida dele que também estava em jogo... Ele também não se importava? Também não dava a mínima pra ser infeliz? Ou será que todas as ideias dela de amor não passavam de ilusões bobas? Ela subiu a escadaria principal em direção a seu quarto. “Felizmente ele vai ficar na ala oeste” ela pensou “ menos tempo pra vê-...” Os pensamentos dela foram interrompidos por uma barulho de correria no andar de cima. Ela se apressou em chegar ao topo da escada e, conforme subia, o choro de Arthur se tornava mais evidente. Ela correu em direção ao barulho e viu que havia um entra e sei nos aposentos de Regina

–Mãe – ela falou num sussurro sofrido e correu em direção ao quarto de Regina

Ela já estava na porta, mas foi detida por Michael

–Não Não Princesa!

–Minha mãe! – ela estava quase chorando – O que aconteceu com minha mãe?

–Fique tranquila princesa – a voz dele era um pouco tensa

–Não! – ela gritou – MINHA MÃE! O QUE ACONTECEU COM ELA????

Ela estava desesperada! Já havia perdido uma mãe uma vez...

–Vá ficar com seu irmão – Michael disse tentando acalmá-la

–E meu pai? – ela disse mais calma – Cadê meu pai?

–Seu pai esta no escritório esperando notícias, vá ficar com seu irmão

Johanna se aproximou dela e a puxou

–Venha Snow. Vamos ficar com Arthur

Ela saiu à contra gosto. Ao entrar no quarto do menino, o encontrou já mais calmo no colo da babá. Assim que viu a irmã o menino estendeu os bracinhos pra ela. Ela se aproximou e o pegou no colo, lutava para não chorar

–O que aconteceu? – a princesa perguntou já com o menino abraçado a seu pescoço

As criadas se entre olharam como que pensando se tinham ou não permissão para falar

–Me digam logo! – ela se controlava para não gritar na frente de Arthur

–Sua mãe caiu der repente... Estava com seu pai... Não se sabe o que ela tem... – disse Giovanna, a babá de Arthur

Snow sentou-se e pôs Arthur sentadinho em seu colo. O que Regina tinha? Estava bem de manhã... Estava bem ultimamente. Ela não suportaria perder a mãe de novo... Ela já tinha perdido todo o lampejo de felicidade. Restava-lha sua família: seu pai, seu irmão e sua mãe. Sim mãe. Ela agora a chamava de mãe. Era o que Regina era, sua mãe. Que sorte a dela! Ter duas mães... Uma estava no céu e... “Não... ela pensou. Não não não!!” ela reprimia os pensamentos ruins. Tinha que imaginar que tudo ficaria bem

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O médico recolheu suas coisas após examinar a rainha. Fora difícil tirar o rei dali para que ele pudesse ver o que Regina tinha. Mas por fim ele concordou em esperar no escritório. O médico a observava ainda desacordada. Ela suspirou e, após espreguçar, finalmente abriu os olhos

–Como se sente minha rainha? – ele perguntou

–Me... – ela tentou sentar, mas não conseguiu – Melhor... Eu acho

–Pode me descrever o que sentiu? O rei ficou bem preocupado

Regina pensou um momento. Lembrou-se da sensação da vista escurecendo

–Sim... – ela disse ainda deitada – É o que estou pensando?

Ele apenas balançou a cabeça afirmativamente

–Quer que eu chame o rei?

Ela conseguiu sentar e ele a amparou colocando travesseiros atrás da cabeça dela. Depois foi até o quarto ao lado. Em menos de trinta segundo Leopold já estava a seu lado

–Gina! – ele disse entrando e correndo para o lado dela na cama – Você me mata de susto!

Ela apenas o encarava. Seu rosto não sabia expressar o que ela sentia

–Regina o que foi? O médico disse que você queria falar comigo! – a voz dele era de preocupação

Ela suspirou um minuto e o encarou

–E você ainda pergunta? – ela falou muito séria

Ele ficou sem entender

–Como é?

Ela deu uma risada e ele ficou ainda mais intrigado. Ela chegou bem pertinho dele e falou-lhe ao pé do ouvido

–Goza em mim quase toda noite e reclama quando eu desmaio?

Eles se encararam e um sorriso se formou nos lábios dos dois

–Você vai ser assunto em todas as rodas de conversa: o rei que engravidou a esposa duas vezes mesmo depois dos cinquenta – ela ainda falava baixinho ao pé do ouvido dele quando sentiu-o agarrá-la e beijar-lhe o pescoço indo em direção aos lábios dela

Eles se beijaram entre risos. As línguas não sabiam se riam ou se entrelaçavam

–Hum Hum – o pigarro do médico os separou.Os dois ofegavam

–De quanto tempo? – Leopold finalmente falou

–Creio que quatro semanas meu soberano – respondeu o médico – A rainha está bem e o ocorrido foi apenas um sintoma. Não há porque mudar nada no dia a dia... Hum... Enfim... Mais alguma dúvida?

