Dubai escrita por Bruna Glacy


Capítulo 13
Desabafos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e que continuem acompanhando. Recomendem a história, mostrem aos amigos :) beijos!



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   As ruas de Dubai não eram tão tranquilas como Ellie gostaria que elas fossem naquele momento. Ela não se sentia muito confortável naquela garupa gigante, potente, principalmente pelo fato de estar totalmente agarrada a Sayed. Ele tinha um cheiro maravilhoso, um calor aconchegante e uma força nos músculos que eram realmente interessantes de sentir, mas... Bem, ele ainda era um estranho.

     Mesmo com o capacete enorme na cabeça, metade do cabelo de Ellie se esvoaçava com o vento causado pela velocidade da moto ao contornar os carros. Sayed parecia que estava indo tirar a mãe da forca e Ellie pensou em dizer isso pra ele depois que descessem da moto, mas concluiu em segundos que ele não entenderia muito bem aquela expressão.

    Fechando os olhos por um momento,  procurando não se concentrar tanto na velocidade da moto e nas manobras arriscadas que Sayed fazia no trânsito, Ellie pensou em tudo que já havia acontecido na sua vida até aquele momento. Ela crescera em uma cidade no interior do Rio de Janeiro, havia estudado inglês em um cursinho barato e pequeno, onde aprendera um pouco sobre turismo. Ali ela havia descoberto que aquela era a carreira perfeita pra ela; principalmente porque seu sonho de conhecer os países do Oriente Médio já existiam mesmo antes de pensar em estudar turismo. O tempo passou, ela terminou os estudos e entrou na faculdade. Ela havia lutado bastante para conseguir pagar o curso porque seus pais não tinham uma condição favorável na época. Agora eles estavam bem melhor financeiramente,  mas naquela época não estavam. Então... Bem, quantas coisas aconteceram naquele tempo de estudos. Amizades artificiais, doenças na família, problemas com namorado.... Houve um momento arriscado que fez Ellie desviar seus pensamentos dos momentos mais difíceis de sua vida. Ela estava em Dubai, não estava? O vento na cara, o ronco do motor, o sorriso travesso de Sayed através do retrovisor da moto, o calor,  o sol, os carros buzinando aborrecidos com a loucura de Sayed... Tudo isso provava que ela estava realmente em Dubai. Na garupa do neto do sheik árabe. Sim, ela estava mesmo ali.

       Sayed desviou de um carro de modo violento, jogando a moto quase para o chão, fazendo um movimento difícil e muito arriscado.Ellie prendeu a respiração e se irritou por ter de segurar ainda mais forte naquele peito... Bem, não que fosse exatamente... Exatamente desagradável, mas eles ainda não tinham intimidade suficiente para uma coisa daquela.

— Ei, cuidado! – Gritou ela, encarando-o através do retrovisor. O vento e a velocidade da moto não cooperavam para que ele pudesse escutar o que ela estava dizendo.

     O sorriso de Sayed enlargueceu nesse momento e Ellie desconfiou que ele tivesse entendido muito bem o que ela havia falado. Ela olhou para o lado, encostando a cabeça nas costas dele, grata por ter tido seus pensamentos interrompidos e prendeu um pouco a respiração. Aquela avenida era bastante movimentada, não só por carros e motos, mas por pessoas. Muitas pessoas. Em seguida, o sinal fechou antes de Sayed passar e isso foi um motivo de grande alívio para Ellie.  Quando viu que estavam parados, ela notou que estavam em um lugar de sombra. Olhando para cima,  se deu conta de que estavam parados em frente ao Burj Kalifa, um dos prédios mais altos do mundo. Ele era mais largo no térreo, mas ia afinando conforme seus apartamentos se perdiam nas alturas. Como o céu estava completamente livre de nuvens, dava para enxergar até onde ele ia. Ellie arquejou, admirada.

— Que coisa... Enorme! – Exclamou.

      Sayed soltou uma gargalhada, observou o prédio gigantesco e acelerou a moto duas vezes, fazendo fumaça e bastante barulho.

— Você quer parar com isso e andar direito nessa coisa?

