Elementary my dear Sherlock. escrita por MollyRouge


Capítulo 11
The Six Thatchers.




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Narração Normal.

Estava nevando muito naquele dia, podemos ver os pequenos flocos brancos caindo sobre o vidro de um carro. De repente temos um close em um par de olhos azuis, os mesmos piscam duas vezes e o close é desfeito revelando uma menina de, aparentemente, oito anos de idade O veículo para e ela suspira fechando os olhos. O motorista sai do, que agora identificamos como, PacKard 1939 e abre a porta de trás:

—Senhorita.-O mesmo fala ajudando a menina a descer.

—Tem certeza que esta é a casa certa, George?

 -Totalmente senhorita Drewmound.

—Bom,então adiante.-A morena toma a frente para tocar a campainha enquanto George retira as malas. Poucos segundos depois, a porta da frente se abre e vemos uma mulher de cabelos loiros lisos e belos olhos azuis. – Olá madrinha.

A mulher sorri e abraça a menor, a imagem vai ficando distante embaçada enquanto focamos na caixa de correio preta ali perto, onde o nome `` Holmes´´ está gravado.

Isso foi há anos atrás, o presente se tornou muito mais complicado...

Um monitor mostra quatro perspectivas da cena no pátio de Appledore, pouco antes de Sherlock atirar em Charles Magnussen.

— O que você está prestes a ver é classificado além de ultrassecreto. - Ouvimos a voz de Mycroft Holmes. Ele está de pé com as costas voltadas para lady Elizabeth Smallwood e Sir Edwin, perto de uma mulher de uns 70 anos, com um caderno e uma caneta no colo. De frente para mesa, temos Sherlock, mas ele não parece estar prestando atenção. Agora Mycroft se vira para enfrentá-los. - Isso está claro? -Ele olha para a senhora idosa.-  Uma vez fora destas paredes, este assunto não existe.Foi imposto segredo de estado em todo o incidente, apenas os que estão dentro desta sala, cujo o nome código é  Antarctica, Langdale, Porlock e Love, saberão toda a verdade. – Enquanto isso,Sherlock mantem a cabeça baixa,um clique rápido e silencioso pode ser ouvido.- No que diz respeito a todos os outros, indo para o primeiro-ministro e muito além, Charles Augustus ... Você está twittando ?!-Ele olha para Sherlock, que olha para cima culpado e cobre o telefone mesmo quando o som de um tweet sendo enviado pode ser ouvido.

— Não.

—Bem, é o que parece!

— É claro que eu não estou twittando. Por que eu estaria?

—Me dá isso. -Ele rapidamente caminha até seu irmão e pega o telefone.

—O quê? Não. Sai! O que você está fazendo? -Sherlock tenta segurar o telefone com as duas mãos, enquanto Mycroft luta para se apoderar dele.-Saia. O que ...?

O mais velho dos Holmes consegue se apoderar do telefone e le a mensagem em voz alta:

—"De volta à terra firme."

—Não os leia.

—"Livre como um pássaro."

—Deus, você é um saco! – Você vai levar este assunto a sério, Sherlock? –Estou levando isso a sério. O que faz você pensar que eu não estou levando isso a sério? –"#Oh_Que_Bela_Manhã!" 

—Olha, não muito tempo atrás eu estava em uma missão que significava morte certa - a minha morte - e agora estou de volta, em um ambiente quente agradável com meu irmão mais velho e ... São biscoitos de nozes? -Ele olha excitado para um prato na mesa e se levanta para caminhar até lá.

—Oh, Deus.-Seu irmão suspira.

—Adoro nozes!- O moreno pega um punhado de biscoitos do prato.

—Nosso médico disse que você estava limpo.-Smallwood comenta.

—Eu estou, totalmente. -Ele se vira e olha para Mycroft enquanto volta para sua cadeira.- Não há necessidade de estimulantes agora, lembra? Tenho trabalho a fazer.

—Você está mais drogado do que um gambá!-Edwin rebate.

—Naturalmente drogado, asseguro-lhe. Totalmente natural. Eu só ... -Holmes canta dramaticamente. -Estou feliz por estar vivo!- E ri.- O que vamos fazer em seguida? -Aponta para a mulher idosa.- Qual é o seu nome?

—Vi-Vivian.

—O que você faria, Vivian?

 - Perdão?

—Bem, é um dia lindo. Sairia para um passeio? Faria um avião de papel? Tomaria um  picolé?

—Tomaria um picolé, eu suponho.

—Picolé,é! Qual é o seu favorito?

— Bem, realmente , eu não deveria ...

—Oh,vamos lá!

—Eles ainda fazem napolitano?

—Sr. Holmes. -Lady Smallwood interrompe.

—Sim?-os irmãos Holmes respondem simultaneamente.

—Precisamos continuar.

—Sim, claro.-Mycroft se para reiniciar a filmagem de vídeo.

Sherlock aproveita e recupera seu celular antes de se sentar na cadeira.

Na tela,a cena em que Sherlock Holmes baleia Magnussen,tirada das câmeras de segurança, é passada repetidamente, contudo, o vídeo foi alterado, a filmagem mostra que Magnussen foi baleado sem que Sherlock levantasse sua própria arma.

—Oh,eu vejo.-Na sala,Sherlock cruza as pernas.-Quem atirou nele,então.

—Algum soldado excessivamente ansioso com um dedo de gatilho. -Edwin fala.

— Isso não é o que aconteceu. -Ele dá um mordida em seu biscoito.

— Agora,é.-Seu irmão rebate.

—Temos algumas pessoas muito talentosas trabalhando aqui. -Edwin começa.- Se James Moriarty consegue entrar em cada tela de TV na terra, com certeza temos a tecnologia para, editar uma câmera de segurança. Essa é a versão oficial . A versão que queremos ver.

Lady Smallwood concorda:

—Não precisa se dar ao trabalho de conseguir algum tipo de perdão oficial. Você livre das acusações, Sr. Holmes. Você está em casa, são e salvo.

—Ok, ótimo. -Colocando o último pedaço de biscoito na boca e segurando-o entre os lábios, Sherlock pula e começa a abotoar sua jaqueta, em seguida, pega seu casaco.

— Obviamente, há assuntos inacabados. Moriarty.

—Eu disse a você. Moriarty está morto.

— Você disse que ele filmou aquela mensagem de vídeo antes de morrer.

—Sim.

—Você também disse que sabe o que ele vai fazer a seguir. O que isso significa?

—Talvez seja só isso.- Sir Edwin se intromete.- Talvez ele estivesse apenas tentando assustá-lo.

—Não, não.-O Holmes mais novo olha a distância. - Ele nunca seria tão decepcionante.Ele planejou algo.Algo de longo prazo. Algo que iria entrar em vigor se ele saísse vivo. Vingança póstuma. Não, melhor do que isso,jogo póstumo .

 - Nós trouxe você de volta para lidar com isso. O que você vai fazer? -Smallwood questiona.

—Esperar.

—Esperar?

—Claro! Eu sou o alvo. Os alvos esperam. Olhe,o que quer que esteja vindo, o que quer que esteja alinhado, eu saberei quando começar. -Ele caminha em direção à porta.- Eu sempre sei quando o jogo começa. Você sabe por quê?

— Por quê?

— Porque eu amo isso.

E é aqui que tudo se inicia...

—Era uma vez, um comerciante no famoso mercado de Bagdá.-Podemos ouvir a voz de Holmes,mas não vê-lo. - Um dia ele viu um estranho olhando para ele com surpresa ... e ele sabia que o estranho era a morte. Pálido e trêmulo, o comerciante fugiu do mercado e se dirigiu até a cidade de Samarra, pois ali estava seguro de que a Morte não poderia encontrá-lo. -Enquanto ele continua falando, vemos tubarões - presumivelmente - o Aquário de Londres e Sherlock os está observando.- Mas quando finalmente chegou a Samarra, o comerciante viu, esperando por ele, a figura sombria da morte. "Muito bem, disse o mercador, eu desisto. Eu sou seu."-O detetive acaricia lentamente a parede de vidro de um dos tanques.- "Mas diga-me: por que você olhou surpreso quando me viu esta manhã em Bagdá ? "," Porque ", disse a morte," eu tinha um encontro com você esta noite, em Samarra. "

221B, BAKER STREET.

Na sala de estar, Sherlock apunhala suma grande pilha de cartas em cima da lareira:

—Se continuar assim, vou andar com duas facas.

—Anuncio pago. -John está sentado à mesa de jantar digitando um novo blog intitulado, "221Back! "

Lê-se:

" E estamos de volta! Desculpe não ter atualizado o blog por tanto tempo, mas estivemos realmente muito ocupados. Vocês devem ter visto nas notícias sobre como Sherlock recuperou a Mona Lisa. Ele ficou tipo:  um caso totalmente triste! E estava muito mais interessado no caso de uma ferradura desaparecida e como ela estava presa a uma espreguiçadeira azul brilhante na praia de Brighton. Vou tentar escrever tudo quando eu tiver chance, se quadros e ferraduras desaparecidas não tomarem o meu tempo.

 

Oh!E,eu vou ser pai! Quero dizer, eu pensei que tinha passado os últimos anos sendo um pai para Sherlock, mas realmente não se compara. O bebê tomará as nossas vidas. (Não que seja diferente de Sherlock.) Se eu não estiver trocando fraldas, eu estarei comprando fraldas. Eu lutei no Afeganistão e meu melhor amigo uma vez fingiu sua própria morte, mas nada disso se compara a…

 

É a mais terrível, e incrível, aventura que eu já tive.

 

Oh, e pra quem não sabe, o time está incompleto, já faz algum tempo que nossa querida amiga,Jenny Drew, retornou para o outro lado do planeta, e não a culpo, tem sido bem estranho desde que Sherlock admitiu seus supostas ,e inacreditavelmente existentes, sentimentos. Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos, diria que era a maior lorota da vida. Para vocês que, como dizem? Ah sim! Shippam Jenlock, este pode ser um momento de agonia.

 

P.S. Jenny,se estiver lendo isso, ignore este último parágrafo e  retorne logo da América!"

 

—Jenlock? Mas que de onde você tirou isso? -Holmes colocou a cabeça perto do ombro de John o assustando.

—O que? A outra opção não era muito melhor, você tem um nome horrível.

Sherlock olha para ele por um momento antes de se sentar em sua cadeira, olhando para o telefone, Mary, de pé perto da janela e esfregando sua barriga, olha para ele:

—E quanto a Moriarty, então?

—Ooh, eu tenho um plano.  Eu estou indo para monitorar o submundo, cada nó da rede vai me dizer quando a aranha fizer o seu movimento.

—Basicamente seu "plano" é apenas resolver crimes como você sempre faz. -Watson rebateu.

—Impressionante, não é ?! -Ele pula, atravessa a lareira e rasga a carta de cima da pilha.

A cena muda, agora temos uma mulher de cabelos enrolados, castanhos, sentada na cadeira a frente deles:

— Ele se afogou, Sr. Holmes.

Enquanto a cliente fala, John digita em seu blog:

Morte Empoeirada!

Eu não vou nomear o cliente por respeito, mas ela veio até nós por causa de seu falecido marido.Seu corpo foi recuperado do mar, perto de Falmouth ...

—Isso é o que pensamos, mas quando abriram seus pulmões...-A desconhecida faz uma pausa.

—Sim?-Mary a incentiva a continuar.

—Areia.

Sherlock olha para ela por um momento :

—Superficial.- O telefone assobia um alerta de tweet e ele volta a olhar para ele.

Em outra ocasião, Holmes se senta em sua cadeira segurando um par de binóculos, enquanto ele olha para uma pequena sacola de plástico contendo um item rosa em pedaços de gelo.

Podemos ver as linhas do blog de John flutuando através da tela:

"...Sr. Hatherley veio para Baker Street em um estado terrível. Ele estava branco como uma folha e sangrando de uma ferida terrível na mão. Exatamente como ele veio com tal ferimento, foi, no início, confuso ... "

Ainda segurando os binóculos no lugar sobre seus olhos, Sherlock fala:

—Volte! É o polegar errado!

Mas não há ninguém na sala, e agora a porta da frente do andar de baixo bate.

Em outra ocasião, as fotografias estão espalhadas sobre a mesa da sala de jantar e os binóculos jazem em cima de algumas delas.

Mais um trecho do blog flutua:

O homem duplicado!

Como poderia Dennis Parkinson estar em dois lugares ao mesmo tempo? E assassinado em um deles?

Watson estava na mesa olhando para a evidência:

—Sherlock ... -Mas seu amigo o interrompe.

—Nunca são gêmeos.

Agora vemos Sherlock com seu notebook aberto, e, ao mesmo tempo, ele está ocupado no telefone. Mary está sentada na cadeira de John segurando uma caneca e esfregando sua barriga enquanto John está na lareira. O detive começa a falar:

—Hopkins, prender Wilson! Dimmock, olhe nos gânglios linfáticos.

Hopkins estava do outro lado da tela do notebook:

—Wilson ?!

—Glanglios?!-Ouvimos a voz de Dimmock.

—Sherlock ... -Mary o repreende.

Sherlock olha para tela, sua seção de Skype dupla com os detetives inspetores Dimmock e Hopkins, que estão em telas separadas:

—Sim. Mesmo que tenha só o tronco ainda haverá vestígios de tinta deixada nos gânglios linfáticos sob as axilas. Se seu corpo misterioso tiver tatuagens, os sinais estariam lá.

A entrada do blog de John aparece sob a janela de Skype de Dimmock :

"... Um corpo desmembrado foi encontrado em decomposição dentro de um baú foi deixado no setor de bagagem na estação de Waterloo, e não poderia ser identificado ... "

 

Uma segunda entrada do blog surge sob a janela de Skype de Hopkins :

O treinador de Canários!

Andrew Wilson era um homem comum, com um hobby incomum. Ele não parecia ter qualquer ligação com o homem cuja vida foi tão abruptamente tirada em uma noite congelante em Novembro .

Dimmock se prontifica a questionar:

—Maldição, isso é um chute?

—Nunca chuto. -Holmes encerra a conversa com ele volta-se para a outra.

—Sherlock.-Mary chama novamente,sem sucesso.

— Então ele é o assassino?O treinado de canários?-Ouvimos Hopkins perguntar.

 -Claro que ele é o assassino.

—Não previ isso.

— Hm, naturalmente. -Ele fecha a tela.

—Sherlock,não pode continuar fazendo dez coisas juntas.-John comenta ao descruzar os braços.

Os olhos de Sherlock ampliam:

— É isso!Tudo estava girando!

Outra ocasião,na qual Sherlock anda através da sala verificando seu telefone enquanto fala com um homem que está sentado na sala:

— O medicamento para o coração que você está tomando é conhecido por causar ataques de amnésia.

E no blog de John diz:

A prisão cardíaca!

Joel Fentiman foi encontrado estrangulado na cama que ele compartilhava com seu irmão. Eles sempre ficaram bem e não havia nenhum sinal de que essa situação tivesse mudado.

—Sim, acho que sim. Por que? -Fentiman questiona.

— Porque as impressões digitais no pescoço do seu irmão são sua.

Outro caso é computado por Watson:

"... nós nunca poderíamos saber que o assassino em potencial estava à espreita perto. E o assassino acabou sendo... "

John ri como ele sobe as escadas em direção à sala de estar:

—Uma água-viva ?!

—Eu sei.-Seu amigo estava bem atrás dele.

—Você não pode prender uma água-viva!

—Bem, você poderia tentar.

—Nós tentamos.-O loiro tira o celular do bolso e olha para a tela.-Oh Deus!

—Mary?

— Cinquenta e nove chamadas não atendidas.

—Estamos com muitos problemas!-Ambos descem as escadas apressados.

Pouco tempo depois, Mary está no banco de trás de um carro gemendo e apertando seu abdômen. Seu vestido é puxado alto acima de suas pernas:

—Oh! Meu Deus. Meu Deus! -Ela aperta ambas as mãos contra o teto.

John, que está dirigindo, olha preocupado para o espelho retrovisor:

— Relaxe. Tem três sílabas ... -Ela o corta.

— Sou enfermeira, querido, acho que sei o que fazer.

—Então diga, vamos.

—Re ... Não, apenas dirija! Por favor, Deus, apenas dirija! Deus, dirija!

Sherlock, sentado ao seu lado e digitando freneticamente no telefone, olha para ela momentaneamente.

—Sherlock.-John chama.-A Mary !

—É isso, Mary. Re ... - Ele aperta os lábios, inspira e respira.

—Não começa! -Mary, selvagemente, agora ajoelhada no banco.

—Apenas relaxe...- Momentos depois, seu rosto está esmagado contra a janela lateral pela mão de Mary.

—John!Acho que vai ter que parar.

—Mary, Mary ... -Seu marido tenta argumentar, mas ela grita em resposta.

—Para!!!

Sherlock olha para baixo em direção às pernas de Mary e sua boca cai aberta e seus olhos se arregalam em horror:

—Oh meu Deus!

John olha por cima do ombro e começa a puxar o carro para o meio-fio enquanto Mary continua a gritar.

Um flash branco nos cega e quando a imagem volta a ficar nítida podemos ver o casal Watson sentado no sofá de sua casa, segurando sua filha recém-nascida no colo.

Balões estão flutuando em cordas atrás do sofá e há sacos de presente e flores na mesa de café na frente da família e um grande ursinho de pelúcia branco ao lado do sofá. Uma taça de champanhe também está sobre a mesa.

De pé do outro lado da mesa, Molly Hooper está bebendo uma taça de champanhe e a Sra. Hudson está tirando outra foto com sua câmera:

—Ah,ficou bom? Nunca fica bom quando eu tiro.

—Vamos dar uma olhada. -Molly pega a câmera.

— Aww. Ela é tão bonita. -A loira olha para a pequena Watson.

—Aqui.Tente outra.-Molly devolve a câmera.

—E quanto a um nome?

 -Catherine. -John diz.

—Não,já passamos esse.-Sua esposa rebate.

—Bem, você sabe o que eu acho.-Sherlock poucos metros atrás da senhora Hudson, absorvido pelo celular.

—Não é o nome de uma garota. -Os Watson rebatem.

Sherlock sorri, seus olhos ainda fixos em seu telefone.

—Molly, Sra. Hudson. Nós gostaríamos que fossem nossas madrinhas.

—Serio?-Molly olha feliz.

— Tão adorável!-Hudson concorda.

John se levanta, enquanto Molly vai para o sofá para se sentar ao lado de Mary, e caminha na direção de Holmes:

—Er,uh, você também, Sherlock?

— Você também o quê?

—O padrinho? Gostaríamos que você fosse padrinho.

— Deus é uma ficção ridícula imaginada por pessoas inadequadas que abnegam toda a responsabilidade para com um amigo mágico invisível.

—Sim, mas haverá bolo. Vai fazer isso?

Sherlock olha para ele brevemente:

—Eu vou te responder mais tarde.

John concorda com resignação e vai para as escadas.