–Não respondeu Regina – apenas chame minha filha e peça para que ela venha e traga o príncipe

O médico fez uma reverencia e quando ia sair Leopold o deteve

–Ah e, não conte nada antes de dizermos à princesa

O Medico fez outra reverencia e saiu. Assim que a porta se fechou ele a beijou cheio de desejo

–Grávida de novo meu amor – ele dizia entre os beijos entre a boca e o pescoço dela

–Outro filho! – ela sorria enquanto o afastava, fazendo olhar para ela

Leopold sorriu e acariciou o rosto dela

–Eu te amo Regina ! – ele disse com carinho – Obrigado! Obrigado por me tirar da vida que vivi por quatro anos!

Ele a puxou para outro beijo. Na mente dele, porém só uma coisa pairava “Ele realmente se apaixonou por mim”

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Snow tinha saído para o jardim. Tentava acalmar o pequeno Arthur que não parava quieto. “Por que tanta demora?” ela pensava. Aquela espera só aguçava mais a suspeita dela de que algo estava muito, mas muito errado.

Arthur corria pelo jardim e Snow o acompanhava, até que o menino esbarrou em outra pessoa. Snow, que apenas olhava o chão, levantou os olhos. O que ele estava fazendo ali? Era perseguição?

–Cuidado pequenino! – James o Pegou no colo. O menino sorriu para o jovem e aquilo irritou Snow profundamente

Ela foi até ele e tomou o menino com a cara emburrada

–Calma!

Ela ajeitou Arthur no colo. O menino fazia que queria voltar para James

–Não Arthur! – ela repreendeu o menino antes de se virar para James – Achei que estivesse em seus aposentos?

–Estava uma correria enorme lá em cima... Quis um pouco de sossego... – James respondeu. Seu tom não definia se estava sendo irônico ou não

–Conta outra! – ela pôs Arthur no chão, mas segurou a mão do menino – Seus aposentos ficam BEM longe do quarto dos meus pais

–O que não significa que estava agradável...

Snow franziu o cenho

–Ah que foi – ela imitava voz de criança – O neném não ta gostando da hospitalidade? Quer uma chupeta do Arthur?

O rosto de James ruborizou de raiva. Como ela podia ser tão irritante? Ele ia responder, mas um criado se aproximou correndo

–Majes.. tade.. – ele bufava – finalmente lhe achei

–E minha...

–É justamente isso... Seus pais lhe chamam – ele disse recuperando o fôlego – e também o príncipe

Snow pegou Arthur no colo e saiu sem olhar pra trás, deixando um James ainda irritado.

–Serio que eu vou ter que casar com isso? – ele disse com uma voz de deboche

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Considerando que o quarto de Regina ficava bem distante do ponto do jardim em que estava, pode-se dizer que Snow fez o caminho em tempo recorde, mesmo carregando Arthur. Ela se aproximou da porta e bateu

–Entre filha – Leopold respondeu lá de dentro

Ela entrou e pôs o irmão no chão. O menino correu para os pais

–Mamã! – ele disse subindo na cama e indo para o lado de Regina

Snow encarava os pais enquanto se aproximava da cama. Eles tinham expressões enigmáticas

–O que aconteceu – ela disse já perto da cama, em pé ao lado do pai – fiquei com tanto medo!

Regina estendeu o braço livre e leopold se afastou um pouco. Ela se sentou ao lado da madrasta e deitou no ombro dela

–Pensei que... Mãe o que você tem? -ela se levantou e encarava Regina – É grave? Pode me contar... Eu sou... – ela quase chorava

–Snow – Regina a interrompeu –Shi! – ela acariciou o rosto da menina – Tudo bem! O único de grave é que vou ter que refazer meu dia a dia pra cuidar de vocês três

Snow abriu um sorriso radiante

–Mãe! Você... você...

–To grávida de novo Snow! – Regina disse entre risos enquanto recebia um abraço da princesa

–Outro irmão! Ouviu isso Arthur!

O menino encarava os três patetas risonhos sem, obviamente, entender uma palavra. Ele apenas se aconchegou mais no colo da mãe. Leopold riu

–Isso sim vai ser difícil... Já to vendo o ciúme...

–Nada disso – Regina o repreendeu – mãe não prefere filho nenhum... Não é porque vou ter três que vou negligenciar um

Arthur engatinhou sobre a perna da mãe e foi para o colo da irmã. Snow estava no céu... Tinha até se esquecido do que a esperava... Só pensava no quanto estava feliz com sua família

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A notícia da nova gravidez da rainha se espalhou rapidamente. A fortificação da família real era um dom para o reino, pois garantia estabilidade para o governo, o que acelerava a economia e melhorava a vida de todos. Snow não viu James nas vinte e quatro horas que sucederam a noticia da chegada de um novo bebê real, mas como tudo o que é bom dura pouco, ela o encontrou no estábulo quanto se dirigia a sua aula de equitação

–Soube que sua mãe está grávida... Meus parabéns

Ela como sempre o ignorou. Passou por ele direto e já ia montar em seu cavalo

–Fico pensando como será quando acontecer conosco

Ela se virou pra ele. O cenho franzido

–Pensei que você tinha dito que não pretendia ter um...

–Um relacionamento real com você – ele a cortou – O que não significa que não vamos ter intimidade...

Snow não respondeu, apenas o encarou perplexa

–Porque se você acha que não vou querer o que é meu – seu tom era arrogante e prepotente – Está muito enganada...

Dizendo isso ele montou seu cavalo e saiu galopando. Snow o olhou se afastar... Ela realmente não sabia o que pensar