      Ele estreitou os olhos quase escondidos pelo capacete. Sim, ele estava sorrindo novamente.

— Isso aqui não é uma coisa. É uma Hayabusa. – Respirou fundo, se preparando para arrancar novamente com a moto. – É meio velhinha, mas é minha companheira de aventuras e sou apaixonado por ela.

      Depois que disse isso, mesmo Ellie não entendendo nada sobre motos, o sinal abriu e se ele disse mais alguma coisa em seguida, não deu para ouvir. As buzinas e o ronco da moto abafaram qualquer outro tipo de som, principalmente se fosse a voz de alguém.

      Sayed saiu circundando entre os carros de forma que Ellie se segurou firme e resolveu deixar o vento acariciar seu rosto e aproveitar a situação. Sua bolsa estava entre ela e Sayed, quase caindo, mas apesar disso, ela não ligou. Jogou a cabeça para trás e curtiu o momento sem se importar com o destino para onde estava indo e porque exatamente estava ali. Depois ela conversaria sobre isso, mas naquele momento, tudo o que ela queria era sentir a sensação de estar a quilômetros por hora, na garupa de uma moto extremamente potente, nas ruas de Dubai, com o neto de um sheik árabe.

      Mas não demorou muito até que Sayed estacionasse a moto perto de uma sorveteria. O ronco ficou silencioso, a fumaça diminuiu, o trânsito continuou seu destino e as ruas continuavam movimentadas e barulhentas, mas... Bem, até aí tudo bem, tudo normal. Mas havia um detalhe interessante e estranho: Sayed parou em frente a uma sorveteria muito pequena. Depois da sorveteria, não se via mais prédios ou hotéis, ou lojas. Nada. Ao fundo, os prédios se alongavam imponentes circundando toda a cidade, mas ao lado da sorveteria, onde estavam agora, havia apenas um imenso terreno arenoso, cheio de pedregulhos, ferros, metais e máquinas pequenas de construção. O terreno parecia um pouco abandonado, apesar de não estar vazio.

     Tirando o capacete, ajeitando a bolsa no ombro e olhando na direção da sorveteria, Ellie franziu o cenho.

— Nossa, o neto do sheik vai a lugares simples?

      Sayed pegou o capacete da mão de Ellie e juntou ao seu. Sorriu, como sempre e encarou a sorveteria, suspirando.

— É a coisa mais legal que eu faço. – Olhou pra ela, erguendo uma sobrancelha. – Não imaginei que tivesse preferências.

      Ellie olhou pra ele rapidamente e desviou os olhos porque os olhos dele eram muito provocativos e ela não se sentia firme o bastante para encará-los por tanto tempo.

— Não é isso, é só que pessoas como você... Bem... Deixa pra lá. – Balançou a cabeça.

      Sayed deu uma breve gargalhada e andou uns passos à frente. Suspirou de novo e falou:

— É, eu entendo o que quer dizer. Mas eu gosto de lugares assim onde posso fugir do assédio das pessoas. Aqui me sinto uma pessoa qualquer. – Ajeitou o keffiyeh na cabeça, o que Ellie não pôde deixar de notar que era extremamente lindo quando ele voava tranquilo com a brisa. – Essa é uma parte afastada da cidade, posso ser bem mais quem sou do que no centro. – Em seguida ele encarou Ellie e estendeu a mão pra ela: - Vamos?

       Ela sorriu de leve e respondeu:

— Vamos.

   Alguns passos à frente, ambos entraram na pequena, ou melhor dizendo, minúscula sorveteria. Havia apenas um casal sentado em uma das poucas mesinhas que tinham desenhos de frutas em cima. A sorveteria tinha uma placa escrita apenas em árabe e era mais um corredor estreito, com um balcãozinho e uma atendente vestindo uma roupa típica das mulheres muçulmanas.

     Ellie e Sayed se aproximaram do balcão e observaram que havia poucos sabores ainda restantes de sorvete. A variedade não era grande. Ellie sentia-se aliviada, de certa forma.