Algumas semanas mais tarde, um vigário idoso está na fonte em uma igreja. Mary e John estão perto dele, Mary embalando o bebê, e Greg, Sra. Hudson, Sherlock e Molly estão no outro lado da fonte. Um par mais velho está atrás deles.

O vigário começa:

— Pai, pedimos que você envie suas bênçãos nesta água ... -Ele se inclina para a frente e desenha o sinal da cruz na água- E santificá-la para nosso uso neste dia, em nome de Cristo. -Sacudindo a água de sua mão, ele se volta para os pais.-Agora, que nome você deu a sua filha?

Mary e John sorriem um para o outro, então Mary se volta para o vigário:

—Rosamund Mary.

—Rosamund?- Franzindo as sobrancelhas, Holmes olha para cima brevemente.

— Significa "rosa do mundo". -Hooper sussurra. - Rosie para abreviar.  Você não recebeu o texto de John?

—Não. Apaguei seus textos. Eu excluo qualquer texto que comece, "Oi."

Molly ergue os olhos para o céu:

—Nem imagino porque pensam que você é incapaz de ter emoções humanas,agora desliga.

Sherlock abaixa o telefone e coloca as mãos atrás das costas,continuando a digitar.

O vigário está segurando Rosamund:

—E agora, padrinhos, vocês estão pronto para ajudar os pais dessa criança em seus deveres como pais cristãos?

—Sim.-Tanto Molly quanto a Sr.a Hudson respondem,porem,Sherlock não.

Molly olha para ele e lhe dá uma cotovelada, mas antes que ele possa abrir a boca,uma voz eletrônica sai de seu celular:

—Desculpe, eu não entendi. Por favor, repita a sua questão.

 John fecha os olhos e Mary estreita os olhos para Sherlock,o detetive se retira.

 Alguns meses depois, no 221B.

Sherlock suspira em exasperação:

—Como sempre, Watson, você vê, mas não observa. -Ele se vira para a cadeira de John.- Para você, o mundo permanece um mistério impenetrável enquanto, para mim, é um livro aberto. Lógica rígida versus fantasia romântica. Essa é a sua escolha. Você não consegue conectar as ações com suas consequências. Agora, pela última vez ... -Ele se inclina e pega um chocalho de bebê- Se você quiser manter o chocalho ... -Agora vemos que a jovem Rosie está sentada na cadeira de bebê sobre o assento.) - Não jogue o chocalho, hein? – Ele entrega o brinquedo mas logo em seguida o mesmo volta contra sua face, Rosie gagueja em diversão.

Do outro lado da sala, Mary está deitada no sofá profundamente adormecido, com um pé no colo de John,que também está dormindo.

Rosie levanta a cabeça para trás e depois espirra.

A cena muda e vemos John sentado no ônibus, seus olhos fechados. Ele acorda quando seu telefone emite um alerta de texto.

Baker Street?

Amanhã às cinco da tarde?

Lestrade diz que tem um dos bons.

Mary diz que está tudo bem.

Ele ri e fecha o telefone.

Olhando para o lado, John percebe uma mulher bonita com cabelo vermelho sentada a poucos metros à sua direita em um assento virado para a frente. Ela encontra seu olhar e sorri para ele. John retorna brevemente seu sorriso e olha para longe, mas então olha para trás e vê que ela ainda está sorrindo para ele. Um pouco autoconsciente, ele passa a mão direita sobre o cabelo e ela abaixa os olhos verificando um pedaço de papel na mão, ainda com um sorriso no rosto. Alguém toca o sino para alertar o ônibus para parar na próxima parada e Watson se levanta. Pouco depois, quando ele está fora do veículo, olha para janela de vidro e vê uma grande flor de plástico escondida atrás de sua orelha esquerda. Watson se lembra que estava usando ela para brincar com sua filha esta manhã. John tira a flor de sua orelha, sorrindo tristemente para si mesmo enquanto o ônibus se afasta.

221B.

John entra para ver Sherlock sentado em sua cadeira, usando seu roupão com as mãos firmemente embaixo da boca. Greg está parado na porta.

—Ei.-Lestrade cumprimenta.

—Boa tarde.  Ele disse que você tem um bom, Greg.

—Ah, sim. Foi quinquagésimo aniversário de David Welsborough.

Agora saímos de Baker Street para entrar em uma festa...

Sobre a visão de balões de hélio de prata, ouvimos música e aplausos, a imagem muda para um a face de gesso branco de Margaret Thatcher antes de se deslocar novamente para um casal se beijando.

—Deus, cinquenta! -O homem, David, comenta.- Eu tinha vinte e um na semana passada!

— Isso é impossível, foi antes de você me conhecer. -Sua esposa,Emma, rebate.Eles se beijam de novo. -Ela está olhando para mim com desaprovação novamente.- Ela olha para uma mesa próxima, David segue seu olhar para a face de gesso branco de Thatcher.

— Não, ela está com ciúmes.

—Sim, bem, eu acho que nós duas estamos. -O telefone no bolso da calça de David vibra e sua esposa não gosta. -Não, não, David. Vamos, você prometeu.

—Oh, não ... -Ele olha para o telefone dele. -Oh, é uma chamada de Skype .

—Oh, então, deve ser Charlie. Pelo menos ele está telefonando, eu suponho.

Então uma janela de Skype é aberta e vemos Charlie,o filho do casal, na frente de uma cordilheira coberta de neve:

— Ei, pai! Feliz aniversário! Desculpe faltar na festa mas viajar amplia a mente, certo? -Ele vira o telefone um pouco para dar uma visão melhor das montanhas, então a imagem começa a travar.

—Não, a foto está congelada. -Seu pai balança o telefone.

— Sim, sinal de lixo, mas eu ainda posso ouvi-lo.

David põe o telefone em sua orelha:

— Por que, por que é um lixo? Onde está você?

— Como ele está? Ele está comendo? Pergunte se ele está comendo. -Emma o cutuca.

—David! Emma!-Um casal vem cumprimenta-los.

—Não, não, espere um segundo. Eu vou encontrar um lugar mais calmo. -Ele se afasta enquanto o casal beija a bochecha de Emma.- Então, Charlie, onde você está? ... você está aí?

—Desculpa, estou aqui. Eu sou apenas um pouco ...

— Você está bem?

— Não é nada. Provavelmente apenas a altitude.  Estou no Tibete! Você não viu as montanhas?

—Esqueça a montanha. Sua mãe quer saber se você está comendo corretamente. -Ele ri.

—Ouça, papai, você poderia me fazer um favor?

—O quê?

— Poderia verificar algo no meu carro?

—Seu carro?!

—É para resolver uma aposta. Os caras aqui não acreditam que eu tenho um Power Ranger preso ao capô. Você poderia tirar uma foto e enviá-la?

—Er, sim ,eu posso fazer isso.- David sai da casa e caminha para um carro nas proximidades e tira uma fotografia do Power Ranger azul, que, de fato, estava preso nele. Ele se endireita, aperta o botão de enviar.- Tudo pronto. Você recebeu? Charlie?- A resposta nunca veio.

De volta à Baker Street, Sherlock ainda está sentado com os olhos fechados e as mãos cruzadas sob a boca.

—Uma semana depois ... -Lestrade faz uma pausa.-... algo estranho acontece. -Com essa, Sherlock sorri. - Motorista bêbado - ele está totalmente embriagado, os policiais estão perseguindo-o,entra na casa Welsborough para tentar fugir. Infelizmente ...

O motorista bêbado dirige-se rapidamente para o carro de Charlie e bate diretamente na parte traseira dele. O carro de Charlie é empurrado alguns metros para frente até que ambos os carros param.  Gasolina começa a derramar da parte traseira do carro de Charlie. Mais tarde, o carro da frente explode em uma bola de fogo maciça.

221B, os olhos de Sherlock estão fechados quando ele imagina a cena.

—O sujeito bêbado sobreviveu, eles conseguiram puxá-lo para fora, mas quando apagaram o fogo e examinaram o carro estacionado ... -Greg continua.

Há um esqueleto queimado no banco do motorista. Ele parece estar coberto com os restos de algum tipo de material.

John se inclina para a frente em sua cadeira:

—De quem é o corpo?

— Charlie Welsborough, o filho.

— O quê?

— O filho que estava no Tibete. DNA confere. Na noite da festa, o carro está vazio, e uma semana depois o menino morto é encontrado no volante.

— Você tem um relatório de laboratório?

Greg já estava pegando sua pasta:

—Sim, Charlie Welsborough é filho de um ministro do governo, então estou sob muita pressão para obter resultados.

Os olhos de Sherlock se abrem:

—Quem se importa com isso? Fale-me sobre os assentos.

—Os assentos? -Watson pisca.

— Sim. Os assentos do carro. -Sherlock estende a mão e Greg lhe dá uma pasta.- Feito de vinil ... dois tipos diferentes de Vinil presente. - Ele olha para cima, pensativo.-Era seu próprio carro?

—Sim. Ele era um estudante. - Lestrada responde.

 - Bem, isso é sugestivo.

— Por quê?

—O vinil é mais barato que o couro.

— Há outra coisa. – John começa olhando para o documento que Greg lhe deu. -Segundo isso, Charlie Welsborough já estava morto há uma semana.

Sherlock olha para John com um sorriso deliciado se formando em seu rosto:

—O quê?

—O corpo no carro - morto há uma semana.

—Oh, este é um bom.- Ele olha para Greg.- É meu aniversário? Você quer ajudar?

—Sim, por favor.

—Uma condição.

—Está bem.

— Tome todo o crédito.  É chato resolver todos eles.

— Sim, você diz isso, mas John escreve no blog e você recebe todo o crédito de qualquer maneira.

Watson ri, depois dá o relatório médico de volta para Greg enquanto olha para Sherlock:

— Sim, ele tem um ponto.

—O que me faz parecer um tipo de prima donna que insiste em obter crédito por algo que não fez. -O inspetor continuou.

— Oh, eu acho que você atingiu um ponto dolorido, Sherlock.

Sherlock parece assustado e balança a cabeça para John como se ele não entendesse.)

—Como se eu fosse um viciado em crédito. -Greg jogou o papel na mesa com um pouco de raiva.

— Definitivamente um ponto dolorido. -O doutor o observava.

— Então você tira toda a glória, obrigado ... -Lestrade é interrompido pelo detetive.

—Certo.

—Obrigado mesmo assim.  Olhe, apenas resolva a essa droga, ok? Está me deixando louco.

—O que você mandar, Giles. – Nessa, John e Greg lhe dão um olhar atravessando. - Apenas brincando. - Enquanto Greg começa a arrumar a papelada, Sherlock se vira para John e sussurra. – Qual é o nome dele?

—Greg.-O loiro responde no mesmo tom.

—O quê?

—Greg.

—Oh.

Greg olha para cima e a dupla disfarça.

—É óbvio, não é, o que aconteceu? -O médico limpa a garganta.

—John, me surpreenda. Sabe o que aconteceu?

—Oh,não,nenhuma pista,é só que isso é o que você diz nestes momentos.

—Bem, então ... -O moreno se levanta e dirige-se para a porta, tirando o roupão. -Vamos ajudá-lo a resolver o seu pequeno problema, Greg.

Greg olha agora surpreso para John:

—Você ouviu isso?

—Eu sei!

Ambos sorriem e saem da sala.

— Então como está indo a paternidade?

—Ah, ótimo! Sim, incrível.

— Conseguindo dormir?

—Cristo, não.

—Você está na sua e acorda com um bebê gritando, exigindo atenção aos seus caprichos. -Ele olha fixamente para Sherlock. - Deve ser muito diferente. -Sarcasmo.

John abaixa a cabeça para tentar esconder seu sorriso e segue Greg pelas escadas.

—Desculpe, o quê? -Holmes segue os outros dois.

Watson concorda:

— Sim, bem, você sabe como é. Só serve para limpar a bagunça e agradar.

—Vocês dois estão tirando sarro? -O detive pergunta.

—E nunca agradecem. Nem sequer consegue distinguir os rostos das pessoas.

—Isso é uma piada, não é?

—É sempre: Olha, como é esperto. Tão esperto! -Greg zomba.

Sherlock para no degrau inferior:

—É sobre mim?

—Acho que deve trocar a frauda.-Lestrade sussurra para John.

—Deve ser isso.

—Não entendi.-Holmes faz vista grossa.

CASA WELSBOROUGH.

Os rapazes estão caminhando em direção à casa.

—A família de Charlie está bem triste sobre isso, como seria de esperar, então pega leve com eles, sim? -Lestrade pediu.

— Você me conhece.-Sherlock rebate.

—Infelizmente,sim.

O telefone de John começou a tocar aviso de uma chamada do Skype,é sua esposa:

— Ei, olá!

—Não se preocupe. Comprei tudo,fraudas,o creme que não tem na Boots.

—Sim, não se preocupe com isso. Onde você está agora? Na casa do morto?

— Sim.

—E o que ele pensa? Algumas teorias?

—Uh, bem, eu te mandei os detalhes.

Nós vemos que o telefone de Mary está apoiado contra uma caneca para que ela possa olhar para a câmera:

—Sim, dois tipos diferentes de vinil.

Sherlock olha em volta e arranca o telefone de John dele,apesar dos protestos do mesmo:

—Como você sabe sobre isso?

 -Oh, você ficaria espantado com o que uma secretaria pode descobrir. Elas sabem de tudo.

—Resolvido, então?

—Estou trabalhando nisso.

—Oh, Mary, a maternidade está atrasando você.

—Porco!

—Continue tentando. -Ele entrega o telefone de volta para John enquanto eles se aproximam da porta da frente.

—E então? Um carro vazio que com um cadáver de uma semana dentro? Qual vai ser o nome deste?

—Ooh, o ... uh, o motorista fantasma.-Seu marido fala.

— Não lhe dê um título.-Seu amigo suspira.

 -As pessoas gostam dos títulos.

—Eu odeio os títulos.

—Dê às pessoas o que elas querem.

—Não, nunca faça isso. As pessoas são estúpidas.

—Uh, algumas pessoas. – Ouvimos a voz de Mary.

—A maioria das pessoas. -Holmes se endireita de novo, enquanto Greg fala

—Bizarro mesmo é não ser ele. Quero dizer, é a sua área.

Sherlock joga-lhe um olhar e dirige-se então para uma porta fechada próxima. Um homem abre e conduz os meninos para a mesma sala que os Welsborough estão.

— Sr. e Sra. Welsborough. – Holmes pega a mão de Emma para sacudi-la.- Eu realmente sinto muitíssimo por ouvir sobre sua filha.

—Filho.-John corrige.

—Filho.

—Sr. e Sra. Welsborough, este é o Sr. Sherlock Holmes.-Lestrade os apresenta.

—Muito obrigado por ter vindo. Nós ouvimos muito sobre você. Se alguém puder lançar alguma luz nesta escuridão, certamente será você.-David fala.

—Bem, eu acredito que eu ... - Ele olha para a direita dele e algo chama sua atenção.- Posso.

David está falando, mas sua voz quase desaparece enquanto Sherlock se concentra no que ele viu através do quarto,uma pequena mesa redonda na frente da janela, a janela é fechada e a luz na sala é azul e ondulada, como se água profunda estivesse ondulando ao redor. Na parte de trás da tabela está um certificado em um carrinho, dado ao Sr. David Welsborough por Margaret Thatcher quando era primeiro ministro. Na parte dianteira à esquerda é uma fotografia oficial moldada de Thatcher e à direita é uma outra foto moldada dela e David. Em frente da foto de Thatcher é uma pequena placa comemorativa com uma pintura dela, e na frente da outra foto está a pequena estatueta pintada que vimos mais cedo. Sherlock foca no espaço entre a placa e a figura, vê que a capa de couro da mesa foi arranhada.

—Sherlock?- John o chama tirando-o de seu transe.

—Sr. Holmes? -David fala.

Sherlock ofega em um pequeno suspiro e se vira para eles:

—Desculpe. Você estava dizendo?

—Bem, Charlie era todo o nosso mundo, Sr. Holmes. Eu ... eu não acho que vamos superar isso.

Sherlock vira a cabeça em direção à mesa novamente:

—Não, não deve pensar assim...Desculpe. Pode me dar licença um momento? Eu só ... -Ele se vira e se aproxima da mesa, David olha para John e Greg.

— Eu vou, hum ... -Limpando a garganta,o loiro segue o outro.- Agora o que há de errado?

—Não tenho certeza. Eu só ... Tenho um pressentimento.

—Sério? Você?!

—Intuições não devem ser ignoradas, John. Eles representam dados processados ​​muito rápido para a mente consciente compreender. -Ele se vira para o Welsboroughs enquanto aponta para a mesa.-O que é isso?

—Oh, é uma espécie de santuário, eu suponho, realmente.- David se levanta e se aproxima dos meninos.- Sou fã da Sra. T. Uma grande heroína minha quando eu estava começando.

Sorrindo educadamente, o detetive enquanto tira a lupa do bolso e a abre:

—Sim, sim. - Ele se inclina para olhar mais de perto a mesa, depois franziu a testa e se endireitar novamente.- Quem?

— O quê?

—Quem ... quem era ela?-Gesticula para a mesa.

—Você está falando sério? É ... é Margaret Thatcher, a primeira mulher primeira-ministra deste país.

—Certo. -Ele se inclinou para olhar a mesa novamente, mas agora se endireita. - Primeira-ministra?

— Líder do governo.

—Certo. -Holmes se agacha novamente , então levanta a cabeça.-Mulher?

—Pelo amor de Deus!-John exclama.- Você sabe perfeitamente quem ela é. – Enquanto David se afasta Watson sussurra.- Por que você está enrolando?

— É a a lacuna,olhe para a lacuna. Está errado. Tudo o resto é perfeitamente ordenado, gerenciado ... tudo isso está beirando ao TOC. - Ele se vira para olhar para os Welsborough.- Com todo o respeito. Esta estatueta é sempre reposicionada depois da limpeza, a foto é endireitada todos os dias, mas esta lacuna feia permanece. - Ele aponta para o lugar vago no meio da mesa. - Algo está faltando daqui, mas só recentemente.- Busto de gesso.

—Oh, pelo amor de Deus. Fioi quebrado. O que isso tem a ver com Charlie?-Emma exasperou-se

—Tapete!

 -O quê?

—Bem, como poderia quebrar? O tapete é grosso e grande.

—Isso importa?

Doutor Watson respondeu:

— Sra. Welsborough, minhas desculpas, mas vale a pena deixá-lo fazer isso

—Seu amigo é louco?

—Não, ele é um idiota, mas é um erro fácil.

—Olha, não, tivemos uma invasão. Algum pequeno bastardo esmagou-o em pedaços. Encontramos os restos lá fora na varanda. - O senhor Welsborough falou.

—A varanda onde entramos? -O detetive perguntou.

— Como alguém poderia odiá-la tanto para esmagar sua imagem?

—Eu não sou especialista, mas er , possivelmente seu rosto? Por que ele não esmagou todos os outros? Oportunidade perfeita, e olhar para aquele. -Aponta para a foto oficial.-É perfeita. Ela está sorrindo.

