Capitulo 8

Hoje eu coloquei, desta vez, as roupas de caçadora que eu tinha usado nos dias que passei com Ártemis. Deixei meu cabelo solto e passei um hidratante no rosto, e um brilho labial na boca, o dia estava particularmente frio então coloquei a jaqueta e fui me encontrar com Nico, desde dois dias atrás quando contei para ele meus segredos nós sempre andamos juntos, eu já tinha me acostumado a sentar junto com as meninas e estava familiarizada que até estranhei quando Ártie se juntou a nós.

– Bom dia meninas! – cumprimentou Ártemis.

– Olá Lady Ártemis. – algumas garotas disseram e outras já foram a abraçando, eu simplesmente acenei com a cabeça para ela, que apenas com os olhos me mandou uma mensagem silenciosa. Temos que conversar.

Assenti, e voltei a comer. Tínhamos bife, arroz e salada de alface, eu não me importava com a comida, pois sabia que hoje eu voltaria para o Olimpo e estava nervosa.

Eu fizera muitos amigos e inimigos aqui. Bom, inimigas. A maioria é filha de Afrodite, elas têm inveja do meu cabelo e de como a maioria dos meninos reparava em mim. Bom eu não tenho culpa por eles serem atraídos, eu tinha um tipo de magnetismo que fazia as pessoas gostar de mim e as filhas de Afrodite também tinham isso, mas o delas se chama charme que é quase a mesma coisa.

Me levantei da mesa e fui caminhar na costa do mar que tinha ali. Sentei na areia da praia e com mágica troquei minhas calças por um short curto mais larguinho, eu não estava com frio. Então levei um momento para perceber por que.

– Se está querendo me assustar de novo, já senti você. – digo ríspida.

– Porque está de mau humor? – perguntou Apolo.

– Nada, Apolo. Só estou cansada e estressada. – digo, olhando o horizonte.

– Como faço para melhorar o seu humor? Não gosto de ver minha deusa estressada. – ele diz e pude sentir um sorriso em seu rosto.

Eu olho de canto para ele e seguro a respiração. Algo nasceu dentro do meu peito, uma vontade de abraçar ele e chorar minhas raivas e meu estresse naquele lindo sorriso arrogante. Suspirei, eu tinha que aprender a entender e controlar isso.

– Não sei... Eu não sei o que fazer, quero muito ficar aqui e não voltar para o Olimpo apesar de lá ser tão mágico. Eu sinto como se aqui fosse o meu lugar. - fecho os olhos e suspiro mais uma vez a brisa quente do mar. Espero ele me responder, mas ele não o faz, abro os olhos e encontro Apolo me estudando.

– Você sabe o que é isso que eu sinto quando estou perto de você? – digo tentando mudar de assunto.

– Não sei o que sente, se me dizer acho que posso te ajudar. – diz ele me encarando com um brilho nos olhos. Mais uma vez senti de novo uma vontade de abraça-lo e nunca soltar.

– Dói. Mas é bom. Eu me sinto imensamente feliz. E tenho vontade de abraçar você, e não te soltar. – digo baixinho encarando os olhos azuis dele, e acrescento. – é muito estranho, você já se sentiu assim?

Ele me olha e vejo dor em seus olhos, dor e carinho. Ele desvia os olhos para o mar.

– Sim... Há muito tempo, mas não me sinto mais assim.

– Como se chama? – pergunto, ainda olhando pra ele.

– Amor. – ele sorri pra mim e me olha dentro dos olhos. – É muito bom mesmo, mas também dói quando essa pessoa que você ama não te ama.

– Amor... – repito. – Você me ama?

Ele desvia os olhos e suspira. Quando finalmente fala, sua voz não era mais que um sussurro.

– Amo... – uma lágrima sai de um canto dos seus olhos. – Muito.

Eu estiquei a mão e a limpei.

– Então porque chora? Amor não é bom? – pergunto confusa.

– São lágrimas de felicidade, e há eóns eu não me sinto assim. – me explica ele.

Olho pra ele e toco o seu rosto, Apolo prende a respiração. Deço os dedos pelo seu nariz até chegar à boca. Eu paro e ergo os olhos encontrando os dele. Eu me sentia como se mil borboletas estivessem girando em meu estômago. Apolo beija meus dedos e tira minha mão da sua boca, entrelaçando nossos dedos. Ele fica assim por um momento antes de soltar e se levantar. Eu me levanto também. Ele olha pra mim e inclina a cabeça pra baixo ficando a poucos centímetros do meu rosto, ele toca meu rosto com carinho.

– Tenho que ir. Eu queria ficar mais. Sei que está estressada e com medo, posso sentir isso em você.

– Tudo bem. Eu vejo você no Olimpo? – pergunto, minha voz um sussurro.

Apolo sorri aquele sorriso arrogante que eu me apaixonei.

– Sim, tchau. – então ele me beija. Sua língua encontra a minha, e é como se eu estivesse completa. Seu beijo era cheio de carinho e amor, e era doce. Por fim ele se afasta o bastante para me olhar nos olhos. – Eu te amo... E não quero deixar de amar, não quero deixar de sentir isso.

– Eu também. Isso é muito bom, você é oque faltava em mim. – sorri pra ele da forma mais doce e sincera que eu tinha, sabia que meus olhos estavam cheio da paixão, os dele também estavam.

Eu me afasto e o observo enquanto sobe na sua carruagem e vai embora, meus lábios ainda quentes por causa do beijo. E depois de trocar o short pela calça corro para chegar até as caçadoras, que estão na arena treinando, me sentindo extremamente feliz.