    A mulher com uma feição cansada falou alguma coisa que Ellie não compreendeu, ao passo que Sayed conversou com ela tranquilamente, com um sorriso convencido no rosto e um jeito quase galanteador de falar. Ellie ficou observando ele e se perguntando se ele falava assim com todas as mulheres que cruzavam o seu caminho ou se ele estava tentando chamar a sua atenção. Mas por um instante ela concluiu que ele não precisava muito disso. Devia mesmo ser o jeito dele.

— O que ela está dizendo? – Perguntou.

     Sayed estreitou um sorriso travesso em sua direção.

— Estou escolhendo nossos sabores.

     Ellie olhou para os sorvetes restantes e notou que não se pareciam nada com os que ela estava acostumada.

— E você não quer saber de qual eu vou querer?

     Sayed pensou por um momento.

— Não. Quero escolher um sabor surpreendente.

      Ellie respirou fundo e deixou que ele fizesse a escolha. Como ele pediu em árabe, ela não entendeu logo de primeira. Depois de a mulher ter colocado um número considerável de bolas de sorvetes em duas tigelinhas, ambos foram se sentar. O casal que antes estava ali quando entraram já havia ido embora. Na sorveteria só estavam Ellie, Sayed e a atendente.

     Ao se sentarem um de frente para o outro, acomodaram-se na mesa, colocando os capacetes no canto e a bolsa de Ellie ao lado. Ela experimentou o sorvete enquanto Sayed a observava sorridente.

   O gosto era bem doce.

— Que sabor é esse? – Perguntou,  lambendo os lábios.

— Tâmara. – Respondeu Sayed. – Existe um mercado de frutas em Dubai onde as tâmaras são comercializadas. São vendidas de todos os modos e há bastante açúcar e coisas doces. Essas aqui são um tipo mais comum com o qual se fazem os sorvetes.

     Ellie tomou mais do sorvete. Era doce, mas realmente gostoso.

— Humm... Eu nunca havia experimentado tâmara. No Brasil não tem. Eu pelo menos nunca vi...

      Sayed suspirou ao som da palavra Brasil. Tomando o seu sorvete, ele exclamou:

— Brasil... Nunca estive no Brasil. Já estive em vários países, mas nunca no Brasil. Deve ser lindo lá.

     Ellie assentiu e por um instante pequeno e insignificante, sentiu saudades de casa.

— É, é um lugar legal.

      Sayed baixou a cabeça. Ellie se perguntou no que ele poderia estar pensando. De repente o sorriso bonito e provocativo havia dado lugar a um olhar melancólico e distante.

— Ok, acho que precisamos conversar. – Ellie interrompeu um instante de silêncio. – Por que me trouxe até aqui?

     Sayed ergueu os olhos para olhar os dela. No momento em que seus olhos se encontraram alguma coisa aconteceu ali. Parecia que Ellie podia ver uma compreensão nos olhos dele, algo que ela nunca tinha visto nos olhos de ninguém. Como se ele soubesse o que se passava no coração dela e como se, de certa forma, ele compartilhasse dos mesmos sentimentos.

      Os olhos de Sayed, iluminados pelo sol de Dubai pareciam estrelas, mas ali agora, amendoados pela luz fraca da sorveteria, pareciam profundos e misteriosos.

— Eu precisava de um momento assim. – Ele sorriu de leve. – Me desculpe pela forma como atraí você até aqui. Não queria que se sentisse constragida. Queria apenas... – Suspirou. – Tomar um sorvete com uma amiga.

      Engolindo em seco, Ellie estreitou os olhos para ele.

— Uma amiga? Quer dizer que somos amigos, agora?

     Sayed assentiu.

— Claro que sim. Você aceita? – Seu olhar tornou-se doce, talve mais doce que o sorvete que estava derretendo na boca dela naquele momento.

      Ellie baixou o olhar por um breve instante e em seguida sorriu pra ele.

— Ok, se você quer a minha amizade, pode até tê-la. Mas tem que me prometer uma coisa.

      Ele a encarou agora sério, pronto para qualquer coisa.

— Sim...?

— Tem que me prometer que não vai me meter nas suas confusões.

      Um sorriso sorrateiro, largo e intenso se formou no rosto de Sayed quando Ellie disse aquilo. Ele parecia confiante.