—Oh, inspetor, isso é claramente uma perda de tempo. Quero dizer, se não houver nada mais ... -Emma foi interrompida por Holmes.

— Eu sei o que aconteceu ao seu filho.

—Sabe?

— É bem simples. Superficial, para ser franco. Mas primeiro, diga-me: a noite do roubo. Esta sala estava na escuridão?

—Bem, sim. -David respondeu.

—E a varanda onde foi esmagado, eu notei que o sensor de movimento estava danificado, está permanentemente aceso.

—Como você notou isso?-Lestrade se manifestou.

—Falta-me a arrogância para ignorar os detalhes. Eu não sou a polícia.

—Então ele o quebrou onde havia luz. -John concluiu.

—Exatamente.

—Por quê?

— Não sei. Não seria divertido se eu soubesse.

—Sr. Holmes, por favor.-Emma estava em lagrimas.

—Certo.-O detetive se endireita. - Era seu quinquagésimo aniversário, Sr. Welsborough, claro que você estava desapontado que seu filho não voltar . Afinal, ele estava no Tibete.

—Sim.-Confirmou,David.

— Não.

—Não?

—De fato...-A porta se abre de supetão para revelar uma mulher muito familiar para nossa gangue.

—Oh céus!-John começou a sorrir.

A frente deles estava Jenny Drew,com uma expressão pouco irritadiça, mas ela ainda conseguiu dar um sorriso de lado:

—Sentiram minha falta?

Lestrade foi o primeiro a abraça-la:

—Isso sim é que é surpresa!

—Olá Greg.-Ela sorriu.-Agora,voltando ao assunto...-Olhou para David. -A primeira parte de sua conversa foi, de fato, vídeo pré-gravado. O truque foi feito para ser uma surpresa.

—Truque?

—Ooh,sim!-Jenny respira fundo, colocando as mãos atrás das costas, ela caminha pela sala indo em direção a Sherlock.-  Continue Holmes.- Ela ficou ao seu lado esperando o resto da explicação, mas não veio.-Holmes?- Olhou-o com seus olhos azuis, Sherlock, no entanto, parecia em transe, olhando fixamente para ela.- Acho que quebrei ele,que seja,eu termino a explicação... Havia dois tipos de vinil nos restos queimados do carro: um o assento real do passageiro, o  outro uma boa cópia. Bem, bom o suficiente para um disfarce. Ele queria que você se aproximasse o suficiente do carro para que ele pudesse fazer uma surpresa,contudo, não posso ter certeza, é claro, mas acho que Charlie deve ter sofrido algum tipo de ataque.

—Sim,ele disse que se sentia mal.- Welsborough confirmou.

— Sendo assim,ele morreu lá, e ninguém tinha motivo para verificar o carro ou algo do tipo,o corpo permaneceu escondido no assento do motorista até a explosão. Quando os dois carros foram examinados, o assento falso tinha derretido no fogo, revelando Charlie, que estava sentado lá completamente morto por uma semana.

Emma quebra em lágrimas:

—Ah, Deus!

—Pobre garoto. -Greg comenta.

—Acredite que eu realmente sinto muito, Sr. Welsborough, Sra. Welsborough. – Jenny olha para Holmes e suspira tomando-lhe a mão.- William, hora de ir.-Ela o solta e vai na direção da saída.

—Sim.-Sherlock volta ao seus sentidos. -Desculpem.-Sherlock acena para o casal e a segue para fora da casa.- O que diabos aconteceu com você?

—Como é?-A outra pisca.

—Sem e-mail, telefonemas, cartas...E agora aparece com a resolução de um dos meus casos que...Como sabia desse caso?

—Bom,John enviou-as para Mary e ela mandou para mim.

—Mary sabia que você esta voltando?-John apareceu.

—Claro que sabia, envie-lhe um SMS, ontem, e para você também.- Apontou para Sherlock.

—Por favor, eu não recebi nada.-Sherlock zomba ao verificar seu telefone, de fato, não havia nada.

—Como não ?Eu mandei: Oi, Sherlock, sei que...-Ela parou ao vê-lo tapar a boca com a mão.-O que foi?

—Nunca leio as mensagens que começam com ``Oi´´, as excluo no primeiro momento.

Com essa declaração, seus amigos gemeram em frustração:

—Sherlock!

A cena muda e vemos Sherlock com a lupa.

—Este foi o lugar onde ele foi esmagado.-Holmes concluiu.

—O que é tão importante sobre um busto quebrado de Margaret Thatcher? -Jenny questiona.

—É o que você recebe por se atrasar.-Sherlock deu um meio sorriso.- Perde fatos cruciais.

—Desculpe,o taxi não tinha tanque de nitro. – Ela zombou.

Ele olha para ela com um sorriso:

—Respondendo a sua pergunta, há um fio solto no mundo.

—Sim, não significa que você tem que puxá-lo.-John se mete.

—E que graça teria a vida? Além disso, eu tenho o pressentimento estranho. - Ele tem um breve flash de James Moriarty olhando para a câmera, ``Sentiu a minha falta?´´. Sherlock sacode o pensamento e se levanta indo para o táxi preto estacionado pouco a frente. – Agora é comigo. Vão de ônibus...-Ele para como se estivesse esquecendo alguma coisa, pouco depois o moreno puxa Jenny Drew pela mão e entra no taxi.

—Por que ela vai com você e nós dois ficamos com o ônibus?-John questiona.

—Eu preciso me concentrar, e eu não quero bater em você. -Sherlock entra e diz ao taxista o destino dele.

—E como vai se concentrar com ela?-O loiro olha confuso, mas o taxi dá a partida e se vai.-Oh, grande!-Olha para Greg.-Tem troco para passagem?

E dentro do taxi...

O silencio reinava entre o casal, cada um olhava para uma janela, embora, vez por outra o jovem Holmes se pegava espiando Drew pelo canto do olho.

—O jogo começou, não é?-Jenny fala quebrando a tensão.

—Hum, por que acha isso?

—Holmes, você não é um homem de ter pressentimentos estranhos, você tem manias estranhas, mas pressentimentos, não.

—Oh claro,porque é suposto para eu não ter nada que tenha ``sentimento´´ no nome.

—Ah,vamos,nós sabemos que não é verdade.

—Fala do episodio do avião quando me confessei em meio a uma overdose e você me chutou?

—Está tentando me fazer sentir mal?

—Por favor,claro que não,isso seria bobagem...mas por curiosidade, está funcionando?

—Não,  você não consegue fazer isso, nem mesmo quando é rude comigo.

—O que? Quando eu fui rude com você?

—Várias vezes, é deveras constante.

—Ah é mesmo?Cite uma vez em que fui rude com você.

—Quando nos conhecemos?

Holmes arqueia a sobrancelha para ela e a imagem se distorce.

Quando o fosco se torna nítido podemos ver claramente uma versão pouco mais jovial da Sra. Holmes na cozinha preparando o almoço. Ela escuta o barulho da porta da frente.

—É ridículo! -Uma voz infantil pode ser ouvida.

— Ridículo para você, que não entende nada sobre o sistema solar, irmão.

Sra. Holmes suspira, seus filhos voltaram da escola.

—Mãe...-O pequeno Sherlock, agora com cinco anos de idade, adentra a cozinha. - Quer dizer ao meu irmão mais velho que ele caiu do berço quando nasceu?

—Mãe...-Mycroft,de doze ,vem logo em seguida mas para na porta.- Quer dizer ao meu irmão mais novo que ele é adotado?

 Revirando os olhos,a loira se abaixa ao nível de Sherlock:

 -E como foi o primeiro dia de aula?

—Bom, tirando o fato que minha professora é uma solteira depressiva com problemas de alcoolismo, as matérias são chatas e meus colegas idiotas, foi bem.

—Então suponho que não tenha feitos muitos amigos.

—Quem precisa de amigos com um cérebro de passarinho? Eu vou brincar com o ``barba-ruiva.´´-Ele passa por ela fazendo-a suspirar.

Sra. Holmes olha para o seu filho mais velho:

 -E você?

—O de sempre, teste de álgebra.

—Se saiu bem?

—Indubitavelmente, era fácil.

—Imaginei.-A loira limpou a sujeira imaginaria de suas vestes.-Mas isso é bom,assim você pode ensinar seu irmão.

 O menino gemeu:

—O Deus,não!

 -Mike,pare com isso,ele é seu irmão.

 -Tem certeza?

—Apenas vá para o seu quarto e não se esqueça que hoje temos visitas.  Uma velha amiga minha vai trazer o marido e a filha para jantar aqui em casa.

 -Ah, ótimo, intrusos.

—Se não quer que eu lhe coloque de castigo por quatro meses, vá lá em cima, escolha uma roupa e avise o seu irmão.

O jovem suspirou e foi para o seu quarto compartilhado.

 -Quem vai vir hoje?-Sherlock questionou assim que seu irmão apareceu na porta.

 -Não sei, uma amiga da mamãe. Deve ser outra pessoa comum.

—...

—...

—Eu não vou a esse jantar.

 -Oh!Vai sim.

—Não,não vou. Prefiro sair com o barba-ruiva.

—Ah,o maldito cachorro.

 -Hey!-O menor atirou-lhe o travesseiro.

—Deus! Cresça Sherlock!

Sherlock zombou e ouvimos o barulho da campainha.

Agora estamos de volta ao andar de baixo, contudo, já é noite e o Sr. Holmes vai atender a porta:

 -Oh.-Ele sorri ao ver que suas visitas chegaram.-Por favor, entrem!-A frente dele havia um casal e uma garotinha, que parecia ter a idade de Sherlock.-E você deve ser Jenny.-Não era uma pergunta.

 -Sim senhor. Será que eu posso...? -Apontou para o corredor.

—Sim, sim, claro, minha esposa está na cozinha. Explore!-O entusiasmo dele era bem visível.

Jenny caminhou analisando tudo a sua volta, ela podia confirmar sua pesquisa sobre os Holmes, família de boa renda, sendo a senhora Holmes um gênio da matemática.

—Oh Deus!-Alguém gemeu atrás dela, um gemido de desgosto.

A morena virou-se para encontrar um garoto, provavelmente da sua idade, com cabelos cacheados e olhos claros. Se estão pensando em Sherlock, acertaram.

—Oh por Deus!Comporte-se.-Mycroft veio logo em seguida, porém, parou dois degraus antes ao ver que a visita estava ao pé da escada.- Ann... Boa noite, presumo que você seja convidada da minha mãe.

—Uma delas, pelo menos. Sou Jenny Drewmound.

—É um prazer senhorita Drewmound.-Mycroft,fazendo uso de suas boas maneiras, pegou a mão dela para depositar um beijo, mas a menina conseguiu desvencilha-se no último instante colocando dois dedos na testa do outro o impedindo de continuar seu movimento.-Mas o que..?

—Eu aprecio um bom e velho aperto de mão, damas e cavalheiros não é minha área.-Ela sorriu.

Sherlock queria rir,mesmo que não gostasse da ideia de ter uma garota em casa, na opinião dele, garotas eram irritantes, frescas, que só ficavam babando pelo sexo oposto. Ele foi tirado de seus pensamentos pela seguinte frase:

—Oh, vocês têm um cachorro!-Drewmound apontou.

—Como sabe disso?-Mycroft questionou, afinal, o cachorro estava longe de ser visto, exatamente para não incomodar as visitas.

—Tem dois pelos na calça dele.-Apontou para Sherlock, de fato, dois minúsculos pelos que só poderiam ser visto por um olho extremamente habilidoso.- Pelo formato e cor dos pelos, um Setter Irlandês, provavelmente macho devido a personalidade do dono, já que qualquer um pode ver que ele não gosta de meninas, provavelmente tende a generalizar como frescas, irritantes e completamente fanáticas pelo sexo oposto...Não está errado, boa parte é assim. Diria também que o dono do cachorro é este ser aqui...-Apontou para o Holmes mais novo.-Que está claramente desconfortável com essa roupa, nem fez questão de tirar os amassados, ou seja, não queria estar recebendo visitas, o que indica que ele não é sociável, com um número de amigos reduzidos a um,ou seja, seu cachorro.- Agora temos um close na face dos irmãos Holmes,ambos com o queixo caído.Jenny suspirou.-Deixe-me fechar para vocês.-Ela empurrou suavemente os queixos fechando as bocas de ambos e em seguida cruzou os braços.-Melhor?

—Oh!Ai estão vocês!-A senhora Holmes veio.-Vejo que já se conheceram. Meus meninos se comportaram bem?

—Sim,não há nada o que se preocupar.-A menina sorriu.

—Serio?-A loira olhou para os filhos, eles estavam estranhamente calados.-Tudo bem,então venha comigo até a cozinha querida,é tempo de você provar alguns biscoitos caseiros. Drewmound acenou com a cabeça e a seguiu.

Depois de alguns segundo de silencio,Mycroft começou:

—Céus,como esperei por este dia.-Olhou pata seu irmão mais novo.-Alguém com potencial, parece que você está com problemas irmãozinho.

—Cala essa boca.-Sherlock passou por ele indo na direção da cozinha.

—Oh!-A mulher desconhecida exclamou ao ver o menino.-Esse é o seu filho?

—O mais novo.-Mamãe Holmes respondeu.

—Então este é o William.

—Sim,e ...-A mãe de Sherlock olhou para ele.-Onde está o seu irmão?

—Estou aqui mãe.-Mycroft apareceu logo atrás de seu irmãozinho.

—Ótimo, vamos para a mesa.

Revirando os olhos, William se locomoveu junto com seu irmão, seguindo sua progenitora até a cozinha, tamanha foi sua surpresa ao ver que a garota de outrora estava sentada no seu lugar.

—Qual o problema, irmãozinho?-Mycroft perguntou ao ver Sherlock mirando na convidada juvenil como se ela fosse uma anomalia.

—Ela está sentada no meu lugar.

—Vai começar. -Mycroft suspirou e sentou-se no seu lugar habitual ficando ao lado de Jenny.

—Sherlock,venha se sentar.-Seu pai chamou.

O menino caminhou roboticamente para o lado de Jenny e ficou encarando-a. A outra percebeu:

 -O que?

— Esse é o meu lugar.

—Sherlock!-Mamãe não gostou nada disso.-Tenha modos.

—Mas mãe!-Ele gemeu.

—Ah,deixe o menino,Jenny pode se sentar em outra cadeira.-A senhora Drewmound olhou para a filha.

—Isso não é justo!-Jenny reclamou.

—Acho que sei como resolver a situação.-Mycroft começou cansado da cena.

—O que tem mente?-Sherlock olhou para ele.

—Proponho uma pequena e rápida competição, uma pergunta simples, que acertar ganha o direito de sentar nesta cadeira.

—Uma pergunta, hein?-Jenny piscou.- Estou de acordo.

—Eu também. - O moreno concordou.

—Ótimo, vai ser divertido. Visando o que você aprendeu na escola hoje, Sherlock, e que talvez nossa convidada já saiba, qual o nome do movimento que a terra faz em torno do Sol?

Antes que Jenny pudesse responder, Sherlock falou:

 -A terra gira em torno do Sol?

A cena muda, agora papai e mamãe Holmes estão se despedindo de seus convidados. –

Obrigada pelo jantar,senhora Holmes.-Jenny agradeceu.

—Oh querida,pode me chamar de madrinha.

Jenny sorriu e seguiu para o carro com seus pais. Uma vez que estavam fora de vista a mulher fecha a porta e olha para o seu marido:

—Ela é adorável, não é?

—Sim...-O homem começa.-Por que não tivemos uma filha?

—Por Deus!Sherlock!Como você pode ser tão burro?!É o sistema solar!

—Eu não sou burro Mycroft!

—Porque nós já temos dois filhos e eles já são o suficiente.-A loira disse ao ver seus meninos entrando no corredor.

—Rapazes, venham aqui.-Papai chamou-os.-Sua mãe quer lhes perguntar uma coisa.

—O que?-Seu filho mais novo questionou ao se aproximar.

—Bem...-A mulher começou.-O que acharam da garotinha que veio jantar hoje?

Mycroft ia responder quando seu irmão se adiantou:

—Ela é inteligente, evidentemente, irritante, com altas capacidade de dedução e eu a odeio...quando ela vai vir aqui de novo?

—Hum...Mais vezes.-Seu pai deu de ombros.-Afinal,ela é minha afilhada.

—Aquela que morava na América? -Mycroft piscou.-O que ela está fazendo do outro lado do mundo?

—Como sabia disso?-Sua mãe arqueou uma sobrancelha.

—Eu pesquisei.

—E quando ele diz que pesquisou, ele quer dizer que me pagou pra fazer o trabalho sujo.-Sherlock zombou.

—Pelo menos eu sei o que é rotação e translação!

—Ok,já chega!Pra cama os dois!-Mamãe Holmes os afugentou, ela assustava.

Temos aquele desfoque na tela e retornamos ao presente.

Dentro do taxi,Sherlock pisca por alguns segundos, a memoria de quando se conheceram estava viva em sua mente,ele abriu a boca para falar mas Jenny não deixou:

—Chegamos.-Ela abriu a porta fazendo-o se apressar.

—Não pode considerar isso.-Ele saiu  do taxi.

Jenny, que estava quase adentrando o Diogénes, se vira para ele:

—Posso sim.

Holmes gagueja um som de desaforo e corre para alcança-la, conseguindo se posicionar na sua frente:

—Eu gostei de você, naquela época.  Olha, eu mudei.

—Sim, você cresceu.-Ela sorriu e passou por ele.

ESCRITÓRIO SUBTERRÂNEO DE MYCROFT.

—Eu a encontrei uma vez. -O próprio comenta.

—Thatcher? -Podemos ver Sherlock andando de um lado para o outro, Jenny está sentada a frente do Holmes mais velho.

—Um pouco arrogante, achei.

—Achou isso?!

Mycroft ri:

—Eu sei! - Seu sorriso cai e ele segura o telefone de Sherlock. - Por que estou olhando para isso?

—Essa é ela. O bebê de John e Mary.

—Oh, eu vejo. Sim. - Sorri de forma falsa.- Parece muito ... totalmente funcional.

—Serio?-Drew rebate com sarcamo acompanhado de um olhar de reprovação.- É o melhor que você pode fazer?

—Desculpe. Eu nunca fui muito bom com eles.

— Bebês?- Sherlock pisca.

—Humanos.

—Hiprocrita.-A morena zombou.

—Estou tão feliz que você tenha retornado.-Mycroft rebate no mesmo tom.

—Ah,Mike, você sabe que me adora.

—Oh sim.-Sherlock começou com desgostos.- Vocês sempre foram tão amigos,de um dia pro outro,bam,amizade forte e inquebravel!

—Não foi bem assim.-Drew sorri de lado.

Mycroft não poderia discordar dela, eles criaram um vínculo, mas não foi exatamente de um dia para o outro.

Tudo começou quando ela se mudou oficialmente para sua casa.

Jenny Drewmound adentra a casa dos Holmes mais uma vez,agora com suas malas.

—Vai dormir aqui de novo.-Sherlock Holmes,agora com provavelmente oito anos,desce as escadas lendo um livro.-É a terceira vez neste mês. -Ele olha para as malas,parecia ter mais coisa do que da ultima vez.-Ou talvez esteja de mudança.

—Seja bom para ela William,Jenny vai morar conosco a partir de agora.-Sua mãe rebateu.

—Deixe-me adivinhar,seus pais morreram.-Não era uma pergunta.

Antes que sua mãe pudesse lhe dar uma boa resposta,a menina se prontificou:

—Algo por ai, não que isso seja assunto teu.

—Não que o assunto me interesse.-O outro corrigiu.

—Deus!-Mycroft chegou.-Eu nunca fiquei tão feliz por não ter mais que dividir o quarto com você,irmão.

—Mycroft.-Sherlock cumprimentou.-Quer jogar deduções?

—Estou ocupado Sherlock.

—De novo?

—Se quer tanto jogar, por que não pede pra Jenny?

—Não quero tanto assim.-Sherlock se dirigiu a cozinha.-E ela não vai ficar no meu quarto.

Mycroft revirou os olhos e redirecionou sua atenção para a menina:

—Perdoe o comportamento dele, esta é uma das muitas fases de uma criança. É bastante irritante.

 -Mycroft,nem eu e nem você somos adultos,as fases ainda estão propensas a acontecer.

—Bem,bem,vejo que meu irmão burro não vai ceder-lhe o quarto,eu adoraria oferecer o meu mais...-Ergueu sua maleta.

—Já sei,trabalho,trabalho,trabalho,é de você que estamos falando.

O menino sorriu e subiu as escadas. O relógio soa meia noite, ao que parece tivemos um salto no tempo, e o mais velho dos irmãos Holmes está sentado a sua mesa de trabalho em seu quarto.

—Estou cercado de idiotas...-Analisou uma pasta cheia de folhas.-Por que simplesmente não as demitem? Ao menos eu faria assim. -Olhou para o relógio.-E o tempo que nada perdoa.

Fazendo seu ritual noturno,Mycroft foi pegar um copo de agua na cozinha quando ouviu alguns gemidos e pequenos gritos esganiçados vindos da sala. Ele foi verificar o local e avistou Jenny revirando-se de um lado para o outro.

—Santo Deus,que seja um pesadelo.-Para seu alivio,ela estava mesmo tendo um pesadelo.-Oh que ótimo,Jenny...-Tentou acorda-la.-Talvez precise me aproximar mais...-O fez.-Jenny,Jenny...Jenny!!!-E levou um soco no nariz.-Au!

—Mycroft?!-Jenny estava ofegante, algumas gotas de suor escorrendo pela sua face.

—Enquanto não desenvolverem um método de clonagem apropriado, sim, sou eu.-Ele zombou.- Devia deduzir que o sofá não era confortável o suficiente.

—Era só um pesadelo, não é frenquente.-A outra rebateu.- Vou ficar bem.-Voltou a deitar.-E aproposito, desculpe pelo seu nariz.

Mycroft bufou,isso é o que ele ganhava por se preocupar...espere...preocupar? De qualquer forma, dizer que os pesadelos não eram frequentes foi um grande erro, pois o menino assistiu o episódio se repetir constantemente, até que um dia, quando o Sr. E a Sra.Holmes não estavam em casa...

O mais velho dos irmãos Holmes desceu as escadas coçando os olhos, ele voltou-se para a sala e percebeu algo estranho. Ao adentrar o local, para sua surpresa, o sofá estava vazio. Ouviu o barulho de descarga e foi verificar o banheiro de baixo, o mesmo estava aberto e dá pra ver a luz acesa.

O garoto arregala os olhos à medida que se aproxima:

—Oh Deus!-Jenny estava sentada no chão,encostada na parede,com um rastro de sangue escorrendo pela boca. -O que aconteceu com você?-Mycroft se abaixa analisando-a.- Eu devia chamar meus pais...-Antes que ele pudesse se levantar,ela o agarrou pela calça.

—Não!Não!Por favor,não!

—O que te deixou assim?-Ela olhou para o lado fazendo-o perceber a existência de vários potes de remédios abertos.-Santo Deus, você não...-O garoto passou a mão pelos cabelos e pegou o frasco,não havia nada escrito e ele podia deduzir facilmente que aquele medicamento não era de sua casa.-Quem te deu isso?

—Meus pais disseram que iria parar as dores.

— É,claro,mortos não sentem dor,não devo discordar.-Ele tirou um lenço do bolso.-Limpa a boca,eu cuido do banheiro.

—Não precisa fazer isso.

—Alguem precisa, e de nós dois,eu sou o único que consegue ficar de pé.- Depois disso, Jenny respondeu com o ato de se levantar,mas não durou muito uma vez que se corpo despencou para o lado.Mycroft a segurou.- Sem fazer esforço, mas será que você não me ouve?-A pegou no colo.-Ah,que remédio?

Poucos depois vemos o mais velho dos irmãos Holmes depositando a garota semiadormecida em sua cama.

—Mycroft...-Ela murmura.-Por que estou na sua cama?

—Não se acostume, mas por hora, descanse.

E apesar de ter dito para ela não se acostumar, ele se costumou.

Como projeto particular, Mycroft Holmes adotou a pesquisa das estranhas pílulas que Jenny Drew trouxe para sua casa, e para garantir que não tomasse mais nenhuma, deixou-a dormir em sua cama durante um período tão extenso que não passou despercebido de seu jovem irmão.

De volta ao presente...

Sherlock nunca entendeu como seu irmão mais velho começou a dividir o quarto com uma garota, mas ele não podia deixar de sentir ciúmes por ambas as partes. Mas agora não era a hora. Ele dá um passo à frente e pega o telefone de seu irmão:

—Moriarty. Ele tinha alguma ligação com Thatcher? Algum interesse nela?

—Por que diabos ele iria?-Seu irmão questionou.

— Eu não sei. Diga-me.

Mycroft se inclina para frente e abre uma pasta sobre a mesa:

—No último ano de sua vida, James Moriarty foi envolvido com quatro assassinatos políticos, mais de setenta roubos variados e ataques terroristas, incluindo uma fábrica de armas químicas no Norte da Coreia, e ultimamente demonstrou algum interesse em rastrear a Pérola Negra dos Borgias, que ainda está desaparecido, a propósito, no caso de você sentir vontade de se aplicar a algo prático.

—É uma pérola. Arranje outra. – De repente ele fica pensativo, olhando para um lado.-Há algo importante sobre isso. -Por alguns instantes, o reflexo e o som da água ondulante azul escuro parece rodeá-lo.-Tenho certeza. Talvez seja Moriarty. Talvez não seja. Mas algo está vindo.

—Você está tendo uma premonição, meu irmão?

Sherlock pisca e olha para Mycroft:

—O mundo é tecido de milhares de milhões de vidas, cada fio se cruzando. O que chamamos premonição é apenas movimento da teia. Se você pudesse atenuar a cada linha de dados trêmulos, o futuro seria inteiramente calculável, tão inevitável quanto a matemática.

—Encontro em Samarra.

—Desculpe?

—O comerciante que não pode ultrapassar a morte. Você sempre odiou essa história quando criança. Não gostava de predestinação naquela época.

—Ainda não tenho certeza se eu gosto.

— Você escreveu sua própria versão, pelo o que me lembro, ``Encontro em Sumatra´´ .

—Calado.-Seu irmão mais novo rebateu,aquele seria um momento vergonhoso.

—O comerciante vai para uma cidade diferente e permanece perfeitamente bem.

—Boa noite, Mycroft. -Sherlock se vira para a porta.

— Então ele se torna um pirata, por alguma razão.

Jenny segurou o riso enquanto o detetive deu um rosnado:

—Okay,é isso, mantenha-me informado.

—De quê?

—Não tenho nenhuma ideia. Jenny!-Sherlock chama ao sair.

Drew se levanta e o segue.

Enquanto isso, em algum lugar desconhecido, um homem se contorce em sua cama em uma pequena sala enquanto gritos ecoam em sua cabeça. As luzes de um carro passando balançam através da janela acima da cama e o homem se encolhe, sua respiração está desregulada. Em outro lugar, outro busto de gesso branco, de Thatcher, esmaga-se no chão.

BAKER STREET.

No patamar do primeiro andar, Hopkins está de pé diante da porta fechada da sala de estar, batendo um dedo contra a pasta que está segurando. Ela se vira enquanto Greg sobe as escadas segurando um envelope de papel marrom:

—Oh, oi, Stella.

—Greg.

—Você, uh ... você... -Ele faz barulhos incoerentes e aponta para a porta fechada.

—Uh, sim. Ele está com um cliente, então ...

—Certo, certo. Vocês se veem muito?

—Não é nada. Quer dizer, não é nada sério. Só apareço de vez em quando para uma conversa.

—Sim, claro.

—Quero dizer, ele adora um caso realmente complicados.

—Sim, ele sim! - Ele para por um momento, seu riso desaparecendo.-  Então, o que você está fazendo aqui?

—Bem, a Interpol pensa que a trilha da Perola dos Borgias volta para Londres, então ...

—A Perola dos Borgis?Eles ainda estão atrás disso?

— Sim. Então, como vocês dois se conheceram?

—Ah, um caso, há dez anos ninguém conseguia resolver. Uma senhora foi encontrada morta em uma sauna.

—Ah, sim? Como ela morreu?

—Hipotermia.

— O quê?

—Eu sei! Mas então eu conheci Sherlock. -Sua voz fica mais alta.-Foi tão simples... -Ele é interrompido pela porta sendo aberta abruptamente por ninguém menos que o detive.

— Vocês dois, por favor, poderiam manter silencio? -E fecha a porta.

— Desculpe.-Os inspetores falam simultaneamente.

Dentro da sala, Sherlock caminha até sua cadeira, passando por um homem que estava usando calça cinza e uma camisa de mangas curtas pálidas:

—Agora, você nunca teve seguro de vida, não é? Você começou no trabalho manual. Ah, não se incomode em ficar atônito. Sua mão direita é um tanto maior que a esquerda. Trabalho duro,isso acontece.

—Eu era um carpinteiro, uh, como neu, pai.-O home admite.

— E você está tentando parar de fumar, sem sucesso, e teve uma namorada japonesa que significou muito para você, mas agora você se sente indiferente.

—Como diabos ...? - Ele olha para o bolso de sua camisa vários pequenos itens cilíndricos. - Ah, cigarros eletrônicos.

— Não apenas isso, dez cigarros eletrônicos. Agora, se você só quisesse fumar dentro de casa, teria investido em um desses cachimbos eletrônicos irritantes, mas você está convencido de que pode desistir, então você não quer comprar um cachimbo porque não vai mesmo parar. Então compra cigarros certo de que cada um será o seu último. Algo a acrescentar, John? - Ele olha brevemente para a cadeira de John e tem uma surpresa.- John? -Flutuando na cadeira, há é um balão vermelho com um rosto desenhado sobre ele. O balão é mantido no lugar por um pedaço de corda enrolado e apoiado por um livro.

—Sim, sim, sim, estou ouvindo. -John aparece na entrada da cozinha.

— O que é isso? – O moreno continua olhado para o balão.

—Isso é um substituto para mim.

Sherlock franziu a testa:

—Não seja tão duro consigo mesmo. -Ele ri, parecendo um pouco tímido. - Você sabe que eu valorizo ​​suas pequenas contribuições.

—Isso está ai desde as nove da manhã.-Jenny botou a cabeça para fora da cozinha.

—Mas,o que estão fazendo?-O detetive pisca.

— Ajudando a Sra. Hudson com seu Sudoku.-Watson responde.

—E a minha namorada?-O cliente interrompe.

—O que?-Holmes lhe dá atenção.

—Você disse que eu tinha uma ex.

Você tem uma tatuagem japonesa no braço, o nome "Akako". - Há um close da tatuagem, que está muito desbotada, e ouvimos o zumbido de uma arma de tatuagem.- É óbvio que você tentou removê-la.

— Mas certamente isso significa que eu quero esquecê-la, não que eu seja indiferente.

—Se ela realmente feriu seus sentimentos, você teria arrancado, mas a primeira tentativa não foi bem-sucedida e você não tentou novamente, então parece que você pode viver com a memória ligeiramente borrada de Akako, daí a indiferença.

O outro ri por alguns segundos, depois levanta as mãos:

—Desculpe. Pensei que tivesse feito algo inteligente. Ah, mas agora você explicou isso, é absolutamente simples, não é?

O lado da boca de John se contrai em um sorriso e Sherlock puxa uma longa respiração:

—Eu segurei esta informação de até agora, Sr. Kingsley, mas acho que é hora de você saber a verdade. Alguma vez você já se perguntou se sua esposa era demais para você? Você pensou que ela estava tendo um caso. Receio que seja muito pior do que isso. Sua esposa é uma espiã.

— O quê ?!

— Isso mesmo. Seu nome verdadeiro é Greta Bengtsdotter. Sueca por nascimento e provavelmente a espiã mais perigosa do mundo. Ela tem operando de forma disfarçada , nos últimos quatro anos, como sua esposa por uma única razão: chegar perto da embaixada americana que está do outro lado da rua do seu apartamento. Amanhã o presidente dos EUA estará na embaixada como parte de uma visita oficial de estado. Enquanto o presidente cumprimenta os membros da equipe, Greta Bengtsdotter, disfarçada como uma faxineira, vai injetar no presidente na parte de trás do pescoço uma droga nova e perigosa escondida dentro de um compartimento secreto dentro de sua axila. Esta droga fará o presidente inteiramente suscetível à vontade de seu novo mestre, que é ninguém mais do que James Moriarty.

—O quê?!

—Moriarty, então, usar o presidente como um peão para desestabilizar a ``Assembleia Geral das Nações Unidas´´, que deve votar em um tratado de não proliferação nuclear, desequilibrando a balança a favor de uma primeira política de greve contra a Rússia. Esta cadeia de eventos será, então, imparável, precipitando assim a terceira guerra mundial.

John ri quase silenciosamente:

—Você está falando sério?

—Não, claro que não. -Jenny rebate olhando para Kingsley.- Sua esposa o deixou porque sua respiração fede e você gosta de usar a lingerie dela.

—Eu não! Apenas os sutiãs.

—Saia!-Sherlock abre a porta,  Kingsley se levanta e sai da sala, passando entre os inspetores, e aporta é fechada novamente.

—Então, qual o motivo disso? -Watson questiona ao seu velho amigo.

—Me divertir.

—Diversão?

—Enquanto posso.

Há uma batida na porta e Hopkins entra:

—Uh, Sherlock.

—Perola dos Borgias, chato, vá. -Ele a empurra de volta e fecha a porta, mas poucos segundos depois, Greg adentra a sala fazendo-o suspirar.- Ah, é melhor que seja bom.

—Oh, eu acho que você vai gostar. – Do saco de papel ele tira uma bolsa de plástico transparente, dentro dela há pedaços quebrados de gesso branco e algumas peças maiores mostram que esse era um busto de Thatcher.

—Esse é o busto, não é? O que estava quebrado?-Watson se manifesta enquanto Holmes pega a sacola.

—Não, não é. É outro. Proprietário diferente, bairro diferente. Você estava certo! Algo está acontecendo. -Lestrade olha para o detetive, olhar de Sherlock se torna intenso.- O que há de errado? Eu pensei que você ficaria satisfeito.

—E ele está.-Drew se junta a eles.

—Mas não parece satisfeito .

— Essa é minha cara de jogo.-Holmes levanta os olhos, formando um pequeno sorriso.- E o jogo continua. - Ele se vira,e , logo depois está sentado à mesa da cozinha examinando os pedaços do gesso no microscópio.

—Outros dois foram esmagados desde o Welsborough: um pertencente ao Sr. Mohandes Hassan.- Greg está nas proximidades.

—Bustos idênticos?-Assim como John.

—Sim, e este era do  doutor Barnicot em Holborn. Três no total. Deus sabe quem quer fazer algo assim.

—Sim, bem, algumas pessoas têm esse complexo, não?Uma ideia fixa. Eles ficam obcecados com uma coisa e não podem deixá-la ir.

—Não, não é bom. Havia outras imagens de ... -Sherlock faz uma pausa, depois ergue a cabeça.- Margaret?

—Você sabe quem ela é.

— Thatcher, presente na primeira invasão. Por que um monomaníaco se fixaria em apenas um? -Ele pega outro pedaço de gesso com uma pinça e acha algo interessante.-Ooh.

—O quê? -Jenny se aproxima,inclinando o rosto para perto.

—Sangue. -Dá espaço para ela olhar.

—Humrum, e tem bastante.-A garota olha para Lestrade. - Houve alguma lesão na cena do crime?

—Não.

—Então o nosso suspeito deve ter se cortado quebrando o busto.

Holmes usa as pinças para colocar o pedaço de gesso manchado de sangue em um pequeno saco de plástico:

—Vamos lá.

—Lambeth?-Drew sugere captando a mais a ideia.

—Lambeth?-O inspetor se manifesta. -Por quê?

— Para ver o Toby.-Tanto Drew quanto Holmes respondem.

— Ah, certo. -John para em seus calcanhares.- Quem ?

—Você verá. -Sherlock sorri.

—Certo.-O loiro olha para Greg.-Você vem?

—Não. Ele tem um encontro com uma oficial forense morena e não quer chegar atrasado.-Jenny fala ao ajustar seu casaco.

— Quem te disse?-Lestrade questiona mas a respota vem de Sherlock Holmes.

—A manga direita da sua jaqueta ...-Um close mostra que há longos cabelos humanos na manga.-O formaldeído misturado com sua colônia e sua completa incapacidade de parar de olhar para o seu relógio. Divirta-se.

—Eu vou. -Ele se dirige para a porta mas para ao ouvir o comentário do seu amigo.

— Ela não está certa para você.

—O quê?

—Ela não é a perfeita.

—Oh...Obrigado,Mãe Dinah.-Lestrade se retira.

John se aproxima de Sherlock:

—Como sabe que não dará certo?

— Ela tem três filhos no Rio que ele não sabe.-Sherlock digita em seu celular.

— Você está inventando isso?

—Possivelmente.

—Tá...Quem é Toby?

—Um garoto que eu oconheço, hacker, hacker brilhante , um dos melhores do mundo. Ele se meteu em sérios problemas com os americanos um par de anos atrás. Ele invadiu o sistema de segurança do Pentágono, e eu consegui tirá-lo da acusação. Portanto, ele me deve um favor.

—Infelizmente.-Jenny zomba.

—De qualquer forma, ter você por perto será deveras beneficiador, ele terá um incentivo.-Sherlock pisca.

Vemos a mão enluvada de Sherlock bater duas vezes nme uma porta,agora estamos do lado de fora, em alguma rua

—Então, como isso nos ajuda?-Doutor Watson questiona.

— O quê?-O moreno olha.

— Toby, o hacker.

—Toby năo é o hacker.

—O quê?