— Eu prometo. – Esticou o braço por cima da mesa, pegou a mão de Ellie e a beijou com ternura.

     Mas o que era aquilo? Ellie sentiu os pelos do seu braço e do corpo inteiro arrepiarem. O toque dos lábios de Sayed fez seus músculos se retesarem. Ellie se recusou a dar atenção àquela sensação desconcertante. Sentiu seu rosto queimando, mas procurou esconder esse detalhe deixando os longos caixos caírem sobre o rosto.

      Quando tornou a mão para o lugar onde estava, ela pensou que algumas meninas quando gostam de alguém e que recebem um beijo desse alguém dizem que nunca mais vão lavar aquela parte do corpo. Mas que pensamento idiota! Ellie, comporte-se!

 - Minha intenção não é lhe trazer problemas, Ellie. Vai dar tudo certo.

     Sayed terminou o sorvete dele bem antes do que Ellie. Enquanto observava ela tomando o dela, perguntou:

— E sua família?

      Ellie parou por um instante rápido com a colher na ponta da boca e olhou pra ele. Em seguida engoliu o sorvete e respirou fundo.

— Eles estão bem. Estão felizes que eu tenha chegado bem e tudo. – Sorriu fracamente.

— Sei... Mas você tem mãe? Pai? Irmãos?

— Tenho pai, mãe e nenhum irmão. Sou filha única.

— Igual a mim... Só não tenho mais a minha mãe... – A voz de Sayed falhou ao dizer essas palavras.

     Ellie se remexeu desconfortável na cadeira. Apesar da delicadeza do rumo da conversa, ela preferia mudá-lo.

— Sua mãe morreu?

— Sim. – Sayed abriu um sorriso fraco. – Quando era pequeno. Era um menino ainda. Eu tinha nove anos. Ela teve câncer e não houve nada que pudesse ser feito. Meu pai sempre teve muitas mulheres, mas a minha mãe era a primeira esposa e a única que deu filho homem a ele. Não me considero com irmãs porque eu nunca as vejo. São filhas das outras mulheres de meu pai e vivem viajando por aí. Eu sou o mais velho e cresci na casa principal. – Ele fez uma pausa e riu de si mesmo. – Filho da primeira esposa. Acostumado com a vida de luxo e conforto. No entanto, nada disso fazia sentido quando estava longe da minha mãe.

     O silêncio que se formou naquele momento era quase constrangedor. Ellie não sabia muito bem o que dizer. Mal conhecia Sayed e qualquer pessoa que o olhasse jamais perceberia que um homem como aquele tinha fraquezas tão profundas.

— Eu entendo... – Foi o que conseguiu dizer.

    Sayed adotou um tom melódico na voz ao passo que ia contando a história da sua vida.

— Minha mãe era amorosa, carinhosa. Gostava de brincar comigo e me colocar para dormir. Embora eu tivesse uma dezena de babás, ela estava sempre lá e eu sabia que podia contar com ela. – Suspirou, pensativo. – Era uma pessoa boa. Amava a Deus e a família. Quando ficou doente, no princípio achei que o dinheiro que nós tínhamos poderia salvar a vida dela. Mas quando vi que isso seria impossível, eu apelei para Deus. Mas acho que Deus estava ocupado demais para ouvir as orações de um garoto mimado de nove anos. Por isso Ele a levou.

      Ellie terminou o sorvete e empurrou a tigela um pouco mais para trás, apoiando-se na mesa com os cotovelos.

— Entendo a sua dor.  Mas não acho que Deus tenha levado sua mãe por não ouvir suas orações. – Engoliu em seco quando Sayed voltou-se para ela. – Acho que Deus ouviu sim. Ele só não quis que ela sofresse mais.

     Sayed pensou por alguns segundos.

— Pode ser. Mas o fato é que fiquei sem ela e a partir dali fui criado pelas babás que faziam seu serviço e me deixavam. Fiz aulas especiais, fui pra escola, tive tudo que queria, menos a mais importante das coisas.... O amor do meu pai. Mesmo antes de minha mãe morrer ele só vivia trancado em um escritório se comunicando com o mundo inteiro e fazendo suas orações diárias a Alah. Ele não tinha tempo pra mim, como a minha mãe. E na verdade acho que meu pai nunca me viu como um filho, sabe. Acho que ele sempre me viu como alguém que deveria ser preparado para herdar toda a fortuna dele.