Um jovem acima do peso,com óculos,abre a porta:

—Tudo bem, Craig?

—Tudo bem, Sherlock?

—Hey rapaz.-Jenny bate palmas e um grande ``Cão de Santo Humberto´´ vagueia para fora em sua direção.-Quem é o bom menino?

Sherlock sorri para cena e sussurra para John:

—Craig tem um cachorro!

—Estou vendo.-O loiro rebate.

—Bom garoto.-Sherlock ri com alegria quando o cachorro chega até ele.

—Não é que você tem um ponto fraco.-Drew rebate com um meio sorriso.

Sherlock olha para, com aquele sorriso no rosto. Os dois se encaram em silencio por alguns segundos até alguém limpa a garganta:

—Hiya!-Mary aparece na porta com Rosie em seus braços.

— Mary, o que você ...? -John olha surpreso. - Não, nós concordamos que nunca levaríamos Rosie para um caso?

— Não, exatamente.-Ela entrega o bebê para John e olha para o casal.- Ei, Sherlock,Jenny.

—Ei.-Os mesmo sorriem.

—Mas ... Mary, o que você está fazendo aqui?-Seu marido pisca.

—Ela é melhor nisso do que você. -Sherlock comenta.

—No que?

—Eu mandei uma mensagem para ela.

—Espera. Mary é melhor do que eu?

—Bem, ela é uma superagente aposentada com um terrível conjunto de habilidades. É claro que ela é melhor. Nada pessoal.

—Oh, então eu deveria ir para casa agora?

—O que você acha, Sherlock, levamos conosco?-Mary brinca.

—John ou o cachorro? – Holmes recebe uma pequena bofetada em seu ombro.-Ei.-Ele olha para Jenny.

—O que?

— John é útil e leal. -Mary os interrompe.

—Há há, engraçado, muito engraçado.-Watson bufa.-  É muito cedo para um divórcio?

— Aww! -Sorrindo, ela aponta para si mesma.

—A casa de Barnicot, então. Vamos fazer uma caminhada?-Sherlock muda de assunto.- Ele se vira e se afasta com Toby.-Vamos. Ele é rápido.

Algum tempo depois...

—Ele não está se movendo.-John fala.

—Ele está pensando.-Sherlock rebate.

Aparentemente, Toby sentou-se no chão, perto de uma cabine telefônica. Mary está atrás dele segurando sua guia, John tem Rosie amarrada na frente dele em um porta-bebês e Sherlock fica ao lado dele com as mãos enfiadas nos bolsos superiores de seu casaco, enquanto Jenny está com seu braço entrelaçado no dele e a cabeça em seu ombro. Parece que eles estiveram lá por algum tempo.

John olha para Toby novamente:

—Ele realmente não está se movendo.

—Devagar, mas está, John.-Seu amigo suspira. – Não como você.

—Você gosta desse cachorro, não é?

—Bem, eu gosto de você .

—Ainda não se mexe.- Mary parece cansada.

Sherlock olha para o cão por alguns segundos:

—Fascinante.

Os Watson reviram os olhos e Jenny olha para Holmes:

—Preocupante.

Mas, finalmente, temos uma visão de  Toby enquanto ele caminha ao longo da estrada, identificando aromas da sua própria maneira ``Sherlockiana´´enquanto visualiza os cheiros como "HEMOGLOBINA" ,e, "CAFEÍNA".

De repente,um mapa se forma na tela mostrando a rota que ele está tomando como ele vai ao longo de muitas estradas diferentes. Algum tempo depois, a equipe está andando por uma outra estrada enquanto Toby, agora, fareja os elementos químicos do 'WHISKY' como eles passam por uma igreja.

—Então,o que acham?-Sherlock questiona.

—Eles estavam procurando algo. -Mary fala.

— Sim, mas não foi um ladrão. Eles vieram especificamente para aquele busto de Thatcher,mas,por quê?-Jenny pisca.

Alcançando a área de Southwark em Londres, eles se dirigem ao Borough Market,passam pelas barracas até que Toby finalmente desacelera e para. Há uma grande piscina de sangue no chão e alguém atirou serragem sobre ela para absorver boa parte. Uma porta se abre e um açougueiro sai com a carcaça de um porco por cima do ombro. Toby choraminga tristemente e Sherlock olha para a serragem sangrenta:

—Inteligente.

—Bem, se você estivesse ferido e deixando um rastro, onde iria? -A senhora Watson pergunta.

—Me esconder em uma floresta. -Seu marido sugere.

—Ou em um carniceiro. -Sherlock vai para a frente do cão e se inclina para acariciar sua cabeça.-Não se preocupe, Toby. Melhor sorte da próxima vez, hein? -Ele olha ao redor do mercado.- Mas é isso. Posso sentir.

— Moriarty?-Seu melhor amigo pisca.

— Tem que ser ele. É muito bizarro. É muito barroco. Foi projetado para seduzir-me, provocar-me, me atrair. No mínimo, uma corada para o meu pescoço.

—Não é difícil fazer isso.-Jenny coça a nuca.

— O que está insinuando? -O moreno a olha.

—Moriarty pode ter um padrão,mas não é difícil imitar,não é difícil te tentar, se souberem sobre você. Mas o lance comn os bustos, não, é uma busca.- Ela sai andando.

Sherlock parece eufórico antes de sair andando, o casal Watson o segue.

Em outro lugar, alguém esmaga outro busto de gesso branco de Thatcher ,a pessoa vasculha os pedaços, e, em seguida, quebra o outro que estava ao lado,com o resultado igualmente decepcionante.

QUARTO DE MARY E DE JOHN.

Os Watsons estão deitados lado a lado na cama com os olhos fechados.

— Você deveria ter visto o estado da sala da frente. Era como "O Exorcista". -Ouvimos Mary.

— A cabeça de Rosie girava?-John resmunga.

— Não. Apenas o projétil vomitando.

—Legal!

—Hm! Não, você acha que teríamos notado quando ela nasceu.

—Notado o quê?

O pequeno '666' na testa dela.

—Esse é o pressagio. -John zumbe pensativamente.-Disse que ela parecia 'O Exorcista.' São duas coisas diferentes. Ela não pode ser o Diabo e o Anticristo.

Mary suspira e fecha os olhos, Rosie começa a chorar no quarto ao lado, John abre os olhos e ergue a cabeça ligeiramente e ambos olham na direção do som.

—Não pode? -Mary joga o edredom de lado e se levanta.-Estou indo, querida. Mamãe já vai.

John escuta o celular vibra, ele olha para o telefone e levanta as sobrancelhas antes de franzir o cenho.

CASA DE CRAIG.

—Você já ouviu falar daquela coisa, na Alemanha?- Craig está sentado em seu computador digitando enquanto Jenny e Sherlock estão atrás dele.

—Seja mais específico, Craig. -Sherlock fala.

—Nostalgia. Pessoas que sentem falta dos velhos tempos sob os comunistas. As pessoas são estranhas, não são?  De acordo com isto, há um mercado bastante para as recordações da Guerra Fria - Thatcher, Reagan, Stalin...O tempo é um nivelador, não é? Thatcher é como - eu não sei - Napoleão agora.

—Sim, fascinante.

—Irrelevante.-Jenny perde a paciência.- De onde eles vieram?

—Eu tenho nos registros dos fornecedores. Gelder & Co. Parece que eles são da Geórgia.

—Onde exatamente?

—Tbilisi. Seis lotes. Um para Welsborough,um para Hassan,um ao doutor Barnicot. dois para Miss Orrie Harker, um para um Sr. Jack Sandeford de Reading.

 O celular de Sherlock começa a tocar e ele:

—Lestrade, outro?

—Sim.

—Harker ou Sandeford?

Do outro lado da linha, Greg olha para o céu, como se perguntando qual duende mágico sussurrou esses nomes nos ouvidos de Sherlock:

—Harker. E é assassinato desta vez.

—Hm, isso anima as coisas um pouco.

Pouco depois vemos Drew e Holmes compartilhando um taxi,Jenny está dormindo no banco, Sherlock lhe dá uma rápida olhada antes de começar a digitar buscas no celular, vemos claramente uma diversidade de textos sobre a Perola dos Borgias.

JARDIM DE ORRIE HARKER.

Greg e os detetive atravessam o jardim para onde o corpo da Srta. Harker está estirado de bruços na grama:

—Feridas defensivas no rosto e nas mãos, garganta cortada - lâmina afiada.

—A mesma coisa dentro da casa, o busto ? -Holmes pergunta.

—Dois dessa vez...

—Interessante ... Esse lote de estátuas foi feito Em Tbilisi há vários anos - edição limitada,apenas seis.

—E agora alguém está vagando por aí destruindo-os. Não faz sentido. Qual é o ponto?

—Não, eles não os estão destruindo. Isso não é o que está acontecendo.

—Sim, é.

—Bem, é o que está acontecendo, mas não é o ponto. Eu fui lento. Muito lento.

—Bem, eu ainda estou sendo lento por aqui, então se você não se importar ...

—Lento, mas sortudo,muito sortudo.

—E desde que acabaram com os dois, nossa sorte se mantem.-Jenny sorri de lado olhando para o horizonte.- Devemos ir até Jack Sandeford, da Reading.

—Aproposito,Lestrade,Parabens.-Sherlock sorri.

—Desculpe? -O inspetor olha confuso.

—Bem, você está prestes a resolver um grande caso.

—Sim, até que John publique seu blog.

—Sim. Até lá, basicamente.

A dupla se vira e começa a se distanciar.

—E eu devo admitir, você me passou de novo.-Sherlock olha para a garota ao seu lado.

—Holmes,Holmes,acontece.

—É Sherlock.

—Eu sei.

CASA DE SANDEFORD.

COMEÇO DA NOITE.

Dentro de um dos quarto, em uma casa absurdamente cara, em uma pequena mesa há uma foto de um homem segurando um troféu e sorrindo feliz para a câmera. Na frente da fotografia há um troféu diferente com uma cinzeladura e ao lado do mesmo, um busto de gesso branco de Thatcher.

Um homem de roupão, com uma toalha sobre o braço, anda para o outro lado da sala, que tem uma uma piscina interna iluminada na luz azul escura. Uma menina está na piscina, nadando. O homem atravessa a porta aberta:

—Já basta, amor. - Sandeford se inclina e passa a mão sobre um sensor fotoelétrico e a água para.-Papai tem coisas para fazer e você precisa ir para a cama! Vamos!

Ela sai da água e ele envolve a toalha em volta dela Eles saem da sala da piscina e Sandeford fecha a porta, passando a mão sobre outro sensor na parede As luzes daquela sala apagam, deixando apena a luz da piscina. Conforme eles se afastam Sherlock entra na vista e fica observando-os ir  antes de se misturar no escuro.

O tempo passa, após 22:00 horas, alguém entra na adjacente à sala de piscina, carregando uma grande mala. A pessoa caminha através do busto de Thatcher, pega-o e começa a colocá-lo no saco.

As luzes se ascende .Sherlock,que tirou o casaco, atravessa a sala atrás do intruso, que tem o capuz para cima da cabeça.

— Não seria muito mais simples você se abster do seu voto?-O mesmo questiona.

O intruso se vira e puxa uma pistola na direção do detetive, que instantaneamente tira a arma da mão dele.  O desconhecido decide usar a bolsa,mas Holmes a agarra, lança longe e aproveita a deixa para soca-lo. O homem retorna o soco e eles lutam por algum tempo, trocando golpes e chutes,até que Sherlock gira para se desviar e puxa o capuz revelando a face do homem. Ele era moreno, com a barba não muito bem feita,mas os olhos parecem cansados.

—Você estava em fuga.- O detetive começa.- Não tinha onde esconder sua preciosa carga. -Ele chuta o joelho do homem, o outro tenta rebater,mas erra,embora, Sherlock tem sangue escorrendo do nariz.- Você se encontra em uma oficina. Bustos de gesso da Dama de Ferro. É inteligente, muito esperto. Mas agora que você me conheceu, não se sente tão esperto, não é?

—Quem é você?

—Meu nome é Sherlock Holmes.

O homem olha para ele com um olhar assassino:

—Adeus, Sherlock Holmes. -Rugindo de raiva, ele atira-se para Sherlock mas antes que possa chegar ao seu alvo,Drew vem pela lateral e o derruba.

O homem parece surpreso, mas não menos enfurecido, conforme eles começam a trocar golpes, seus corpos giram ao redor da sala até que ele faz, com ela, o que não conseguiu fazer com Holmes, a empurra contra a porta de vidro e ambos afundam na piscina.

Sherlock observa em pânico, tentando bolar um plano enquanto sua amiga tenta sufocar o desconhecido, ainda debaixo d'água. Cansada do combate aquático,Drew consegue agarrar o homem e arrastá-lo para fora batendo sua cabeça algumas vezes contra o piso. O inimigo grita repetidamente enquanto luta para libertar-se, Jenny o arrasta para o lado, perto da torneira da piscina e a liga fazendo-o engasgar com a agua derramada em sua boca.

— Você vai mata-lo!-Sherlock avisou, preocupado.

Como se a voz dele fosse o bom senso,J enny largou o desconhecido ,empurrando-o pra longe, e se apressou em sair da piscina. Enquanto Holmes a ajudava,viu o ladrão se preparando  em ataca-la por trás:

—Oh,não,não nela.-Sherlock puxou o busto de gesso e o bate na face do sujeito enviando-o para debaixo da piscina.

—Ah,prestativo Holmes.-Drew riu.

—É Sherlock.-Ele a analisou de cima abaixo.-Nenhum ferimento grave, ótimo.

— Você me subestima. -Ela puxa o busto de sua mão.-Agora vamos ver o que tem aqui.-Joga o mesmo no chão.

Sherlock arregala os olhos,ele esperava ver uma perola e uma ligação com Moriarty,mas, no lugar,encontrou um pen drive  que devira ter sido queimado nas chamas,um pen drive que quase causou a destruição de um casamento,um pen drive que continha as letras :

 

A.G.R.A.

—Não é possível.Como poderia? Ela ...- O detetive estende a mão para pegá-lo.- Ela o destruiu.

—"Ela." -O intruso,que havia saído da piscina, se levanta, seu rosto angustiado e seus olhos cheios de lágrimas, com um arma apontada para Sherlock.- Você a conhece, não é? Você conhece a vadia. Ela me traiu. Traiu todos nós. – Podemos ouvir as sirenes da polícia.

—Mary.-Jenny suspira.- Isso é sobre Mary .

—É assim que ela se chama agora, hein?

Os carros da polícia pararam, e agora a voz de Greg pode ser ouvida por um alto-falante:

—Polícia! Vocês estão cercados!

O intruso olha na direção do som, mas depois olha de volta para Sherlock:

—Dê para mim!

Lestrade fala de novo:

—Saia lentamente com as mãos na cabeça.

O ladrão vira a cabeça e grita:

—Ninguém atira! Qualquer disparo, eu mato este homem!  Eu estou saindo deste lugar. Se ninguém me seguir, ninguém morre!-E começa a recuar na direção da porta.

—Abaixe sua arma!

—Vocês são policiais. Eu sou um profissional. -Ele olha para Sherlock e fala com mais calma.- Diga a ela, que ela é uma mulher morta. Ela é uma mulher morta andando.

—Ela é minha amiga, e está sob minha proteção. -Sherlock fala.- Quem é você?

—Eu sou o homem ... que vai matar sua amiga. Quem é Sherlock Holmes?

—Não é um policial.

O homem muda o alvo e dispara para o sensor ao lado da porta e todas as luzes se apagam, exceto um par de luminárias na extremidade da piscina. Um alarme agudo começa a soar, o homem se vira e corre para a porta, Jenny e Sherlock o observam ir.

TBILISI, GEÓRGIA.

SEIS ANOS ATRÁS.

Em uma sala, existem dois grandes pedestais com grandes leões de bronze sobre eles. O quarto é uma bagunça com itens espalhados ao acaso. Há várias pessoas sentadas ao pé de cada um dos pedestais, envoltos em cobertores.  Outras pessoas estão sentadas no chão embaixo das enormes janelas. Alguns homens armados, com uniforme militar, rondando pela sala.

Entre os pedestais está uma grande mesa, um homem e uma mulher sentam-se em uma extremidade. Eles também têm cobertores embrulhados em torno deles. Um jogo de xadrez está sobre a mesa. A mulher,que reconhecemos como embaixadora, olha para um soldado que se aproxima:

— O que você acha? Xeque-mate me duas rodadas?

O soldado aponta seu rifle para o casal:

—Vou atirar em você.

A embaixadora se afasta da arma e seu marido fala calmamente para ela:

—Não os antagonize, querida.

—Ah, o que mais há para fazer? Xadrez fica chato depois três meses. Tudo fica chato .

— Em breve eles mandarão alguém.

—"Eles"? Quem? Parece-me que colocamos uma terrível fé em "eles". Bem, eu tenho algo que "eles" adorariam, se pudéssemos sair daqui. -Ela olha para o marido, presunçosa .- Eu tenho Ammo.

—Ammo?

Naquele momento, o vidro se rompe acima deles, os soldados georgianos gritam e todos mergulham em busca de cobertura, enquanto duas pessoas vestidas de preto, descem disparando. Conforme eles verificam se o trabalho de limpeza foi positivo, letras aparecem em cima de cada um, A.G.R.A.

O sujeito, rotulado 'R', estende a mão para a embaixadora e fala com uma voz feminina muito reconhecível, se pensaram em Mary, acertaram:

—Senhora Embaixadora. -Ela pega a mão da mulher e puxa-a para seus pés.

—Por que levou tanto tempo?

—Não consegui pessoal.

—Todos para fora,agora!- Outro dos agentes de preto grita.

Os reféns começam a se levantar e dirigem-se para a porta, logo depois a equipe da AGRA os conduz através do prédio, a equipe checa todas as direções, um deles grita:

—"À sua esquerda ! "

A equipe segue em frente, mas os soldados da Geórgia de repente vêm diante deles e o que está na frente dispara para cima, apagando todas as luzes no corredor já escuro. Os reféns gritam  e a AGRA se vira para ver que há civis armados por trás deles.

Um dos membros da AGRA, usando um pen drive de prata em volta do pescoço, puxa a mascara para revelar seu rosto, ele é o intruso da cena anterior:

— E agora? O que nós fazemos?

Mary tira a sua própria:

— Nós morremos. - Ela puxa o pino de um dispositivo e atira o objeto para o chão, uma enorme luz branca explode na frente deles.

A luz da explosão desaparece e nós estamos na sala de estar em Baker Street. Sherlock está de pé na frente de sua cadeira segurando o pen drive e, repetidamente, batendo-o contra os dedos. Ele tem um hematoma escuro sob o olho esquerdo. Jenny está sentada no sofá, vestindo roupas secas sob um roupão azul, estranhamente familiar.

—E então? -Sherlock se vira para a porta, Greg entra.

— Ele não pode ter ido longe. Vamos pega-lo.

— Eu duvido muito. -Ele pega o telefone e começa a digitar.

— Por quê?

—Porque eu acho que ele costumava trabalhar com Mary..

Em seu pequeno quarto, o intruso está sentado no chão segurando uma garrafa, à direita dele, no chão, há um laptop aberto. Ele busca no Google, "Sherlock Holmes" e várias imagens surgem. Uma delas de John, Mary e Sherlock fora da igreja no dia do casamento dos Watsons. Ele aproxima-se de Sherlock, depois passa para o rosto sorridente de Mary.  Colocando a garrafa para baixo, as memorias começam a se infiltrar em sua mente.

Ele está no meio de uma sala cheia de esculturas. Um homem, talvez um oleiro, talvez um guarda, está sentado em um banco lateral e o nosso intruso favorito corre para ele, os dois começam a lutar. Um tiro explode uma cerâmica próxima em uma das prateleiras centrais, e o agente da AGRA derruba seu oponente, no entanto, ele ainda está sendo perseguido por soldados. Conforme a cerâmica continua a ser explodida, uma enorme massa de poeira sobe dando-lhe camuflagem. O moreno corre para trás de seis bustos de gesso idênticos de Margaret Thatcher e tira sua corrente guardando-a na base aberta de um dos bustos. Contudo, quando ele se vira, é nocauteado.

A cena muda, é noite, a chuva está caindo e há relâmpago e trovões.

Alguém, vestindo um capuz, caminha ao longo de um caminho em direção a uma igreja abandonada, ao entrar, percebemos que o lugar foi decorado como uma casa: há um sofá, um par de cadeiras de plástico, e um par de mesas, uma das quais tem um laptop aberto e uma iluminação reduzida.  A pessoa empurra o capuz do casaco e percebemos que é Mary.

— Sou um idiota. Eu não sei de nada.-Ouvimos a voz de Sherlock.

—Bem, eu tenho dito isso há séculos! Foi um texto e tanto,o que você me enviou. -Ela sorri para ele e olha ao redor.- O que está acontecendo, Sherlock?

—Eu estava tão convencido de que era Moriarty, eu não podia ver o que estava bem debaixo do meu nariz. - Eu esperava uma pérola. -Ele olha para a o pequeno objeto de prata em suas mãos e Mary fica em choque.

—Oh meu Deus. Isso é um ...

—Sim, é um pen drive da AGRA como você deu a John, exceto que este pertence a outra pessoa. Quem?

— Eu não sei. Nós ... todos nós tínhamos um, mas os outros ... -Ela gesticula para o dispositivo.-Bem, não olhou ainda?

— Eu olhei para ele, mas eu prefiro ouvir de você.

— Por quê?

—Porque eu vou saber a verdade quando eu ouvir.

— Oh, Sherlock. -A loira caminha alguns passos longe dele e depois se vira para encará-lo.-Nós éramos quatro. Agentes.

— Não apenas agentes.

—Termo polido. Alex; Gabriel; eu; e Ajay. Havia uma confiança absoluta entre nós. Os cartões garantiram isso. Todos nós tínhamos um, cada um contendo nossas identidades, históricos, tudo. Nunca poderíamos ser traídos porque tínhamos tudo o que precisávamos para destruir um ao outro.

—Quem te empregou?

— Quem pagava bem, devia saber disso, Jenny é um ótimo exemplo. Estávamos no topo do nosso jogo por anos, e então tudo terminou. Houve um golpe na Geórgia. A embaixada britânica em Tbilisi foi tomada. Muitos reféns. Recebemos a chamada para entrar, e tirá-los. Houve uma mudança de plano, um ajuste de última hora.

—De quem?

— Eu não sei. Apenas uma outra voz no telefone, e uma palavra de código, "Ammo."

 - "Ammo"?

—Como "munição",em inglês.-Watson dá de ombros.- Entramos mas algo deu errado. Algo deu muito errado.

Um flash...

Nos corredores da embaixada britânica, Mary puxa o pino de um dispositivo e atira o objeto para o chão. Uma brilhante luz branca explode na frente dela e seu colega. Previamente, podemos ter pensado que era uma granada, mas é uma bomba de fumaça . O caos reina enquanto o tiroteio continua e um dos homens da AGRA gira e cai, aparentemente foi acertado. Mary começa a avançar. Um soldado georgiano agarra o quarto homem da AGRA ao redor do pescoço e o arrasta para longe.

De volta ao presente...

—Isso foi há seis anos. Parece que foi a eras. Eu era a única que saiu.

—Não.

—O quê?

Sherlock caminha até a mesa e pega o laptop, colocando o dispositivo na unidade:

—Eu conheci alguém hoje. O mesmo alguém que estava procurando o sexto Thatcher. - Ele põe o laptop na outra mesa, escreve sobre ele e se afasta enquanto várias fotografias aparecem na tela, duas delas parecem ser fotos de vigilância, enquanto a terceira é um cartão de identificação com foto de um jornalista chamado Eshan Mohindra. Todas as três fotos são do homem com quem Sherlock lutou mais cedo.

Como Mary caminha em direção ao laptop, uma nova foto aparece do homem:

—Oh meu Deus. Esse é Ajay. Esse é ele. Ele está vivo?

—Sim, muito mesmo. -Ele toca o hematoma debaixo do olho.

 -Eu não acredito! Isso é incrível! Eu pensei que eu era a única. Eu pensei que eu era a única que saiu. -Se vira para Sherlock.-Onde ele está? Preciso vê-lo agora!

—Antes de você dar a John, você manteve seu pen drive seguro?

—Sim, claro. Era nossa garantia. Acima de tudo, não devem cair em mãos inimigas.

— Ajay também sobreviveu, e agora ele está procurando o pen drive que conseguiu esconder com todas as entendidas da AGRA. Mas por que?

—Eu não sei!

—Tbilisi foi há seis anos. Onde ele esteve? Mary, eu sinto muito te dizer isso, mas ele quer você morta.

Mary ri com descrença:

—Desculpe, não, não, porque nós - éramos uma família.

—As famílias caem. O pen drive é a maneira mais fácil de localizá-lo. Você é o único outro sobrevivente. Deve ser você que ele quer, e ele já matou procurando o busto de Thatcher.

—Bem, ele está apenas tentando me encontrar. Ele sobreviveu. Isso é tudo que importa!

—Eu o ouvi de sua própria boca. "Diga que ela é uma mulher morta."

 -Por que ele iria querer me matar?

—Ele disse que você o traiu.

—Oh, năo, năo, isso é loucura.

—Bem, é o que ele acredita.

— Suponho que sempre tive medo que isso pudesse acontecer. Que algo no meu passado voltaria para me assombrar um dia.

Holmes coloca a mão em suas costelas feridas e se afasta dela:

— Sim, bem, ele é um fantasma muito tangível.

—Deus, eu só queria um pouco de paz, e eu realmente pensei que eu tinha.

—Não. Mary, você tem. Eu fiz um voto, lembra? Cuidar de vocês três.

A mulher sorri ligeiramente:

—Sherlock, o matador de dragões.

—Fique perto de mim e eu vou mantê-la segura. Eu prometo.

Ela parece pensativa por um momento, então se levanta:

—Há algo que eu acho que você deveria ler.-Ela lhe entrega um pedaço de papel dobrado.

—O que é?

—Eu esperava que eu não tivesse que fazer isso.

—O que você ...? -Ele levanta o papel para o nariz e cheira profundamente.- Oh, Mary.-Ele fica tonto e começa a tombar .

Mary apoia enquanto ele cambaleia e cai sobre a cadeira atrás dele:

—Aqui.

—Ah, não.

—Está tudo bem. É o melhor, acredite.

—Não. -Enquanto ele luta para ficar consciente, Mary vai até o laptop e retira o pen drive. Puxando o capuz para cima da cabeça, ela se apressa até a porta, sua voz fraca e ecoando. - Apenas cuide deles até eu voltar. Eu sinto muito.

Sherlock suspira, seus olhos começam a se fechar. A visão de Sherlock é muito clara, dentro de sua cabeça, o som distante de uma criança cantando pode ser ouvido. Uma criança (que assumimos neste momento que seja é do sexo masculino) está usando calças vermelhas enroladas até os joelhos, uma jaqueta amarela um chapéu de pirata azul escuro na cabeça e ele está carregando uma espada de plástico amarela. Como ele pula través da agua enquanto é observado por um cão Setter Irlandês com uma bandana roxa ao pescoço.

Então, alguém que usa um par de botas vermelhas pode ser visto correndo ao longo da praia de cascalho.  O garoto pirata está sendo perseguido por outro garoto, de vermelho.

—Shelorck!-Uma voz familiar traz o rapaz de volta consciência e a imagem das crianças desaparece em um flash.-Sherlock!

—Hum...-Ele geme ao abrir os olhos e ver a face de Jenny Drew.

—Oh,obrigado senhor!-Ela o beija na testa.- Vamos.

—Mas...-Gemendo,ele olha para o lado e percebe que o pen drive desapareceu.-Oh, ótimo.

—Previsivel,eu diria,mas você ainda quis tentar.

—Argh,nem parece que estava preocupada comigo segundos atrás.

A chuva parou, embora um relâmpago acenda brevemente o céu.

ESCRITÓRIO DE MYCROFT.

—AGRA?- Mycroft, sentado com os pés sobre a mesa, franziu o cenho. - Uma cidade nas margens do rio Yamuna, no estado do norte de Uttar Pradesh, Índia. Fica a trezentos e setenta e oito quilômetros a oeste da capital do estado.

— O que você é, a Wikipedia? -Seu irmão, que está sentando do outro lado da mesa, questiona.

—Sim. -Ele estava citando a entrada da Wikipedia literalmente.

—AGRA é uma sigla.

—Oh, ótimo. Eu amo siglas. Todas as melhores sociedades secretas têm.

—O melhor time de agentes,mas você sabe de tudo isso.

—É claro que sei. Continue.

—Um deles, Ajay, está procurando Mary, que também é da equipe.

—De fato? Bem, isso é novidade para mim.

—É ?-Jenny,que estava encostada na parede,o olha meio descrente.

Mycroft abaixa a cabeça e sorri para ela em uma espécie de "acredite se quiser".

—Ele já matou  procurando o pen drive.-Sherlock continuou ignorando o sentimento de desconforto perante a cena.- AGRA sempre trabalhou para  que paga mais. Eu pensei que poderia incluir você.

—Eu?-Mycroft olhou.

—Bem, eu quero dizer o governo britânico ou o governo que você está apoiando.

— AGRA, eram muito confiáveis. Então veio o incidente de Tbilisi. Eles foram enviados para libertar os reféns, mas tudo deu horrivelmente errado. E foi isso. Paramos de usar freelancers.

—Sua iniciativa?

—Minha iniciativa. Freelancers são imprevisíveis e fazem muita bagunça.-Ele dá uma rápida olhada para Drew.- Eu não gosto de pontas soltas,  não no meu turno.

Sherlock se inclina para a frente e puxa um bloco de notas na mesa para si mesmo:

—Havia algo mais. Um detalhe, uma palavra código. -Ele escreve "AMMO" no bloco de notas, em seguida, vira-o para o seu irmão.

—"Ammo"?

—É tudo o que tenho.

—Muito pouco.

—Você poderia investigar isso, como um favor?

— Você não tem muitos favores sobrando.

—Então usarei todos eles.

—E depois de achar e neutralizar quem está atrás dela?Você acha que pode continuar salvando-a para sempre?

—Claro.

—Isso são as emoções falando.

—Não. Sou eu .

—Difícil dizer a diferença nos dias de hoje.

—Eu falei,eu fiz um juramento, uma promessa, um voto.

—Tudo bem. Verei o que posso fazer. Mas lembre-se disso, irmão meu: agentes como Mary tendem a não chegar à idade de aposentadoria. Eles se aposentam de uma forma permanente.

As palavras fizeram efeito na cabeça de Drew, afinal, ela não estava em um caminho muito diferente do de Mary, não é?

—Não no meu turno.-Sherlock rebateu.

—Humrum, certo,oh,e aproposito, Jenny...-O mais velho dos Holmes se volta para ela.- Já que está de volta na cidade gostaria de sair para jantar?

Antes que Drew pudesse dar uma resposta, Sherlock, praticamente, grita:

—Não!!!-Ele faz uma pausa limpando a garganta. - Digo...ela estará...ocupada! -E puxa a mesma para fora da sala.

A cena muda e vemos John lendo uma carta narrada pela voz de Mary:

``Meu querido...

 

Eu preciso te dizer isso pois você não deve me odiar por ter ido embora...´´

Enquanto isso, dentro de um avião, Mary, vestindo calças brancas, uma leve jaqueta listrada, um cachecol colorido em volta da cabeça e grandes óculos de sol redondos de Prada, está sentada em um assento mascando um pedaço de chiclete.

—Perdoe-me.-Ela começa para o homem sentado ao seu lado. -Estou ouvindo um chiado, você também está ouvindo?

O homem ergue os olhos do livro que está lendo e olha ao redor brevemente:

—Não. -Ele abaixa a cabeça para o livro.

— Eu assisti a um documentário no Discovery Channel.- Ao ouvi-la, novamente, o homem levanta a cabeça, mas não parece muito interessado.-"Por que os aviões falham." Você viu?

—Não posso dizer que sim.

—Oh, verdadeiramente aterrorizante. Jurei que nunca voaria, mas aqui estou eu! -Ela ri nervosamente, uma comissária de bordo aproxima-se dela.

—Está tudo bem, madame? -A mesma questiona.

—Não! Não, não, não é, mas então qual é o sentido de reclamar? Eu ouço um rangido. Provavelmente a asa vai sair, é tudo.

A atendente ri educadamente:

—Está tudo bem, eu prometo. Apenas relaxe.

—Oh, ok, relaxe. -Ela dá um tapa no braço de seu companheiro de viagem enquanto a comissária caminha para a traseira do avião. - Ela disse relaxar.

—Você teve um bom tempo? Em Londres?-O passageiro decidi perguntar.

—Estava tudo bem, eu acho, mas alguém escondeu o Sol?-Ela tira os óculos escuros. - Vocês perderam na guerra? -Rindo, ela dá um tapa no braço de novo, ele sorri educadamente e volta ao seu livro.

De volta ao John, ele continua a ler sua carta:

``...Eu me dei permissão para ter uma vida normal. Eu não estou correndo. Eu prometo a você isso. Eu só preciso fazer isso do meu jeito...´´

No avião, Mary se apega ao braço da cadeira e usa seu sotaque de Nova Iorque:

—Oh Deus . Eu sou ... eu não me sinto tão bem. Meu Deus. -Quando ela leva a mão para a boca, o homem ao lado dela se vira de onde ele estava olhando pela janela e levanta a mão para apertar o botão chamando a comissária.

Mary está respirando pesadamente e engolindo como se ela vai ficar doente.

— Tudo bem, madame?-A comissária chega.

—Acho que estou morrendo. Eu não me sinto tão bem. -Ela ofega em algumas respirações.

— Você está bem. -A mulher lhe dá um sorriso reconfortante.

—Oh ... -A outra estende a mão e coloca sobre bochecha da mulher-... você é doce. Você tem uma cara muito amável. Deus sorrirá para você. -Ela enrubesce, então levanta a outra mão em direção a sua boca.

Em casa, John olha para longe da carta pensativo enquanto a narração de Mary continua:

``... mas eu não quero que você e Sherlock me atrapalhando. Sinto muito, meu amor. ´´

Em um terminal do aeroporto, uma comissária de bordo empurra Mary em uma cadeira de rodas, seus óculos escuros voltam ao rosto, a câmera se abre e vemos que Mary é a comissária de bordo, agora com o uniforme da companhia aérea. Sorrindo com suficiência, ela continua em frente e agora está claro que a mulher na cadeira de rodas usando as roupas de Mary é a antiga comissária de bordo, seus olhos estão fechados atrás dos óculos.

`` Eu sei que você vai tentar me encontrar, mas não tem sentido. Todo movimento é aleatório, nem Sherlock Holmes pode antecipar a jogada de dados.´´

 

Três números aparecem na tela sobre uma lista alfabética de nomes de lugares em um atlas. Os números são 6, 2 e 3 e a câmera da zoom no atlas para onde ele lê "Norddal, Noruega "

Mary, vestida para o frio e usando um chapéu de lã, está em um barco de pesca, ``Flekkete Band´´ em um cais.Ela pega uma grande bolsa de lona, ​​joga-a sobre o ombro, sai do barco e se afasta.

Mais tarde, fez o seu caminho para uma área mais isolada da costa, ela vai para o muro de pedra abaixo e puxa uma pedra solta da parede. Dentro há um envelope marrom com um passaporte dentro, a loira abre e constata os dado. Há uma foto sua, mas com cabelo castanho longo, e o nome é Gabrielle Ashdown, nascida nos EUA em 16 de abril de 1975.

`` Eu preciso levar o alvo longe, muito longe de você e Rosie, e então eu vou voltar, meu querido. Eu juro que vou.´´

Algum tempo depois, pela Europa Oriental, Mary sai de uma casa velha,de pedra, vestida com couro preto e usando uma longa peruca escura que corresponde à foto do passaporte. Ela monta em uma motocicleta, aperta o botão de partida.

Norte da Itália, ela está ao volante, dirigindo o que parecer uma pequena van. Em seguida a vemos andando por um cais de pedra, seu cabelo é coberto com uma boina preta de disquete. Os dados rolam de novo e um camelo percorre uma região desértica enquanto o mapa atravessa Teerã. Não está claro se a pessoa que monta o camelo é realmente Mary, embora possamos assumir que é. Novamente o rolo de dados e alguém que nós assumimos novamente que é Mary está caminhado com um lenço branco na cabeça e com um saco por cima do ombro, caminhando através da areia para um edifício próximo.  O mapa agora está atravessando a Argélia.

Mais tarde, como o mapa mostra Marrocos, Mary entra em um mercado usando calças escuras, uma camisa listrada e um lenço branco longo sobre seu cabelo escuro. Ela se move rapidamente através das barracas, verificando qualquer sinal de que está sendo seguida.  Entrando em um beco estreito, a mulher chega a uma espécie de hotel árabe. Mary espia pela porta e puxa uma arma antes de adentrar cautelosamente o local.

A sala à sua frente tem estilo oriental, com paredes de terracota laranja, janelas de vitrais cobertas em treliça, há uma cama na frente à sua direita, e é possível ouvir vozes vindo do fundo a esquerda.

—Não assim, meu amigo. Você não tem chance, nenhuma uma chance. -Uma voz masculina,com sotaque,ri. Segurando a arma apontada para cima ao lado de sua cabeça com ambas as mãos, Mary se move silenciosamente para frente.- Eu te tenho onde eu quero. Desista! Desista! Eu irei destruí-lo. Você está completamente à minha mercê.

—Sr. Baker. Bem, isso completa o jogo.-Eis que ouvimos a voz de Sherlock Holmes.

Abaixando a arma, Mary suspira e entra no quarto.