       Ellie ergueu as sobrancelhas ouvindo atentamete o relato de Sayed. Ela sabia que ele precisava desabafar.

— Continue.

     Sayed sorriu fracamente. O brilho dos olhos havia diminuído.

— Meu pai nunca me chamou de filho. E depois que minha mãe morreu ele passou a me evitar ainda mais. Ele dizia que eu tenho os mesmos olhos que os dela. Por isso não gosta de olhar pra mim. Faz ele lembrar dos olhos da minha mãe... – Nesse momento Sayed ficou em silêncio e de repente parecia estar muito distante dali.

      Ellie baixou os olhos e pensou no que poderia dizer a ele. De repente se sentiu triste por não saber como ajudá-lo.

— E você faz essas coisas para chamar atenção dele? – Perguntou depois de algum tempo. Se ela iria se arrepeder daquela pergunta, agora era tarde.

    Sayed ponderou.

— No início era esse o meu propósito. Mas quando vi que não estava obtendo resultado, eu passei a fazer apenas por diversão. Pra dar alguma emoção à minha vida.

      Ellie franziu a testa.

— Tem certeza de que sua vida não tem emoção?

     Sayed ponderou de novo. Seus dedos brincavam com a toalha da mesa.

— Tive alguns amigos, algumas namoradas, fiz o que quis, viajei... Mas sempre me senti sozinho. Os amigos eram interesseiros; as namoradas namoravam mais as minhas coisas do que a mim, então... Nunca fui muito realizado não.

     Ellie engoliu em seco. Ajeitou-se na cadeira e tirou o celular da bolsa. Já estava ficando um pouco tarde. A noite estava se aproximando e no dia seguinte ela iria começar sua rotina na Enjoy Tour.

      Ela olhou pra ele e pensou um pouco. Em seguida falou:

— Eu gostei do sorvete de tâmara. Gostei de andar de moto e de conversar com você. Eu te entendo. – Riu um pouco sem jeito e ao mesmo tempo pensativa. – Eu tenho uma história parecida, embora não tenha crescido numa familia muçulmana em Dubai. – Ambos riram pela forma como ela disse isso. – Mas eu entendo você, de verdade.

      Sayed a encarou com um novo brilho nos olhos. De repente Ellie viu uma coisa nova ali. Era algo que ela sentia-se incapaz por não poder decifrar.

— Está ficando tarde e preciso voltar. Amanhã eu começo a trabalhar e ainda preciso arrumar as minhas coisas direito. Ainda não tive tempo pra isso.

— Vamos nos ver novamente?

     Ellie se pegou surpresa pela súbita pergunta.

— Eu não sei, minha vida vai ficar bem corrida.

     Sayed sorriu e se inclinou na direção dela.

— Você pode me ligar quando quiser. Somos amigos, não somos?

     Ellie se lembrou do papelzinho  com o número dele e de quando o jogou no lixo. Sentiu-se desconfortável com aquela lembrança. Era um detalhe que ela não iria contar pra ele. Era melhor não. Sabia que Ana havia gravado no celular, então, se quisesse ou tivesse a intenção de ligar pra ele, ela tinha como fazer isso.

      Depois disso os dois se levantaram e foram até o balcão, de trás do qual a mulher vestida em roupas pretas saiu. Ela disse algumas coisas em árabe e Sayed pagou os sorvetes. Eles pegaram as coisas em cima da mesa, dirigiram-se em direção à moto e antes que sentassem, ele segurou de leve no braço de Ellie.

— Obrigado por vir comigo e por ouvir os meus desabafos. – Sorriu de leve.

     Seus olhos quando observados de perto eram a coisa mais linda que Ellie já tinha encarado.

— Não precisa agradecer. Eu me diverti.


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Notas finais do capítulo

Fique de olho no próximo capítulo!



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