Um jovem está sentado de pernas cruzadas no chão, diante de uma mesa baixa, é a voz dele que ouvimos agora a pouco:

—Mestre Bun. Não é um conjunto sem ele. Quantas vezes mais, Sr. Sherlock?

Quando Mary se aproxima da sala, ela vê Sherlock, usando uma camisa azul-escuro, sentada de pernas cruzadas no chão do outro lado da mesa, segurando alguns cartões nas mãos.

—Talvez seja porque eu não estou familiarizado com o conceito,Karim. -O moreno olha rapidamente para a recém-chegada-Oh, oi, Mary.

—Que conceito? -Karim pisca.

—Famílias felizes. -Ele olha para Mary.- Viajou bem?

—Mas que m...-A mulher é interrompida.

— Por favor, Mary. Temos crianças.

Mary suspira:

—Como você entrou aqui ?!

—Karim me deixou entrar,oh, Karim, você seria tão gentil para nos trazer um chá?

—Claro. -O outro homem fala.- Prazer em conhecê-la, minha senhora. -Ele sai da sala enquanto Mary olha inexpressivamente para longe por um momento antes de virar a cabeça e dirigindo um sorriso insincero para Sherlock.

—Não, eu quero dizer como você me encontrou?

—Sou Sherlock Holmes.

—Todo movimento que fiz foi inteiramente aleatório,cada personalidade era decidida nos dados.

—Nenhuma ação humana é verdadeiramente aleatória. Uma compreensão avançada da matemática da probabilidade mapeada para uma apreensão completa da psicologia humana e as disposições conhecidas de qualquer indivíduo pode reduzir consideravelmente o número de variáveis. Eu mesmo sei de pelo menos cinquenta e oito técnicas para aperfeiçoar uma aparentemente infinidade de possibilidades geradas aleatoriamente até o menor número de variáveis possíveis.

—Oh ,por favor.-Jenny aparece pouco atrás de Mary. -Ele colocou um rastreador no pen drive.

—É serio?-Mary dá um olhar debochado para o detetive.

— E coloquei ela pra te seguir.-Holmes finalizou antes de começar a rir.

—Ah, seu bastardo! -A senhora Watson também cai no feitiço do riso.

—Eu sei, mas tinha quer ver a sua face!

— "A matemática da probabilidade" ?!

—Você acreditou nisso.

—"Variáveis ​​viáveis"! - Ainda sorrindo, Mary aperta as mãos de ambos os lados da cabeça em frustração.- No pen drive!

—Sim,foi minha ideia.- Eis que John entra na sala.

A noite cai lá fora.

No hotel, Mary tirou sua peruca escura para revelar seu cabelo loiro amarrado. John está a sua frente:

—AGRA.

—Sim.

—Mm-hm. Disseste que eram tuas iniciais.

—De certa forma, isso era verdade.

—De certa forma? -Ele balança a cabeça e olha para longe.- Tantas mentiras.

—Eu sinto muito.

—Então não é só você.

—O quê?

—Alex, Gabriel, Ajay ... Você é o 'R.' -O loiro olha para ela, um pequeno sorriso apertado em seu rosto.-Rosamund.

—Rosamund Mary. Eu sempre gostei de 'Mary'.

—Sim, eu também. -Seu sorriso cai e ele olha para longe.- Eu gostava . -Se afasta alguns passos.

—Eu ... Eu não sabia mais o que fazer.

—Você poderia ter ficado. Você poderia ter falado comigo. -Sua voz fica mais irritada.- Isso é o que os casais fazem, trabalhar as coisas.  Mary, eu posso não ser um homem muito bom, mas acho que sou um pouco melhor do que você me dá crédito, na maioria das vezes.

—O tempo todo. Você sempre é um bom homem, John. Eu nunca duvidei disso. Você nunca julga, nunca reclamar...eu não te mereço. Eu ... tudo que eu sempre quis fazer era manter você e Rosie seguros, isso é tudo. -A loira sente as mãos do marido tocar as suas com carinho.

—Eu vou te manter segura. - Serlock estava sentado em uma cadeira na outra extremidade da sala, com as mãos cruzadas no colo e a cabeça baixa. Agora ele olha para o casal antes de baixar a cabeça novamente.- Mas tem que estar em Londres.-Ele se levanta.- É a minha cidade. Eu conheço a região. Volte para casa e tudo ficará bem, eu prometo.

De repente, um ponto vermelho aparece na parede atrás do Watsons e depois se desloca para o lado da cabeça de Jonh.

—Se abaixem!-Jenny,que até então estava ao lado de um móvel, grita com urgência.

Instantaneamente Mary pega John e puxa-o para baixo, Sherlock também se abaixa e Jenny vai para o lado dele virando a mesa para servir de escudo para o doutor Watson.

Mary corre para o lado mais distante da sala , vasculhando sua bolsa, enquanto disparam vários tiros através da porta fechada e, então, o homem que agora conhecemos como Ajay chuta a porta e entra com o rifle levantado na frente dele.

Mary dispara três tiros com sua pistola e se ajoelha ao lado de uma mesa no final da sala.

—Olá de novo.-O atirador fala ao se esconder atrás de uma parede.

— Ajay?- Sua ex- parceira fala.

—Oh, você se lembra de mim. Estou tocado.

—Olha, eu pensei que você estivesse morto, acredite, eu pensei.

— Tenho esperado por mais tempo do que você possa imaginar.

—Eu juro que eu pensei que você estivesse morto. Eu pensei que eu era a única que havia escapado.

Mary passa pistola para Sherlock sem hesitação enquanto ele fala:

—Como você nos encontrou ?

—Seguindo você, Sherlock Holmes. Quero dizer, você é inteligente - você encontrou ela - mas eu achei você , por isso, talvez não tão inteligente. E agora estamos aqui, finalmente.

Sherlock olha em volta e ergue os olhos para a lâmpada pendurada no teto, ele se levanta, acende a luz e a quebra, depois balança a pistola para apontar para a posição de Ajay.

Ajay se agacha:

—Touché.

—Escute,podemos conversar sobre o que você acha que sabe.-John começa. – Podemos dar um jeito.

—Ela pensou que eu estava morto. Eu poderia muito bem ter sido.

—Sempre éramos apenas nós quatro, sempre, lembra? -A loira pergunta.

—Ah, sim.

—Então por que você quer me matar?

—Você sabe quanto tempo eles me mantiveram prisioneiro? O que eles fizeram comigo? Eles torturaram Alex até a morte. Eu ainda posso ouvir o som de suas costas quebrando. Mas você, onde você estava?

—Naquele dia, na embaixada, escapei.

—Ah, sim.

—Mas não te vi também, então me explique, onde você estava?

—Oh, eu fugi ... por um tempo. O suficiente para esconder meu cartão de memória. Eu não queria que caísse em suas mãos. Eu fui leal, leal aos meus amigos. Mas eles me tomaram, me torturaram. Não por informação.

—Mas por diversão. Drew aparece atrás dele fazendo-o se virar instantaneamente apontando-lhe uma arma.

Eis que Mary e os outros se levantam,ela aponta a pistola para Ajay.

—Jenny.-O detetive engasgou.

—E o que aconteceu depois,Ajay?-A morena o ignorou.-Se vai me matar,pode me contar isso.

—Eles achavam que eu ia desistir, morrer, mas não o fiz. Eu vivi, e eventualmente eles se esqueceram de mim apenas apodrecendo em uma cela, em algum lugar. Seis anos eles me mantiveram lá, até que um dia eu vi minha chance. Ah, e eu os fiz pagar. Você sabe, o tempo todo eu estava lá, eu continuava pegando coisas - pequenos sussurros, risos, fofocas: como os agentes inteligentes haviam sido traídos. -Ele se vira e aponta arma para Mary.-Por você.

—Eu?-Agora,velhos parceiros estão frente a frente,com armas de fogos apontadas para suas cabeças.- Você sabe que eu vou matar você também. Você sabe que eu vou , Ajay.

—O que, você acha que me importa se eu morrer? Eu sonhei em matar você todas as noites por seis anos ... de espremer a vida de sua garganta traiçoeira e mentirosa.

—Eu juro, Ajay.

—O que você ouviu, Ajay? -Holmes começa calmamente.- Quando você era um prisioneiro, o que exatamente você ouviu?

—O que eu ouvi? -Ajey abre a boca para formar uma palavra, mas hesita por um momento antes de conseguir dizer.- Ammo. Todos os dias. Ammo!Ammo!- A mão de sua arma começa a tremer, Mary faz uma leve careta, talvez percebendo que ele está perto de perder o controle.- Fomos traídos! S

—E eles disseram que era ela?

—Sim, eles disseram que era a inglesa.

Antes que mais alguma coisa pudesse ser dita, um policial marroquino entra no quarto e atira duas vezes nas costas de Ajay.

Mary grita enquanto ele cai:

—Não! Não! -Deixando cair a arma, ela se inclina para ele e John se apressa para se juntar a ela.

Enquanto o policial está na entrada com a arma ainda levantada, Karim entra carregando uma bandeja contendo quatro copos de prata com folhas de hortelã saindo deles. Enquanto John se inclina e coloca os dedos no pescoço de Ajay, e Karim deixa cair a bandeja que cai no chão.

A cena muda, temos uma breve visão das Casas do Parlamento em Londres e logo depois estamos no escritorio de Mycroft Holmes,este está ao telefone com seu irmão mais novo.

— Ele ouviu: ``Foi a mulher inglesa´´. Isso é tudo o que ele ouviu. Naturalmente ele supôs que era Mary. -Sherlock relata os últimos acontecimentos.

—Não poderia esperar até você voltar?

—Não, não acabou. Ajay disse que tinham sido traídos. Os reféns sabiam que a AGRA estava chegando. Havia apenas uma voz no telefone, lembre-se, e uma palavra de código.

—Ammo, sim, você disse.

—Como está seu latim, querido irmão?

—Meu latim ?

—Amo,amas,amat.

—Eu amo, você ama, ele ama.

—Não é 'Ammo' , mas 'amo', que significa ...?

Mycroft ergue uma sobrancelha e então começa a se endireitar, seu rosto severo:

—É melhor você ter razão, Sherlock.- Ele desliga.

EDIFÍCIO PARLAMENTAR.

Lady Smallwood caminha ao longo de um corredor com Vivian,a secretária, ela utiliza seu passe de segurança na porta e o aparelho emite um sinal sonoro antes de negar o aacesso. Smallwood  passa o cartão, novamente, mas ele emite um sinal sonoro e mostra a mesma mensagem. Olhando exasperada, ela tenta novamente com o mesmo resultado. Atrás dela, Sir Edwin se aproxima com guardas de segurança uniformizada.

—Maldição.- A loira se vira e vê os recém-chegados.- O que está acontecendo?

Sir Edwin se apressa em responder:

—Sinto muito, Lady Smallwood. Os seus protocolos de segurança foram temporariamente anulados.

—O quê?!

O segurança a puxa por um de seus braços e começa a caminhar de volta ao longo do corredor.

Em um avião, Sherlock se senta em um assento do corredor com os olhos fechados,Jenny está na janela o que deixa um assento separando os dois. Os Watsons estão na fila na frente dele. John está no assento da janela olhando para a mesma. Sua própria voz soa em sua cabeça:

``Tantas mentiras. -Ele olha para esposa. - Não é só você.´´

Uma imagem da mulher que sorriu para ele no ônibus aparece na janela do avião e voltamos para  o dia verídico.  No ônibus, John olha novamente para a mulher ruiva e sorri para si mesmo. Ela também sorri para ele, depois olha para longe, lambe os lábios e depois morde o lábio inferior. John sai do ônibus e olha para a janela lateral, vendo seu reflexo e a flor escondida atrás de sua orelha:

—Oh...- Ele tira a flor da orelha e ergue os olhos para o céu enquanto o ônibus se afasta, em seguida se vira e da de cara com a ruiva.

—Olá. -A mesma tem sotaque escocês.

—Ah. Olá.

—Eu gosto da sua margarida!

—Obrigado, mas não fazem meu estilo.

—Não?

—Não, é muito floral para mim. Eu sou mais de um tipo de homem velho, desgastado, com olhos cansados.

— Bem, eu acho que elas são legais e,oh,belos olhos.

—Obrigado! -Ele esfrega brevemente a mão esquerda em seu nariz e se afasta por um momento, balançando a cabeça como se em descrença que esta bela mulher está flertando com ele.

—Olha ... Eu normalmente não faço isso, mas , Um ... – A desconhecida começa a vasculhar sua bolsa.

—Mas você vai.

—Sim! -Ela rabisca no pedaço de papel.

—O que é isso?

—Sou eu.-Lhe entrega o papel e se afasta, sorrindo nervosamente.

—Obrigado

—Sim, ok, tchau! -Ela se apressa em sair.

— Tchau.-John franze o cenho com uma leve descrença, depois vira-se na direção oposta, mas para, olhando para o papel. Sorrindo, tira o celular para adiciona-la aos contatos, contudo, quando a foto de família, com ele Mary e Rosie, aparece na tela, o doutor olha para cima, fazendo uma careta e caminha para uma lata de lixo nas proximidades, porem, hesita.

Pouco depois, o vemos sentado a mesa da cozinha desdobrando o papel.

``07700 900 552

Exx. ´´

John olha para ele por um longo tempo, então levanta a cabeça e solta uma risada silenciosa. Em seguida, pega o telefone, abre um novo contato e digita "E" antes de adicionar o número, em seguida, envia uma mensagem de texto simples, um "Hey", e larga o telefone antes de sair. Alguns momentos depois o telefone toca e uma mensagem aparece:"Hey".

De volta aquela noite, quando Rosie começa a chorar no quarto ao lado, e Mary vai verificar,o celular de John vibra:

``JÁ FAZ MUITO TEMPO.´´

Watson digita:

``EU SEI,DESCULPA.´´

``SINTO SUA FALTA.´´

`` ESTÁ ACORDADA ATÉ TARDE.´´

`` OU CEDO.´´

`` VOCÊ É UMA CORUJA?.´´

`` VAMPIRA.´´

`` J´´

—Eu sei, eu sei vamos ver o papai?-Ouvimos a voz de Mary.

John se apressa em largar o celular em sua cômoda e empurra o edredon:

—Eu vou ficar com ela.

—Serio?

—Sim, eu posso muito bem levantar agora.

—Ei, querida, é o papai!- Ajoelhada na cama, ela entrega a filha para John.

—Venha aqui, Rose. -Ele beija a bochecha do bebê, Mary volta para a cama.

— Ah, obrigado.

John pega o telefone antes de ir embora.

Vem um novo dia.

Sentado no ônibus, John escreve uma nova mensagem em seu telefone:

`` ESTA NÃO É UMA BOA IDEIA. NÃO ESTOU SOLTEIRO. AS COISAS NÃO VÃO ACABAR BEM. Foi ÓTIMO PODER DE TE CONHECER UM POUCO. DESCULPA.´´

Watson desce no seu ponto, suspirando, ele envia a mensagem. Fazendo uma careta, olha em volta e avista a mulher misteriosa sentada no banco,pouco próximo a ele. John sorri e seu próprio sorriso se alarga.

No presente, John olha fixamente para fora da janela do avião, perdido em pensamentos.

INTERROGATORIO DE LADYSMALLWOOD.

—Isso é absolutamente ridículo e você sabe disso. -A mesma fala de frente para o mais velho dos Holmes.- Quantas vezes mais?

—Seis anos atrás você segurou o brief para operações no exterior, sob o codinome "Ammo".

—E você está baseando tudo isso em um codinome? Com uma voz sussurrada no telefone? Vamos, Mycroft.

—Você foi o condutor da AGRA. Cada tarefa, cada detalhe, eles obtiveram de você.

—Era meu trabalho.

—Então houve o incidente de Tbilisi. AGRA entrou.

—Sim.

—E eles foram traídos.

—Não por mim. Mycroft, nós nos conhecemos há muito tempo. Eu prometo a você, eu não tenho a menor ideia do que tudo isso é . Você acabou com AGRA e todos os outros freelancers. Eu não fiz nenhuma das coisas que você está me acusando. Nenhuma.

Mycroft olha para a mesa por um momento, depois vira a cabeça para olhar para a esquerda, do lado de fora da sala, Jenny e Sherlock observam a cena pensativos.

Pouco depois,os vemos caminhando pela Ponte Vauxhall.

—O que eu perdi?-Holmes pisca confuso.-Lady Smallwood era a única a frente da AGRA,o que eu perdi?

Jenny olha em volta e avista um vendedor de picolés,quase que instantaneamente, a realização bate em sua porta:

—Oh...

—O que?-O moreno olha pra ela.

—Sabe, é muito errôneo de nossa parte pensar que Smallwood era a única a frente da AGRA.-Ela olha para ele. – Tem alguém que sabe tanto quanto ela.

—De quem está falando?

—Use o cérebro Holmes, Lady Smallwood nunca está verdadeiramente sozinha. A morena aponta para o vendedor de outrora. Ela tem uma sombra.

A CASA DOS WATSONS.

Mary e John estão sentadas no sofá:

—Você não facilita, não é?-A loira questiona.

— O que você quer dizer?

—Bem, sendo ... -Ela limpa a garganta.- ...sendo tão perfeito.

John olha para ela por um momento, então respira fundo e se inclina para a frente:

—Mary ... Eu preciso te dizer ... -Mas é interrompido pelo alerta de texto vindo do celular da esposa.

—Espera.-Ela pega o aparelho e no mesmo instante, o de John emite o mesmo sinal.

``A CORTINA SOBE. O ULTIMO ATO AINDA NÃO ACABOU.

SH.´´

`` AQUÁRIO DE LONDRES, VENHA IMADIATAMENTE.

JD.´´

—Você pode me dizer mais tarde? -Mary olha para o marido.

—Sim.-Ele concorda.

—Bem, não podemos simplesmente ir.

—Rosie, você vai.

—Não!

—Eu vou, quando encontrar alguém. Sra. Hudson?

—Não pode até sábado. Que tal Molly?

—Uh, sim, eu vou tentar.

—Devemos esperar juntos.

—Não vai rolar,se tem algo novo no caso, você é quem precisa ver isso.

—Sim, você ganhou.

Mary vai na direção da porta enquanto seu marido continua dotando no celular.

DE NOITE, NO AQUARIO `` SEA LIFE LONDON…´´

Sherlock faz o seu caminho ao longo dos corredores até chegar a uma área fechada, com bancos onde as pessoas podem sentar e olhar para os vários tanques ao redor. Uma mulher está sentada com as costas viradas para ele.

—Seu escritório disse que eu iria encontrar você aqui.

—Este foi sempre o meu lugar favorito para os agentes se encontrarem. -Ela continua olhando para a frente, onde há um tanque de tubarões. -Nós somos como eles: fantasmagóricos, vivendo nas sombras. -A mulher se vira na direção do detetive e a reconhecemos com Vivian, a secretaria de Lady Smallwood.

—Predadores?

—Bem, depende de qual lado você está.  Além disso, nós temos que nos manter em movimento ou morremos.

— Belo local para o ato final. Não poderia ter escolhido melhor. Mas não resisto a um toque dramático.

— Eu vim aqui para ver os peixes. - Ela se levanta e dá alguns passos mais perto do tanque.- Eu sabia que isso iria acontecer um dia. -E se vira para encará-lo, sua bolsa pendurada no cotovelo.- É como aquela velha história.

—Sou um homem muito ocupado. Pode ir direto ao ponto?

—Você é arrogante, não é?

—Com razão.

—Havia um comerciante em um mercado famoso em Bagdá.

Sherlock fecha os olhos e abaixa a cabeça um pouco:

—Eu realmente nunca gostei dessa história.

—Sou como o comerciante da história. Eu pensei que poderia superar o inevitável. Eu sempre estive olhando por cima do meu ombro. Sempre esperando ver a figura sombria da ...-Ela foi interrompida por Mary.

—Morte.-A senhora Watson entra acompanhada de Jenny.

—Oh,olá Mary.-Holmes fala.- Onde está John?

—A caminho.

—Deixe-me apresentar Ammo.

—Você era Ammo? Você era a pessoa no telefone?

—Usando AGRA como sua unidade particular de assassinato,pois é. -Drew coçou a bochecha.

—Por que você nos traiu?- A loira olhou para Vivian.

— Por que alguém faz alguma coisa?- Vivian questiona.

— Ah, deixe-me adivinhar. Vendendo segredos?-O detetive rebateu.

— Bem, seria grosseiro recusar. Trabalhou muito bem por alguns anos. Eu comprei um chalé agradável em Cornwall. Mas a embaixatriz em Tbilisi descobriu, achei que era o fim. -Ela olha para Mary antes de voltar seu olhar para Sherlock.- Então ela foi tomada como refém nesse golpe. Eu não podia acreditar na minha sorte! Isso me comprou um pouco de tempo.

—Mas então você descobriu que seu chefe mandou a AGRA entrar.

—Muito útil. Eles sempre foram tão confiáveis.

—O que você não sabia, Mary, era que também avisaram os terroristas.

Mary se vira e olha para ele enquanto Viian prossegue:

— Lady Smallwood deu a ordem, mas eu mandei outra para os terroristas com uma pequena pista sobre seu codinome, caso alguém fosse mais esperto. Parece que funcionou.-Voltou-se a se sentar.

— E você pensou que seus problemas tinham acabado. -Mary concluiu.

— Eu estava cansada da confusão, de tudo. Eu só queria um pouco de paz, alguma clareza. Os reféns foram mortos, AGRA também ... -Olha para Mary.- ... ou então,assim eu pensei. Meu segredo estava seguro. Mas aparentemente não. Só um pouco de paz. Isso é tudo o que você queria também, não era? Uma família, casa. Realmente, eu entendo. Então deixe-me sair daqui certo? Deixe-me apenas ir embora. Eu vou desaparecer. Eu vou para sempre.  O que você diz?

— Depois do que você fez ?! - Watson se dirige para a mulher mais velha.

—Mary,não!-Seus amigos tentam impedi-la.

Em um movimento rápido, Vivian se levanta, puxando uma pistola de sua bolsa e apontando para Mary, que para e se afasta:

—Certo. -Ela se move para trás para ficar do outro lado de Sherlock.

Enquanto isso, John está na parte de trás de um táxi com um telefone em sua orelha.

—Aquário de Londres. ... Sim , agora. -Ele desliga.

E no Aquário, Vivian olha para a pistola, que já não aponta para ninguém:

—Eu nunca fui um agente de campo. Eu sempre pensei que seria boa.

Mary debocha enquanto Sherlock elogia:

—Bem, você tratou a operação em Tbilisi muito bem.

—Obrigado.

—Para uma secretária. -Jenny zomba.

—O quê?-A mulher olha para ela.

—Não pode ter sido fácil, todos esses anos, calada enquanto sabia ser mais esperta que todos no lugar.

—Eu não fiz isso por ciúme!

—Não? A mesma rotina,dia após dia.-Sherlock começa.- Nunca participava da ação. Só voltava para seu apartamento na Wigmore Street. Eles reformaram a calçada dos correios de lá. O cimento em seus sapatos é muito distintivo. -Temos um close rápido nos sapatos empoeirados de Vivian.- Sim, seu pequeno apartamento.

—Como você sabe?

—Salário modesto, e gastou todo o dinheiro naquela casa, não é, e o que você é, viúva ou divorciada?-Jenny questiona olhando para seu amigo.

Ele foca em uma faixa de ouro simples no dedo indicador de sua mão esquerda:

— Tem um anel de casamento de pelo menos trinta anos, e você o deslocou para o outro dedo. Isso significa que você está sentimentalmente ligada a ele, mas você ainda não está casada. Viuva, acredito eu,  dado o número de gatos com os quais você compartilha sua vida.

— Sherlock ... -Jenny tenta pará-lo percebendo que ele está começando a ficar obsoleto.

—Dois birmaneses e um tortoisheshell, a julgar os pelos em seu cardigã.

—Sherlock...-Mary chama mas ele ignora.

—A divorciada procura um novo parceiro,a viúva, para preencher o vazio deixado por seu marido morto...

—Sherlock, não.-Mary olha preocupada.

— Animais de estimação fazem isso, ou assim me disseram, e não há claramente ninguém novo em sua vida, caso contrário você não estaria gastando suas noites de sexta-feira em um aquário. Isso provavelmente explica também o problema da bebida: o ligeiro tremor em sua mão, a mancha de vinho tinto em seu Lábio superior. Então, sim . Eu digo que o ciúme era seu motivo para provar o quão bom você é ... para compensar as insuficiências de sua pequena vida.

Vivian olham para a entrada,Mycroft passa por ela,atrás deles,mais alguns homens adentram,incluindo Greg.

—Bem, Sra. Norbury. Devo admitir que isto é inesperado.-Mycroft fala.

—Vivian Norbury, que superou todos, exceto Sherlock Holmes. -O mesmo zomba dando um passo à frente, estendendo a mão esquerda. -Não há saída.

—Assim parece.- Vivian sorri um pouco.- Me viu por inteira, Sr. Holmes.

—É o que eu faço.

— Talvez eu ainda possa te surpreender . -Rapidamente ela levanta a arma e a aponta para Sherlock.

Antes que Sherlock possa dizer mais alguma coisa,Greg se adianta,olhando para Vivian:

—Oh,vamos!-Lestrade começa.-Seja sensata.

Vivian sacode a cabeça:

—Não, eu não penso assim. -Ela atira.

A cena se movimenta em câmera lenta,Jenny empurra Sherlock pro lado,mas antes que abala perfure sua pele,Mary se joga na frente dela recebendo o pequeno,e letal,objeto no meio do peito. Gritando, ela cai no chão contra um banco próximo com uma enorme mancha vermelha em sua roupa.

Vivian olha rancorosamente:

—Surpresa.

Dois policiais se apressam para desarmá-la, Jenny olha para Mary em estado de choque, depois cai de joelhos para pressionar sua mão contra a ferida:

—Droga Mary,calma,vai ficar tudo bem.

Sherlock olha em volta para Mycroft:

—Chame uma ambulância!

Conforme Mycroft se vira e se apressa, John adentra a sala:

—Mary! -Ele corre para seu lado.

—John! -Ela respira profundamente.

—Aqui,deixe-me fazer isso.-John fala para Jenny e toma seu lugar apertando aplicando pressão a ferida.- Mary,Mary,por favor...Fique comigo. Fique comigo.

—Deus, John, acho que é isso. -Sua esposa fala.

—Não,não, não é. -Ele olha para a ferida, levantando a mão brevemente, antes de pressioná-la novamente.

—Você me fez tão feliz. Você me deu tudo que eu poderia sempre, sempre ...

—Shh-shh.

—...querer.

—Mary, Mary ... -Ele, gentilmente, passa a mão livre sobre a testa dela.

—Cuide de Rosie.-Ela segura o choro.- Prometa-me.

John sussurra:

—Eu prometo.

—Não. -Mary soluça.-Prometa!

— Sim, eu prometo.-John levanta a voz.

Ela olha para Jenny e sinaliza para ela se aproximar:

—De uma chance...a ele.-Sussurra em seu ouvido.

Jenny arregala os olhos e se levanta:

—Com...Com licença.-Ela sai passando por Mycroft,que estava voltando com um celular na mão.

—Ei, Sherlock.-A senhora Watson o chama.

— Sim? -Ele parece meio em choque. - Eu já disse isso?

Sherlock sorri ligeiramente, seus olhos se enchendo de lágrimas:

—Sim. Sim, você disse. -Ele aperta os lábios juntos, aparentemente tentando segurar suas lágrimas.

—E não...se preocupe, você ainda tem uma chance com ela.- Depois dessa, Sherlock abre a boca,mas não sabe como responder a isso.-Desculpe ... por ter atirado em você. Eu realmente sinto muito.

—Está tudo bem.

—Eu acho que estamos quites agora, ok?

—Ok.

 Ela berra de dor.

—Mary. Mary!-John parece mais preocupado.

—Você ... -A loira olha nos olhos do marido.- Você era meu mundo. – Ouvindo isso, John trinca os dentes, levanta a cabeça para trás, seus olhos fechados em angústia, sua respiração estremecendo contra suas lágrimas. - Mary Watson ...- Ela continua ao ver que seu marido voltou a encontrar seu olhar.- Foi a única vida que valeu a pena ser vivida.

—Mary.

—Obrigada.- A cabeça de Mary cai e ela morre.

Sherlock, Greg e Mycroft observam silenciosamente, durante vários segundos, ninguém se move, então John ergue a mão para colocar os dedos contra o ponto de pulso no pescoço de Mary. Em seguida,ele abraça sua cabeça por alguns segundos antes de baixar a sua própria. Sherlock olha para eles como se não pudesse acreditar no que aconteceu, seu amigo solta um uivo contra os dentes cerrados. Ele inspira e grita de novo, e novamente.  Holmes estende a mão para tocar o ombro de John,mas Watson levanta a cabeça com uma expressão rosto assassina:

— Não se atreva. -Ele toma várias respirações duras. - Você fez um voto. Você jurou.

Com seus olhos arregalados, Sherlock começa a recuar. Ao lado, Greg ergue a cabeça da espantosa cena e olha para Mycroft, que retorna seu olhar. John volta-se para Mary, acaricia seus cabelos:

—Mary. -Passa a mão sobre o rosto e beija a testa dela.

Mycroft olha para seu irmão, Sherlock começa lentamente a se afastar.

A cena muda para um corredor escuro ao longo do qual dois policiais estão escoltando Vivian Norbury. Pelo olhar em seu rosto, ela finalmente percebeu a seriedade do que ela fez, e o que o futuro reserva para ela. Vivian olha para trás na esperança de que possa encontrar alguma saída e tentar uma fuga, mas acaba por ver Jenny Drew com duas armas apontadas para ela, seus olhos azuis, gélidos e a pouca iluminação a deixam mais assustadora do que Norbury se lembrava. Sem plano, sem fugas, Vivian Norbury assinou sua sentença e morte a observa de perto.

Em um crematório, um caixão é cercado por chamas azuis. E mais uma vez John Watson não tem escolha a não ser atravessar um cemitério. Mais tarde, vemos o mesmo em sua sala de estar, apertando e soltando a mão esquerda, com um olhar vazio e cheio de dor. Na mesa da cozinha, seu telefone móvel zumbe repetidamente, mas ele não se importa, agora parado na sala de estar e olhando com angústia para a distância.

A voz de sua terapeuta ocasional, Ella, é ouvida:

—Você tem tido sonhos. Um sonho recorrente? - A cena muda para seu escritório, Ella olha para a cadeira a frente. – Você quer falar sobre isso? -Espera por um tempo, enquanto um relógio balança ruidosamente no fundo.- Esta é uma relação de dois sentidos, você sabe. O mundo inteiro desabou ao seu redor. Tudo é impossível, irrecuperável. Eu sei que é o que você deve sentir, mas eu só posso ajudá-lo se você se abrir completamente para mim.

—Esse não é realmente o meu estilo. -Sherlock fala, parecendo desconfortável.- Eu preciso saber o que fazer.

—Fazer?

—Com John.

CASA DE MYCROFT.

Mycroft entra em sua cozinha, inclina seu guarda-chuva contra uma parede e coloca sua pasta ao lado dele. Endireitando-se e esticando as costas com um estalo forte, ele esfrega a parte de trás de seu pescoço enquanto caminha até a geladeira e suspira ao abrir a porta.  Mesmo que nós não possamos ver o interior, não deve ser grande coisa, já que Holmes fez uma careta.  Suspirando de novo, ele fecha a porta.  Anexado na mesma, com um imã, há um menu de um restaurante. Mycroft o pega, abaixo do menu há um post-it com o número 13 anotado, suspirando, ele  olha para o relógio.

—Hum...-Ele vai até o telefone e disca o número. - Coloque Sherrinford, na linha, por favor. ... sim, eu vou esperar.

BAKER STREET,221B.

—Nada será o mesmo, não é? - Sra. Hudson está sentada na cadeira de John, segurando um lenço de papel na boca.

—Receio que não.-Sherlock está em sua cadeira.

—Teremos de nos reunir, espero. Fazer a nossa parte. -Ela cai em lágrimas de novo.-Cuidar da pequena Rosie.

Sherlock se levanta:

—Eu vou...-Ele olha em volta sem saber o que fazer, seus olhos trincam nas cartas sobre a sua mesa.-Vou dar uma olhada nisso, pode haver um caso.

—Um caso? Oh. Você não está preparado para isso, está?

A cabeça de Sherlock cai um pouco:

—O trabalho é o melhor antídoto para a tristeza, Sra. Hudson.

—Sim, sim, eu espero que você esteja certo. -Ela começa a sair da cadeira.- Eu vou fazer um pouco de chá.

—Sra. Hudson?

—Sim, Sherlock?

Ele pisca várias vezes, mas depois continua a olhar para o laptop:

—Se você pensa que eu estou me tornando um pouco ... -Pausa e engole.- Cheio de mim, arrogante ou ... confiante ...

—Sim?

—Você poderia dizer a palavra 'Norbury' para mim?

—Norbury?

— Apenas diga isso. Eu ficaria muito grato. -Voltando a checar as cartas, ele puxa um envelope acolchoado.- O que é isso?

—Oh, eu trouxe isso para cima. Estava misturado com as minhas coisas.

Sherlock abre o envelope e puxa um DVD, é um disco branco simples, mas escrito sobre ele, as palavras ``MISS ME?´´ . Ele olha para o objeto e Hudson sai de sua cadeira com um olhar de choque em seu rosto:

—Oh Deus. É ...

—Deve ser.- Ele coloca o disco no computador.- Eu sabia que não iria acabar assim. Eu sabia que Moriarty fazia planos.

Mas,para sua surpresa, não é James Moriarty que aparece na tela, é Mary, ela sorri para a câmera e rola os olhos um pouco enquanto fala:

—Pensei que iria chamar sua atenção. Então, isso é para o caso...o caso em que o  dia chegue. Se você está assistindo, eu ... provavelmente estou morta. Espero poder ter uma vida normal, mas quem sabe? Nada é certo. Nada está escrito. Minha vida antiga - estava cheia de consequências. O perigo era a parte divertida, mas você não pode escapar disso para sempre. Você precisa se lembrar disso, então ... eu estou lhe dando um caso, Sherlock.- Ao ouvir isso, Sherlock lentamente se inclina para a frente.- Pode ser o caso mais difícil de sua carreira. Quando tiver... ido, se eu for embora, eu preciso que você faça algo por mim.

Sherlock engole, talvez ele já tenha calculado qual é o caso.

CASA WATSON...

Aparentemente, Sherlock bateu na porta e, para a surpresa de alguns, quem sai é Molly,e ela está segurando Rosie:

—Oi.

Sherlock sorri para sua afilhada e depois acena para Hooper:

—Eu só ... Queria saber estão as coisas e ... e se há algo que eu poderia fazer.

Parecendo estranha, Molly enfia a mão no bolso de suas calças e depois puxa um envelope:

—É, uh, é de John.

—Certo. -Ele pega o mesmo.

— Você não precisa lê-lo agora. Desculpe, Sherlock. Ele disse ... Jo-John disse que se você viesse perguntar por ele, oferecendo ajuda...

—Sim?

—Ele ... disse que preferiria ter qualquer um, menos você. Qualquer um.

Sherlock pisca e pressiona os lábios juntos, Molly, com lágrimas nos olhos, olha para Rosie e depois se vira e volta para dentro, fechando a porta atrás dela. Sherlock fica ali por alguns segundos, depois se vira e se afasta, enfiando o envelope no bolso do casaco. Enquanto caminha,ele percebe um rosto familiar se aproximando...

—Não deveria pegar um avião?-Holmes questiona assim que fica frente a frente com Jenny Drew.

—Hum, não exatamente, meu voo sai em uma hora e meia.-Ela faz uma careta.

—Não parece contente.

—Não estou, William, mas quanto mais rápido eu for, mais rápido posso pedir transferência para o setor de Londres, então seja paciente, afinal, não posso cuidar do seu caso estando do outro lado do planeta, não é?

—Meu caso?-Sherlock piscou intrigado.

Drew deu um meio sorriso antes de colocar a mão na face de Sherlock, o mesmo abriu a boca, pensando no que ia dizer, e após alguns segundos, finalmente saiu:

—John não quer me ver.

—Previsível. - Jenny fez bico e olhou para o lado por um minuto.

—Sim...É frustrante, na verdade, frustação é uma emoção verdadeiramente i...-Ele é interrompido por um par de lábios nos seus.

Quando Drew se afasta, ela percebe que Holmes está parado, piscando devagar, com os olhos fixos em um ponto qualquer, como se sua mente estivesse processando o que acabou de acontecer. Jenny revira os olhos e balança a mão na frente dele tentando chamar sua atenção, sem sucesso.

—Oh que ótimo, eu quebrei...-Deu de ombros. -Então, eu vou para o aeroporto agora.-Ela lhe dá um último beijo na bochecha.-Te vejo depois, Holmes!

Enquanto ela se afasta, os lábios de Sherlock Holmes se contorcem em um sorriso fechado e quando se dá conta, Jenny já está distante, no entanto, ela ia voltar.

O rapaz deu um passo à frente, algo ressoou em sua mente:

—Estou lhe dando um caso, Sherlock. -Ouvimos a voz de Mary e a cena muda drasticamente, Sherlock está em um táxi preto, a cabeça abaixada. - Quando eu me for, eu preciso que você faça algo para mim. Salve John Watson. Salve-o, Sherlock. Salve-o.

Sherlock está caminhando ao longo da margem sul do Tamisa, perto da sede do MI6. Embora ele não esteja movendo a boca, podemos ouvir sua voz:

Então Mary brevemente reaparece no DVD, olhando atentamente para a câmera:

—Vá para o Inferno, Sherlock. -O DVD é desligado.


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Notas finais do capítulo

Demorou uma vida,mais saiu.



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